Sport segura o Flu e chega a 13 jogos invicto na Série A, seu recorde particular

Série A 2015, 6ª rodada: Fluminense x Sport. Foto: Bruno Haddad/Fluminense F.C.

O Sport foi ao Rio bem desfalcado no ataque após a lesão de Elber e a venda de Joelinton, a ponto de Eduardo Batista levar dois meninos da base para compor o banco. Mas havia uma organização tática estabelecida, independentemente das peças disponíveis. Claro, funcionaria com mais ou menos qualidade dependendo da escalação, mas o desenho era conhecido. Com o Leão ditando o ritmo do jogo e controlando o ímpeto do Flu, o time empatou mais uma fora e seguiu pontuando na elite, chegando a 13 jogos sem derrota no Brasileirão.

A sequência soma as seis primeiras rodadas de 2015 às últimas sete de 2014. Com isso, igualou o seu recorde histórico, de 1975. Agora serão dois jogos no Recife, contra Joinville e Vasco, o que dá esperança para superá-lo. Apesar da postura em campo, os pernambucanos lutaram muito para parar um dos melhores elencos do campeonato, no papel. No primeiro tempo, um futebol pobre das equipes, com 53 passes errados. Ao Leão, o cenário era excelente, ainda mais com 57% de posse. Na segunda etapa, os dois dados caíram, fazendo com que a bola rolasse mais e as chances aparecessem, mais de dez.

Machucado, Fred não voltou do intervalo, substituído pelo veterano Magno Alves, que se mexeu mais que o camisa 9. O Flu, como um todo, melhorou, pressionando a saída de bola, mas efetivamente só exigiu o goleiro Danilo Fernandes duas vezes, ambas com grandes defesas após cabeçadas. Eduardo, por sua vez, enxergou a inutilidade de Mike, colocando o lateral/volante Danilo (que jogou bem) e Régis no lugar de Neto Moura. Por fim, ainda trocou Maikon Leite por Mancha. Houve um pingo de ousadia para buscar algo mais, numa sinal de confiança ascendente. No fim, o 0 x 0 garantiu o 12º ponto do Sport. A festa da torcida rubro-negra no Maracanã, ainda no G4, diz tudo.

Série A 2015, 6ª rodada: Fluminense x Sport. Foto: Bruno Haddad/Fluminense F.C.

Mapeamento municipal de torcidas: Goiana (Plural/2015)

Pesquisa de torcidas em Goiana, em junho de 2015, através do Insituto Plural Pesquisa.

Localizado na Mata Norte de Pernambuco, o município de Goiana tinha a sua economia fundamentada basicamente na produção de cana-de-açúcar, há bastante tempo. Mas a chegada de uma fábrica de veículos, com um investimento de R$ 6 bilhões e 5 mil novos empregos, transformou a cidade, já na divisa com a Paraíba. E o instantâneo patrocínio da Jeep ao Flamengo levantou uma polêmica sobre a “relação” da empresa com o cenário local.

Um mês após o episódio, podemos ver um raio x das torcidas na cidade de quase 80 mil moradores. O Instituto Plural Pesquisa, que já havia mapeado Caruaru, foi contratado para fazer um levantamento particular na região e, no embalo do estudo, adicionou aquela pergunta que sempre rende nas discussões entre torcedores: “Qual é o time de futebol que você torce?”. Com espaço para apenas uma opção, os três grandes pernambucanos ficaram à frente, com 45% da população. Entre os times de outros estados, o Corinthians se saiu melhor, com 6%. O Fla, o primeiro parceiro da Jeep, aparece com apenas 2%.

No estudo, também chamou a atenção a quantidade de gente sem clube. Na margem de 42%, um misto de desinteresse e falta de acesso aos times.

Plural / Goiana 2015
Período: junho de 2015
Público: 400 entrevistados
Margem de erro: 4,9%
População estimada (IBGE/2014): 78.287

1º) Sport – 25% (19.571)
2º) Santa Cruz – 13% (10.177)
3º) Náutico – 7% (5.480)
4º) Corinthians – 6% (4.697)
5º) Palmeiras – 2% (1.565)
5º) Flamengo – 2% (1.565)
5º) São Paulo – 2% (1.565)
8º) Seleção Brasileira – 1% (782)
8º) Vasco – 1% (782)

Outros times – 1% (782)
Sem clube – 42% (32.880)

* A soma pode não chegar ou mesmo ultrapassar os 100% por causa com arredondamento, via Statistical Package for the Social Sciences (SPSS).

Pesquisa de torcidas em Goiana, em junho de 2015, através do Insituto Plural Pesquisa.

Joelinton, a 25ª negociação milionária em Pernambuco

As 25 vendas milionárias, no Plano Real, do futebol pernambucano, até 6 de junho de 2015. Arte: Cassio Zirpoli/DP/D.A PressAs 25 vendas milionárias, no Plano Real, do futebol pernambucano, até 6 de junho de 2015. Arte: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

O Sport negociou os direitos econômicos do atacante Joelinton por R$ 7,79 milhões junto a um grupo de empresários alemães. Fazendo justiça ao apelido de Jogador de Europa, dado pelo técnico Eduardo Batista, a revelação segue para o Hoffenheim, 8º lugar na Bundesliga 2014/2015. Na transação, o Leão ficou com 70%, ou R$ 5,4 milhões, com o restante sendo repassado ao banco BMG, que investiu na modernização do centro de treinamento em Paratibe, tendo como contrapartida um percentual de alguns atletas revelados por lá.

Joelinton tornou-se o 25º atleta negociado por um clube pernambucano por pelo menos R$ 1 milhão. Para comparar a rentabilidade de cada negociação, entretanto, o critério adotado pelo blog foi “dolarizar” toda a lista, utilizando a moeda universal do mercado. Ainda assim, o valor extraoficial da venda, divulgado pelo jornal alemão Bild, foi em euros (2,2 milhões). Convertendo, fica uma ressalva. Com a alta do dólar em relação ao real (avaliado neste 5 de junho de 2015 em R$ 3,14), o montante recebido pelo Rubro-negro ficou na casa de US$ 1,73 milhão, deixando o centroavante de 18 anos em 5º lugar entre os jogadores mais rentáveis. Jackson, o recordista em dólar, saiu por R$ 3,5 mi.

Entre os 25 “jogadores milionários”, a divisão é a seguinte:
14 do Sport (US$ 17.240.401)
6 do Náutico (US$ 6.287.626)
4 do Santa Cruz (US$ 3.471.000)
1 do Porto (US$ 2.477.639)

Para a elaboração do ranking, o blog considera o valor recebido pelo clube, descontando percentuais de terceiros (grupos de investimentos, outros clubes etc). Abaixo, os casos nos quais o valor total foi maior do que o citado na lista.

* Rômulo custou US$ 9,95 milhões (R$ 20,6 mi). Porto ficou com 25%
* Douglas Santos custou US$ 3,36 milhões (R$ 7,4 mi). Náutico teve 60%

*Joelinton custou US$ 2,48 milhões (R$ 7,79 mi). Sport ficou com 70%
* Wellington custou US$ 6,59 milhões (R$ 15,6 mi). Náutico teve 6,4%

Podcast 45 (138º) – Arrancada do Sport na Série A e pitacos de Náutico e Santa

A vitória do Sport sobre o Goiás, a terceira dos rubro-negros na Série A, é o tema principal desta edição do 45 minutos, com uma análise tática da equipe, das peças necessárias para a reposição no ataque e um balanço dos próximos jogos. As próximas apresentações de Náutico (América-MG, em casa) e Santa (Luverdense, fora) também entraram na pauta, assim como os pitacos para a decisão da Champions League, entre Barça e Juventus.

Confira um infográfico com as principais atrações desta edição aqui.

Neste podcast, com 1h33min, estou ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

Classificação da Série A 2015 – 5ª rodada

Classificação do Brasileirão 2015 após 5 rodadas. Crédito: Superesportes

Caiu mais um invicto do Brasileirão. A vitória do Sport sobre o Goiás na Ilha, nos descontos, tirou o alviverde do G4. Melhor para o Leão, claro, que se manteve na zona nobre da competição, ainda invicto, mesma situação vivida pela Ponte Preta, que ocupa a vice-liderança por ter um gol a mais no saldo. À frente, apenas o Atlético Paranaense, único com quatro vitórias até aqui. Diga-se de passagem, o Furacão já foi duas vezes à Libertadores na era dos pontos corridos, terminando em 2º em 2004 e em 3º em 2013. Sabe o caminho das pedras.

A 6ª rodada do representante pernambucano
07/06 (19h30) – Fluminense x Sport (Maracanã)

Histórico no Rio pela elite: 4 vitórias do Sport, 3 empates e 11 derrotas.

Sport vence o Goiás aos 47 do segundo tempo, levanta a Ilha e se mantém no G4

Série A 2015, 5ª rodada: Sport 1x0 Goiás. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

A partida entre Sport e Goiás reuniu dois dos três invictos do Brasileirão até então. Ambos com um bom começo, pontuando e jogando bem. Surpreendendo. Por isso, esperava-se uma partida mais técnica na Ilha do Retiro. Até o céu deu uma trégua, abrindo após dias de chuva intensa no Recife. Em campo, tivemos um jogo de muita correria e marcação forte, mas com poucas chances. Típico empate sem gols. Levando em conta o momento do adversário, a luta do Leão até mereceria aplausos da torcida presente, mesmo sem a vitória. Mas vamos colocar um molho nessa história, a determinação de um time até o apito final. Mais uma vez.

Aos 47 minutos do segundo tempo, com o relógio próximo do minuto final segundo o acréscimo do confuso árbitro Flávio Rodrigues (sempre mal posicionando), Renê iniciou a jogada, tocando para Samuel Xavier, que cruzou na área para Joelinton (participação efetiva) escorar de cabeça e Maikon Leite encher o pé, acertando o ângulo direito do goleiro Renan, pouco acionado até ali. E nem valeria o esforço, pois a bola foi indefensável, 1 x 0. Golaço para sacudir a Ilha, com a chuva de volta, lavando a alma da torcida. Maikon entrara no intervalo no lugar de Neto Moura (que jogou mal, oscilando, algo natural) e finalizou três vezes, justamente as melhores oportunidades. Uma bola de fora da área, raspando, uma cabeça na trave e o gol. Será que alguém sentiu saudade de Felipe Azevedo naquelas bandas do campo?

A forma emocionante como os três pontos foram conquistados, no último instante da 5ª rodada, manteve o Rubro-negro em alta no campeonato, com 11 pontos, lá no G4. No mesmo nível, ou até acima disso, está a confiança do time treinado por Eduardo Batista, com a mesma pegada de seus melhores momentos em 2014. Reforçando um pouco mais o elenco, sobretudo após a confirmação da grave lesão de Elber, novos caminhos podem ser abertos em 2015. Enquanto isso, o time vai criando gordura para fazer uma campanha segura. Ou talvez já esteja pontuando para realmente brigar lá em cima…

Série A 2015, 5ª rodada: Sport 1x0 Goiás. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

A gratuidade para crianças nos estádios, um benefício com várias versões

Torcedores mirins de Náutico, Santa Cruz e Sport. Fotos: NauticoNet, Torcedor Coral e Site Oficial do Sport

A gratuidade para crianças em jogos de futebol é algo bem antigo no país. A variação neste benefício refere-se basicamente à idade máxima para o benefício. 7, 8, 10, 12 anos? Em cada estádio, uma norma distinta. Mas há a exceção. Na Allianz Parque, inaugurada em novembro de 2014, a diretriz inicial veta a gratuidade. Daí, a polêmica em torno da cobrança de ingresso a um bebê de seis meses. No estádio do Palmeiras, a frase dita pelos funcionários foi “entrou, paga”, pois trata-se de uma propriedade particular. A explicação poderia ser aplicada aos estádios de São Paulo (Morumbi) e Corinthians (Itaquerão), mas ambos liberam o acesso para crianças de até 7 e 11 anos.

Segundo o Procon, a cobrança está respaldada pelo Direito do Consumidor, pois não se estabelece uma idade mínima. Verdão à parte, vamos à situação em Pernambuco. Em qualquer jogo com mando de campo de Náutico, Santa ou Sport há a gratuidade para os torcedores mirins. O menor limite é o do Leão, com “7 anos e 364 dias”, vulgo “8 anos incompletos”. No Tricolor, pré-adolescentes de 12 anos ainda conseguem entrar sem pagar. Em todos os casos, naturalmente é preciso estar acompanhado de um adulto responsável.

As gratuidades nos estádios locais se estende às autoridades (com documentação), um privilégio garantido por lei há décadas, com policiais militares, delegados e juízes podendo assistir a qualquer partida como público geral. A regra também se aplica aos idosos? Não. Neste caso, há o direito à meia-entrada, previsto no Estatuto do Idoso, a partir dos 60 anos de idade. Na capital paulista, o Corinthians libera o acesso para idosos cadastrados.

Gratuidades no futebol pernambucano:

Arena Pernambuco (Náutico)
Crianças – até 8 anos*
Autoridades – policiais militares, delegados e juízes, atletas, ex-atletas, ex-árbitros.

Arruda (Santa Cruz)
Crianças – até 12 anos (incompletos)*
Autoridades – policiais militares, delegados e juízes.

Ilha do Retiro (Sport)
Crianças – até 8 anos (incompletos)*
Autoridades – policiais militares, delegados e juízes.

* A criança deve ser acompanhada de um adulto e ter documento com a idade.

No público detalhado no borderô oficial, entregue à FPF ou CBF, a soma dos “não pagantes” inclui ainda os jornalistas cadastrados para a cobertura. É preciso registrar todos os espectadores para o gasto do seguro obrigatório.

Podcast 45 (136º) – A invencibilidade de Sport e Náutico e a má fase do Santa

Sport e Náutico mantiveram as invencibilidades nas Séries A e B. Ambos empataram fora de casa com gols nos descontos, animando as torcidas para os próximos jogos, em casa. O que antes parecia fogo de palha, aos poucos vai se mostrando um cenário para campanhas sólidas no Campeonato Brasileiro (será?). Ambos abrem o 45 minutos, em sua 136ª edição, que traz, mais uma vez, o cenário adverso no atual campeão pernambucano. Com três derrotas em quatro jogos e sem jogar bem, sobretudo, o Santa Cruz aparece pela primeira na zona de rebaixamento (preocupa?).

Confira um infográfico com as principais atrações desta edição aqui.

Neste podcast, com 1h31min, estou ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

Classificação da Série A 2015 – 4ª rodada

Classificação do Brasileirão 2015 após 4 rodadas. Crédito: Superesportes

Apos empatar em 2 x 2 com o Santos, pela manhã, o Sport manteve a invencibilidade no Brasileirão, ampliando a estatística de sua melhor largada na era dos pontos corridos (desde 2003). São oito pontos em quatro jogos. Às 13h deste domingo, o time já sabia que a ponta do campeonato havia sido perdida para o Atlético-PR, que vencera no sábado, mas ainda havia os jogos das 16h e das 18h30 do domingo para “secar” e manter uma boa colocação no G4. Os resultados ajudaram e o Leão terminou a 4ª rodada na vice-liderança, com uma boa agenda pela frente. Dos próximos quatro compromissos, três serão na Ilha do Retiro (Goiás, Joinville e Vasco) e apenas um fora (Flu). Em tese, um momento daqueles para fazer gordura na classificação.

A 5ª rodada do representante pernambucano
04/06 (21h00) – Sport x Goiás (Ilha do Retiro)

Histórico no Recife pela elite: 7 vitórias do Sport, nenhum empate e 3 derrotas.

Manhã de domingo com o emocionante empate entre Santos e Sport na Vila

Série A 2015, 4ª rodada: Santos 2x2 Sport. Foto: Ivan Storti/Santos FC

Foi um bom jogo na Vila Belmiro, movimentado em campo e no placar, com o Sport se superando para seguir invicto no Brasileirão. Voltando a jogar às 11h da manhã após onze anos, o Leão não se intimidou diante do campeão paulista, apesar da visível qualidade técnica do adversário. Contudo, precisou rever a sua proposta durante o 2 x 2. Logo nos primeiros lances o esquema ficou nítido, tentando marcar forte e ensaiando contragolpes. A princípio, não poderia vacilar na defesa e precisaria aproveitar as poucas oportunidades no ataque.

No primeiro tempo, o time ficou muito atrás, distante dos objetivos. Só teve uma chance, com o estreante Maikon Leite. Do outro lado, Robinho comandou o Santos (58% de posse), dando trabalho demais a Durval e Matheus, inseguro. O volume resultou em gol aos aos 43. No lance, o campeão paulista finalizou três vezes na pequena área, marcando com Robinho. Ele pegou o rebote de Ricardo Oliveira (impedido). Pela primeira vez o Leão ficava em desvantagem nesta Série A. Logo, Eduardo Batista precisaria se mexer, ou fazer o time se mexer. Na volta, com Diego Souza e Elber (pós-virose) nas vagas de Régis e Maikon Leite, o time empatou na primeira investida, mas com outros atores.

Rithely, melhor da equipe, roubou a bola e teve calma até chegar na área e tocar para Joelinton enfim marcar. Jogando melhor e forçando mais, o Leão acabou vazado num vacilo da zaga, estática num escanteio aos 25. O único a pular foi o lateral Samuel Xavier, 1,66m. Já com Mike (nulo) no lugar de Joelinton, perdeu-se a referência, indo para o tudo ou nada. Mas foi com calma que houve a reviravolta aos 47, com a participação de três rubro-negros, de pé em pé, até Samuel Xavier se mostrar um gigante e mandar para as redes. Valeu o domingo.

Série A 2015, 4ª rodada: Santos 2x2 Sport. Foto: Ivan Storti/Santos FC