Da implosão à reconstrução. Eis o Clube dos 13…

Clubes dos 13

Em 24 de fevereiro deste ano, o Clube dos 13, criado em 1987, sofreu uma implosão.

A era de negociações em bloco com as emissoras de televisão havia acabado.

Numa manobra mal executada, para tentar propor um leilão de grande porte envolvendo TVs aberta, fechada e internet, a entidade acabou sofrendo um contragolpe da Rede Globo, que negociou individualmente com seus 20 integrantes.

Quase nove meses depois, numa articulação silenciosa, o Clube dos 13 está de volta…

Para o bem ou para o mal, a entidade está novamente de pé, após uma assembleia geral, propondo novos objetivos, à parte da TV, acordada com os filiados até 2015.

Fábio Koff, presidente desde janeiro de 1996, será reconduzido ao posto.

O Sport e Flamengo se matam pelo título brasileiro de 1987, mas, vejam só, serão os dois redatores do novo estatuto do Clube dos 13. Justiça, justiça, negócios à parte.

Necessitando de apoio, a entidade pode, enfim, abrir espaço para novos filiados…

Porém, em Pernambuco, o blog entrou em contato com alvirrubros e tricolores. Os dois presidentes, Antônio Luiz Neto e Berillo Júnior, receberam a informação com surpresa.

Nada de convites a Náutico e Santa Cruz até o momento.

E para isso acontecer, o Sport precisa mudar o estatuto…

Evolução da B para a A, no Recife

Evolução até o Seu Madruga...

Ainda que a campanha seja avassaladora na segunda divisão nacional, a diferença técnica em relação à Série A é quase sempre enorme. Sobretudo ao comparar os investimentos dos grandes clubes, sólidos na elite.

Dos planejamentos adotados por Náutico e Sport para o próximo ano, é possível fazer uma mistura, criando uma base para uma equipe competitiva na primeirona. Resultado da análise interna das duas diretorias com as respectivas comissões técnicas.

A cota de TV do Sport passou de R$ 13 milhões para R$ 30 mi, enquanto a do Náutico subiu de R$ 1,5 milhão para R$ 18 mi. Apesar do caixa, a dupla centenária não terá o direito de errar neste planejamento, caso queira evitar o efeito iô-iô.

O Alvirrubro pretende gastar R$ 1 milhão por mês com o elenco no Brasileiro, um recorde. Já o Rubro-negro deve superar o gasto da “B”, entre R$ 1,5 mi e R$ 2 milhões.

1) Grupo de no máximo 32 atletas, com espaço para a base.

2) Média de idade abaixo dos 28 anos.

3) Aumentar a média de altura, de 1,75m.

4) Intensidade na preparação física, visando jogos sem “morosidade”.

5) Três semanas de pré-temporada, com o objetivo de minimizar lesões no ano.

6) Montar um grupo adquirindo, sempre, parte dos direitos econômicos dos atletas.

7) Estrutura completa no centro de treinamento, com alojamento.

Quem vai chegar mais perto dessas metas, Sport ou Náutico? Comente.

Guerra das telefônicas chega ao futebol pernambucano

Operadoras de celular: Tim, Claro, Oi e Vivo

Desde o fim do anos 80, empresas dos mais diversos segmentos vêm se digladiando para expor as suas marcas nos uniformes dos clubes de futebol do Brasil.

A medida em que a mídia cresceu em torno dos principais campeonatos, mais acirrada se tornou a negociação. Em vários casos, os acordos ultrapassaram a barreira do uniforme.

No mercado nacional é possível encontrar cervejas e refrigerantes customizados para os clubes, cartões de crédito personalizados, entre outros.

Agora, até telefone celular! Trata-se de uma prática até tardia, uma vez que vários torcedores, por conta própria, já tinham o costume de personalizar o aparelho com o toque musical (ringtone) e imagens (wallpapers).

Agora, de forma oficial. Náutico e Sport fecharam uma parceria com a Claro e com a Samsung, em um kit com o aparelho Chat 335, abrindo o mercado do Nordeste.

E a ideia pode avançar para o papel de serviço, com informações sobre os clubes…

Outros clubes do Brasil já adotaram o mesmo caminho, como Flamengo, Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Internacionale  Grêmio, mas todos no pacote da Tim.

Considerando que existem quatro grandes operadoras no país, surpreende o fato de que o Santa Cruz não tenha entrado neste bolo.

Esta guerra é, exclusivamente, das operadoras. Aos clubes, o que importa é gerar mais uma fonte de receita via marketing, além de visibilidade. Ou áudio, se preferir…

Celulares de Sport e Náutico

Futebol de R$ 100 milhões, mas longe do ouro

Ouro

Se Pernambuco vive uma era de crescimento acima do país, com cerca de R$ 35 bilhões nos últimos cinco anos em estaleiro, petroquímica, siderúrgica e outras indústrias, o futebol pernambucano, enfim, vai tentar acompanhar esse ritmo acelerado em 2012.

Mesmo com o Santa Cruz ainda na terceira divisão nacional, a pujança de Sport e Náutico na elite elevou o orçamento do trio de ferro a um recorde, rompendo a barreira dos R$ 100 milhões pela primeira vez, somando TV, patrocínios, sócios, renda etc.

Considerando as projeções dos três clubes, o valor agregado seria de R$ 109,3 milhões. As dívidas continuam, assim como o calo com a Justiça Trabalhista, mas a renegociação vem ocorrendo, acabando com a prática acéfala de “empurrar com a barriga”.

No entanto, é preciso ficar atento – principalmente os dirigentes locais – à inflação do mercado da bola, por causa das já chamadas “supercotas”, em um investimento bilionário da Rede Globo junto aos integrantes do implodido Clube dos 13.

Basta dizer que toda a receita do trio do Recife é equiparada ao que o Flamengo receberá apenas pela transmissão de seus jogos na Série A, cerca de R$ 100 milhões por ano até 2015. O dinheiro até chegou aqui, mas jorrou por lá…

Confira a previsão mais otimista das receitas dos grandes clubes do Recife- no caso coral, chegando à final da C -, além dos sócios em dia e, também, das dívidas enormes…

SportSport
R$ 55 milhões
Sócios em dia (titulares): 13.500. Dívida total: 120 milhões de reais

NáuticoNáutico
R$ 40 milhões
Sócios em dia (titulares): 4.000. Dívida total: 35 milhões de reais

Santa CruzSanta Cruz
R$ 14,3 milhões
Sócios em dia (titulares): 10.000. Dívida total: 65 milhões de reais

2011, um bom ano para o futebol pernambucano

Semáforo

Foram 1.403 votos na enquete, avaliando o desempenho do trio de ferro da capital pernambucana. Alvirrubros e tricolores aprovaram bastante a temporada.

Os rubro-negros, mesmo reticentes com a irregularidade, acabaram convencidos pelo acesso de última hora, apesar de a maioria ter achado o ano no máximo “regular”.

Bom mesmo, para o futebol local, foi ver que a opção “ruim” não chegou sequer a 10% em nenhum dos rivais, mesmo com algumas lambanças dos cartolas.

Ou seja: acesso triplo na conta, mas sem esquecer eliminação na primeira fase da Copa do Brasil, derrota na final na Série D, calote e acusação infundada de suborno…

Qual é o seu balanço sobre a temporada do seu clube em 2011, considerando os resultados no campo e a administração?

SportSport – 835 votos
Bom (41,68%, 348 votos)
Regular (48,98%, 409 votos)
Ruim (9,34%, 78 votos)

NáuticoNáutico – 311 votos
Bom (77,49%, 241 votos)
Regular (20,58%, 64 votos)
Ruim (1,93%, 6 votos)

Santa CruzSanta Cruz – 257 votos
Bom (87,55%, 225 votos)
Regular (8,17%, 21 votos)
Ruim (4,28%, 11 votos)

Signal Ilha do Retiro Park

Arena Sport. Crédito: Sport/divulgação

Oficialmente, a Arena da Ilha do Retiro terá capacidade para 45.796 torcedores.

Todos bem acomodados em cadeiras.

O estádio foi projetado dentro do enorme caderno de encargos da entidade que comanda o futebol mundial, já apelidado de Padrão Fifa.

No entanto, o estádio, cujo complexo está orçado em cerca de R$ 600 milhõess, poderá sofrer uma ampliação considerável na capacidade de público.

Seriam mais dez mil lugares. O design desenvolvido pela DDB/Aedas não é mais o mesmo? A princípio, não é isso. A mudança está relacionada com o tipo de assento.

Em vez de ter 100% do espaço para a plateia ocupado por cadeiras, as duas gerais, atrás das metas, poderão ser apenas as tradicionais “arquibancadas numeradas”, ainda que com uma infraestrutura interna de arena, com bares, lojas, banheiros etc.

Mais. A medida seria transitória. Dependendo do jogo, cadeiras ou cimento.

A utilização de cadeiras móveis não é novidade. Um dos casos mais famosos é o do Borussia Dortmund, da Alemanha, dono da maior média de público do mundo: 76.800.

O estádio local, o Signal Iduna Park, tem capacidade para 80.552 pessoas. Porém, este número vale apenas para a Bundesliga, pois 15 mil lugares, em uma geral (foto), é para o fanático público que não costuma assistir ao jogo sentado…

Em disputas internacionais, com o regulamento da Uefa, é preciso repor as cadeiras no setor, limitando a presença a 65.718 pessoas.

Antes desse debate, para virar uma “Signal Ilha Park”, o atual estádio rubro-negro precisa ser demolido. O que deverá ocorrer em 20 de novembro de 2012…

Signal Iduna Park, estádio do Borussia Dortmund, da Alemanha

Acesso rubro-negro, via câmera institucional

Nunca duvide do Sport

Ao contrário do rival alvirrubro, que irá comercializar o vídeo do acesso à elite, o Sport produziu um filme oficial sobre a classificação à Série A de forma institucional.

Logo após a divulgação do trailer, com cerca de 10 mil visualizações, o departamento de martketing do Sport apresentou a peça completa, já no Youtube.

Trata-se de um vídeo de 22 minutos, com bastidores dos últimos jogos do Rubro-negro na suada campanha na Segundona, com um desfecho épico.

As imagens foram captadas pelos assessores de imprensa do clube, Álvaro Claudino e Lucas Liausu e também por dois jogadores, Marcelinho Paraíba e Wellington Saci. A edição contou com a colaboração da BláTV. Confira a íntegra!

Coragem para a vassourada. Competência para os reforços?

Vassoura

Oportunidades para um marco zero no futebol são raras. Valem até uma reflexão.

Eis, então, um exemplo genuinamente pernambucano…

Doze dispensas em um dia.

Em quase todas, os contratos dos jogadores seriam encerrados já no fim deste ano.

Ou seja, não houve o interesse pela prorrogação do vínculo.

Em alguns, por sinal, seria necessário renovar o empréstimo junto a outros clubes.

Pagando caro por isso. Menos um motivo para estender o acordo.

Tratando a motivação da lista exclusivamente pelo “critério técnico”, o Sport fez, nesta sexta-feira, uma das maiores vassouradas da história do clube.

A saída dos nomes ocorreu durante todo o dia. De cara, dez atletas. Depois, mais dois.

Nomes de peso no grupo, como Wellington Saci, Maylson, Robston, Gabriel e até o autor do gol do acesso, Bruno Mineiro. Nenhum deles, no entanto, se firmou.

Isso é a pauta do dia do Leão. Mas é, também, a pauta do ano na Ilha do Retiro.

Enfim, o Rubro-negro irá reformular o seu elenco, desgastado após três anos sem padrão de jogo. A classificação à Série A não apagou a campanha irregular na competição.

A instência no mesmo grupo se tornava cada vez mais um erro de planejamento.

Passaram no período treinadores como Nelsinho Batista, Leão, Péricles Chamusca, Givanildo Oliveira, Geninho, Hélio dos Anjos, PC Gusmão… Todos com algo em comum.

Nenhum deles teve uma chance tão grande de montar um plantel como Mazola Júnior.

Efetivado e com carta branca, o técnico do Sport tem uma responsabilidade gigantesca.

Há espaço de sobra para reforços. O dinheiro pode até não competir com os gigantes do Sudeste, mas também não há aquele liseu. Há caixa e diálogo com o mercado.

Houve coragem para reformular o Sport. Algo vital em momentos tão distintos.

Resta saber, agora, se haverá competência para formar um novo Sport…

Vassoura

Programe-se para o PE2012

Enfim, a tabela definitiva do Campeonato Pernambucano de 2012.

Respeitando o Estatuto do Torcedor, a tabela havia sido divulgada pela FPF sem a confirmação do vice-campeão da segunda divisão, com o nome “a definir”. Com a vitória por unanimidade no STJD, o Belo Jardim foi oficializado na disputa (veja aqui).

Saiba mais sobre os novos integrantes do Estadual, Serra Talhada e Belo Jardim, aqui.

Calote no futebol pernambucano, às avessas

Seu Barriga

Os negócios no futebol mudaram bastante desde a implantação do Plano Real, há 17 anos. Antes, a arrecadação dos jogos cobria boa parte da receita dos clubes.

Depois, o número foi substituído pela venda de jogadores. Atualmente, as supercotas de transmissão pela TV já representam mais de 50% do faturamento anual.

Contudo, uma coisa jamais mudou. O papel do calote no orçamento. Bronca.

O rombo causado pela verba atrasada compromete de vez a saúde financeira dos times de futebol, já debilitada por gestões acéfalas.

É a renda do jogo bloqueada pela Justiça – aí, um “calote” justo -, dinheiro antecipado da TV, sacrificando as administrações futuras, e maus pagadores entre os clubes…

Neste terceiro caso, um duto de prejuízo no próprio segmento, quase um “fogo amigo”.

Mesmo com um poder aquisitivo menor em relação às equipes tradicionais do Sul/Sudeste, não é que o trio pernambucano já sofreu calote? Relembre alguns casos.

Em 1995, o Sport negociou a dupla formada por Juninho Pernambucano e Leonardo por 3 milhões de dólares. O Vasco só pagou metade e acabou devolvendo Leonardo…

Dois anos depois, o Leão negociou outro Juninho, o Petrolina. Parte do valor total, de R$ 1,5 milhão, foi quitado pelo Atlético Mineiro de forma surreal. Sem dinheiro, o Galo emprestou o jogador ao Rubro-negro! Foi exatamente o que você entendeu.

Mas o cheque sem fundo não é exclusividade na Ilha. Os rivais também sofreram…

Em dezembro de 2007, o uruguaio Acosta trocou o Náutico pelo Corinthians, sem avisar. O Timbu exigiu R$ 3,1 milhões do Timão. Numa negociação muito confusa, o Alvirrubro acabou ganhando a causa um ano depois, mas embolsou apenas R$ 141 mil.

No ano passado, o presidente timbu, Berillo Júnior, chegou a ir até Portugal para cobrar 250 mil euros ao Braga, por causa da negociação do zagueiro Breno. O time português chegou à final da Liga Europa deste ano, ganhou dinheiro, mas…

E o Santinha? O caso atual. Emblemático, misturando Série D e Série A.

O atacante Gilberto foi negociado com o Internacional após a conquista do Estadual. Transação de R$ 2 milhões, a maior da história do Santa Cruz.

Pois o Colorado ainda está devendo R$ 850 mil… Os corais vão à Justiça.

É como se diz no jornalismo. Se um cachorro morde um homem, isso não é notícia. Mas se um homem morde um cachorro… Pois é, calote em Pernambuco.