Segurança materna no clássico na Arena Pernambuco

Mães de torcedores recebem treinamento para atuar como seguranças na Arena Pernambuco. Foto: Sport/twitter

“Tem coisa que torcedor não faz na frente da mãe. Brigar em estádios é uma delas”.

A mensagem no telão da Arena Pernambuco resumia o sentimento.

Ao pé da letra, a frase de efeito mostra o mínimo de respeito necessário à presença da mãe. De qualquer um. A partir disso, uma parceria da agência Ogilvy Brasil com o Sport, no clássico contra o Náutico, levou 30 mães para a arquibancada, todas como orientadoras.

Lembra dos stewards, os seguranças privados das arenas de futebol no país? Além deles, a segurança interna do estádio contou com mães de torcedores que estavam presentes no Clássico dos Clássicos, as chamadas security moms (mães seguranças). A preparação começou cedinho, com a orientação repassada às mamães selecionadas pelo departamento de segurança do estádio e pela própria polícia militar.

Nada de cassetetes ou spray de pimenta, apenas os bons modos. Após uma última reunião no corredor da arena, a missão foi dada, e cumprida. Tudo com o objetivo de combater a violência no futebol.

Alguns torcedores foram surpreendidos na arquibancada no instante do reconhecimento da figura materna com o característico colete laranja. Ao menos por um dia, o respeito foi mantido. Exemplar.

Atualização: a inédita ação social repercutiu até no exterior, com matérias publicadas nos sites dos jornais ingleses The Guardian e The Independent.

Mães de torcedores recebem treinamento para atuar como seguranças na Arena Pernambuco. Foto: Sport/twitter

Podcast 45 minutos (100º) – Análise do clássico, da derrota coral e promoções

Com menos de um ano de projeto, a 100ª edição do podcast 45 minutos foi longo, debatendo o polêmico Clássico dos Clássicos na Arena Pernambuco e a goleada sofrida pelo Santa no Sertão. O programa durou 1h45min, com direito a promoções festejando a histórica edição. Serão sorteados camisas oficiais de Náutico, Santa, Sport, América, Central, Serra Talhada, Recife Mariners, ingressos VIP para a Arena e até pacote de hospedagem no Village Porto de Galinhas.

Para participar da promoção é preciso fazer parte das redes sociais do podcast: facebook e twitter. Mais detalhes, só ouvindo a centésima edição…

Estou neste podcast ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

Canetada da FPF confirma Sport x Náutico na Arena Pernambuco

FPF

Na base da “canetada”, a FPF alterou o mando de campo do clássico entre Sport e Náutico, em 8 de fevereiro. O conselho arbitral extraordinário, convocado pela entidade, havia vetado a possibilidade de ter o Timbu como visitante na Arena Pernambuco. Contudo, a federação confirmou o palco, usando seis justificativas numa ata, incluindo uma lei de 2011 e a segurança – veja abaixo.

Na visão do blog, não havia “inversão” de mando de campo neste contexto. No entanto, no momento em que o caso foi colocado em votação, que o arbitral fosse respeitado. Não aconteceu, pesando a pressão econômica, numa soma do governo do estado (patrocinador via Todos com a Nota) e da própria arena.

Não por acaso, a decisão conta com o argumento do consórcio, que havia emitido uma nota de duas páginas em 16  de janeiro, na qual confirmou o status de “campo neutro”. Eis alguns trechos:

“Não há dúvidas, portanto, que a Itaipava Arena Pernambuco é um equipamento público, pertencente ao Poder Concedente, mas cuja exploração foi delegada à Concessionária por prazo determinado”

“Assim sendo, percebe-se que Sport Club do Recife (“Sport”) e o Santa Cruz Futebol Clube (“Santa”), entre quaisquer outros clubes, desde que previamente acordado com a Concessionária, podem demandar os seus jogos na Arena Pernambuco na qualidade de entidade detentora do mando de campo.”

“(…) é certo que não há exclusividade de nenhum clube para utilizar a Itaipava Arena Pernambuco na qualidade de entidade detentora do mando de jogo.”

Por mais que a FPF aponte meios legais, fica uma decisão imoral. Canetada.

Decisão da FPF confirmando o clássico Sport x Náutico para a Arena Pernambuco, em 2015

Um conselho arbitral extraordinário, raro e decisivo no futebol. Em 1987 e 2015

Conselho arbitral extraordinário do Pernambucano de 2015. Foto: João de Andrade Net/DP/D.A Press

Um conselho arbitral extraordinário, como o próprio nome deixa implícito, só pode ser convocado para debater casos ‘omissos’ em um campeonato de futebol. Um ajuste na fórmula, a interpretação definitiva de um texto confuso no regulamento etc. É algo raro, mas sempre decisivo, na base do voto.

Vamos a dois exemplos locais e suas semelhanças. Em ambos foi marcado um segundo arbitral com os torneios em andamento. No Brasileiro de 1987, 22 x 7 a favor da exclusão do quadrangular envolvendo os melhores dos módulos amarelo e verde. No Estadual de 2015, 11 x 1 a favor a realização de clássicos na Arena Pernambuco com o Náutico sendo visitante diante de Santa e Sport.

No entanto, a minoria saiu vencedora nas duas votações. É a lei. O quadrangular do Brasileirão foi mantido e os clássicos vetados com timbu visitante.

Explicação: somente a unanimidade aprovaria as mudanças..

No primeiro caso, a votação extraordinária só ocorreu em 15 de janeiro de 1988, na antiga sede da CBF, no Rio. Apenas Sport, Guarani, Náutico, Criciúma, Joinville, CSA e Treze votaram contra. O Santa, suspenso, se absteve. Já na versão estadual, na sede da FPF, na Boa Vista, só o Alvirrubro foi contra. Exerceu o seu direito. Na prática, só o seu voto estava em dúvida. Os intermediários estavam juntos à federação, enquanto tricolores e rubro-negros votariam em benefício próprio. Portanto, cabia a Glauber Vasconcelos a decisão.

Os dois fatos extraordinários tiveram validade efêmera, de um ano.

Em 1988, os módulos foram fundidos em um campeonato onde todos os times se enfrentaram. Assim como em 2016 o presidente da FPF já adiantou que o mando de campo nos clássicos será da própria federação.

Nas decisões dos conselhos arbitrais ordinários, a maioria vence. É a lei.

Conselho arbitral extraordinário do Pernambucano de 2015. Foto: João de Andrade Net/DP/D.A Press

Podcast 45 minutos (96º) – Impasse Arena/Náutico e jogos de Santa e Sport

O 45 minutos traz o debate sobre o conselho arbitral convocado apra validar (ou não) o mando de campo de Santa e Sport contra o Náutico na Arena Pernambuco. Inversão? Discussão por relação comercial? O podcast foi quente.

Também analisamos os jogos dos grandes times locais no último fim de semana da pré-temporada de 2015. Vitórias do Tricolor e do Rubro-Leão sobre Campinense e Nacional e derrota timbu na final da Supercopa do Maranhão.

Estou nesta edição (1h21min) ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

Patch nas camisas da Copa, Champions, Libertadores e até Taça Ariano Suassuna

Camisas da Taça Ariano Suassuna 2015, Sport x Nacional. Imagem: sportrecife/twitter

Ao organizar a Taça Ariano Suassuna, o Sport tentou mudar a imagem de simples “amistoso internacional” para um torneio de pré-temporada do clube.

Primeiro, anunciou a regularidade da disputa, anual. Para valorizar a imagem de seu projeto, foi criado um logotipo oficial e até um troféu exclusivo, com elementos da obra do escritor, torcedor do clube. Mas não ficou só nisso.

O Leão também incorporou uma ação relativamente nova, que é a marca do torneio na própria camisa, numa espécie de selo chamado “patch”. Já se faz presente na Copa do Mundo, na Liga dos Campeões e na Libertadores, para citar as mais importantes. Para isso, contou com a colaboração do Nacional. A “Taça Ariano Suassuna” também está estampada no uniforme uruguaio.

Seja qual for o vencedor da edição de 2015, o Sport parece ter alcançado o seu objetivo, fomentando junto à sua torcida o desejo de assistir e conquistar o torneio amistoso. Quanto mais interesse, mais chance de continuidade.

Patch da Copa do Mundo, da Liga dos Campeões e da Libertadores

Náutico, Santa e Sport de contrato assinado com a Arena Pernambuco, com clássicos agendados

Arena Pernambuco

A temporada de 2015 começa com os três grandes clubes de Pernambuco de contrato assinado para jogar na arena em São Lourenço, cada um de seu jeito.

1) O Náutico, como se sabe, tem um acordo para mandar todos os seus jogos no estádio por trinta anos. Em vigor desde 2013.

2) Após as sete partidas no local em 2014, o Sport negociou outro pacote, agora com dez jogos, sendo quatro pelo Estadual e seis pela Série A.

3) Em seguida, o Santa Cruz anunciou um acordo de seis partidas na arena, sendo um pelo Pernambucano e o restante na Série B.

Nas partidas escolhidas por rubro-negros e tricolores, no Estadual, há uma particularidade: ambos escolheram mandar o clássico contra o Náutico.

A polêmica acerca do “mando de campo” na Arena Pernambuco, nesses clássicos, foi parar num conselho arbitral convocado às pressas pela FPF. E só a unanimidade entre os 12 participantes do torneio local poderá chancelar Leão e Cobra Coral como mandantes diante do Timbu, nesta edição.

Independentemente da votação, está claro que o cenário deverá ser adotado nos próximos anos, escrito (e claro) no regulamento original. E era essa a ideia para a operação do estádio. Desde o seu lançamento, em 15 de janeiro de 2009, sempre foi dito que os três grandes receberiam os seus principais jogos lá, sem exclusividade. Aos poucos, isso começa a se tornar real.

Afinal, trata-se de um campo neutro, administrado de forma público-privada.

Isso já ocorre há tempos, por exemplo, no Rio de Janeiro. O Vasco atua em São Januário, mas enfrenta Flamengo, Fluminense e Botafogo no Maracanã. Em Salvador, não é incomum o Vitória mudar o local do confronto contra o Bahia para a Fonte Nova, mesmo tendo o Barradão. É uma tradição nessas cidades, algo que, de fato, não existe no Recife, onde os principais clubes possuem estádios particulares. No entanto, ao menos fica claro que há onde se espelhar.

Para completar o cenário, existe uma lei estadual que obriga (sim, obriga) o trio a jogar ao menos duas vezes na arena, cada um, para que continuem fazendo parte do programa Todos com a Nota, com ingressos subsidiados.

Portanto, essa polêmica é um tanto rasa… e não passa de 2015.

Torcida do Náutico na Arena Pernambuco, contra o Sporting, em 2013. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Torcida do Santa Cruz na Arena Pernambuco contra o América-RN, em 2014. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Torcida do Sport na Arena Pernambuco.

A inversão do mando de campo em um clássico na Arena Pernambuco

Clássico na Arena Pernambuco. Arte: Maria Eugênia Nunes/DP/D.A Press

Um Clássico dos Clássicos com torcida invertida na Arena Pernambuco. A torcida do Náutico reduzida ao setor norte do anel superior e o público do Sport nos demais setores.

Nos quatro clássicos anteriores no local, pela Copa Sul-Americana, Estadual e Nordestão, o mando de campo foi do Alvirrubro, que tem um contrato assinado com o consórcio que administra o empreendimento. Contudo, bastou o primeiro clássico com mando rubro-negro para surgir a polêmica.

Ao negociar um pacote de dez jogos na arena em 2015, o Leão escolheu como primeiro jogo justamente o confronto contra o Timbu, em 8 de fevereiro.

A decisão fere a relação do Náutico? Seria uma inversão de campo?

O debate cresceu nas redes sociais, entre torcedores e jornalistas.

Aqui, a visão do blog.

A realização de um clássico contra o Náutico com mando do Sport, ou do Santa Cruz, em nada fere a relação dos alvirrubros com o consórcio. Primeiro porque o mando não é do Alvirrubro. E nem o estádio.

Claro, essa poderia ser uma cláusula prevista no longo contrato, privando o consórcio de abrir jogos assim. No entanto, esse tratamento diferenciado impediria a captação de recursos do empreendimento público-privado durante trinta anos. Aí, francamente, seria rasgar dinheiro (do estado).

Não é a presença da torcida alvirrubra no setor de visitante em um clássico como visitante que irá mudar a percepção do torcedor. Ou ao menos não deveria…

Em relação à inversão do mando, a história torna-se mais técnica.

Segundo o artigo 13 do regulamento geral das competições da FPF, “a modificação não se referirá às situações de inversão de mando de campo, o que considera, conforme a origem dos contendores, o âmbito das cidades no qual pertençam os clubes envolvidos, exceção feita à inversão recíproca, ou seja, a troca do mando de campos dos jogos de ida e volta, quando aprovada pelo DCO (diretoria de competições da FPF)”.

Inicialmente, a federação entendeu como inversão, tanto que vetou a mudança de praça. A direção rubro-negra argumentou que o estádio do Náutico é os Aflitos, sendo a Arena um campo “público” (e neutro), aberto a negociações com outros clubes. Não por acaso, dois contratos estão em vigor, do Náutico e do Sport.

Mais. Ainda há a obrigação, por parte do governo de Pernambuco, que os três grandes clubes do Recife joguem pelo menos duas vezes na arena para continuar fazendo parte do programa de ingressos subsidiados Todos com a Nota. Em 2014 o Santa recebeu o Porto na arena, e em 2015 o pacote rubro-negro prevê quatro partidas no Estadual.

Portanto, a inversão no Clássico dos Clássicos seria configurada com o mando do Sport exclusivamente na Ilha do Retiro, segundo o registro da FPF. E somente por isso.

Repito, esta é a visão do blog… e a sua? Comente.

Arena Pernambuco

Uma cruz no palco da Arena Pernambuco

Palco para show na Arena Pernambuco. Crédito: Arena Pernambuco

A Arena Pernambuco foi concebida para receber grandes shows, com até 55 mil pessoas acompanhando. O modelo principal seria a montagem de um palco em uma das metas, com o público no restante da arquibancada e no gramado. No entanto, este não é o único formato para um evento deste porte no estádio.

Um show religioso (25 anos da Obra de Maria) em janeiro deverá reunir até 35 mil pessoas no empreendimento em São Lourenço da Mata. Neste caso, com todos os espectadores sentados nas cadeiras da arena. Ninguém no campo. Lá, só o palco, mas no formato 360 graus.

Em vez de ocupar os 7.140 metros quadrados do campo, serão utilizados apenas 1.000 m², cobertudos com uma malha sintética de easyfloor. O palco propriamente dito, em formato de cruz (não por acaso) tem 500 m², com 15 metros de altura, com os artistas podendo circular nas passarelas.

Aqui, as projeções do novo palco para shows na Arena Pernambuco. A variação na estrutura, claro, aumenta a possibilidade de negócios.

Palco para show na Arena Pernambuco. Crédito: Arena Pernambuco

Um 6º estádio nos Jogos Olímpicos. Vaga aberta para a Arena Pernambuco?

Arena Pernambuco

Os torneios olímpicos de futebol serão realizados de 3 a 19 de agosto de 2016, com 16 seleções masculinas e 12 femininas. O planejamento inicial era de que a disputa, sob a vigilância da Fifa, ocorresse em cinco estádios: Maracanã, Mané Garrincha, Itaquerão, Mineirão e Fonte Nova. O número poderá aumentar.

O presidente do Comitê Organizador dos Jogos de 2016, Carlos Arthur Nuzman, afirmou em entrevista à Folha de S. Paulo que uma sexta arena está sendo cogitada. As concorrentes seriam as outras sete utilizadas no Mundial de 2014.

“Estamos conversando com as autoridades de cada uma dessas cidades para podermos definir se elas terão interesse. Imagino que no fim de janeiro tudo deve estar pronto”.

A partir disso, o blog repercutiu a informação junto à administração da Arena Pernambuco, especulada pelo próprio dirigente. Duas pergunas na pauta.

1) O consórcio já foi procurado pelo comitê do Rio-2016?
2) Há o interesse de receber algumas partidas da Olimpíada?

Eis a nota enviada ao blog pela assessoria do consórcio:

“A Itaipava Arena Pernambuco informa que, até o momento, não recebeu comunicados ou propostas do Comitê Olímpico Internacional. No entanto, a concessionária reforça seu constante interesse e compromisso em oferecer um conteúdo diversificado e de qualidade aos pernambucanos, buscando sempre uma agenda dinâmica de eventos esportivos e de outras modalidades, atendendo a seu perfil multiuso.”

Sobre a estrutura, pesa a favor de Pernambuco num possível pleito o fato de ter recebido jogos da Copa das Confederações (3) e da Copa do Mundo (5).

Por outro lado, até hoje não a Radial da Copa não foi finalizada…

Portanto, a articulação também cabe ao novo governador, Paulo Câmara. Foi assim na Copa das Confederações, com Eduardo Campos.

Seria interessante a realização de jogos Sub 23 em São Lorenço? Comente.