As 113 partidas de Philipp Lahm na Alemanha, com a história encerrada

Todos os 13 jogos de Philip Lahm na seleção da Alemanha. Crédito: twitter.com/GeniusFootball

De 2004 a 2014, o alemão Philipp Lahm disputou 113 partidas com a camisa da sua seleção, com cinco gols marcados.

Presente em três Mundiais, foi o capitão do tetra, no Brasil.

O jogador deixa a tradicional camisa branca com apenas 30 anos de idade, um tanto surpreendente. Eleito pela Fifa para a seleção da Copa de 2014, Lahm atuou pela Alemanha nas duas laterais e no meio campo. Polivalente, campeão.

O perfil Genius Football reuniu imagens dos 113 jogos do craque pelo time germânico. Será que muda de ideia até a Rússia, em 2018…?

De toda forma, a sua última imagem é com a Taça Fifa erguida no Maracanã. Nada mal.

O peso do 7 x 1 nos direitos econômicos

A goleada de 7 x 1 ainda vai aterrorizar a Seleção Brasileira por muito tempo.  A torcida, envergonhada com a pior derrota da história da Canarinha, e também os jogadores que fizeram parte do time verde e amarelo…

A Pluri Consultoria avaliou o peso da derrota entre os convocados. Dos 23 jogadores, apenas um (Neymar, que não esteve em camp) saiu valorizado…

Confira os dados, reunidos por Ed Wanderley, do Diario.

O Diario acompanhou a história in loco nas duas finais mundiais no Maracanã

Reportagens do Diario de Pernambuco nas finais da Copa do Mundo de 1950 e 2014. Crédito: Cedoc/DP/D.A Press

Rio de Janeiro – O jornalista Hélio Pinto foi um dos 173.850 espectadores no Maracanã em 16 de julho de 1950. Como tantos outros brasileiros naquela tarde, ficou em silêncio no fim da partida ao ver o seu scratch vencido pelos uruguaios. Um silêncio tomado pelos pensamentos de como contar a história que não queria, que não esperava. Não teve jeito, recorreu à máquina datilográfica e escreveu sobre a maior tragédia do futebol nacional até então.

Foram duas páginas com textos carregados, numa diagramação bem diferente dos tempos atuais. Com a manchete Campeões do mundo os uruguaios, a reportagem foi feita exclusivamente para o Diario de Pernambuco. Enviado especial do periódico, o repórter cobriu in loco à final da primeira Copa do Mundo no Brasil. O DP já havia publicado várias páginas para torneio, como a participação recifense no jogo Chile 5 x 2 Estados Unidos, na Ilha do Retiro.

A longa espera durou 64 anos até que o Mundial retornasse com outra final no Maracanã, em 13 de julho de 2014. Desta vez sem a Seleção, mas novamente com o Diario na tribuna, o que fez do jornal o único do estado nas duas decisões. Histórico. Lá, participei da cobertura ao lado de João de Andrade Neto, resultando no texto O título em boas mãos, além de outras matérias e conteúdo online, com imagens de Ricardo Fernandes, fotógrafo da equipe.

Num cenário modernizado, o Maraca recebeu 74.738 pessoas. Viram outro gol agônico, agora da Alemanha sobre da Argentina. Foi o derradeiro episódio da ampla cobertura do Superesportes na Copa. A linha diferenciada foi marcada pela distribuição de sedes, com jornalistas enviando matérias exclusivas de cinco cidades. Fortaleza (Celso Ishigami), Salvador (Brenno Costa), São Paulo (João de Andrade Neto) e Rio (eu). No Recife, Alexandre Barbosa e Daniel Leal cuidaram do trabalho na Arena. Todos credenciados pela Fifa.

Foram 28 jogos do Mundial com o Diario presente. Uma experiência para a ficar na memória de todos. E foi um enorme prazer escrever tanto de tão perto…

Uma Alemanha como nunca se viu, plenamente consagrada no Maracanã

Final da Copa do Mundo de 2014: Alemanha 1 x 0 Argentina. Foto: Mike Hewitt/Fifa/Getty Images

Rio de Janeiro – Nunca antes na história desse país um time de futebol curtiu tanto um campeonato, da fase preparatória ao troféu erguido diante dos olhares de todo o mundo. Historicamente vista com a seriedade de seu povo, essa brilhante Alemanha tetracampeã mudou completamente esse conceito, esbanjando carisma numa campanha quase perfeita. Goleada na estreia sobre o time do melhor do mundo, Cristiano Ronaldo, uma apresentação antológica no Mineirão, com o 7 x 1 sobre o Brasil em plena semifinal, e a vitória da técnica sobre a Argentina na finalíssima no Maracanã, num jogo de muita paciência, estendendo a emoção da Copa das Copas até a prorrogação.

Tudo isso intercalado pelas praias no sul da Bahia, pelas visitas em escolas públicas, brincadeiras na web e se arriscando no português com declarações de amor ao Brasil. Mesmo algoz da Seleção, não despertou tal sentimento na imensa torcida verde e amarela. O apoio brazuca na decisão deixou claro isso – tudo bem, ajudado pela rivalidade com os hermanos do outro lado.

A decisão terminou com apenas um gol, o 171º do Mundial, igualando um recorde de 1998. Saiu dos pés de Mario Götze. E saiu com muita força, dominando e batendo rápido frente a Romero. Golaço, definindo a terceira final da história entre os dois países. A tarde já havia virado noite e o tempo parecia se estender mesmo aos pênaltis. Eram sete minutos do segundo tempo da prorrogação, num jogo tenso, brigado do começo ao fim. A Argentina fez tudo o que Brasil quis ser em BH. Forte no meio e consciente de seu potencial, de suas armas. Mas numa Copa reconhecida pela tática, ficou mesmo pelo caminho.

Final da Copa do Mundo de 2014: Alemanha 1 x 0 Argentina. Foto: Martin Rose/Fifa/Getty Images

A partida ficará na cabeça de alguns jogadores para sempre. Tentarão esquecer Higuaín e Palacio, que ficaram cara a cara com o goleiro Neuer. Chutaram para fora, totalmente desmarcados. Para desespero de Messi, marcado de forma implacável e que esteve muito perto da consagração como gênio. Saiu com a Bola de Ouro. A Taça Fifa, viu só de longe. Ficou para uma próxima.

Enquanto isso, lembrarão sempre do triunfo no gigante estádio carioca Schweinsteiger, ícone de uma geração que vinha batendo na trave há tempos, e Klose, o maior artilheiro da história da Copa, com 16 gols. Foi o jogador mais aplaudido no Maraca durante toda competição, ao deixar o campo no finzinho do tempo normal. Entrou Götze. Esse aí, nem precisa falar. Tem apenas 22 anos e contará para muita gente, com orgulho, o que fez no já saudoso 13 de julho.

Primeira seleção europeia a conquistar o mundo na América do Sul, a Alemanha de certa forma repete o que fez a Canarinha em 1958, na Suécia, sendo o primeiro sul-americano campeão no Velho Mundo. A verdade é que o timaço germânico deixará o Brasil com a sensação de ter feito uma viagem inesquecível. Vieram, curtiram, jogaram muito e venceram. Fizeram história.

Final da Copa do Mundo de 2014: Alemanha 1 x 0 Argentina. Foto: Matthias Hangst/Fifa/Getty Images

A última Brazuca da Copa

A bola Brazuca da final do Mundial 2014, com Alemanha x Argentina. Foto: Adidas/divulgação

A ideia de confeccionar uma bola especial para a grande final surgiu na Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, quando a Adidas criou a dourada Teamgeist Berlin.

Ao agregar ainda mais valor à final entre a Azzurra e os Bleus, a ideia foi oficializada pela Fifa e pela fabricante de material esportivo nos torneios seguintes.

Na África do Sul, a Jabulani foi utilizada em 63 partidas, saindo de cena só na decisão entre espanhóis e holandeses, com a Jo’Bulani.

No Brasil, a Brazuca agora será a Brazuca Final Rio. Em todos os casos, a mudança é fundamenta na cor, sempre no tom dourado.

A pelota do 64º jogo do Mundial de 2014 já está com os nomes dos países finalistas gravados, Alemanha e Argentina.

Claro, a bola também entrou no mercado, à venda por R$ 399.

Veja as versões das bolas das últimas edições numa resolução maior aqui.

Bolas oficiais da Copa e das finais da Copa de 2006, 2010 e 2014. Crédito: Adidas/montagem de Cassio Zirpoli

Explicando os sete gols alemães no Mineirazo

Copa do Mundo 2014, semifinal: Brasil 1x7 Alemanha. Crédito: youtube/reprodução

A impiedosa goleada por 7 x 1 sobre o Brasil será debatida durante anos.

Nunca a Seleção havia sido tão humilhada em um jogo de futebol…

A busca por respostas permanece, mas na internet – com o seu humor inigualável e rápido – já acharam uma explicação bem plausível.

No Mineirão, a impressão era de que a Alemanha jogava sem marcação alguma.

Os gols iam saindo sem qualquer combate.

Pelo visto, era verdade…

Matthäus e Maradona com a companhia de Lahm ou Messi

Matthäus (1990) e Maradona (1986) comemorando os títulos da Copa do Mundo após finais entre Alemanha e Argentina

A grande final da Copa do Mundo de 2014 reunirá o melhor time da competição e a equipe liderada pelo melhor jogador dos últimos anos.

A disciplina tática associada à pura técnica e habilidade dos alemães contra a genialidade de Messi, apoiado pela garra de seus companheiros.

Alemanha x Argentina é um dos maiores clássicos da história do futebol.

Torcida verde e amarela à parte, decisão valoriza ainda mais o Mundial do Brasil.

O jogo deste 13 de julho, no Maracanã, será o sétimo confronto entre os dois países, igualando o recorde o Brasil x Suécia. Mas o recorde vai bem além disso. Será nada a terceira decisão em uma Copa. Até hoje, uma glória para cada lado.

Em 1986, o brilho eterno de Diego Armando Maradona, num 3 x 2 no estádio Azteca, diante de 114 mil torcedores.

Em 1990, a metódica seleção germânica ganhou por 1 x 0, com o gol de Andreas Brehme no Stadio Olimpico.

A negra em 2014 vem precedida da supremacia alemã nos últimos duelos. Não por acaso, em 2006 e 2010, derrotaram os argentinos nas quartas de final.

Ao 20º campeão mundial da história, a Taça Fifa, que será erguida pela terceira vez por uma mesma seleção, algo inédito desde a criação do troféu há quarenta anos.

Nas conquistas anteriores, os capitães foram Lothar Matthäus e Maradona. No Maraca, a honra caberá ao lateral Philipp Lahm ou ao atacante Lionel Messi…

De uma grande derrota no Mundial até a CPI. Mas sem dúvidas sobre a escalação

Ronaldo sendo interrogado na CPI CBF/Nike em 10 de janeiro de 2001

A acachapante derrota brasileira na final da Copa do Mundo de 1998, com Zinedine Zidane comandando a França no 3 x 0, deflagrou uma crise administrativa na CBF, chegando a uma investigação através de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI). Duas, na verdade, com uma no Senado e outra na Câmara. A investigação foi até junho de 2001.

A diligência focou o milionário contrato entre a CBF e a Nike, assinado em 1996 e que renderia US$ 160 milhões durante uma década. Contudo, os interrogatórios se estenderam aos integrantes do Mundial. Foram chamados Zagallo, Edmundo e Ronaldo, com a suspeita de que a fabricante, patrocinadora do Fenômeno, tivesse pressionado na escalação no Stade de France.

Quatro edições depois, a Seleção voltou a sofrer um golpe duríssimo em campo. A humilhante derrota na semifinal, em casa, deixará marcas na história da paixão nacional. O 7 x 1 aplicado pela Alemanha pode ser o recomeço organizacional da Confederação Brasileira de Futebol.

Talvez não chegue a tanto, com uma nova CPI – uma ameaça constante à entidade. Mas, sobretudo, que os deputados não façam perguntas pertinentes como essas abaixo, em 10 de janeiro de 2001…

O sr. deputado Eduardo Campos – O Zagallo tinha… No esquema tático da Seleção, você tinha um papel… É fato, foi noticiado à época em alguns jornais, você tinha um papel na marcação do Zidane ou… ou isso é conversa do…

O sr. Ronaldo Luís Nazário de Lima – Quem tinha? Eu tinha um papel?

O sr. deputado Eduardo Campos – Sim, na… no esquema tático, na marcação do Zidane?

O sr. Ronaldo Luís Nazário de Lima – Isso vai ajudar muito na… na… na CPI?

O sr. deputado Eduardo Campos – Vai. Eu acho que vai. Senão, não teria perguntado.

O sr. Ronaldo Luís Nazário de Lima – Tudo bem. Eu não me recordo da marcação no Zidane, quem tinha que marcar.

O sr. deputado Eduardo Campos – Não recorda.

O sr. Ronaldo Luís Nazário de Lima – Tu diz na hora do gol do… do…

O sr. deputado Eduardo Campos – Não. Na hora do gol, não.

O sr. Ronaldo Luís Nazário de Lima – … ou durante o jogo?

O sr. deputado Eduardo Campos – Durante o jogo.

O sr. Ronaldo Luís Nazário de Lima– Ah, eu não me recordo quem deveria marcar o Dunga… o… o Zidane. Acho que quem deveria não marcou muito bem, também, não é?

O sr. deputado Eduardo Campos – Porque foram dois, né? (Risos.)

O sr. Ronaldo Luís Nazário de Lima – Pois é.

O sr. presidente (deputado Nelo Rodolfo) – Satisfeito, Deputado?

O sr. deputado Eduardo Campos – Satisfeito.

Pois é, acredite. Antes dos dois mandatos de governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) cumpriu três mandatos na câmara dos deputados, de 1995 a 2007, e foi um dos componentes da CPI CBF/Nike.

Sobre o relatório final, que acabou reprovado – sem surpresa alguma, como fica claro -, confira a íntegra do documento de 220 páginas aqui.

Brasil sofre a sua maior goleada em 100 anos e Alemanha toma recorde do Uruguai

Copa do Mundo 2014, semifinal: Brasil 1x7 Alemanha. Foto: Jefferson Bernardes/VIPCOMM

A blitz germânica sobre a Seleção Brasileira com 7 a 1 em pleno Mineirão foi o maior placar em uma semifinal de Copa do Mundo em todos os tempos. Até hoje, o recorde era da pioneira edição em 1930, com Argentina e Uruguai massacrando Estados Unidos e Iugoslávia por 6 a 1, respectivamente. No entanto, essa goleada sofrida pelo time verde e amarelo em 2014, em casa, foi bem além. A derrota foi a pior da centenária história do futebol da Canarinha.

A marca anterior, de 6 a 0, durava 94 anos. Em 1920, o Brasil, basicamente uma convocação carioca com o reforço do atacante Alvarizza, do Brasil de Pelotas, havia vencido o anfitrião Chile na estreia do Sul-Americano. No dia do confronto contra o Uruguai em Viña del Mar, no litoral chileno, o time – que ainda vestia um uniforme branco – entrou como líder, pois o clássico platense havia terminado empatado. Ledo engano. O Uruguai, ainda sem os títulos olímpicos, passou por cima. Goleou com três gols em cada tempo. No primeiro tempo, uma semelhança com o desastre em Belo Horizonte.

Nesta terça-feira, o time de Felipão sofreu quatro gols da Alemanha dos 23 aos 29 minutos. Há quase século, foram três gols uruguaios dos 23 aos 29. No fim daquela competição continental, o Uruguai terminou com o título, enquanto o Brasil foi o 3º lugar. Catorze anos depois, outra grande derrota da Seleção, em Belgrado, quando a antiga Iugoslávia venceu por 8 a 4, na maior quantidade de gols já sofrida pelo país em uma só partida – recorde que Mesut Özil chutou para fora a chance de igualar aos 44 minutos do segundo tempo.

Aquele amistoso ocorreu seis dias depois da eliminação brasileira no Mundial de 1934, na Itália. Na volta da delegação ao país, de navio, a equipe chegou a ser derrotada pelo Santa Cruz por 3 a 2 no antigo Campo da Avenida Malaquias, no Recife. Não há qualquer registo audiovisual dessas antigadas goleadas, ao contrário do Mineirazo na semifinal da Copa de 2014, exibida em alta definição para 200 países. Será simplesmente impossível esquecer.

Maior goleada da história da Seleção (em casa e em um Mundial)
08/07/2014 Brasil 1 x 7 Alemanha

Maior goleada sofrida em um Sul-Americano
18/09/1920 Uruguai 6 x 0 Brasil

Maior quantidade de gols sofrida
03/06/1934 Iugoslávia 8 x 4 Brasil (amistoso)

Jogadores do Uruguai no Sul-Americano, 1920, quando venceram o Brasil por 6 a 0. Crédito: AUF/divulgação

Os ensinamentos de Romário aos mundialistas

Vídeos do Ensina, Romário!

Os sites no formato “tumblr” costumam ter postagem curtíssimas, monotemáticas. Alguns duram pouco tempo – até 24 horas, após o sucesso instantâneo na web. Não pare ser o caso da versão criada por Júlio César Cardoso, com o Ensina, Romário!.

A premissa é bem simples. Basta pegar algum chute perdido por qualquer atacante e mostrar um lance parecidíssimo com o craque brasileiro mandando para as redes. O primeiro vídeo foi publicado em 2013, com uma finalização de Alecsandro na final da Libertadores do mesmo ano e um gol de Romário no início de sua carreira no Vasco, em 1985.

Agora, o tumblr ganhou popularidade ao comparar os lances da Copa do Mundo de 2014, sempre com o ensinamento do campeão mundial de 1994. Já foram mais de cem vídeos. Abaixo, o primeiro e os cinco mais recentes, da Copa.

1º) Romário: ensina o Alecsandro! Mané biquinho de direita por cima, porra! Enfia a canhota!  (29/12/2013)

114º) Após confusão na área, a bola sobra para Mostefa, que bate pra fora! Ensina, Romário! (30/06/2014)

115º) Lançado com liberdade, Drmic tenta encobrir o goleiro e….falha de forma ridícula! Ensina, Romário! (01/07/2014)

116º) Foram tantos os gols perdidos em Bélgica x Estados Unidos, que foi preciso fazer uma edição especial (01/07/2014)

117º) Higuaín faz ótima jogada, mas exagera na força e finaliza por cima do gol! Ensina, Romário! (05/07/2014)

118º) Messi é lançado com liberdade, sai na cara do goleiro e… perde! Ensina, Romário! (05/07/2014)