No acervo do Diario, a cronologia sobre a oficialização do quadrangular final do Campeonato Brasileiro de 1987

Edições do Diario de Pernambuco de 10 de setembro a 15 de setembro de 1987. Crédito: Arquivo/DP

Há quase três décadas é comum escutar de torcedores e, sobretudo, jornalistas, de todos os cantos do país, que o decisivo cruzamento envolvendo os dois primeiros colocados dos módulos amarelo e verde, em 1987, surgiu apenas com o campeonato em andamento, o que negaria segundo os mesmos o direito de Sport e Guarani na disputa. Essa é a base da polêmica sobre o Campeonato Brasileiro, ainda sob análise do Supremo Tribunal Federal para decidir sobre um campeão (Sport) ou dois (Sport e Flamengo).

Trata-se de uma visão rasa da história. Em 2013, o blog publicou um registro do tradicional Jornal do Brasil, do Rio, com a cronologia da confusão, datada na abertura da “Copa União”. No texto do Jornal do Brasil, no dia 11 de setembro de 1987, é possível conferir a primeira vez em que o quadrangular final foi citado, em 24 de julho, 48 dias antes da primeira rodada. Vasculhando arquivos de jornais do país, torcedores leoninos encontraram também uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo sobre a reunião no dia 8, na sede da federação carioca, quando dirigentes dos clubes do módulo amarelo e Eurico Miranda, o representante o Clube dos 13, concordaram com a realização do quadrangular.

Aproveitando o resgate , o blog foi ao acervo do Diario de Pernambuco no mesmo período, com o jornal cobrindo intensamente a polêmica nos bastidores, uma vez que dois times locais estavam envolvidos diretamente, Sport e Náutico. O outro representante do estado, o Santa, fazia parte do verde.

A seguir, as reportagens na decisiva semana para a criação do regulamento:

09/09 – João Guerra, o presidente timbu, vibra com a vitória na CBF, a reunião ocorrida um dia antes: “clubes do Amarelo conseguiram mudar o regulamento do Campeonato Nacional, que vai ter cruzamento entre os dois grupos – Verde e Amarelo – para ser conhecido o campeão brasileiro deste ano”.

10/09 – Não havia “site oficial”, obviamente. Assim, os comunicados oficiais eram divulgados através de fax. Dois dias após a reunião conciliatória, a direção da CBF ainda não havia enviado o regulamento oficial, o que preocupou Homero Lacerda, mandatário leonino na época. “Se ferir os direitos do Sport, vamos dar entrada na Justiça Federal” (dito e feito, tempos depois).

10/09 – Presidente da CBF, Otávio Pinto Guimarães garante o início do Brasileirão no dia 11, uma sexta-feira (a data da publicação da notícia), com Palmeiras x Cruzeiro: “Podem ficar tranquilos, a bola vai rolar”. Ele reconhece o recebimento dos documentos com o entendimento. Mesmo em processo de análise, disse que o acordo estava “avalizado”, restando a homologação. 

11/09 – Sem o regulamento chancelado nas mãos, seis clubes do Módulo Amarelo se negam a jogar (Sport, Náutico, Vitória, Portuguesa, América-RJ e Atlético-GO), ameaçando paralisar toda a competição. Pressionada, a CBF suspende as partidas. “Só jogamos diante de uma garantia da CBF”, afirma Fred Oliveira, irmão de Carlos Alberto e presidente da FPF na época.

13/09 – Em vez de jogos em Limeira e na Ilha do Retiro, suspensos, as atenções de torcedores alvirrubros e rubro-negros foram para o protesto em conjunto no Recife, questionando a organização e a transmissão da competição, com ameaça da venda dos direitos do Módulo Amarelo ao SBT e à Record.

14/09 – Enfim, o telex circular de nº 062 foi enviado pela CBF ao Recife, com o artigo sexto do regulamento do Brasileiro: “O campeão e o vice-campeão das Taças João Havelange (Verde) e Roberto Gomes Pedrosa (Amarelo) disputarão, em quadrangular, o título de campeão e vice-campeão brasileiro de 1987, ficando de posse da Copa Brasil 87 (troféu) e classificados para representar a CBF na Taça Libertadores da América de 1988”.

16/09 – Estreia do Sport, com empate em 1 x 1 com o Atlético-PR na Ilha.

17/09 – Estreia do Náutico, com derrota diante do Criciúma, 2 x 0, fora de casa. 

Veja as páginas das edições citadas: 10/09, 11/09, 11/09, 12/09, 13/09 e 15/09.

O restante do regulamento foi escrito às pressas, pois a bagunça seguia, não há como negar. Com a assinatura do Clube dos 13 no documento? Conforme escrito na própria sentença de 11 páginas a favor do Leão, através da Justiça Federal, em 1994, existiu um “acordo tácito”. Ou seja, os clubes do módulo verde se submeteram às regras normativas da CBF, ao seu tribunal, aos seus árbitros, à sua organização e à sua chancela. Em 2016, o ministro Marco Aurélio Mello deve dar o seu parecer sobre o recurso extraordinário do clube carioca no STF. A papelada está nas suas mãos desde 12 de maio de 2015. Um calhamaço. Cronologicamente, a compreensão parece ser mais simples.

Personagens de 1987 sentados lado a lado na CBF, mas falando apenas do futuro

Assembleia Geral Extraordinária da CBF, em 8 de junho de 2015. Foto: CBF/Site Oficial

Às pressas, o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, convocou uma Assembleia Geral Extraordinária com os clubes da Série A de 2015. O objetivo com os dirigentes dos principais times era oferecer vantagens (autonomia) nos arbitrais das próximas edições em troca de apoio, uma vez que o mandatário encontra-se bastante pressionado após a divulgação da investigação do FBI.

Na sede da Confederação Brasileira de Futebol, na Barra da Tijuca, no Rio, 18 clubes foram representados, incluindo 15 presidentes. A composição de uma das mesas, no entanto, foi de uma coincidência incrível. Sentados lado a lado, quatro dos principais personagens do Campeonato Brasileiro de 1987.

Primeiramente, os presidentes de Sport e Flamengo, João Humberto Martorelli e Eduardo Bandeira de Mello, protagonistas da disputa pelo título, entre a posse exclusiva do Leão ou a divisão entre os rubro-negros, dependendo do Supremo Tribunal Federal. Ambos pediram a palavra durante o evento, sobre mudanças estaturárias. Na sequência da bancada, Carlos Miguel Aidar, presidente do São Paulo hoje e em 87, quando também presidia o Clube dos 13, grupo que organizou a Copa União, segregando o campeonato nacional. Por último, Eurico Miranda, todo poderoso do Vasco, hoje e ontem. Coube a Eurico representar o Clube dos 13 no conselho arbitral da competição oficial, assinando, em nome dos 16 times do “Módulo Verde”, o regulamento com o cruzamento final.

Em 2015, tanto tempo depois, talvez o assunto nem tenha sido debatido, nem por um segundo, até mesmo porque a pauta atual era bem relevante. Contudo, bastará haver o posicionamento do STF, seja qual for a resposta, para os quatro nomes voltarem ao passado, na época dos incontáveis bate-bocas na antiga sede da CBF, na Rua da Alfândega, bem no centro do Rio de Janeiro…

Assembleia Geral Extraordinária da CBF, em 8 de junho de 2015. Foto: CBF/Site Oficial

O incompleto documentário sobre a Copa União de 1987

DVD "Copa União"

O Campeonato Brasileiro de 1987 é, disparado, o mais polêmico da história. Discutido até hoje, com reviravoltas até hoje. E inúmeras versões até hoje…

É inegável que o tema merecia um documentário. Pois o filme foi produzido, com 1 hora e 45 minutos. Pela Fla Filmes, com a apoio da Globo Marcas.

Além da campanha do excelente time do Flamengo em 1987, na disputa do Módulo Verde, o vídeo conta com inúmeros depoimentos de personagens centrais daquele campeonato. Sobretudo o campo jurídico, cujo imbróglio durou mais de uma década, favorável ao Sport.

Dirigentes e ex-presidentes de grandes clubes, advogados, ex-jogadores e jornalistas. Clubes dos 13, Flamengo, CBF, Inter, Vasco, Zico…

Até José Neves, presidente do Santa na época, foi ouvido. Porém, não há depoimento algum de dirigentes do rubro-negro pernambucano. Apenas trechos curtíssimos de reportagens de 2011 e 2013 com Milton Bivar e Gustavo Dubeux.

Todos os demais envolvidos foram entrevistados exclusivamente para o filme. Compreensível pela origem da produção, mas fere de morte a ideia de “documentário” sobre o infindável Brasileiro de 1987.

Além da claríssima ausência de Homero Lacerda, alguns tópicos estão incompletos, como por exemplo a entrada do Sport no Clube dos 13 em 1997, quando foi imposta ao clube a divisão do título em troca do ingresso.

No filme, claro, foi lembrado. Não a resposta do Leão na mesma ata (veja aqui).

À venda por R$ 24,90, o vídeo também já está disponível na grade da televisão. Abaixo, a sinopse no Canal Brasil. Confira o trailer aqui.

Um filme sobre o Flamengo no torneio, ok. Documentário? Jamais.

Programação do Canal Brasil com o filme "Copa União". Créditohttps://twitter.com/sportdepressao

Impasse na opinião sobre ampliação do Clube dos 13

Clube dos 13

Foram 551 votos na enquete sobre a possível ampliação no número de times filiados do recriado Clube dos 13, atualmente com 20 membros.

Na torcida do Sport, 70% não acredita no aumento do quadro para 40 clubes. Talvez para manter o Leão como único representante local na entidade…

Por outro lado, tricolores e alvirrubros tiveram opiniões bem parecidas, como mostra o percentual das três opções elaboradas pelo blog para a enquete.

Nos dois casos, a principal escolha foi o “sim”, confirmando o aumento, até porque o C-13 encontra-se enfraquecido, desde que perdeu a autoridade de distribuir as cotas de transmissão do Campeonato Brasileiro. Saiba mais sobre o assunto aqui.

Na soma das três torcidas, o “sim” teve 33,76%, contra 47,91% do “não”. A opção “indiferente” ficou em 18,33%. Confira abaixo os resultados separados por clube.

Você acha que o Clube dos 13, recriado no fim de 2011, poderá ampliar o número de times filiados, de 20 para 40 clubes?

Sport – 271 votos
SportSim. O C13 está enfraquecido – 16,60%, 45 votos
Não. Continuará elitizado – 70,85%, 192 votos
Indiferente, sem as cotas de TV – 12,55%, 34 votos

Santa Cruz – 143 votos
Santa CruzSim. O C13 está enfraquecido – 48,95%, 70 votos
Não. Continuará elitizado – 26,57%, 38 votos
Indiferente, sem as cotas de TV – 24,48%, 35 votos

Náutico – 137 votos
NáuticoSim. O C13 já está enfraquecido – 51,82%, 71 votos
Não. Continuará elitizado – 24,82%, 34 votos
Indiferente, sem as cotas de TV – 23,36%, 32 votos

Na soma das três torcidas, o “sim” teve 33,76%, contra 47,91% do “não”. A opção “indiferente” ficou em 18,33%.

Enquete: Portas abertas no Clube dos 13?

Clube dos 13

Outrora, banco de cotas de transmissão pela TV, agora um bloco de representação.

Após nove meses no limbo, o Clube dos 13 retomou as atividades.

Um novo estatuto será criado, após tantas mudanças na estrutura nos últimos 24 anos.

Seria esta a oportunidade para uma entidade, teoricamente enfraquecida, abrir espaço para novos sócios? A princípio, sem a distribuição de milhões ano a ano…

Fundada com 13 clubes, a agremiação foi ampliada duas vezes. Primeiro para 16 equipes, em junho de 1997, e depois para os atuais 20 clubes, em dezembro de 1999.

Na articulação vigente, com contatos há mais de três anos, o Clube dos 13 cresceria para pelo menos 40 clubes. Espaço para muitos times tradicionais. Será?

Saiba mais sobre a volta do Clube dos 13 clicando aqui.

Você acha que o Clube dos 13, recriado, poderá ampliar o número de times, de 20 para 40?

  • Sport - Não. Continuará elitizado (35%, 192 Votes)
  • Náutico - Sim. O C13 já está enfraquecido (13%, 71 Votes)
  • Santa Cruz - Sim. O C13 está enfraquecido (13%, 70 Votes)
  • Sport - Sim. O C13 está enfraquecido (8%, 45 Votes)
  • Santa Cruz - Não. Continuará elitizado (7%, 38 Votes)
  • Santa Cruz - Indiferente, sem as cotas de TV (6%, 35 Votes)
  • Náutico - Não. Continuará elitizado (6%, 34 Votes)
  • Sport - Indiferente, sem as cotas de TV (6%, 34 Votes)
  • Náutico - Indiferente, sem as cotas de TV (6%, 32 Votes)

Total Voters: 551

Carregando ... Carregando ...

Da implosão à reconstrução. Eis o Clube dos 13…

Clubes dos 13

Em 24 de fevereiro deste ano, o Clube dos 13, criado em 1987, sofreu uma implosão.

A era de negociações em bloco com as emissoras de televisão havia acabado.

Numa manobra mal executada, para tentar propor um leilão de grande porte envolvendo TVs aberta, fechada e internet, a entidade acabou sofrendo um contragolpe da Rede Globo, que negociou individualmente com seus 20 integrantes.

Quase nove meses depois, numa articulação silenciosa, o Clube dos 13 está de volta…

Para o bem ou para o mal, a entidade está novamente de pé, após uma assembleia geral, propondo novos objetivos, à parte da TV, acordada com os filiados até 2015.

Fábio Koff, presidente desde janeiro de 1996, será reconduzido ao posto.

O Sport e Flamengo se matam pelo título brasileiro de 1987, mas, vejam só, serão os dois redatores do novo estatuto do Clube dos 13. Justiça, justiça, negócios à parte.

Necessitando de apoio, a entidade pode, enfim, abrir espaço para novos filiados…

Porém, em Pernambuco, o blog entrou em contato com alvirrubros e tricolores. Os dois presidentes, Antônio Luiz Neto e Berillo Júnior, receberam a informação com surpresa.

Nada de convites a Náutico e Santa Cruz até o momento.

E para isso acontecer, o Sport precisa mudar o estatuto…

Os números da vitória na televisão

Os leitores costumam colaborar bastante com o blog, tanto com críticas e ideias quanto com informações colhidas nos bastidores.

No caso, eis os possíveis valores fechados pelos 20 clubes do Clube dos 13 com a Rede Globo pelos direitos de transmissão do Brasileirão de 2012 a 2015, em um incrível orçamento de 4,2 bilhões, dos quais 74,7% vão ficar nas mãos dos 12 maiores clubes.

Globo1º) Flamengo – 396 milhões de reais
2º) Corinthians – 384 mi
3º) São Paulo – 300 mi
4º) Palmeiras – 297 mi
5º) Vasco – 250 mi
6º) Santos – 246 mi
7º) Cruzeiro e Atlético-MG – 227 mi
9º) Gremio – 221 mi
10º) Internacional, Fluminense e Botafogo –  218 mi
13º) Atlético-PR, Coritiba, Bahia, Vitória, Sport, Goiás, Guarani e Portuguesa – 135 mi

No maior acordo da história do futebol nacional, que deverá ser assinado ainda neste mês, cada clube receberia 10% dos valores apresentados acima já na assinatura, como “luvas”. Dos 20 integrantes do C-13, apenas Lusa e Guarani não receberiam a verba integral em caso de ausência na Série A. Assim, o valor cairia para 35%.

Caso outro clube alcance a elite, ele irá negociar valores específicos por um ano.

Considerando que o Sport receberá R$ 13 milhões nas luvas, o Leão vai ganhar R$ 2,5 milhões mensais durante quatro anos. Haja dinheiro.

Se a diferença de investimento local já era enorme, agora ficará brutal.

Por sinal, vale a dúvida: uma vez que a Rede Globo negociou diretamente com cada clube, à parte do C-13, o que falta para que Náutico e Santa Cruz entrem na pauta?

Audiência, torcida, marca?!

Sport e Vitória, via Clube dos 13

Clube dos 13 parabeniza Sport e Vitória pelos respectivos aniversários em 13 de maio de 2011

Rubro-negros, nordestinos, leoninos, centenários, aniversariantes no mesmo dia e rivais.

Sport e Vitória, duas das maiores forças do futebol do Nordeste, voltam a se encontrar no Campeonato Brasileiro. A última vez havia sido na Série A de 2009.

Na descrição no início do post faltou uma informação: ambos integram o Clube dos 13.

Abaixo, as mensagens oficiais de parabéns da entidade pelo aniversário da dupla no último 13 de maio, assinadas pelo presidente da agremiação, Fábio Koff (veja AQUI).

“O Sport tem papel fundamental no cenário do esporte brasileiro. Sua torcida é muito apaixonada e sempre contribui para o espetáculo do futebol. Meus parabéns ao presidente Gustavo Dubeux e a todos que fazem do time pernambucano parte essencial nos campeonatos no Brasil”.

“O Vitória promove um dos maiores clássicos do Brasil. É uma potência do futebol nordestino. Esse ano o clube já tem demonstrado sua força, está na final do Campeonato Baiano. No campeonato nacional, torcemos para que o time faça uma bela campanha e volte a figurar na elite do futebol brasileiro”.

Nota-se uma visão do C-13 sobre cada clube. Mensagens com o mesmo peso?

Com mais de uma década na entidade, cada um já recebeu cerca de R$ 100 milhões em cotas de transmissão na TV. Dinheiro suficiente para deixar claro que este confronto não deveria estar agendado para a segunda divisão do país…

Vai acabar passando na TV Senado…

Pânico na TV, da Rede TV

Por R$ 516 milhões, a Rede TV! ganhou a licitação para adquirir os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro na televisão aberta em 2012.

O valor foi R$ 16 milhões acima do lance mínimo. No futebol, foi uma merreca.

Esse investimento é o de uma temporada, pois o contrato tem validade de três anos.

Assim, o contrato de R$ 1,4 bilhão (2009-2011) subiu para R$ 1,548 bilhão (2012-2014).

Das emissoras que anunciaram interesse em comprar o pacote da Série A, a vencedora divulgada nesta sexta-feira é a que tinha menos chances.

Por uma leitura muito óbvia: menos capital, cash, dinheiro, money, faz-me rir…

A vitória, no entanto, veio através de desistências.

Primeiro com a Rede Globo, que havia dito que não responderia à carta-convite do Clube dos 13 para a licitação, optando por negociar individualmente com cada clube.

Conseguiu convencer 12 dos 20…

Com uma entidade esvaziada, foi a vez da Record – cuja proposta nos bastidores seria de R$ 1 bilhão por ano – deixar o barco, já sem leme, sem vela. Tomou o mesmo caminho das conversas reservadas.

Com o caminho livre, a Rede TV!, conhecida pela transmissão aos sábados da Série B, ganhou a disputa. Venceu, mas não deve levar.

É preciso ter a assinatura dos 20 clubes do C-13, segundo os dirigentes das equipes.

Para a associação, porém, o documento com a procuração de todos já é suficiente.

Ou seja? Outro dado óbvio: batalha na justiça.

Duas emissoras fechadas com equipes distintas e uma terceira com um suposto pacote para a transmissão de todos as partidas em sinal aberto.

É bom o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) se mexer logo, pois a briga é em larga escalha, com muito dinheiro envolvido.

Alguém vai ceder e sair da disputa ou haverá um acordo duplo (triplo)?

De qualquer forma, vale lembrar das narrações do experiente Silvio Luiz (hoje na Rede TV!), eternizadas também no game Pro Evolution Soccer 2011.

O narrador, conhecido pelos tom debochado nas locuções, foi o escolhido no país após uma pesquisa de campo com torcedores/gamemaníacos. Abaixo, Flamengo x Corinthians. Quem sabe não será assim em jogos de verdade na elite na próxima temporada?

Uma liga com critérios

Filme: De volta para o futuro

Liga de futebol.

O mais perto que o Brasil chegou disso foi em 1987, quando os critérios técnicos adotados pelo recém-criado Clube dos 13 colocaram em xeque para sempre aquele ano.

Para se ter uma ideia do que representaria aquela ação, basta dizer que a Premier League da Inglaterra, a mais rica do mundo, só foi criada cinco anos depois…

Negociações em bloco, captação de recursos, organização profissional, agilidade em reformas… Tudo para transformar o esporte (futebol) em entretenimento.

Agora, com o racha C-13/CBF/Globo/etc, o tema voltou com força. Como “solução”.

É impressionante a quantidade de gente que apura nos bastidores a criação desta liga já para 2012, mas que é incapaz de sequer questionar a sua validade…

Partindo de uma premissa: critérios técnicos. Difere de receita, torcida… Vale o campo!

Na composição da sua “Copa União” em 1987, o Clube dos 13 tentou enxugar uma competição de 48 clubes no ano anterior para apenas 16 competidores.

Entre eles não estavam, por exemplo, o Guarani, vice-campeão de 1986, e o América/RJ, semifinalista. Sabemos o desfecho deste episódio…

Então, vale o questionamento sobre o direito adquirido. Está no Estatuto do Torcedor.

Capítulo III (Regulamento da competição), artigo 10. Confira AQUI.

Liga com 16, 18, 20 clubes… Ok. Mas é a ferramenta de acessos e descenso em 2011?

Nesta temporada, vão cair quatro para a Segundona e de lá subirão outros quatro.

Se a tal liga tão citada nos bastidores surgir, ela passará por cima disso?

Se for, é melhor avisar logo aos 20 times da Série B, pois um campeonato nacional sem possibilidade de acesso à elite não demanda investimento algum. Neste ponto, Sport e Náutico estão entre as maiores folhas, diga-se, com R$ 1,2 milhão e R$ 800 mil.

O choque de informações chega a apontar uma competição com vagas por mercado, indicando, inclusive, uma “vaga” para Pernambuco. Ainda que ninguém suba.

Não faz sentido. Creio que torcedor algum quer seu clube entrando pela “janela”.

A favor da liga, mas desde que sejam respeitados todos os critérios de classificação.

Caso contrário, seja bem-vindo “1987”…