O primeiro ato brasileiro em sua Copa com a assinatura de Neymar

Copa do Mundo de 2014, fase de grupos: Brasil x Croácia. Foto: Jefferson Bernardes/VIPCOMM

Os 62.103 torcedores cantando em voz alta o hino nacional com os jogadores visivelmente emocionados já foi de arrepiar. A atmosfera estava pronta.

Era o início da festa no Itaquerão. Outra vibração assim em São Paulo, só aos 45 minutos do segundo tempo, em um jogo tenso e bem disputado. Brasil 3 x 1.

Após a festa de abertura sem sal, o começo da partida não foi dos melhores. A responsabilidade de atuar em casa realmente é grande, pesa.

A cobertura dos laterais brasileiros foi falha durante boa parte do jogo. E o bem armado time da Croácia aproveitou cedo. E ainda contou com a ajuda…

A meta de Júlio César foi vazada aos 11 minutos, após bola cruzada pelo lado esquerdo, passando em sequência por Thiago Silva, Luiz Gustavo e David Luiz.

A Brazuca acabou nos pés de Marcelo, de uma infelicidade tremenda. Marcou o primeiro gol contra da Seleção em toda a história dos Mundiais.

Copa do Mundo de 2014, fase de grupos: Brasil 3x1 Croácia. Foto: Jefferson Bernardes/VIPCOMM

O empate veio num chute quase despretensioso de Neymar, ainda na primeira etapa. Lance para acalmar a Canarinha, para trazer de volta a torcida. O time canarinho queria jogo, não se absteve do ataque.

A primeira mudança de Felipão aconteceu aos 20 do segundo tempo. Paulinho, ainda em recuperação, deu lugar ao pernambucano Hernanes. O Profeta é o reserva mais acionado nesta Era Scolari. Nesta tarde, limitou-se à marcação.

A virada minutos depois, mas numa penalidade mandrake marcada pelo árbitro japonês Yuichi Nishimura, bem confuso nos seus critérios.

Fred caiu na área, sem sofrer qualquer contato. Na cobrança, Neymar mandou para as redes e já largou na artilharia – algo simbólico, uma vez que o camisa 10 é a maior aposta do país na Copa do Mundo de 2014.

No finzinho, o lance mais bonito. Num contragolpe rapidíssimo, Oscar – muito bem – tocou de biquinho, de fora da área. Acertou o cantinho do goleiro croata.

Do banco, para onde havia ido há pouco descansar, Neymar abriu o sorriso de vez. E ainda seria eleito pela Fifa, justamente, o craque do dia.

Copa do Mundo de 2014, fase de grupos: Brasil x Croácia. Foto: Jefferson Bernardes/VIPCOMM

“E se o Brasil for a sede da Copa daqui a vinte anos?” A conversa real de meninos olindenses no tetra

Brasil tetracampeão mundial de futebol em 1994, nos Estados Unidos. Foto: Fifa/divulgação

Acredito que todo mundo, quando criança sobretudo, já teve conversas com amigos imaginando o futuro, mas daqueles bem utópicos.

“Já pensasse… Uma Copa do Mundo aqui no Brasil?”

“Peraê, né véi… Já teve aquela de 1950. Duvido que a Fifa faça outra aqui.”

“Danosse.”

“Mas e se fizesse? Será que colocariam o Recife de novo? E seria muito maior, com 24 países. Seria arretado, vá por mim.”

“Seria, né velho. Mas tás viajando na maionese. A gente teria que construir um bocado de estádio. O Brasil tá liso.”

“Era só reformar o Arruda. Ano passado deu quase 100 mil lá com a Seleção. Como é que tu vai dizer que não serve? Ainda tem o Maracanã, o Morumbi, a Fonte Nova, o Serra Dourada…”

“Bote fé, po. Mas a turma ia roubar tão pouquinho mesmo…”

“Vixe, nem fale. Mas daqui a 20 anos a gente vê então.”

Não exatamente com essas palavras, mas algo bem próximo disso aconteceu em 1994, na época do tetra, em Rio Doce, Olinda. Na rodinha de conversa furada, eu e meus amigos, entre 11 e 12 anos de idade.

Após um tempão com cada um querendo falar mais alto que o outro, o consenso foi de que, se tivéssemos uma chance, seria com no mínimo vinte anos.

Com boa vontade e ainda achando impossível. A arenga logo tomou outro rumo, sobre sobre quem seria o Romário do futuro…

Quanto à Copa do Mundo, o maior evento com o esporte mais popular que existe, era algo realmente distante da gente, sempre alvo de admiração.

Tinha sido assim em 1990, na Itália. Foi, e como, em 1994, nos Estados Unidos. Dos 24 países imaginados, a competição evoluiu para 32. Cada vez mais agigantada.

Veio a beleza da França em 1998, a tecnologia de japoneses e sul-coreanos em 2002 e a plena organização germânica em 2006. Aquela mesma emoção guardada a cada quatro anos sempre voltava bem viva durante o Mundial.

Até que em 30 de outubro de 2007, direto da sede da Fifa, em Zurique, Joseph Blatter tirou de um envelope um papel branco com o seguinte texto na cor azul:

2014 Fifa World Cup Brazil

Era fato. O país seria novamente a sede de uma Copa do Mundo. O momento econômico em expansão, os índices sociais enfim melhorando.

A história havia, sim, virado a nosso favor.

Joseph Blatter confirma o Brasil como país-sede da Copa do Mundo de 2014, em 30 de outubro de 2007. Foto: Fifa/divulgação

Na ocasião, a escolha veio com a seguinte mensagem. Curta e direta.

“O Comitê Executivo decidiu, unanimamente, dar a responsabilidade, não apenas o direito, mas a responsabilidade de organizar a Copa de 2014 ao Brasil.”

Teríamos sete anos para nos prepararmos. Nunca um país havia tido tanto tempo para fomentar a infraestrutura e logística necessária.

Estádios, aeroportos, mobilidade urbana, telecomunicações, serviços etc. Bilhões seriam investidos. E foram, na verdade… Mais de R$ 25 bi.

A aplicação desses recursos e a forma é que corroboraram com as indagações dos meninos de duas décadas atrás.

A incompetência na gestão pública em todas as esferas – municipal, estadual e federal – acabou deixando o sonho parcialmente embaçado.

É da índole do brasileiro se contagiar com a Copa, quanto mais com uma Copa aqui. Ao mesmo tempo, soa errado – para alguns – aproveitar o momento sabendo a forma na qual ela foi executada.

Daí, uma mistura histórica de entusiasmo e protesto.

A contagem regressiva acabou. Infelizmente, antes de parte das obras.

A Copa do Mundo começa neste 12 de junho de 2014.

Não foi como eu imaginei há 20 anos – e muito menos esperava participar da cobertura como jornalista, pois eu queria ser piloto de avião. Ainda assim, me sinto prestigiado de ver o sonho se tornando real.

A responsabilidade de organizar uma Copa nos foi dada pela segunda vez, com a expectativa de três milhões de pessoas assistindo aos 64 jogos nos estádios e três bilhões acompanhando na televisão.

Em junho de 2014, de minha parte, em campo, irei curtir bastante o Mundial.

Em outubro de 2014, de minha parte, nas urnas, cobrarei tudo o que não foi cumprido nesse sonho tão antigo… desde menino.

Maracanã na Copa das Confederações. Foto: Fifa

Investimento de R$ 23 milhões nos CTs até a Copa, com ou sem seleções

Centro de treinamento Wilson Campos, do Náutico, em junho de 2014. Fotos: Site Oficial do CT/facebook

O investimento de alvirrubros e rubro-negros em seus centros de treinamento nas últimas três temporadas passa de R$ 23 milhões.

Num aparelhamento paulatino desde 1999, o Centro de Treinamento Wilson Campos, na Guabiraba, recebeu R$ 7 milhões no período. Partindo quase do zero, o Centro de Treinamento José de Andrade Médicis, em Paratibe, recebeu um aporte de R$ 16 milhões.

Campos com dimensões 105m x 68m, estrutura para atletas, com sala de musculação, alojamentos, refeitórios, piscinas e áreas médicas, e imprensa, com sala de conferência e centro de mídia.

Até verba da prefeitura do Recife entrou na história, com a pavimentação dos acessos e o sistema de iluminação de um gramado em cada CT.

O objetivo dos clubes era – além de oferecer o que há de mais moderno aos seus próprios atletas – receber bem as seleções durante o Mundial de 2014.

A agenda estava fechada:
CT do Náutico: Costa do Marfim, Itália, Croácia e Estados Unidos.
CT do Sport: Japão, Costa Rica, México e Alemanha

No entanto, o estado  – que já não recebeu delegação alguma na fase de treinamento pré-Copa – poderá ver os países apenas no treino oficial na Arena Pernambuco, na véspera das respectivas partidas.

As portas estão abertas para a Copa do Mundo, mas talvez sem inquilinos. Independentemente disso, o legado é real e isso é o mais importante.

Centro de Treinamento José de Andrade Médicis, do Sport, em junho de 2014. Fotos: CT do Sport/facebook

Alvirrubros, rubro-negros e tricolores com torcida única por um mês

Camisas especiais de Náutico, Sport e Santa Cruz em apoio ao Brasil na Copa do Mundo. Crédito: divulgação

Amarelo, verde e azul não estão entre as cores oficiais dos grandes clubes pernambucanos. Como se sabe, a rivalidade local é uma mistura entre alvirrubros, rubro-negros e corais. Contudo, a realização da Copa do Mundo de 2014 no país trouxe uma mudança em caráter especial.

O trio da capital lançou camisas exclusivas para dar apoio à caminhada da Seleção Brasileira rumo ao hexacampeonato mundial.

Obviamente, a ideia é fundamentada na possibilidade de gerar uma receita extra unindo as paixões pelo time e pela Canarinha durante a “pausa clubística”.

Náutico e Santa criaram versões retrô do padrão amarelo, ambas por R$ 99. Além disso, os tricoloes também têm um uniforme dupla face da Penalty (R$ 199). Já o Sport optou pelo azul, o uniforme reserva do Brasil, que integrou o kit “saudações rubro-negras” da Adidas (de R$ 1.000, com quatro camisas).

Confira as camisas numa resolução melhor: Náutico, Sport e Santa Cruz.

A torcida única deve durar no máximo um mês… até onde a Seleção chegar.

Náutico amplia homenagens locais às seleções no Recife. Falta só a Costa Rica

Kit do Náutico para as seleções que treinarem no CT Wilson Campos. Crédito: twitter.com/nauticope

O Náutico irá aproveitar a passagem de quatro seleções em seu centro de treinamento na fase de grupos da Copa do Mundo para expor a sua marca.

Numa ação do departamento de marketing timbu, as delegações serão presenteadas com kits do clube, incluindo uma camisa estilizada, com a respectiva a bandeira e o distintivo alvirrubro (veja aqui).

Na primeira fase, as seleções que irão treinar no CT Wilson Campos serão as seguintes, já pela ordem: Costa do Marfim, Itália, Croácia e Estados Unidos.

O clube ainda está avaliando a possibilidade de comercializar os kits.

Vale lembrar que a estrutura do Náutico foi escolhida como um dos dois campos oficiais de treinamento (COT) no estado. O outro foi o CT do arquirrival, o Sport.

Por sinal, o Leão também lançou camisas especiais de três dos quatro países que treinarão em seu campo, com versões para Alemanha, México e Japão – todas com a mesma fabricante de material esportivo.

Ou seja, entre ações de divulgação de alvirrubros e rubro-negros, até agora, apenas uma seleção ficou ausente, a Costa Rica. Há tempo para corrigir isso…

As caras dos craques no Mundial

Fotos oficiais dos jogadores da Seleção Brasileira para a produção da Fifa na Copa do Mundo de 2014. Crédito divulgação

A transmissão na televisão dos 64 jogos da Copa do Mundo será universal.

Os rostos dos caras dos craques serão amplamento divulgados de forma oficial no torneio de 2014, tudo previamente definido.

Toda a produção está a cargo da Fifa, monitorada no Centro Internacional de Transmissão (IBC, na sigla em inglês) e distribuída para dezenas de emissoras mundo afora.

Foto oficial da França para a produção da Fifa na Copa do Mundo de 2014. Crédito divulgação

O material, atrelado ao site oficial da entidade, traz imagens de todos os 736 jogadores. Com inúmeras mudanças nos últimos dias, a Fifa vem correndo para captar imagens de todos os atletas – fotos diferentes daquelas presentes no álbum do torneio.

Aqui, as versões parte dos convocados brasileiros e a produção de uruguaios e franceses.

Foto oficial de Lugano, da seleção uruguaia, para a produção da Fifa na Copa do Mundo de 2014. Crédito divulgação

Podcast 45 minutos (28ª edição) – Análise dos oito grupos da Copa do Mundo

O podcast 45 minutos, um trabalho paralelo de cinco jornalistas, agora faz parte do Diario de Pernambuco. Estou nessa ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade e Rafael Brasileiro.

Como o nome deixa claro, o objetivo é conversar (debater, discutir) sobre futebol por (pelo menos) 45 minutos. Nesta primeira edição em parceria com o Diario – a 28ª ao todo -, uma análise dos grupos do Mundial, com uma dose de greia.

Vale seguir também as redes sociais do podcast: twitter e facebook.

Entre pousos e decolagens, já tem jogo na maior porta de entrada do país

Torcidas de Brasil, Argentina e Uruguai. Foto: João de Andrade Net/DP/D.A Press

O Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, é a principal porta de entrada de turistas no país. Seja no desembarque imediato ou no enorme fluxo de conexões, o movimento é intenso.

Em 2013 foram 36,6 milhões de passageiros nos check-ins, dos quais 12,4 milhões em voos internacionais. Decolagens e pousos num ritmo frenético.

Na Copa do Mundo de 2014 espera-se um recorde – teme-se até um colapso.

Mais de 600 mil estrangeiros devem viajar ao Brasil. Era essa a meta inicial, já batida segundo o balanço de ingressos da Fifa.

Aeroporto Internacional de Guarulhos. Foto: Infraero/divulgação

As torcidas dos países participantes do Mundial já começaram a desembarcar, a esperar as malas na esteira e a cumprir o lento processo de imigração e alfândega. Contudo, esse público também já começou a curtir o país…

Nesse processo de desembarque, a rivalidade tão cantada nas arquibancadas fica de lado, como no registro do repórter João de Andrade, correspondente do Diario de Pernambuco na capital paulista.

Inlgeses com uniformes das seleções de Brasil, Argentina e Uruguai reunidos numa mesa com o carteado rolando solto após a viagem. E espanhóis observando de longe. Vai ter jogo.

Torcedores da Espanha no Aeroporto de Guarulhos. Foto: João de Andrade Neto/DP/D.A Press

As direções da Arena na Copa em português e inglês e com volta universal

Placa de mobilidade na Arena Pernambuco para a Copa do Mundo de 2014. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Os caminhos até a Arena Pernambuco já estão traçados.

Nas cinco partidas agendadas para o estádio na Copa do Mundo são esperados 200 mil torcedores, dos quais 119 mil estrangeiros…

O plano de mobilidade armado pelo governo do estado engloba metrô, ônibus e estacionamentos especiais. Tudo feito em cima da hora – ou quase feito.

Para todo este público, a sinalização já está pronta na entrada o local. Em português e inglês.

A infraestrutura de mobilidade urbana no Grande Recife foi a grande falha local na organização. Há tempos se sabe disso. Há tempos se cobra isso.

Agora, é esperar que a operação de urgência criada pelo poder público funcione.

Que os sinais de transporte sejam suficientes para o deslocamente da torcida, sobretudo no caminho de volta, o principal empecilho local na Copa das Confederações.

A demanda será enorme…

Acesso à Arena Pernambuco em junho de 2014. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Tecnologia da Fifa implantada na Arena Pernambuco já com a frase definitiva

Arena Pernambuco na Copa do Mundo de 2014

A gama de equipamentos eletrônicos da Fifa, presente a cada grande evento, vem sendo implantada em todos os doze estádios da Copa do Mundo de 2014.

Como novidade, a tecnologia na linha do gol, através de câmeras, para ver se a bola entrou ou não. Para o entretenimento, dois telões de 77m² da Sony, no caso da Arena Pernambuco, e placas laterais de LED para a publicidade, instaladas nesta segunda por uma equipe estrangeira.

Arena Pernambuco na Copa do Mundo de 2014

Em São Lourenço da Mata, a estrutura visual já foi testada. Nos telões, animações com o mascote Fuleco devem fazer parte da grade de transmissão durante as cinco partidas agendadas para o local.

Já em relação à primeira imagem das placas laterais, o teste foi com o anúncio do site oficial da entidade (fifa.com) e a seguinte mensagem bem no meio do campo:

2014 Fifa World Cup Brazil

Uma mensagem definitiva. Vai ter Copa, jajá.

Arena Pernambuco na Copa do Mundo de 2014