No dia em que o pentacampeonato da Seleção completou 14 anos, em 30 de junho, o Diario de Pernambuco recebeu a visita de Edmílson, titular daquela zaga, armada num 3-5-2. De passagem para o Jogo do Bem, na arena, para o início de um projeto da Fundação Edmílson no Centro Santos Dumont, o ex-jogador concedeu uma entrevista ao 45 minutos. Comentou os bastidores de 2002, as diferenças no trabalho de Felipão em 2014, analisou Neymar (“talento enorme, mas que na Seleção não mostrou nada”), Rivaldo (“o melhor da Copa”), Dunga e Tite. Além, claro, do futebol brasileiro pós-7 x 1. Aos 39 anos, aposentado desde 2011, Edmílson brilhou no São Paulo, Lyon e Barcelona.
O podcast especial durou 27 minutos, com a participação do editor do Superesportes, Marcel Tito. Ouça agora ou quando quiser!
O pernambucano Rivaldo foi um dos maiores jogadores a vestir a camisa 10 da Seleção Brasileira após Pelé, e olhe que a concorrência foi grande. Mas os números explicam. O meia-atacante revelado no Santa foi eleito o melhor jogador do mundo em 1999, já no Barça, campeão mundial com a Canarinha em 2002 e autor de 37 gols em 74 jogos em uma década defendendo o país. Com esse retrospecto, o craque desabafou em sua rede social após o empate em 0 x 0 entre Brasil e Equador, na primeira rodada da Copa América de 2016.
O comentário, ilustrado por Rivaldo com a presença de Pelé, Rivelino, Zico, Ronaldinho, Kaká e o próprio, foi iniciado a partir do fato de Lucas Lima, o 10 do time atual, ser banco. Não pelo jogador, mas pelo expressivo número (hoje relegado), que historicamente se traduz como ponto alto da criatividade. Vale lembrar que nesta geração o número cabe a Neymar, que não foi chamado para poder ser utilizado nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
“Ontem, senti uma grande tristeza quando assisti ao jogo do Brasil e vi que o camisa 10 estava no banco de reservas. Antes, esta camisa era uma referência para nossa Seleção. Já que Neymar, o nosso camisa 10, não está na Copa América, a camisa 10 ficou com Lucas Lima, um ótimo jogador, que só teve oportunidade aos 40 minutos do segundo tempo. Na minha opinião, Lucas Lima ou Ganso merecem ter mais oportunidades. Se não tiver um 10 em campo, o primeiro a ser sacrificado vai ser o Jonas, que não vai ter oportunidades de gol porque a bola não chega.”
Concorda com a análise de Rivaldo sobre o atual momento da Seleção?
Nostalgia pura a passagem de Dunga, 52 anos, o técnico da Seleção Brasileira, e Taffarel, 50, o preparador de goleiros da equipe, no gramado do Rose Bowl, palco da final da Copa do Mundo de 1994. Se no presente o trabalho da comissão é contestado, há 22 anos a idolatria foi construída, com ambos entre os principais nomes do tetra, encerrando um longo jejum no futebol do país.
Então capitão, numa patente justa, Dunga marcou o terceiro gol da série, que terminaria no chute isolado por Baggio, enquanto Taffarel, dono absoluto da camisa 1, defendeu a cobrança de Massaro, diante de 94.194 torcedores.
Nesse tempo todo, o Brasil só voltou a Pasadena uma vez, num amistoso conta os donos da casa, há quinze anos. O destino recolocou a Seleção no estádio na estreia da edição centenária da Copa América, em 2016. Na véspera da partida, a dupla fez um passeio no gramado (novo), também na companhia de Gilmar Rinaldi, terceiro goleiro do tetra. Lembranças de quem fez história. Assista.
Jogos da seleção principal no Rose Bowl
13/07/1994 – Brasil 1 x 0 Suécia (semifinal da Copa do Mundo)
17/07/1994 – Brasil (3) 0 x 0 (2) Itália (final da Copa do Mundo)
03/03/2001 – Brasil 2 x 1 Estados Unidos (amistoso)
04/06/2016 – Brasil x Equador (estreia da Copa América)
Recebendo a Copa América pela primeira vez, os Estados Unidos indicaram dez estádios para a edição especial de 2016, centenária. Nenhum foi construído para o evento, ou mesmo reformado. As últimas modernizações ocorreram entre 2002 e 2014. Por sinal, todos os palcos foram concebidos, originalmente, para o futebol americano, sendo oito na NFL e dois para a liga universitária, poderosa no país. Hoje, apenas um serve para o futebol tradicional (“soccer”), com o Orlando City, time do brasileiro Kaká, dono do maior contrato da liga.
Em relação à capacidade, números bem acima da exigência na Copa do Mundo, por exemplo. No torneio da Fifa, os dados vão de 40 mil (primeira fase) a 65 mil (final). Na 45ª edição do torneio continental, as arenas vão de 61.500 a 82.500, com o ponto alto em Nova Jersey, em 26 de junho. Tamanho gigantismo se explica na assistência, com um milhão de ingressos vendidos.
Em 1994, no Mundial realizado nos EUA, o cenário já havia sido idêntico, com nove estádios de futebol americano. Hoje, a impressão é de que o país poderia receber duas Copas do Mundo de uma vez. Afinal, existem 31 estádios na NFL (Giants e Jets dividem um deles), preenchendo com sobras as normas técnicas do caderno de encargos distribuído pela Fifa para qualquer país interessado na Copa. E olhe que ainda seria possível contar com vários da liga universitária – o da Universidade de Michigan pode receber até 109.901 pessoas.
Eis os palcos da Copa América Centenário…
Levi’s Stadium (Santa Clara, Califórnia) Capacidade: 68.500 Time: San Francisco 49ers (NFL)
Soldier Field (Chicago, Illinois) Capacidade: 61.500 Time: Chicago Bears (NFL)
Rose Bowl (Pasadena, Califórnia) Capacidade: 92.500 Time: Ucla (liga universitária de futebol americano)
Camping World* (Orlando, Florida) Capacidade: 65.000 Time: Orlando City (MLS) * Antigo Citrus Bowl, sede da Universidade Central da Flórida de 1979 a 2006.
Linconl Field (Filadélfia, Pensivania) Capacidade: 69.175 Time: Philadelphia Eagles (NFL)
Century Link Field (Seattle, Washington) Capacidade: 67.000 Time: Seattle Seahawks (NFL)
Metlife (East Rutherford, Nova Jersey) Capacidade: 82.500 Time: New York Giants e New York Jets (ambos da NFL)
Em 2013, quando foi inaugurada, a um custo superior a R$ 532 milhões, a Arena Pernambuco teve a companhia de outros 17 novos pacos mundo afora. Foram seis brasileiros, é verdade, numa relação direta com o Mundial, com os demais se adequando às demandas de conforto e mercado. Exceção? Pois hoje esse é o cenário comum da “indústria de arenas”, instaurada a partir das novas exigências técnicas da Fifa, que em 2011 lançou a quinta versão do caderno “Estádios de futebol – Recomendações técnicas e os requisitos”, com 420 páginas, englobando as últimas tendências sobre dados estruturais, sobre arquibancadas e coberturas, mídia e campo de jogo. Ou seja, o Padrão Fifa.
Com a Copa do Mundo e a Eurocopa ampliadas para 32 e 24 países, numa alternância de dois em dois anos no calendário da bola, a quantidade de novos projetos disparou. Nas últimas quatro temporadas foram inaugurados 88 estádios! Neste boom estão palcos menores, remodelados a partir de US$ 8,6 milhões, e enormes complexos construídos do zero, por até US$ 1,41 bilhão. Via clubes e iniciativa privada? Sim. Mas sobretudo com gastos governamentais. França (2016), Rússia (2018) e Catar (2022), sedes dos próximos grandes torneios, somam 34 estádios, entre novos empreendimentos e modernizações – acredite, é sempre “necessário” fazer algo, faz parte da engrenagem. Em 2020 a Euro não terá sede fixa, mas os cadernos de encargos seguem à risca.
Estádios de futebol (a partir de 10 mil lugares) inaugurados no mundo: 2015 – 22 2014 – 32 2013 – 18 2012 – 16
Sem surpresa alguma, surgiram até premiações de “Design do Ano”, para projetos em andamento, e “Estádio do Ano”, para palcos recém inaugurados. Eleições de entidades distintas. A primeira é feita no World Stadium Congress, realizado anualmente em Doha, num evento com 200 construtoras, marcado pela assinatura de novos contratos e debates sobre como agilizar as obras.
A segunda premiação é organizada pelo Stadium DataBase, site inglês especializado tanto em construção quanto operação. A votação conta com um júri de arquitetos com experiência em arenas. Paralelamente, há uma segunda premiação, aberta ao público. Na última, com 37 mil participações, ganhou o BBVA Bancomer, no México, com capacidade para 53,5 mil espectadores. Com a atuação maciça de internautas brasileiros, a Arena do Grêmio e a Allianz Parque também já venceram a categoria. Em 2013, quando só havia a votação popular, a Arena Pernambuco ficou na 15ª colocação.
Neste bilionário ciclo econômico, usando o futebol como força motriz (e garantido, por baixo, até 2022), não podemos esquecer jamais a base. Os milhares de operários com condições geralmente adversas (salários, segurança etc), sempre relegados na cobertura da Fifa sobre os torneios a caminho.
Em relação aos estádios mais espetaculares vamos aos últimos vencedores..
Stadium Design of the Year (melhor design), do World Stadium Congress
2016 – Al Rayyan (Catar), com 40 mil lugares (previsto para 2019)
2015 – Singapore Stadium (Cingapura), com 55 mil lugares
Stadium of the Year (estádio do ano), do Stadium DataBase
2015 – Matmut Atlantique (França), com 42.115 lugares
2014 – Hazza Bin Zayed (Emirados Árabes), com 25.000 lugares
Em 2 de dezembro de 2010, a Fifa anunciou Rússia e Catar como sedes das Copa do Mundo de 2018 e 2022, num processo simultâneo e cercado de polêmica sobre os votos. Enquanto os países batalham politicamente para tentar sustentar uma imagem isenta sobre as respectivas escolhas, as novas arenas (sempre mais caras) vêm sendo tocadas. Na Rússia, são doze, em distâncias semelhantes às do torneio no Brasil, também com dimensões continentais.
Com o rigoroso inverno do país, as obras passam parte do tempo do cobertas de neve, num frio proveniente da Sibéria. A essa condição abaixo de zero some denúncias de salários atrasados, segundo o jornal inglês The Guardian. De positivo, dois palcos em operação, do Rubin Kazan e do Spartak. Enquanto isso, no Oriente Médio, o cenário é desastroso em termos de segurança no trabalho.
Já são mais de 1.200 trabalhadores mortos durante as obras do Catar. Segundo a International Trade Union Confederation, num dado revelado pela revista Exame, a estimativa é que mais quatro mil morram até a conclusão dos estádios. Motivos? A mão-de-obra barata seria submetida a jornadas acima de 12 horas, em ambientes inadequados em termos e a temperaturas de até 50 graus – não por caso, parte do trabalho está sendo transferido para a noite.
A Fifa, como aconteceu no Brasil, divulga com certa regularidade imagens das obras, ainda que não esteja revelando os percentuais de execução em cada uma. Do canteiro coberto pelo branco da neve às estacas no deserto, os opostos das próximas Copas… Com velhos problemas na concepção.
A era de ouro do futebol brasileiro foi marcada pelo tricampeonato mundial, entre 1958 e 1970, tendo Pelé como ícone. O Rei é o único jogador com três títulos da Copa do Mundo, entre tantas outras marcas incríveis, como os 1.284 gols. Aos 75 anos, Pelé ganha uma cinebiografia hollywoodiana (“Pelé – O nascimento de uma lenda”), contando os seus primeiros passos no mundo da bola, aos 10 anos, ainda em Bauru, até o estrelato, com a conquista na Suécia aos 17 anos.
O craque do Santos é interpretado por Leonardo Lima (10 anos) e Kevin de Paula (17), selecionados entre 400 garotos brasileiros – apesar disso, o filme foi rodado em inglês. Já o papel de seu pai, Dondinho, coube ao cantor Seu Jorge. Outro personagem de destaque é Vicente Feola, o primeiro técnico campeão mundial pela Canarinha, interpretado pelo xará norte-americano Vincent D’Onofrio, conhecido como Wilson Fisk, na série Demolidor. Boa parte das filmagens, através da IFC Filmes, aconteceram no Rio de Janeiro, cenário de outra película prevista para este ano, antagônica às conquistas de Pelé.
Em 19 de dezembro de 1983, dois homens entraram na antiga sede da CBF, na Rua da Alfândega, no centro, renderam o vigia e roubaram a Taça Jules Rimet! Levaram a peça original, que estava numa redoma no 9º andar do prédio, enquanto a réplica seguia guardada num cofre (acredite, não é piada). O troféu, ganho em definitivo após o tri, acabaria derretido, numa história mal explicada, mas agora com contornos cinematográficos, com “O roubo da taça”, da Prodigo Filmes. No elenco, nomes como Stepan Nercessian, Taís Araújo e Mr. Catra (!).
Assista aos trailers, com histórias distintas e complementares. Do auge brazuca ao constrangedor fim do símbolo de uma era sem precedentes no futebol…
O jogo entre Brasil e Uruguai registrou o recorde de público da Arena Pernambuco, com 45.010 torcedores, sendo 43.898 pagantes e 1.112 gratuidades. Esse borderô correspondeu a 97,3% da capacidade máxima do estádio. Para isso, contabilizaram todas as entradas, inclusive de pessoas que acabaram nem entrando. A noite ainda reservou outro recorde. A bilheteria foi a maior da história da futebol do estado, arrecadando R$ 4.961.890 (tíquete médio de R$ 113). Para a marca ser reconhecida é preciso desconsiderar os torneios da Fifa em 2013 e 2014, com oito jogos na arena, uma vez que as rendas não foram divulgadas.
É até possível que alguns jogos da Copa das Confederações e da Copa do Mundo tenham gerado mais dinheiro, pois a maioria dos ingressos foi comercializada a partir de R$ 180 – a carga com desconto foi bem enxuta. Portanto, levando em conta as arrecadações “abertas”, o clássico sul-americano superou outro jogo válido pelas Eliminatórias da Copa, Brasil 2 x 1 Paraguai, em 10 de junho de 2009. Naquela noite, o Arruda recebeu 55.252 pagantes, proporcionando R$ 4.322.555 (média de R$ 78), destinando 10% para o Santa Cruz.
Bilheteria à parte, esta foi a 9ª vez que um público na Arena passou da casa de 40 mil espectadores, em mais de cem jogos realizados em São Lourenço. Foram oito jogos entre seleções e apenas um entre clubes (Sport x São Paulo). Até hoje, nenhum ocupou 100% dos 46.214 lugares – dado pra lá de incomum, pois algumas partidas tiveram lotação máxima, com a quantidade de assentos reduzida por questões de segurança.
Maiores públicos da Arena Pernambuco 45.010 – Brasil 2 x 2 Uruguai (25/03/2016) 41.994 – Sport 2 x 0 São Paulo (19/07/2015) 41.876 – Alemanha 1 x 0 Estados Unidos (26/06/2014) 41.705 – Espanha 2 x 1 Uruguai (16/06/2013) 41.242 – Costa Rica (5) 1 x 1 (3) Grécia (29/06/2014) 41.212 – México 3 x 1 Croácia (23/06/2014) 40.489 – Itália 4 x 3 Japão (16/06/2013) 40.285 – Costa Rica 1 x 0 Itália (20/06/2014) 40.267 – Costa do Marfim 2 x 1 Japão (14/06/2014)
A seleção uruguaia escolheu a Ilha do Retiro como local de treinamento antes do jogo contra o Brasil, pelas Eliminatórias da Copa 2018. A AUF abriu mão, inclusive, do protocolar reconhecimento da Arena Pernambuco, até porque já jogou duas vezes lá, na Copa das Confederações. A movimentação no campo do Sport foi fechada para a imprensa, que acabou se deslocando aos apartamentos nos prédios vizinhos para obter imagens e informações.
Lá embaixo, apenas assessoria da associação uruguaia, que registrou o treino do time do maestro Tabárez, com foco nos atacantes Luis Suárez e Cavani, treinando cobranças de fata. Depois, divulgaram um vídeo sobre a movimentação, com uma trilha sonora inspirada, relembrando o Maracanazo e a busca por novas copas…
Atualizado em 06/03: Firmino foi chamado para o lugar de Kaká, lesionado.
O técnico Dunga convocou os 23 jogadores que irão compor a Seleção Brasileira no confronto contra o Uruguai, na Arena Pernambuco. O jogo em 25 de março, às 21h45, marca a volta de Neymar à Canarinha após uma suspensão. Na lista, revelada na sede da CBF, no Rio, o treinador manteve atletas do mercado chinês – surpreendendo, uma vez que já havia dado declarações que tal fato poderia ser um problema técnico – e voltou a chamar nomes experientes como Kaká (33 anos) e Ricardo Oliveira (35 anos).
Outra curiosidade é o número de volantes relacionados, apenas três. E olhe que um deles é Renato Augusto, que no Corinthians atuou mais avançado. Em relação à preparação do jogo válido pelas Eliminatórias da Copa 2018, os treinos devem ocorrer na Granja Comary, com o reconhecimento da arena no dia anterior ao clássico. Lembrando que a partida registrará o recorde de público em São Lourenço, com 44.739 ingressos já vendidos. Na sequência, o mesmo time irá à Assunção enfrentar o Paraguai, pela 6ª rodada do classificatório.
Confira a lista de convocados numa resolução melhor aqui.
Você concorda com a lista de Dunga? Qual é a principal ausência?