A FPF divulgou o regulamento oficial da primeira divisão do Campeonato Pernambucano de 2016. Com 23 páginas, o documento apresenta a fórmula, os detalhes financeiros da competição (como a taxa de 8% para FPF em todos as partidas) e as vagas destinadas aos torneios nacionais da temporada.
Serão oito times na primeira fase, de 10 a 27 de janeiro. Os times estão divididos em dois grupos de quatro, jogando em turno e returno – na abertura, o clássico caruaruense Porto x Central. Após seis rodadas, o primeiro colocado de cada chave avança ao hexagonal do título, o campeonato “de fato”, já com Santa , Sport, Náutico e Salgueiro, presentes nas três primeiras divisões do Brasileiro – a exigência para a pré-classificação. A etapa – paralela ao hexagonal que definirá os dois rebaixados – será disputada entre 30 de janeiro e 10 de abril, com os quatro primeiros avançando ao mata-mata. Na semi e na final, o critério será pontos ganhos e saldo de gols. Persistindo o empate, pênaltis.
Clubes na 1ª fase: Central, Serra Talhada, Porto, Pesqueira, Atlético, América, Belo Jardim e Vitória Clubes na 2ª fase: Santa Cruz, Salgueiro, Sport e Náutico
A Ilha do Retiro pode receber qualquer partida oficial de uma competição ao alcance do Sport? Não. E o Arruda, no caso do Santa? Pode. A leitura é bem simples. Não se trata de infraestrutura, modernidade ou nível do gramado, mas basicamente a capacidade de público. Da segunda divisão pernambucana à Libertadores, há uma exigência de capacidade mínima nos locais dos jogos.
O cenário mais simples é o da primeira fase da Série A2, sem quantidade mínima ou necessidade de um sistema de iluminação. Depois, o torneio “cresce”, demandando praças com três mil lugares e refletores a partir da semi, valendo o acesso. Já o contexto mais exclusivo está na finalíssima da Libertadores, acima de 40 mil assentos. No estado, Arruda e Arena poderiam receber a decisão tranquilamente. Ou seja, a Ilha seria palco, no máximo, até a semifinal, tanto da Liberta quanto da Sula – até 2001, a capacidade era de 45 mil espectadores, mas foi reduzida após as novas normas de segurança da Fifa.
No interior, só Cornélio de Barros e Lacerdão podem abrigar a decisão da primeirona local. Por sinal, a casa do Salgueiro precisou ser “reavaliada”, pois na aferição da federação em fevereiro de 2013 a estimativa foi de 9.916. Com a inédia classificação à decisão, houve a ampliação para 12 mil. Em relação aos torneios nacionais, os estádios da capital estão plenamente aptos, segundo os regulamentos de 2015, disponíveis nos sites da FPF, CBF e Conmebol.
Como curiosidade, a exigência na Copa do Mundo. Os estádios devem ter ao menos 40 mil cadeiras, subindo para 65 mil no jogo de abertura, a exceção na fase de grupos, nas semifinais e na final. A partir de 2018, na Rússia, a arena da decisão deverá receber ao menos 80 mil torcedores. No Mundial do Brasil, por exemplo, o Maracanã não seria suficiente, pois a versão remodelada tem 78.838 lugares. Em Moscou, a final será no Luzhniki, com 81 mil assentos.
Taça Libertadores da América
1ª fase e 2ª fase – 10 mil
Oitavas e quartas – 20 mil
Semifinal – 30 mil
Final – 40 mil
Copa Sul-Americana
1ª fase, 2ª fase, oitavas e quartas – 10 mil
Semifinal – 20 mil
Final – 40 mil
Série A
Todos os jogos: 15 mil
Série B
Todos os jogos 10 mil
Série C
1ª fase, quartas e semifinal – sem capacidade mínima
Final – 10 mil
Série D
1ª fase e oitavas – sem capaciade mínima
quartas, semifinal e final – 5 mil
Copa do Brasil
1ª fase, 2ª fase, 3ª fase, oitavas e quartas – sem capacidade mínima
Semifinal e final – 15 mil
Copa do Nordeste
1ª fase e quartas – 5 mil
Semifinal e final – 10 mil
Pernambucano (1ª divisão)
1ª fase e hexagonais – 3 mil
Semifinal e final – 10 mil
Pernambucano (2ª divisão)
1ª fase – sem capacidade mínima
Semifinal e final – 3 mil
A capacidade dos estádios pernambucanos (acima de 10 mil lugares)
Arruda – 60.044*
Arena Pernambuco – 46.214
Ilha do Retiro – 32.983*
Aflitos – 22.856**
Lacerdão (Caruaru) – 19.478
Cornélio de Barros (Salgueiro) – 12.480
Carneirão (Vitória) – 10.911
* Por exigência do Ministério Público, foram reduzidos para 50.582 e 27.435. Em caso de melhora nos acessos ao público, volta a limitação antiga.
** Por falta de uso, o Eládio de Barros está sem os laudos técnicos necessários para a realização de jogos profissionais.
Luiz Cavalcanti; Chico Alves e Rubens; Fred (Maciel), Ruy e Zezé; Waldemar, Gastão Bomfim, Tayllor, Percy Fellows e Lelys.
Eis a escalação do primeiro campeão pernambucano de futebol. Há exatamente um século, em 12 de dezembro de 1915, um domingo, o Flamengo do Recife venceu o Torre por 3 x 1, no campo do British Club, e ganhou o pioneiro troféu.
“Encerrou-se anteontem, com a vitória do Sport Club Flamengo contra o Torre Sport Club, o campeonato da Liga Sportiva Pernambucana (LSP), instituído para o football. Depois de uma série de matchs emocionantes, que trouxeram em constante delírio o público esportivo do Recife, teve o Flamengo coroados os seus esforços e firmada a sua força dentre os seus dignos adversários nas lutas pacíficas do esporte. O Flamengo do Recife quis ser o êmulo do seu congênere do Rio, e vencendo a tática do Santa Cruz e a tenacidade do Torre, soube guardar para si os louros da vitória, e as ‘louras medalhas”.
“Terminamos enviando ao glorioso Flamengo e a seu digno capitão Gastão Bomfim os nosso mais efusivos votos pelo prosseguimento, sempre ascendente, das glórias alcançadas.”
Fundado no ano anterior, em 20 de abril, o Fla surgiu na Rua de Santa Cruz, na Boa Vista. A primeira mensalidade aos sócios da “Cruz Branca”, o seu primeiro nome, antes da inspiração carioca, foi estipulada em cinco mil réis pelo presidente Alcebíades Braga. Outro ponto importante na história da extinta agremiação está no uniforme, alvinegro, assim como o do Santa Cruz em seu primeiro ano de atividade. Por causa da aparência semelhante, a Liga Pernambucana (atual FPF) determinou que um dos dois teria que ceder, com os corais adotando o vermelho e virando, enfim, tricolor na temporada seguinte.
Após a pioneira conquista, o Campeão da Fidalguia não alcançaria mais destaque, caindo de rendimento a cada década. Em 1945, dois anos antes de sua última participação no Estadual, foi atropelado pelo Náutico por 21 x 3 (sim, 21 x 3), a maior goleada da história do futebol pernambucano. Saiba mais aqui.
Caiu no ostracismo, saindo de cena. Mas é inegável, já estava na história.
Serão dez meses de aulas teóricas e práticas. Ao todo, 48 alunos encararam uma dura realidade no futebol. Enquanto muitos jovens encaram peneiras em busca do sonho de se tornar um jogador, essa turma quer fazer parte do jogo apitando, consciente da pressão e desconfiança. A Escola de Formação de Árbitros Sherlock, criada pela FPF, visa renovar o quadro de árbitros da entidade, carente de bons nomes, com um esvaziamento técnico a cada ano.
Homenageando o juiz com mais partidas em Pernambuco, Argemiro Félix de Sena, com 353 jogos entre 1935 e 1963, o curso foi instituído em 4 de abril de 2014, mas só agora, em 11 de dezembro de 2015, houve a aula inaugural, numa parceria entre a Faculdade Osman Lins e o Sindicato dos Árbitros de Pernambuco. As primeiras instruções vieram de Alício Pena Júnior, ex-árbitro da Fifa e aposentado há duas temporadas. No estado, ele apitou as finais da Copa do Brasil em 2008 e do Campeonato Pernambucano em 2010.
Entre as sete especificações do curso, destaco: a) Propiciar meios para a formação inicial e continuada, a especialização e o aprimoramento e atualização dos árbitros, assistentes e assessores.
f) Elaborar estudos estatísticos sobre o desempenho dos árbitros ocorridas nas competições estaduais e nacionais.
g) Colaborar para a difusão de conhecimento especializado, mediante apresentação de trabalhos técnicos em congressos ou reuniões técnicas estaduais e, se for o caso, nacionais e internacionais.
Em outubro de 2016, portanto, os primeiros alunos serão formados na Escola Sherlock. Quem sabe, essa safra poderá suceder em alguns anos, nos principais campeonatos locais, nomes como Emerson Sobral, Nielson Nogueira, Cláudio Mercante, Gilberto Castro Júnior, Sebastião Rufino Filho…
A Penalty irá fornecer a bola oficial do Campeonato Pernambucano pelo 9º ano consecutivo. Em 2016, o modelo alvinegro será vintage (acima), relembrando a Bola 8, criada em 2008 (abaixo), justamente na temporada de estreia da marca no futebol do estado. Na ocasião, a bola com oito gomos foi utilizada em outros 15 campeonatos estaduais. Só foi substituída pela fabricante em 2012, pela S11 Pro, também com oito gomos. Agora, a versão remodelada, prometendo uma diminuição do atrito com o ar e 0% de absorção de água, deve ser utilizada na primeira fase e nos hexagonais do Estadual – e também já foi confirmada por outras dez federações, incluindo Ceará e Rio Grande do Norte.
Como ocorreu nas últimas três edições do Pernambucano, espera-se uma bola especial para a fase decisiva. A FPF já recebeu uma remessa de bolas oficiais, que serão distribuídas entre os doze clubes para o período de adaptação. A pelota “retrô” deverá ser usada em pelo menos 84 jogos no certame.
Na fase final, uma edição especial deve ser lançada, como ocorre há três anos.
Se há o debate sobre uma distribuição de receitas da tevê mais justa no cenário nacional, vale também fazer um comparativo dentro do próprio futebol pernambucano. O contrato atual, até 2018, prevê um investimento da Globo Nordeste de R$ 3,84 milhões por edição. Na divisão, o trio de ferro fica com 74% do montante (R$ 950 mil para cada). Os outros nove times, tidos no pacote como “intermediários”, recebem R$ 110 mil. Pois bem, o torcedor Douglas Batista Cruz fez a divisão do Campeonato Pernambucano de 2016 nos moldes da Premier League, com 50% em parcelas iguais, 25% de acordo com a classificação no Estadual de 2015 e mais 25% segundo a audiência.
De cara, Náutico, Santa e Sport receberiam bem menos. A maior cota, dos tricolores, devido ao título, teria uma redução de 42%, caindo para R$ 545 mil. O maior aumento seria o do Salgueiro, atual vice, com incríveis 193%! Em relação à diferença da maior para a menor, cairia de R$ 840 mil para R$ 345 mil…
Agora, dois questionamentos. A lógica nacional vale na esfera estadual? Haveria mercado para um certame local sem alvirrubros, rubro-negros e tricolores?
Confira como ficaria a divisão de cotas no Brasileirão via Premier League aqui.
O Ranking da CBF em vigor, contemplando apenas os últimos cinco anos, foi criado em 2012. Até ali, com um critério diferente, o futebol pernambucano, através da FPF, ocupava um histórico 6º lugar. Com novo “corte” na tabulação dos pontos, o estado caiu para a 8ª posição, onde ficou durante três anos.
Agora, após o 6º lugar do Sport na Série A (2.720 pontos), o 2º do Santa na Série B (1.600 pts) e o 5º do Náutico também na segundona (1.380 pts), o futebol local enfim subiu na lista, agora figurando em 7º lugar. Superou Goiás, que em 2016 terá os seus três grandes clubes na segundona. Como Pernambuco terá dois times na elite, a tendência é consolidar o status. Contudo, para retomar o 6º lugar a missão é mais difícil, uma vez que o estado está a 7.951 pontos do Paraná. A grande surpresa no ranking é Santa Catarina, que este ano teve quatro clubes no Brasileirão. Entrou no G4, no lugar dos gaúchos.
Vale lembrar que a colocação do estado influencia diretamente no número de vagas na Copa do Brasil. Hoje, Pernambuco tem direito a três.
Representantes locais: Sport (19º, 7.928), Náutico (25º, 6.139), Santa Cruz (35º, 4.310), Salgueiro (47º, 2.644 pts), Central (84º, 712 pts), Porto (137º, 279 pts), Serra Talhada (141º, 255 pts), Ypiranga (141º, 255 pts), Petrolina (187º, 102 pts).
Pernambuco no ranking nacional
2015 – 7º (22.624)
2014 – 8º (21.520)
2013 – 8º (21.642)
2012 – 8º (22.765)
Top 3 do Nordeste 2015
1º) Pernambuco (7º, 22.624)
2º) Bahia (9º, 17.683)
3º) Ceará (10º, 14.627)
O Campeonato Pernambucano poderá voltar a ter um parceiro comercial, através do naming rights, de 2016 a 2019. O acordo, como se sabe, atrela o nome da competição ao do patrocinador, como Bridgestone Libertadores, Brasileirão Chevrolet ou Copa Sadia do Brasil. À parte da negociação articulada pela FPF, já foi lançado o logotipo do Estadual de 2016, presente no material de divulgação da federação.
A marca pode ter vida curta em caso de um investidor. Foi assim de 2011 a 2014, com a Coca-Cola, com remessas anuais de R$ 600 mil. Em 2015, o contrato expirou e a federação pernambucana negociou com uma cervejaria, mas o atraso na regularização da venda de cerveja nos estádios acabou emperrando o negócio. Em 2009, pelo mesmo motivo, se perdeu um contrato de R$ 800 mil com a Ambev. Agora, a direção da entidade projeta até R$ 1 milhão por temporada. O certame local tem esse cacife?
O regulamento da fase preliminar é simples. São dois grupos de quatro times, jogando em turno e returno – a abertura será com o clássico caruaruense Porto x Central. Após seis rodadas, o primeiro colocado de cada chave avança ao hexagonal do título, o campeonato estadual “de fato”, que já tem a garantia de Santa Cruz, Sport, Náutico e Salgueiro, os representantes locais nas três primeiras divisões do Brasileiro – a exigência técnica para a pré-classificação. Mais do que isso, os dois times garante vaga na Série D. Enquanto isso, os seis eliminados vão para o hexagonal do rebaixamento, onde os dois últimos cairão para a segundona de 2017.
Grupo A – Central, Porto, Atlético e Belo Jardim
Grupo B – Serra Talhada, América, Pesqueira e Vitória
Algum favorito à vaga na 2ª fase do Estadual? Até o fim de janeiro, a resposta.
Confira a tabela do hexagonal do título clicando aqui.
1ª rodada (10/01)
A – Porto x Central
A – Belo Jardim x Atlético
B – América x Pesqueira
B – Vitória x Serra Talhada
2ª rodada (13/01)
A – Central x Belo Jardim
A – Atlético x Porto
B – Pesqueira x Vitória
B – Serra Talhada x América
3ª rodada (17/01)
A – Porto x Belo Jardim
A – Atlético x Central
B – Pesqueira x Serra Talhada
B – Vitória x América
4ª rodada (20/01)
A – Belo Jardim x Porto
A – Central x Atlético
B – Serra Talhada x Pesqueira
B – América x Vitória
5ª rodada (24/01)
A – Belo Jardim x Central
A – Porto x Atlético
B – Vitória x Pesqueira
B – América x Serra Talhada
6ª rodada (27/01)
A – Central x Porto
A – Atlético x Belo Jardim
B – Serra Talhada x Vitória
B – Pesqueira x América
O gol de Eduardo Erê, ainda no primeiro tempo, definiu a noite no Carneirão. Deu ao Belo Jardim o título da segunda divisão estadual de 2015. Um jogo no qual o Calango superou o mandante, e favorito, Vitória, levantando assim a primeira taça de sua história, justamente no aniversário de dez anos como profissional. Na competição aberta a jogadores de até 23 anos, o alviverde alcançou o seu terceiro acesso à elite local (2006, 2011 e 2015).
Com a conquista, o Belo Jardim tornou-se o 27º clube a conquistar um título oficial em Pernambuco. Além dos sete campeões estaduais desde 1915, outros 20 clubes já tiveram o gostinho de comemorar uma taça em competições organizadas pela FPF na categoria principal. Nos 145 torneios considerados, as duas divisões do Pernambucano, a Copa Pernambuco e a Taça do Interior.
Eis a lista de títulos acumulados no futebol do estado, sem contar as eventuais glórias regionais e nacionais…
43 – Sport
32 – Santa Cruz
22 – Náutico
6 – América
4 – Vitória, Recife e Salgueiro
3 – Torre, Central e Vera Cruz
2 – Tramways, Porto, Ypiranga e Petrolina
1 – Flamengo do Recife, Maguari, Sete de Setembro, Flamengo de Arcoverde, Ferroviário, Unibol, AGA, Itacuruba, Estudantes, Araripina, Serra Talhada, Chã Grande e Belo Jardim
Obs. Na lista levantada pelo blog, a extinta terceira divisão local, realizada entre 2000 e 2002, não foi levada em consideração porque era amadora. Somente após o título o clube era convidado pela FPF a se profissionalizar.