Como analisar a marca de um clube de futebol? Títulos, estrutura, torcida, audiência, desempenho recente, saúde financeira e outras inúmeras variáveis.
A consultoria BDO, especializada no mercado futebolístico, acaba de divulgar a nova versão de seu estudo anual sobre sobre o valor de 23 clubes brasileiros. Para se chegar aos dados foi usado uma métrica com 18 variáveis.
Do Nordeste, entraram Bahia, Vitória, Sport e Náutico. Entre os maiores clubes da região, apenas o Santa Cruz não foi avaliado desta vez. O valor agregados das marcas desses 23 clubes alcançou R$ 6,06 bilhões, com 9% de aumento em relação ao ranking de 2012, com uma projeção de R$ 5,57 bilhões.
O Sport teve um crescimento acumulado de R$ 6,3 milhões em 4 anos (17%).
O Náutico teve um crescimento acumulado de R$ 8,5 milhões em 4 anos (28%).
Troféus, fotos de times inesquecíveis, uniformes etc. História no futebol, essencial. Mas não só isso. Passa pelas demais modalidades e pelo surgimento da agremiação. Tudo isso fomenta a paixão do torcedor mundo afora.
Os dois maiores clubes do mundo, Real Madrid e Barcelona, contam com visitas guiadas muito bem organizadas. Nos dois casos o roteiro (pago) é o mesmo, agregando passagens no museu (com porte de memorial) e no estádio, tudo com interatividade e terminando propositalmente na loja oficial do clube.
Em Pernambuco, o roteiro conta apenas com visitas agendadas para não sócios e acesso liberado para os associados em dia. Nada de passagem nos Aflitos, Arruda e Ilha do Retiro ou nas lojas. Nos três clubes seria possível repetir o tour tradicional nos grandes clubes do mundo. Há público? Há interesse?
O museu do Náutico fica localizado no segundo andar da sede social do clube, cujo prédio é tombado como patrimônio arquitetônico. Os principais troféus são protegidos por vidraças. No local, livros com os primeiros sócios, imagens de remo e futebol. Há ainda uma sala customizada utilizada pelos conselheiros.
A sala de troféus do Santa Cruz foi inaugurada no aniversário deste ano, em 3 de fevereiro. A lacuna vinha desde 2009, quando o antigo museu foi desalojado e os troféus ficaram empilhados em caixas de papelão. Agora, está aberta no térreo da sede tricolor. Entre os grandes, é a sala mais perto de uma loja oficial.
O museu do Sport, que dispõe de pouco espaço, fica no fim do corredor térreo do prédio administrativo do clube. Conta com um funcionário durante a semana, o ex-jogador Baixa. As principais taças, de 1987 e 2008, estão na entrada. Havia um projeto de anexá-lo à loja do clube, na área externa, mas foi abortado.
A sala de troféus do América é, na verdade, um “armário”. Fica na tradicional sede do clube alviverde, na Estrada do Arraial, na sala do conselho deliberativo. Entre os troféus, a grande maioria na cor prata, o padrão no início do século passado, destaque para os títulos estaduais de 1922 e 1944.
Sim, existe um acervo do Íbis, o pior time do mundo. Apesar de escassa, bem escassa, a sala do Pássaro Preto conta com os títulos pernambucanos da categoria juvenil, de 1948 e 1995, dois títulos do extinto Torneio Início e outras conquistas amadoras. Destaque para as medalhas de prata…
O projeto da nova arena do Sport ainda tramita na burocracia da prefeitura do Recife. No estágio atual, os rubro-negros estão buscando soluções para as exigências do poder público sobre a mobilidade urbana na Ilha do Retiro. Só depois da autorização o Leão poderá iniciar megaobra.
Vale lembrar o valor do projeto. No início, em 2011, apenas com o estádio, o orçamento era de R$ 400 milhões. No ano passado, já com empresariais e edifício-garagem, o custo disparou para R$ 750 milhões.
A capacidade de público seria a mesma, de 45 mil lugares. É para tanto? Esse é o questionamento levantado indiretamente pela consultoria Arenaplan, que produziu um relatório sobre futuras arenas de clubes sem contratos firmados com consórcios país afora. Entre os nove times está o Sport.
A previsão anual de faturamento do estádio, segundo o estudo, seria de R$ 32 milhões, incluindo eventos, naming rights e camarotes – e seriam 250, em vez dos atuais 147. Contudo, a capacidade traz uma discussão interessante.
O número “ideal” para o novo estádio seria de 35 mil lugares, numa previsão baseada nas médias de público do clube no Campeonato Brasileiro (veja aqui).
As projeções consideram apenas os valores dos estádios, sem anexos. No caso pernambucano – cujo custo por cada assento seria o segundo mais caro, devido aos camarotes -, o preço foi estimado em R$ 262 milhões.
Uma ação planejada de marketing, profissional. No Náutico enfim virou realidade. O clube anunciou o contrato firmado com uma agência para a reestruturação dos departamentos comercial e de marketing do clube.
A agência potiguar 10 Sports terá noventa dias para implantar o novo formato de gestão. A empresa foi responsável pelo avanço no programa de sócios do ABC de Natal, que chegou a dez mil associados.
O Alvirrubro conta, hoje, com 6 mil membros em dia. Obviamente, o público consumidor nos Aflitos é bem mais amplo. Criação de produtos e programas, viabilidade de investidores. Tudo isso será canalizado de forma profissional.
A área de marketing só faz crescer no futebol, ressaltando a necessidade de um investimento no setor. Aos poucos, os grandes locais estão compreendendo.
Uma negociação em bloco com os três grandes clubes pernambucanos resultou no licencimento de três dezenas de peças de vestuário. O trio firmou um contrato com a Braziline, que desde 1995 confecciona produtos oficiais para clubes de futebol voltados para o público masculino, feminino e infantil. Náutico, Santa Cruz e Sport foram os primeiros do Nordeste. Saiba mais aqui.
Grandes clubes do Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre já integravam o portfolio. No blog, exemplos das peças, que serão comercializadas por valores entre R$ 50 e R$ 90. Que outros negócios em bloco ocorram no Recife.
As miniaturas de estádios de futebol já são realidade entre os principais clubes. Os produtos licenciados estão entre as recordações mais procuradas por torcedores. Saiba mais sobre esse nicho futebolístico clicando aqui.
Abaixo, uma galeria de imagens com miniaturas a partir de um quebra-cabeça de até 160 peças. Produzidos com o cartoes esponjosos, os miniestádios são voltados para crianças a partir de seis anos de idade (veja aqui).
Considerando que adutlos também se interessam pelo material, a empresa NanoStad firmou contrato com sete clubes de São Paulo e Rio de Janeiro – apenas o Flamengo, sem estádio, ficou de fora. Entre os estrangeiros, destaque para os gigantes espanhóis Real Madrid e Barcelona.
Enquanto as pequenas reproduções dos estádios (12cm x 12cm) custam entre R$ 80 e R$ 199, o quebra-cabeça (34cm x 34cm) sai por R$ 60. Enquanto isso, Náutico, Santa Cruz e Sport não licenciaram sequer os modelos de plástico, sem montagem, das miniaturas dos Aflitos, Arruda e Ilha do Retiro.
Difícil achar que produtos assim não fariam sucesso no Recife…
A costura para os nomes “mercadológicos” das arenas brasileiras da Copa do Mundo de 2014 vem sendo paulatina. Não se trata apenas de assinar um contrato com uma empresa interessada e batizar o estádio.
É preciso verificar a viabilidade do nome, a chance de emplacar a denominação no público consumidor do empreendimento.
Ações de marketing de longa duração com torcedores se tornam regra nesse caso. Antes disso, acordos com os canais de mídia detentores dos direitos de transmissão dos principais campeonatos de futebol.
No fim de 2012 foi revelado o acordo da Rede Globo, que atendeu ao pleito dos clubes mais populares do país e irá chamar, em tese, o nome dos novos estádios de acordo com os contratos de naming rights vigentes.
Pois bem, a revista Veja traz a notícia de que a Arena Fonte Nova, construída pela Odebrecht, firmou um contrato com a cervejaria Itaipava (veja aqui).
Eis o nome: Itaipava Arena Fonte Nova.
A cerveja faz parte do Grupo Petrópolis, que está erguendo uma fábrica em Alagoinhas, a 107 quilômetros de Salvador. A primeira unidade na região.
Tentando fortalecer a marca no Nordeste, segundo a mesma nota, a empresa agora aponta para a… Arena Pernambuco, erguida pela mesma construtora.
O cofre do consórcio irá agradecer, com R$ 10 milhões a cada temporada.
Itaipava Arena Pernambuco? Ou com outros produtos do grupo, como a cerveja Crystal ou energético TNT. Prepare-se, pois o contrato seria de 10 anos…
Em 2009 era Cidade da Copa. Depois foi sugerido Arena Capibaribe. Já havia se firmado como Arena Pernambuco e agora outro nome. É bom decidir logo.
Curioso mesmo seria este nome num estádio com a venda de cerveja probida. O que deve se tornar mais um motivo para rever a lei em vigor no estado.
O atacante Nininho ficou famoso ao marcar o gol da vitória do Íbis sobre o Jaguar, em 2012, acabando com um longo jejum do Pássaro Preto.
O folclórico clube pernambucanao, perambulando na segunda divisão estadual, não ganhava um jogo oficial há quatro anos, com longos 29 jogos de insucesso, sendo 22 derrotas e 7 empates.
Nininho evitou a continuação da saga para superar o jejum entre 1980 e 1984, de 55 partidas, quando o Íbis entrou no Guinness Book, o livro dos recordes.
Apoiado pelo site Ibismania, que tira uma onda do próprio histórico do time, Nininho virou o “Mito” nas redes sociais.
A fama ganhou jornais e televisões locais. Confira aqui.
Agora, um voo nacional, estrelando a nova campanha publicitária da operadora de celular Oi. Acredite, Nininho, o “Mito”, chegou lá…
Um mês após o ato que escancarou a necessidade de uma requalificação no esquema de segurança nos jogos de futebol no estado, o primeiro clássico.
Sport e Náutico entram na Ilha do Retiro, no domingo, sem a presença das torcidas uniformizadas, vetadas desde o disparo que atingiu Lucas de Freitas Lyra, 19 anos, na frente dos Aflitos. O alvirrubro continua internado no hospital.
Numa tentativa válida e necessária para deixar a rivalidade dentro das quatro linhas, os três grandes clubes e a Associação de Assistência à Criança Deficient, AACD, lançam a campanha Respeito & Paz, com uma mobilização a partir das redes sociais. Aqui no blog, a campanha segue.
Recentemente a FPF também celebrou uma ação social. Confira aqui.
O trabalho de conscientização deve ser permanente.
Uma foto emblemática, dosada de uma importante carga de marketing.
Os dirigentes alvirrubros já haviam conhecido a Arena Pernambuco ainda nos primeiros módulos do milionário empreendimento, mas a ação teve repercussão.
Com a obra se aproximando dos 90% de avanço físico foi a vez do próprio time.
Visita devidamente agendada e comunicada à imprensa.
Os principais nomes marcaram presença. Kieza, Martinez, Elicarlos, Rogério…
Ao lado de outros vinte jogadores, já são nomes eternizados nesta pioneira visita, realizada nesta quinta, com a “primeira entrada” do time no palco, ainda sem gramado.
Em poucos meses, esse mesmo elenco estará bem no centro do campo, já verdinho. Agora, falta a própria torcida conhecer a sua nova casa pelas próximas três décadas.
Saiba mais sobre a visita do plantel timbu ao estádio em São Lourenço aqui.