Exigências do MPPE para liberar o Arruda com 60 mil e Ilha com 32 mil. Até 2018

Arruda e Ilha do Retiro. Fotos: DP

Até 2018, Santa Cruz e Sport podem voltar a ter a autorização para a capacidade máxima de seus estádios, Arruda e Ilha. Isso caso consigam atender às exigências definidas numa reunião envolvendo representantes dos clubes com o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), através da Promotoria de Justiça Especializada do Torcedor, e com Corpo de Bombeiros. São quatro tópicos na casa coral e cinco no reduto leonino, com prazos distintos. Desde 25 de setembro de 2015, quando os bombeiros emitiram atestados sobre o José do Rego Maciel e o Adelmar da Costa Carvalho, as respectivas capacidades foram reduzidas. Não por questão de espaço físico para o público, mas pela estrutura oferecida para a evacuação da torcida, apontando escadas, portas e corredores afunilados. Então, vamos aos tópicos para o laudo definitivo.

Lembrando que os dois clubes já tinham começado a agir – veja aqui e aqui.

Arruda
Termos de Ajustamento de Conduta, em 27/09/2016

1) Limpeza de banheiros, troca de tubulações e plano de manejo de lixo (6 meses)
2) Mais rampas e assentos para cadeirantes, mapa tátil para cegos e vagas de estacionamento para idosos e deficientes (18 meses)
3) Construção de uma sala para a central de comando da PM (20 meses)
4) Impermeabilização da armação em concreto, conserto das juntas de dilatação e das armaduras expostas (24 meses)

Cronologia da capacidade
1972 – 64.000 lugares *inauguração
1982 – 110.000 (+53.000) *construção do anel superior
1993 – 85.000 (-25.000)
2001 – 75.000 (-10.000)
2005 – 65.000 (-10.000)
2012 – 60.044 (-4.956)
2015 – 50.582 (-9.462)
2018 – 60.044 (+9.462)?

Recorde: 96.990 (Brasil 6 x 0 Bolívia, em 29/08/1993)

Ilha do Retiro
Termos de Ajustamento de Conduta, em 27/09/2016

1) Compra de lixeiras (para os boxes de venda) e sanitários (15 dias)
2) Impermeabilização de lajes, retirada de infiltrações, manutenção da infraestrutura elétrica e de armaduras aparentes (7 meses).
3) Vagas de estacionamento para idosos e deficientes (15 dias)
4) Mais espaço na arquibancada a deficientes, nova sinalização e melhora nas rampas de acesso para cadeirantes (14 meses)
5) Melhorar o sistema de combate a incêndio e pânico (24 meses)

Cronologia da capacidade
1950 – 20.000 lugares *reforma para a Copa do Mundo
1960 – 36.000 (+16.000) *ampliação da cadeira central e da arquibancada
1984 – 45.000 (+9.000) *construção das gerais e ampliação da cadeira central
1998 – 50.000 (+5.000) *construção da ‘curva especial’
2001 – 45.000 (-5.000)
2005 – 32.500 (-12.500)
2006 – 30.520 (-1.980)
2007 – 34.500 (+3.980) *construção da ‘curva da ampliação’
2012 – 34.200 (-300)
2013 – 32.983 (-1.217)
2015 – 27.435 (-5.548)
2018 – 32.983 (+5.548)?

Recorde: 56.875 (Sport 2 x 0 Porto, em 07/06/1998)

Cartilha, confraternização e as mesmas ações do MPPE contra as uniformizadas

Cartilha do Torcedor, produzida pelo Ministério Público de Pernambuco

De tempos em tempos, uma mesma medida é tomada pelo Ministério Público de Pernambuco para tentar parar a violência protagonizada por supostos integrantes das torcidas uniformizadas nos jogos de futebol.

O promotor José Bispo decidiu entrar com uma ação solicitando o afastamento das principais facções dos clubes pernambucanos, por um ano. A medida valeria para os estádios na Região Metropolitana do Recife.

A ideia está longe de ser inédita…

A última recomendação do tipo aconteceu em 2012. Relembre aqui.

A própria FPF tomou uma decisão semelhante em 2013. Durou quatro meses.

Ou seja, teremos uma velha novidade, que já se configurou em um paliativo. Seguimos sem avanço no problema central, com investigações e punições de fato aos infratores.

Em 2010, o Ministério Público de Pernambuco já havia lançado uma cartilha de comportamento dos torcedores, com objetivo de informar de forma clara e objetiva os direitos e deveres das pessoas que frequentam os estádios.

A cartilha, com tiragem de 25 mil exemplares, não teve tanto efeito.

Curiosamente, naquela ocasião, o mesmo José Bispo fez uma grande confraternização no MPPE com integrantes das principais uniformizadas, Torcida Jovem, Inferno Coral e Fanáutico.

Essa dualidade do órgão e de seus representantes também faz diferença

Em vez de cartilhas e recomendações provisórias, bem que o Ministério Público poderia insistir na ideia do cadastro dos membros. E olhe que que as estimativas apontam para até 190 mil membros…

A responsabilidade social no futebol via redes sociais, vigiadas por todos

Negro e branco

“Vou confessar. Perder pra esse time de pobre preto e puta me incomoda.”

De cabeça quente, numa brincadeira de mal gosto ou num círculo de amigos. Descabido. Não foi num estádio, mas no universo virtual.

A declaração postada em uma rede social após o desfecho entre alvirrubros e tricolores na semifinal do campeonato estadual, no domingo, não passou batida.

A mensagem direcionada ao Santa Cruz foi replicada centenas de vezes por torcedores de outros times, não importando a bandeira.

Indignação de tricolores, rubro-negros e até alvirrubros, pois os três rivais contam com torcedores nas camadas sociais mais baixas. Não há demérito.

A resposta oficial saiu nesta terça-feira, com a direção coral acionando o Ministério Público de Pernambuco para que seja investigada a autoria e veracidade das declarações de preconceito racial (veja aqui).

Twitter, Facebook, Google+ e Orkut podem ser espaços virtuais para brincadeiras no futebol, debates acalorados, mas para tudo há um limite. Casos de processos na internet não são raros no país.

Pois é. É preciso ter o mínimo de responsabilidade ao escrever, além de educação e inteligência, até mesmo para compreender o termo “rede” com a proliferação das mensagens de forma muito maior do que a vida real.

Uma frase dita após mais uma dura eliminação pode ser “ouvida” por milhares de pessoas minutos depois. E o preço pode ser enorme….