Olinda 483 anos e Recife 481 anos

O dia 12 de março celebra a fundação de Olinda (1535) e Recife (1537). Em 2018, as cidades-irmãs somam 2 milhões de habitantes, por boa parte formada por torcedores de Náutico, Santa Cruz e Sport – centenários e já intrínsecos aos municípios. Não por acaso, o trio de ferro registrou a passagem da data através dos respectivos perfis oficiais no twitter.

Obs. Na mesma rede social, clubes tradicionais de outros estados também parabenizaram. Inclusive o Flamengo, em postagens distintas às duas cidades (aqui e aqui), citando a capital pernambucana como uma ‘terra cheia de rubro-negros apaixonados’. Pela última pesquisa de torcidas, nem tanto.

Náutico

Santa Cruz

Sport

Grito da República, em Olinda, torna-se o estádio mais demorado de Pernambuco

Estádio Grito da República, em Olinda. Foto: Diego Borges/DP

Em um vídeo institucional, em 11 de abril de 2014, o prefeito Renildo Calheiros estipulava para o Natal a inauguração do estádio Grito da República, em Olinda. Àquela altura, o prazo já estava esticado em dois anos. Chegou o Natal, de 2016, e a praça esportiva de R$ 10,4 milhões deve ser, enfim, aberta. É preciso frisar o ano da conclusão porque a ordem de serviço da (arrastada) obra foi assinada em 2008. Logo, nenhum estádio local com pelo menos 10.700 lugares (a capacidade de Rio Doce) precisou de tanto tempo para ser erguido.

Período gasto na construção de cada setor*:
Grito da República (construção, +10 mil): 2008-2016 (9 anos)
Arruda (anel inferior, +64 mil): 1965-1972 (8 anos)
Aflitos (ampliação, +10 mil): 1996-2002 (7 anos)
Arena Pernambuco (construção, +46 mil): 2010-2013 (4 anos)
Arruda (anel superior, +46 mil): 1980-1982 (3 anos)
Ademir Cunha (construção, +30 mil): 1980-1982 (3 anos)
Ilha do Retiro (ampliação, +15 mil): 1953-1955 (3 anos)
Ilha do Retiro (ampliação, +10 mil): 1982-1984 (3 anos)
Cornélio de Barros (remodelação, +10 mil): 2010-2012 (3 anos)
Ilha do Retiro (remodelação, +20 mil): 1949-1950 (2 anos)
Carneirão (construção, +10 mil): 1990-1991 (2 anos)
* Trata-se da capacidade original, pois vários dados acabaram reduzidos 

Como se sabe, o objetivo inicial do estádio olindense era se tornar um dos Centros de Treinamento de Seleções (CTS) da Copa 2014. Passou longe, com problemas de orçamento e falhas no projeto executivo, demandando mais tempo para ajustes – nesse tempo todo, o Diario de Pernambuco visitou o local várias vezes, comprovando o atraso. Claro, o empreendimento é uma aquisição da população, à parte do evento já no passado. Tanto que há a pretensão de virar a casa do Olinda Futebol Clube, que desde sua fundação, em 2007, manda seus jogos no Olindão, o acanhado palco em Jardim Brasil.

O problema é que, gramado à parte, as redes elétrica (ainda não há refletores) e hidráulica seguem inacabadas. As cadeiras azuis do projeto e a cobertura do setor também não foram instaladas. E assim deve seguir até o fim do mandato do atual gestor, à frente da cidade durante oito anos, sem a conclusão de fato.

Estádio Grito da República, em Olinda. Foto: Diego Borges/DP

Estádio Grito da República, em Olinda. Foto: Diego Borges/DP

Estádio Grito da República, em Olinda. Foto: Diego Borges/DP

Islândia, um país menos populoso que Olinda, destrona a Inglaterra. Acredite

Torcida da Islândia. Foto: Eurocopa 2016/twitter (UEFAEURO_

O território da Islândia é quase do mesmo tamanho de Pernambuco, com 103.001 km² x 98.149 km². Demograficamente, contudo, há uma enorme diferença, com 9,4 milhões de habitantes no estado e apenas 331 mil no país insular, espalhados em cidades pequenas no litoral, bem afastadas da Europa. Lá, num cenário quase deserto, o futebol vive. Apesar da população menor em relação a cinco municípios locais (Olinda, para se ter ideia, tem 57 mil a mais!), é capaz de formar uma seleção competitiva, que já faz história na Euro 2016.

Começou nas eliminatórias, num rendimento já irreal para o padrão da equipe. Seguiu contra a lógica na fase de grupos e alcançou uma impressionante classificação às quartas, vencendo a Inglaterra por 2 x 1, de virada. Superou o inventor do esporte, o país da liga mais rica, de um nível de profissionalismo superior a oito divisões. Na Islândia, segundo a federação nacional de futebol (KSI), existem apenas 3 mil adultos jogando bola, com 100 profissionais!

Fazendo uma relação entre a população masculina (167 mil islandeses) e os 23 convocados da seleção, 1 em cada 7 mil foi chamado para o torneio continental. No estado, essa conta ficaria 1 em 198 mil. Tudo, absolutamente tudo, sobre a Islândia parece ficção, como a sua torcida, com 5% do país presente nos jogos na França. Uma torcida fiel, que segue a sua história, agora contra os donos da casa, os franceses. Mundialmente, a torcida já está maior…

1.617.183 – Recife (IBGE, estimativa de 2015)
686.122 – Jaboatão
389.494 – Olinda
347.088 – Caruaru
331.951 – Petrolina

331.811 – Islândia

322.730 – Paulista
200.546 – Cabo
154.054 – Camaragibe
136.949 – Garanhuns
135.805 – Vitória

Islândia comemora a classificação às quartas da Euro 2016. Foto: Eurocopa 2016/twitter (@UEFAEURO)

No meio do caos, a passagem da tocha olímpica vira piada em Olinda e no Recife

Tocha olímpica...

O Grande Recife amanheceu submerso, com ruas e avenidas inundadas, desmoronamento de barreiras, queda de árvores, pessoas ilhadas e tragédias familiares. Ainda assim, no meio do caos, algumas pessoas conseguiram juntar forças para manter o bom humor, “antecipando” o revezamento da tocha olímpica na cidade, agendado para o dia seguinte.

Um misto de irreverência e protesto (pra lá de justo).

Os vídeos foram compartilhadas nas redes sociais. Assista.

Íbis, Olinda e Timbaúba em ação no campeonato mais equilibrado do mundo

Série A2 do Estadual 2015: Íbis 1x8 Olinda, Timbaúba 2x8 Íbis e Olinda 0x1 Timbaúba. Fotos: Ibismania/twitter e FPF/site oficial

A sequência de jogos entre Íbis, Olinda e Timbaúba, na segunda divisão pernambucana de 2015, chamou a atenção pelos resultados, sem qualquer nexo técnico, a não ser o fato de ser algo possível basicamente no “futebol”.

30/08 – Íbis 1 x 8 Olinda
06/09 – Timbaúba 2 x 8 Íbis
09/09 – Olinda 0 x 1 Timbaúba

Quem levou de 8, marcou 8. E que perdeu deste, se reucuperou vencendo o primeiro a ganhar de 8. Sem contar o fato de que todas as vitórias ocorreram fora de casa na competição restrita a atletas de até 23 anos.

A partir desses três jogos, vale apresentar como curiosidade os campeonatos mais equilibrados da história, segundo banco de dados do site RSSSF, especializado em estatísticas do futebol. E é preciso ir bem longe, no tempo e nas divisões, para achar algo realmente surpreendente.

O torneio mais parelho que se tem notícia foi o campeonato romeno da terceira divisão da temporada 1983/1984. Exceção feita ao campeão, sete pontos à frente do vice, os outros 15 times foram separados por três pontos após trinta rodadas! Nove equipes terminaram com 29 pontos, entre o 7º e o 15º, este rebaixado. E sem contar o fato de que oito times são chamados de “Minerul”.

Vitória valendo 2 pontos e empate 1 ponto.

Campeonato Romeno da 3ª divisão de 1983/1984. Fonte: RSSSF

O segundo caso de maior equilíbrio foi na África, na edição 1965/1966 do campeonato marroquino. Com 14 clubes, também no formato pontos corridos, a diferença entre o campeão (Wyad Casablanca) e o lanterna (Maghreb) foi de apenas oito pontos. O Kawkab, de Marrakech, terminou em 5º lugar, com 53 pontos, a quatro pontos do título e quatro pontos do rebaixamento.

Vitória valendo 3 pontos, empate 2 pontos e derrota 1 ponto (sim, derrota).

O campeonato marroquino de 1965/1966. Fonte: RSSSF

Homenagens dos grandes clubes aos aniversários de Recife e Olinda

O dia 12 de março é uma das datas mais significativas para o povo pernambucano, com o aniversário das cidades-irmãs, Olinda e Recife. Da cidade patrimônio à metrópole cortada por rios e edifícios. Centenários, os grandes clubes do estado fazem parte desta história.

Em 2015, Olinda completa 480 anos, enquanto o Recife chegou a 478.

Parabéns às duas cidades. Abaixo, as homenagens de alvirrubros, tricolores e rubro-negros, através de seus perfis oficiais no facebook.

Náutico

Homenagem do Náutico aos aniversários de Recife e Olinda, em 12 de março de 2015. Crédito: Náutico/facebook

Santa Cruz

Homenagem do Santa Cruz aos aniversários de Recife e Olinda, em 12 de março de 2015. Crédito: Náutico/facebook

Sport

Homenagem do Sport aos aniversários de Recife e Olinda, em 12 de março de 2015. Crédito: Sport/facebook

Obra do estádio de Olinda volta após 22 meses. Prefeitura aponta ritmo acelerado

Retomada da construção do estádio Grito da República, em Olinda. Foto: Luiz Fabiano/Pref. Olinda

A construção do estádio Grito da República, no bairro de Rio Doce, em Olinda, ficou parada durante 22 meses. Até o mato subir e tomar conta.

O tema já foi abordado pelo blog aqui.

A ordem de serviço, com investimentos do Ministério do Esporte e da Prefeitura de Olinda, foi assinada em 2008! Inicialmente, o gasto era de R$ 7,1 milhões. Porém, após muito tempo sem atividade no terreno, a obra foi retomada em setembro – com um custo total recalculado em R$ 10.545.712. A previsão, agora, é entregar o estádio de 10.700 lugares em dezembro de 2014.

É um pouco tarde para o objetivo original. Basta ler o trecho sublinhado da justificativa oficial da obra, no site governamental Portal dos Convênios.

“Inicialmente vimos informar que o Estádio Municipal de Olinda situa-se na Avenida Brasil, entre as Avenidas Jules Rimet e a México, na 2º Etapa no Bairro de Rio Doce e; Considerando que o Município de Olinda vem realizando a Construção do Estádio de Futebol em Rio Doce com o objetivo de ampliar os espaços de práticas esportivas e culturais para jovens, adultos e idosos, proporcionando a realização de torneios esportivos, além de dar oportunidade de revelar atletas profissionais para os clubes existentes a nível Nacional, bem como Internacionalmente; Considerando ainda o momento em que o país vivencia a Copa do Mundo em 2014, onde poderemos disponibilizar esse espaço esportivo para ser utilizado como centro de treinamento de seleções mundiais; Considerando enfim a necessidade de complementação deste Estádio para estar apto a atender as exigências da Federação Pernambucana de Futebol( F. P. F ) e também da FIFA; Enfim, entendemos que estaremos contribuindo para que, através da prática de esportes e de lazer, possamos ter um espaço público que venha convergir a relação entre pessoas.”

Enquanto isso, a Prefeitura de Olinda publica uma nota sobre a retomada com a seguinte mensagem…

“A obra de construção do Estádio Grito da República, em Rio Doce, encontra-se em ritmo acelerado.”

Ritmo acelerado? Só se for para a Copa do Mundo de 2018…

Retomada da construção do estádio Grito da República, em Olinda. Foto: Luiz Fabiano/Pref. Olinda

Sub 23, o novo caminho para a elite pernambucana, com e sem profissionais

Clubes do Pernambucano Sub 23 de 2014 (segunda divisão). Crédito: Cassio Zirpoli

A segunda divisão do Campeonato Pernambucano foi instituída de forma regular em 1995, tendo como primeiro campeão o Sete de Setembro de Garanhuns.

Deficitária desde sempre, a competição se manteve aos trancos e barrancos com estádios vazios, jogos ruins e tendo como único ponto a favor o acesso. A movimentação do interior era quase uma falácia, com arremedos em campo.

Demorou quase duas décadas, mas a FPF tomou uma atitude e reformulou o torneio de forma drástica, dando um sentido a mais além das vagas. A partir de agora, a segundona, a popular Série A2, passa a ser o Pernambucano Sub 23.

Os dois lugares na elite do futebol local seguem em disputa. Porém, para isso as equipes postulantes terão que seguir o mesmíssmo modelo.

Em cada jogo, os time podem inscrever 22 jogadores, com pelo menos 18 tendo no máximo 23 anos (nascidos a partir de 1992). O formato é semelhante ao da Olimpíada, mas aqui cinco nomes sequer precisam ser profissionais…

Até a conquista do título, os 15 clubes vão passar por cinco fases, sendo duas etapas em grupos e o restante em mata-mata. Acesso somado às revelações.

Elogio à parte, a federação precisa mudar outro cenário, o das arquibancadas. A segundona (“Sub 23”) começou com campos precários e vazios, como sempre.

Grupo A: Araripina, Afogados, Altinho e Petrolina.
Grupo B: Belo Jardim, Centro Limoeirense, Sete de Setembro e Timbaúba.
Grupo C: Barreiros, Ferroviário do Cabo, Jaguar e Vera Cruz.
Grupo D: Atlético/PE Íbis e Olinda.

O Decisão, que integraria a chave D, desistiu. Favoritos ao acesso?

Jogos da rodada de abertura do Pernambucano Sub 23 de 2014. Fotos: FPF/site oficial

Antes do Grito da República, o grito do abandono

Estádio "Grito da República", em Olinda. Fotos: Olinda FC/facebook

A construção de um estádio de futebol com capacidade para 10.700 pessoas, em Olinda, tornou-se num dos maiores escândalos do esporte no estado.

A ordem de serviço para o empreendimento em Rio Doce foi assinada em 2008. Inicialmente, seriam R$ 7,1 milhões, com investimentos do Ministério do Esporte e da Prefeitura de Olinda.

No entanto, a obra está paralisada há 17 meses, para ajustes num projeto executivo aprovado na gestão passada, do mesmo partido diga-se. Agora, a expectativa é que o gasto passe dos R$ 10 milhões.

Em um vídeo da própria gestão, o prefeito Renildo Calheiros estipula dezembro deste ano como a data da inauguração.

Curiosamente, a ideia era ter inaugurado o estádio em dezembro de 2013, inscrevendo o local nos Centros de Treinamento de Seleções (CTS), da Copa do Mundo.

As fotos com o abandono já foram postadas e comentadas no blog (veja aqui).

Após um trabalho básico de limpeza no local, o prefeito enfim reapareceu na área.

Basta assistir ao vídeo para conferir o entusiasmo do gestor com a obra mais inacabada dos últimos tempos.

“A arquibancada está pronta. Falta o gramado, acabamento, iluminação…” Só!?

O prefeito também revelou o nome oficial do estádio, “Grito da República”. Se fosse “Grito do Abandono” também seria pra lá de válido.

Mascote tricolor levanta a primeira taça do centenário nas ladeiras de Olinda

Corrida de Mascotes 2014 em Olinda. Foto: VANESSA CARVALHO/BRAZIL PHOTO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

O carnaval já está chegando. Enquanto as ladeiras não ficam lotadas, ainda é possível até correr. No sábado, a Cobra Coral venceu a quarta edição da Corrida de Mascotes, realizada uma semana antes do carnaval olindense.

Nas ladeiras do Sítio Histórico, o mascote do Santa Cruz conquistou, de certa forma, o primeiro título do clube no ano do centenário.

O grande desfalque neste ano foi o Sport, que não mandou o mascote “Léo”. Campeão em 2011, o mascote rubro-negro caiu na corrida passada (veja aqui).

Confira o pódio de todas as ediçoes da Corrida de Mascotes em Olinda.

2014
1º) Santa Cruz (Cobra Coral), 2º) Olinda (Panda), 3º) Íbis (Pássaro Preto)

2013
1º) Íbis (Pássaro Preto), 2º) Central (Patativa), 3º) América (Periquito)

2012
1º) América (Periquito), 2º) Íbis (Pássaro Preto), 3º) Sport (Leão)

2011
1º) Sport (Leão), 2º) América (Periquito), 3º) Náutico (Timbu)