Acima, alguns dos jogos transmitidos no campeonato estadual de 2017: Náutico 1 x 1 Santa Cruz (Globo NE), Sport 3 x 0 Central (Premiere), Vitória 3 x 0 América (globoesporte.com) e Central 0 x 0 Atlético (globoesporte.com)
O contrato de transmissão do Campeonato Pernambucano firmado junto à Rede Globo, de 2015 a 2018, prevê um investimento anual de R$ 3,84 milhões, somando todas as plataformas de exibição. Pelo acordo, cada grande clube recebe R$ 950 mil, enquanto os nove intermediários ganham R$ 110 mil, cada. Entretanto, há uma correção anual, sob contrato. Através do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), cada cota é reajustada a partir do valor-base, estipulada em janeiro de 2015. Através do site do Banco Central do Brasil é possível calcular a correção das últimas cotas (abaixo). De 2015 para 2016, por exemplo, o aumento acumulado foi de “11,8045%”. Neste ano, as parcelas atualizadas de Náutico, Santa e Sport, somadas, chegam a R$ 3.398.667. A Ponte Preta, para citar um exemplo, recebeu R$ 5 milhões pelo Paulistão…
Para o quadriênio 2019-2022, a direção da FPF pretende abrir uma licitação para a transmissão nas cinco plataformas audiovisuais (tevês aberta e fechada, pay-per-view, sinal internacional e internet) com valores públicos. A conferir.
Receita original da televisão/ano Grandes – R$ 700 mil (cota) + R$ 250 mil (luva) Pequenos – R$ 60 mil (cota) + R$ 50 mil (luva)
Cotas do Campeonato Pernambucano (contrato 2015-2018):
Em 6 de dezembro de 2009, num Maracanã repleto, o Flamengo venceu o Grêmio por 2 x 1, com um gol de cabeça de Ronaldo Angelim, e conquistou o pentacampeonato brasileiro. O time, que contava com Adriano e Petkovic em grande fase, era comandado por Andrade, ex-jogador do rubro-clube e campeoníssimo na década de 1980. Iniciou a carreira já com um título de Série A. Porém, sete anos depois, segue sem se firmar na primeira divisão.
Passados 2.612 dias, mais um passo surpreendente (não necessariamente positivo) na carreira de Andrade. O treinador, hoje com 59 anos, foi anunciado pelo Petrolina. Não adianta puxar pela memória, pois a Fera Sertaneja não está na primeira divisão pernambucana. Em 2016 não disputou sequer a segundona, pois alegou problemas financeiros para se licenciar na ocasião. Volta à Série A2 no segundo semestre de 2017, com um treinador improvável.
Após o titulo no Fla, Andrade trabalhou em apenas cinco clubes, sempre com passagens curtas: Brasiliense (2010), Paysandu (2011), Boavista-RJ (2012), São João da Barra-RJ (2014) e Jacobina-BA (2015). No Petrolina, tentará colocar clube na elite após cinco anos. Em termos de torcida na Associação Rural, talvez se apoie na presença flamenguista no Sertão do São Francisco. Na última pesquisa na região, via instituto Opine, em 2008, o Trio de Ferro só tinha 6,8%, com forte influência do clube carioca. Agora personificada em Andrade.
O público pífio na abertura do Estadual, o menor neste formato com hexagonal do título, mostrou uma faceta inacreditável do presidente da FPF, que parece se negar a enxergar os problemas da competição que organiza.
Em entrevista ao repórter Alexandre Arditti, do Jornal do Commercio, Evandro Carvalho não só ameaçou a continuidade do torneio regional como inverteu a ordem que mantém a estrutura atual do futebol brasileiro. A seguir, as cinco aspas publicadas (em negrito) e as observações do blog.
“Do modo que está (a Copa do Nordeste), com 20 clubes e quatro meses de disputa, não dá. Ou o Nordestão volta a ser uma copa, iniciando e terminando antes dos Estaduais ou tem que ser extinto” Mesmo ampliado, de 16 para 20 clubes, em 2015, o torneio manteve a mesma estrutura de 12 datas (6 na fase de grupos e quartas, semi e final em ida e volta). Desde a volta ao calendário oficial, em 2013, o regional foi realizado paralelamente ao Pernambucano, cuja média de público variou de 4,5 mil a 6,3 mil nos anos com TCN. Mais: enquanto presidente, Evandro não viu este cenário sugerido por ele. O que não dá, mesmo, é a autorização de gramados, mesmo na primeira fase, como ocorreu no Estadual 2017. Era única opção para iniciar o campeonato? Então nota-se que é preciso repensar o Campeonato Pernambucano, e não a Copa do Nordeste, ascendente financeiramente há 5 anos (de R$ 5,6 mi para R$ 18,5 milhões em premiações).
“A Copa do Nordeste está desvirtuada. A CBF misturou futebol e política e estrangulou os Estaduais. Não temos mais datas. Os Estaduais na região passam por dificuldades, mas estamos num momento de reviravolta. Temos que resolver isso de uma vez por todas. Não podemos esperar” A segunda sentença beira o surrealismo, pois foi justamente a política, das federações junto à CBF, que tirou o Nordestão do calendário nacional, em 2003. Em 2001/2002, quando o regional foi disputado com turno (15 rodadas) e mata-mata, no auge econômico-esportivo, as federações da região enfraqueceram a disputa ao condicionar a mudança do Campeonato Brasileiro, que passou a ser de pontos corridos (46 rodadas na época) durante oito meses, à retirada das copas regionais. Porém, a briga foi parar na justiça, com a Liga do Nordeste (que possuía contratos assinados de patrocínio e tevê) exigindo mais de R$ 25 milhões de indenização. Acuada quase uma década depois, a CBF cedeu e incorporou a Lampions até 2022, via acordo judicial. E hoje já paga mais que o Estadual: R$ 600 mil por 4 jogos (podendo chegar a R$ 2,8 milhões por 12) x R$ 950 mil por 10 jogos. Lembrando que o calendário oficial de 2017, apresentado pela CBF em julho de 2016, reduziu a Copa do Nordeste de 12 para 8 datas. O formato atual só foi “autorizado” porque as federações dos estados nordestinos, que ganharam 4 datas, pulando de 14 para 18, “cederam” 4. Não há justificativa no regulamento, restando a constatação óbvia, de dar poder, outra vez, às federações. Logo, o discurso reducionista de Evandro pode, sim, ser aplicado, justamente por um regulamento geral desvirtuado, para usar a mesma palavra.
“Se os Estaduais acabarem, estaremos contribuindo ainda mais para a crise que afeta o país” Para começar, não defendo o fim dos estaduais, mas uma reformulação. De acordo com a diretoria de registro de transferências da CBF, cerca de 80% de todos os 21 mil atletas profissionais do país ganham até R$ 1 mil e só trabalham durante 4 meses. A realização do Estadual, da forma como é hoje, independentemente do Nordestão, não é determinante para essa crise, mas sim o desemprego gerado em 2/3 do ano, com uma estrutura de calendários regulares, no âmbito nacional, para apenas 60 clubes (nas Séries A, B e C). Hoje, existem 766 clubes no país. Somando as quatro divisões, chega-se a 128 times em atividade anual, o que corresponde a 16% do total. O Estadual torna-se quase irrelevante numa análise expandida. Indo além dos empregos, caberia à própria federação a articulação de um contrato de TV (mais recursos, mais condições de pagar folhas e jogadores mais qualificados) ao menos razoável. Hoje, para dar um exemplo, Sport, Náutico e Santa, somados, ganham quase o mesmo da TV que o América-MG no campeonato mineiro (2,85 mi x 2,80 mi).
“Em Pernambuco, sabemos que a extinção do programa Todos com a Nota teria um impacto grande no público. A crise financeira que abala o país é outro fator negativo. Tem também a questão da violência, que assusta os torcedores de bem. Além disso, é início de competição. O Náutico não teve o fim de Série B que se esperava, enquanto o Santa Cruz foi rebaixado” A violência é, sim, um problema crônico, com as (suspensas) uniformizadas. E a saída do Todos com a Nota foi um baque. Primeiro, porque, em alguns anos, o TCN turbinou o quadro geral com fantasmas. Denúncia feita várias vezes pelo Diario. Sem TCN, a competição local de 2016 teve uma média de 3.498, sendo a pior desde 2003, segundo dados da própria FPF. Afinal, foram 17 anos de ingressos subsidiados e o público precisa ser reacostumado a “pagar”, ingresso ou mensalidade de sócio (com acesso livre). Porém, o programa estatal também pode ser visto como uma muleta que impulsionou números num campeonato que há tempos necessitava de ajustes. E Evandro se sustenta em apenas dois pilares, ignorando o formato de uma competição na qual 4 dos 6 se classificam, com 2 dos 3 representantes do interior impedidos de receber os grandes clubes em suas cidades nesta edição. Qual o nível de competitividade disso? São jogos que pouco agregam a uma provável classificação do Trio de Fero, além da falha organizacional (da FPF) em fazer um torneio basicamente no Recife. E a federação que marcou Central (de Caruaru) x Náutico na Ilha do Retiro acha que o problema é o Nordestão?!
“Mas não temos dúvidas que, à medida que o campeonato aquecer, a média de público vai subir”
No mata-mata, a média deve subir, sem dúvida. Mas até lá, o que justifica uma média de 1.077 pessoas, contabilizando os 26 jogos com borderô na 1ª fase e no hexagonal, até o momento? A partir da semifinal, criada em 2010, os motivos são óbvios. Interesse numa disputa real (títulos e vagas nas copas) e a realização de clássicos com algum apelo. Contudo, o formato atual se restringe a quatro jogos à vera. Enquanto isso, liderar o hexagonal com 10 vitórias em 10 jogos não vale uma vantagem concreta, nem esportiva (o mando é único ponto) nem financeira. Exigir que os times atuem com forçam máxima em campanhas com classificações asseguradas em vez de decisivos confrontos no Nordestão e na Copa do Brasil é pensar em benefício próprio, o da FPF, cuja arrecadação caiu bastante em 2016, sem o TCN. Com 8% da renda bruta de todos os jogos, abocanhou R$ 379 mil, contra R$ 612 mil do último ano subsidiado.
Por fim, o posicionamento dos clubes, que não dão um pio. Acho mais grave que a visão do mandatário, porque beira covardia, pra não dizer outra coisa
Pelo 9º ano consecutivo, o blog contabiliza os pênaltis marcados e os cartões vermelhos aplicados no Campeonato Pernambucano. Em 2017, como ocorre desde 2009, o levantamento analisa somente o turno principal. Nesta caso, as dez rodadas do hexagonal do título. Ou seja, só entram na conta os dados de Santa Cruz, Sport, Náutico, Salgueiro, Belo Jardim e Central.
Na primeira rodada do hexagonal, de cara, cinco marcações. Um pênalti na Ilha, convertido por Diego Souza, e quatro expulsões. Começou com o lateral centralino Luís Matheus, dando motivo à penalidade ao “espalmar” a bola em cima da linha. No Clássico das Emoções, confusão e um vermelho pra cada (Dudu e Jaime). No Antônio Inácio, Romário, do Calango, tomou dois amarelos.
Pênaltis a favor (1) 1 pênalti – Sport Sem penalidade – Náutico, Santa Cruz, Central, Salgueiro e Belo Jardim
Pênaltis cometidos (1) 1 pênalti – Central Sem penalidade – Náutico, Santa Cruz, Sport, Salgueiro e Belo Jardim
Cartões vermelhos (4) 1º) Sport e Salgueiro – 1 adversário expulso; nenhum vermelho
3º) Náutico e Santa – 1 adversário expulso; 1 vermelho
5º) Central e Belo Jardim – nenhum adversário expulso; 1 vermelho
Entre 2009 e 2011, com doze time e turno e returno, o ranking levou em conta 132 partidas em 22 rodadas. Com o torneio mais enxuto, num hexagonal a partir de 2014, o número de jogos analisados caiu para 30, em 10 rodadas.
Ano (jogos/pênaltis): 2009 (132/48), 2010 (132/70), 2011 (132/46), 2012 (132/57), 2013 (66/35), 2014 (30/6), 2015 (30/7) e 2016 (30/9)
Mais pênaltis a favor 2009 – Náutico (7) 2010 – Náutico (11) 2011 – Náutico e Araripina (7) 2012 – Santa Cruz (8) 2013 – Sport e Porto (6) 2014 – Santa Cruz (2) 2015 – Sport (3) 2016 – Náutico (4)
Mais pênaltis cometidos 2009 – Ypiranga (11) 2010 – Porto (12) 2011 – Petrolina e América (7) 2012 – Araripina (10) 2013 – Belo Jardim (5) 2014 – Porto (4) 2015 – Santa Cruz e Serra Talhada (2) 2016 – América (3)
A rodada de abertura da fase principal do Campeonato Pernambucano de 2017 foi a pior em termos de público e renda desde que a competição passou a ter este formato. Já são quatro temporadas com o hexagonal do título e esta edição foi a única a não reunir sequer dez mil espectadores nos três primeiros jogos. Com 4.622 na Arena (e tevê aberta na capital), 3.821 na Ilha do Retiro (e exibição no pay-per-view) e 228 no Antônio Inácio, em Caruaru, o público total chegou a 8.671 pessoas, um fiasco. Em todos os anos neste formato houve um clássico na abertura, inclusive em 2014, num confronto que acabou adiado – o Clássico dos Clássicos daquela 1ª rodada só ocorreu em fevereiro.
Clássicos na abertura do Estadual: 2014 – 8.784 pessoas (Náutico 2 x 1 Sport) 2015 – 24.143 pessoas (Santa Cruz 0 x 3 Sport) 2016 – 9.296 pessoas (Náutico 2 x 0 Santa Cruz) 2017 – 4.622 pessoas (Náutico 1 x 1 Santa Cruz)
Abaixo, o comparativo nos anos com hexagonal do título. Nos dois primeiros anos os ingressos foram subsidiados pelo governo do estado, via Todos com a Nota. De qualquer forma, caso a comparação seja apenas com 2016, a queda foi de 31% no público e 48% na arrecadação, mesmo com dois jogos no Recife.
Sobre a corrida das multidões (por enquanto, longe disso), o Náutico começou liderando. Dos seis times no hexagonal, apenas o Santa ainda não atuou como mandante, somando todas as fases. Por sinal, considerando toda o torneio, a FPF, mesmo com o quadro pífio, já arrecadou R$ 24.678, ou 8% da renda bruta.
1º) Náutico (1 jogo como mandante, na Arena Pernambuco) Público: 4.622 Taxa de ocupação: 10,0% Renda: R$ 75.615
2º) Sport (1 jogo como mandante, na Ilha do Retiro) Público: 3.821 Taxa de ocupação: 13,9% Renda: R$ 60.780
3º) Salgueiro (3 jogos como mandante, no Cornélio de Barros Público: 6.449 torcedores Média de 2.149 Taxa de ocupação: 17,8% Renda: R$ 26.729 Média de R$ 8.909
4º) Central (3 jogos como mandante; 2 no Lacerdão e 1 no Antônio Inácio) Público: 3.856 torcedores Média de 1.285 Taxa de ocupação: 8,1% Renda: R$ 51.730 Média de R$ 17.243
5º) Belo Jardim (4 jogos como mandante, no Antônio Inácio) Público: 818 torcedores Média de 204 Taxa de ocupação: 2,7% Renda: R$ 6.872 Média de R$ 1.718
Geral – 26* jogos (1ª fase, hexagonal do título e hexagonal da permanência) Público total: 28.009 Média: 1.077 pessoas Arrecadação: R$ 308.486 Média: R$ 11.864 * Mais 4 jogos ocorreram de portões fechados
Fase principal – 3 jogos (hexagonal do título e mata-mata) Público total: 8.671 Média: 2.890 pessoas Arrecadação total: R$ 138.385 Média: R$ 46.131
Começou, de fato, o Campeonato Pernambucano de 2017. Ou seja, o hexagonal do título. No sábado, o Leão passeou diante do Central. Usou o time principal, ignorando o discurso de “Sub 20”. No domingo, um clássico esvaziado. Abrindo o centenário do duelo, alvirrubros e tricolores ficaram num empate. Foi o terceiro ano seguido que o atual campeão estreando num clássico e como visitante. Também no domingo, no Antônio Inácio, já que o gramado em Belo Jardim está vetado, o Calango foi derrotado pelo Salgueiro – que já larga bem outra vez. Nas arquibancadas, apenas 8.671 pessoas, com média de 2.890. Pois é. Lembrando que o torneio será intercalado com o Nordestão. No caso, haverá uma rodada no meio de semana antes da pausa para o regional e para a Copa do Brasil.
Nos três jogos realizados nesta fase do #PE2017 saíram 7 gols, com média de 2,3. Em relação à artilharia, que a FPF oficialmente considera apenas os dados do hexagonal e o mata-mata, Rogério, Diego Souza e Lenis (Sport), Anselmo (Náutico), Léo Costa (Santa), Daniel e Dadá (Salgueiro) começaram liderando econômica lista, com 1 gol cada.
Sport 3 x 0 Central – Em ritmo de treino o Leão fez uma apresentação melhor, técnica e fisicamente, do que na estreia no Nordestão – sem DS na ocasião.
Náutico 1 x 1 Santa Cruz – Os rivais decepcionaram no primeiro confronto, com poucas chances. Ao menos, houve emoção a partir dos 44 do 2º tempo.
Belo Jardim 0 x 2 Salgueiro – Favorito entre os interioranos, o Carcará largou bem já como visitante. Deve ser o único a receber os grandes em seu campo.
Destaque: Diego Souza. O camisa 87 comandou o Sport no sábado, tanto na armação quanto na finalização. E não foi poupado, atuando os 90 minutos.
Carcaça: Péricles Bassols. O árbitro do clássico falhou tanto na questão disciplinar (um vermelho a menos) quanto na técnica (pênalti não marcado)
Próxima rodada 01/02 (20h30) – Central x Náutico, Antônio Inácio (Premiere) 01/02 (21h30) – Santa Cruz x Belo Jardim, Arruda (Globo NE) 02/02 (20h30) – Salgueiro x Sport, Cornélio de Barros (Premiere)
A classificação atualizada do hexagonal do título após a 1ª rodada.
O Central só chegou com perigo uma vez, aos cinco minutos, com Marlon acertando o travessão após cobrança de falta na área. À parte disso, Magrão foi um espectador na Ilha, num jogo com pleno domínio do Sport, mesmo oscilando o ritmo, trocando passes e criando boas chances no primeiro tempo e bastante cadenciado no segundo. Esta diferença técnica foi consequência direta da escalação leonina, com Daniel Paulista usando o que tinha de melhor – menos Leandro Pereira, machucado, mas com Paulo Henrique tendo boa mobilidade.
Nada de “Sub 20”, uma das promessas na eleição. Por ser uma estreia, desta vez no Pernambucano, e por jogar em casa, os leoninos abriram uma “exceção”. Sobre o futebol, o time mostrou interesse à tarde, até surpreendendo os 3.821 torcedores presentes. Após a afobação inicial, com Everton Felipe errando tudo, bastou um pouco de calma para envolver o inoperante adversário. A passagem na Seleção deu uma animada em Diego Souza, que foi muito participativo, achando espaço para os companheiros e finalizando três vezes. Numa dessas, acertou a trave, com Rogério pegando o rebote e mandando para as redes.
Na segunda etapa, a Patativa seguiu retraída, com muitas dificuldades na saída de bola. Pressionando um pouco, o Sport roubou bolas bem à frente, mas sem muitas finalizações contra a meta de Murilo. Nos quinze minutos finais, acabou deslanchando com Diego Souza de pênalti (após o alvinegro Luís Matheus ser expulso ‘espalmando’ uma bola em cima da linha) e Lenis (aleluia) concluindo uma passe açucarado de Marquinhos, 3 x 0. Na próxima quinta, compromisso em Salgueiro. Pela lógica, é a hora definitiva do time alternativo. A conferir.
A péssima situação dos gramados no interior, em 2017, resultou em mudanças drásticas na fase principal do Campeonato Pernambucano. Dos três interioranos no hexagonal, dois vão começar jogando fora de seus domínios. Sem condições no Mendonção, o Belo Jardim precisa viajar 49 km para mandar seus jogos no Antônio Inácio. E o Central, com o Lacerdão vetado pela FPF, terá que viajar 133 km até o Recife. Para receber o Náutico na Ilha do Retiro (01/02). Receber?
Confira o documento de informação de modificação de tabela clicando aqui.
Como se não bastasse o fato de o Antônio Inácio também ter sido vetado (contra os grandes) por questão de segurança, o alvinegro irá atuar como mandante na cidade do rival. Abaixo, o artigo 12 do Regulamento Geral de Competições da FPF de 2017 sobre as possibilidades de mudanças na tabela, longe de ser claro.
Nem no regulamento geral nem no regulamento do Estadual há um detalhamento sobre o que seria “inversão de mando de campo”. Cidade, estádio, posse etc. O que chama a atenção é que o mesmo artigo 12 da versão anterior do RGC, válido em 2015-2016 (a seguir), dizia que só não seria considerado inversão na Arena Pernambuco, por ser um “estádio público sob concessão”.
Aquele texto só foi criado para que os clássicos pudessem ocorrer em São Lourenço da Mata, evitando o problema visto num Sport x Náutico em janeiro de 2015. Hoje, não há mais concessão, e nem o parágrafo de observação.
Voltando um pouco mais no tempo, ao RGC de 2013-2014 (abaixo), agora no artigo 13, o texto era claro, evitando mudanças de tabela caso houvesse inversão já na origem dos participantes. Não só o estádio inscrito, mas a cidade. No caso da inversão, só havia uma exceção, em caso de reciprocidade. Fica a dúvida sobre o motivo deste texto ter sido alterado nos documentos seguintes. Para dar pleno poder de escolha à federação em casos do tipo?
Moralmente, já na versão 2015-2016 um jogo de um clube do interior no Recife seria polêmico. Na ocasião, o Central até negociou com o (extinto) consórcio para receber o Santa na Arena, pela semi. Acabou demovido pela torcida. No hexagonal, o América atuou na Ilha contra Náutico e Santa e no Arruda contra o Sport. Porém, o clube é sediado capital, alugando campos locais há décadas.
Sobre o caso da Patativa em 2017, lendo o regulamento atual, a reprovação do Lacerdão (“passa por reparos em seu gramado”) parece justa – através do artigo 13, nos itens 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. O que não justifica a partida na cidade do adversário, num cenário possível também com tricolores (08/02) e rubro-negros (09/04). Ainda mais com outro palco em Caruaru. Menor (7.307 lugares), mas autorizado no mesmo hexagonal. Respondendo à pergunta: considero inversão.
Por fim, a clara desvalorização do torneio, no qual 4 dos 6 clubes avançam à semifinal. Com dois deles fora de suas cidades, só um esforço enorme, no mau sentido, para a desclassificação do Trio de Ferro. Não haveria outra praça para abrigar o jogo? Então, nota-se que é hora de repensar a competição…
Salgueiro, Belo Jardim e Central foram os classificados, nesta ordem, para o hexagonal principal do Campeonato Pernambucano de 2017. Se juntam a Náutico, Santa e Sport, pré-classificados por disputarem as Séries A e B. Com o sexteto definido, vamos à tabela, que sofreu ajustes a partir da grade televisão, com a Globo Nordeste no sinal aberto e o Premiere no pay-per-view, além do choque de datas com Nordestão e Copa do Brasil – Sport x Belo Jardim, por exemplo, saiu de 08/02, que era o dia de CSA x Sport, pelo torneio nacional. Além disso, há a exigência da polícia militar, evitando mais de um jogo na capital no mesmo dia. Por isso, três rodadas (3ª, 8ª e 9ª) devem ser modificadas. O regulamento é o mesmo dos últimos anos, com os quatro melhores colocados avançando ao mata-mata, com semifinal (16 e 30 de abril) e final (3 e 7 de maio).
Entre os classificados da primeira fase, Central e Belo Jardim também se garantiram na Série D de 2018 – o Salgueiro está na C. A terceira vaga do estado será dada ao campeão do hexagonal da permanência. Lembrando que em 2017 o estado será representado na quarta divisão por Central, América e Serra Talhada, através das classificações obtidas na última edição do Estadual.
Participações no hexagonal do título (2014-2017) 4 – Central, Náutico, Salgueiro, Santa Cruz e Sport 1 – América, Belo Jardim, Porto e Serra Talhada
Número de clubes por mesorregião
2017 – RMR 3, Agreste 2, Sertão 1, Mata o
2016 – RMR 4, Agreste 1, Sertão 1, Mata 0
2015 – RMR 3, Sertão 2, Agreste 1, Mata 0
2014 – RMR 3, Agreste 2, Sertão 1, Mata 0
A seguir, a tabela do hexagonal, com o horário do Recife. Lembrando que o Belo Jardim vem mandando os seus jogos em Caruaru, uma vez que o Mendonção não foi aprovado na vistoria da FPF (o clube ainda tenta uma mudança).
Post atualizado em 03/04 (após o detalhamento da FPF)
1ª rodada 28/01 (16h00) – Sport x Central (Premiere) 29/01 (16h00) – Náutico x Santa Cruz, Arena (Globo NE) 29/01 (16h00) – Belo Jardim x Salgueiro, Antônio Inácio
2ª rodada 01/02 (20h30) – Central x Náutico, Antônio Inácio (Premiere) 01/02 (21h30) – Santa Cruz x Belo Jardim, Arruda (Globo NE) 02/02 (20h30) – Salgueiro x Sport, Cornélio de Barros (Premiere)
3ª rodada 08/02 (20h30) – Náutico x Salgueiro, Arena (Premiere) 09/02 (20h30) – Central x Santa Cruz, Arena (Premiere) 15/02 (20h30) – Sport x Belo Jardim, Ilha do Retiro (Premiere)
4ª rodada 18/02 (16h30) – Santa Cruz x Sport, Arruda (Globo NE) 19/02 (20h00) – Salgueiro x Central, Cornélio de Barros
20/02 (20h30) – Belo Jardim x Náutico, Arruda (Premiere)
5ª rodada 01/03 (21h45) – Sport x Náutico, Ilha do Retiro (Globo NE) 02/03 (15h00) – Central x Belo Jardim, Carneirão 02/03 (20h30) – Santa Cruz x Salgueiro, Arruda (Premiere)
6ª rodada 05/03 (16h00) – Náutico x Sport, Arena (Premiere) 05/03 (16h00) – Salgueiro x Santa Cruz, Cornélio de Barros (Globo NE) 05/03 (16h00) – Belo Jardim x Central, Antônio Inácio
7ª rodada 18/03 (16hh0) – Santa Cruz x Central, Arruda (Premiere) 18/03 (18h30) – Salgueiro x Náutico, Cornélio de Barros (Premiere) 19/03 (16h00) – Belo Jardim x Sport, Arruda (Globo NE)
8ª rodada 25/03 (16h00) – Náutico x Belo Jardim, Arena (Premiere) 26/03 (16h00) – Sport x Santa Cruz, Ilha do Retiro (Globo NE) 26/03 (16h00) – Central x Salgueiro, Lacerdão
9ª rodada 03/04 (20h00) – Sport x Salgueiro, Ilha do Retiro (Premiere) 05/04 (19h30) – Náutico x Central, Arena (Premiere) 05/04 (21h45) – Belo Jardim x Santa Cruz, Arena (Globo NE)
10ª rodada* 09/04 (16h00) – Central x Sport, Arruda (Globo) 09/04 (16h00) – Salgueiro x Belo Jardim, Cornélio de Barros 10/04 (20h30) – Santa Cruz x Náutico, Arruda (Premiere)
Nº de jogos transmitidos na Globo (9) 6 – Santa Cruz 5 – Sport 3 – Belo Jardim 2 – Náutico
1 – Salgueiro e Central
Nº de jogos transmitidos no Premiere (15) 8 – Náutico
5 – Sport, Salgueiro e Central
4 – Santa Cruz 3 – Belo Jardim
Em competições nacionais, a presença da torcida visitante é restrita a 10% da capacidade do estádio, segundo o regulamento geral de competições da CBF. A controversa medida, válida até nos clássicos, foi tomada por questão de segurança, sempre em caráter reducionista. No Recife, de forma excepcional no Estadual, a federação pernambucana elevou o dado para 20%, em 2009, apenas nos confrontos entre Náutico, Santa Cruz e Sport. Em 2017, até 30%, numa releitura do último regulamento geral da FPF. Em 2016, o texto dizia que o visitante poderia reservar até 49% dos ingressos, mas ressalvando sobre o requerimento com cinco dias de antecedência e a garantia a compra antecipada. Ninguém deu conta nos dez clássicos realizados. Agora, há mais tempo para a solicitação, segundo o artigo 82 do RGC 2017 (em itálico). Alguém dá conta?
Art. 82 O clube visitante, salvo disposição diversa do REC, terá o direito de adquirir, com pagamento prévio, a quantidade máxima de ingressos correspondente a 30% (trinta por cento) da capacidade do estádio ou da capacidade permitida pelos órgãos de segurança, desde que se manifeste em até 03 (três) dias úteis antes da realização da partida através de ofício dirigido ao clube mandante, obrigatoriamente com cópia à DCO-FPF.
§ 1º Caso os órgãos de segurança informem, após inspeção, quantidade diferente da prevista no caput, esta prevalecerá, cabendo ao clube mandante repassar o relatório da referida inspeção à FPF no prazo de 10 (dez) dias de antecedência para a partida ou, em caso de partida eliminatória (mata-mata), antes da partida de ida do confronto.
§ 2º Em cumprimento à disposição do REC ou ao acordo assinado entre os clubes, inclusive para situações de reciprocidade, a disponibilidade de ingressos para o visitante poderá ser superior aos 30% da capacidade do estádio.
Abaixo, as cargas de ingressos dos maiores estádios locais. Regra à parte, vale lembrar que na decisão de 2016, por exemplo, os corais só tiveram 2.235 ingressos, ou 8,12% da capacidade da Ilha, devido ao veto dos bombeiros. Foi criado um parágrafo, o 1º, para evitar uma nova polêmica. A conferir.
Arruda* Capacidade: 50.582 lugares Mandante: 45.523 ingressos no Brasileiro (90%) e 35.407 no Estadual (70%)
Visitante: 5.058 ingressos no Brasileiro (10%) e 15.174 no Estadual (30%)
Arena Pernambuco*
Capacidade: 45.845 lugares
Mandante: 41.260 ingressos no Brasileiro (90%) e 32.091 no Estadual (70%)
Visitante: 4.584 ingressos no Brasileiro (10%) e 13.753 no Estadual (30%)
Ilha do Retiro* Capacidade: 27.435 lugares Mandante: 24.691 ingressos no Brasileiro (90%) e 19.204 no Estadual (70%)
Visitante: 2.743 ingressos no Brasileiro (10%) e 8.230 no Estadual (30%)
* Os limites autorizados pelo Corpo de Bombeiros, por questão de segurança