A primeira final das multidões e o primeiro título do Sport. Há 100 anos

Time do Sport em 1916

“Realizou-se hontem com grande animação o desempate do campeonato da Liga Esportiva Pernambucana, saindo vencedor o Sport pelo score de 4 x 1, tornando-se assim o campeão de 1916.”

A simplória nota do Diario de Pernambuco (registro abaixo) informava o primeiro título do Sport, há exatamente um século, quando nomes como Briant, Town, Motta e Anagan ficaram marcados no club. Em sua primeira participação no Campeonato Pernambucano, criado um ano antes, o rubro-negro (atuando no “2-3-5”) venceu sete dos oito jogos, com 41 gols (!) , levantando uma discussão que duraria décadas, amadorismo x profissionalismo. Ao contar com o zagueiro Paulino, trazido do América do Rio e contratado como funcionário em outra área, o Sport (que sequer tinha o leão como mascote) foi alvo de críticas dos rivais.

Naquela campanha, o objetivo era mesmo se impor. O início, porém, foi um baque, com o 4 x 1 a favor do Náutico no primeiro jogo oficial. A partir dali, uma sequência de goleadas, incluindo um 8 x 0 sobre o próprio alvirrubro, placar que se mantém até hoje como recorde. Ao vencer o jogo-desempate do grupo, novamente contra o Náutico, veio a grande decisão diante do Santa Cruz, na primeira das 24 finais realizadas século adentro. O Clássico das Multidões havia sido disputado pela primeira vez em 6 de março daquele ano, num “treno entre os primeiros teams”. Em 24 de dezembro, o duelo valeria taça, a primeira para o vencedor. No antigo campo do British Club, hoje o Museu do Estado, um apanhado de gente se fez presente, já ensaiando a tradicional alcunha.

Ainda que os tricolores tenham marcado primeiro, com Pitota (que seria o artilheiro do “citadino” de 1917), os rubro-negros viraram com Motta e Vasconcellos, não por acaso os artilheiros do time, com 11 e 9 gols. Depois, a tarde virou goleada, 4 x 1. Era o primeiro troféu do Sport, seguido de outros 46.

Sport 4 x 1 Santa Cruz, em 24/12/1916
Local: Bristish Club
Árbitro: Mister Bold
Gols: Mota (2), Astrubal e Vasconcelos (Sport); Pitota (Santa Cruz)

Sport – Luiz Cavalcanti; Briant e Paulino; Town, Robinson e Smethurst; Astrubal, Motta, Anagan, Vasconcellos e Smith

Santa Cruz – Ilo Just; Mangabeira e Reis; Valença, Teóphilo e Manoel Pedro; Silva, Pitota, Ze Tasso, Alberto e Dória

Na edição do dia 25, o Diario também trouxe o texto “Contra o foot-ball”, de Liberato Bittencourt, diretor do Gymnasio Federal. Poderia estar mais errado?

Registro do Diario de Pernambuco sobre o primeiro título pernambucano do Sport, em 25/12/1916

Trio de Ferro com 1 milhão de torcedores no borderô e R$ 16 milhões de bilheteria em 2016. Números decrescentes…

As médias de público por temporada (2013-2016) de Náutico, Santa Cruz e Sport. Arte: Cassio Zirpoli/DP

A impressão de estádios vazios em jogos do Trio de Ferro, em 2016, se confirma com números (dos borderôs oficiais) em escala anual, com pouco mais de 1/4 de ocupação nas arquibancadas. Esta temporada foi a pior em público e renda, em dados absolutos e média, desde que o blog começou a fazer esse levantamento, em 2013. Nenhuma assistência acima de 40 mil foi registrada, chegando no máximo “39.999”, na semifinal estadual entre Santa e Náutico.

Considerando todos os mandos de alvirrubros, tricolores e rubro-negros, chega-se a 96 jogos, incluindo um em Cuiabá, no primeiro mando negociado por um grande clube pernambucano. Em 12 de outubro, os corais “receberam” o Corinthians na Arena Pantanal, com torcedores (do clube paulista) pagando ingressos de até R$ 200. A média geral foi 11.180, turbinada pelas promoções na reta final do Brasileiro, como a do Sport, que liberou o acesso aos sócios adimplentes nas últimas quatro partidas na Ilha – reunindo 100 mil pessoas.

O público total, por temporada, de Náutico, Santa Cruz e Sport. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Com o check-in dos associados, o Leão voltou a ter o melhor índice anual de público na capital, mas nem por isso também deixou de ter a melhor arrecadação, com R$ 1 milhão a mais que o rival do Arruda. Falando no Santa, a média na elite nacional não chegou a 10 mil, mesmo após uma década ausente. Pesou a campanha, claro. Já o Náutico teve dois de seus maiores públicos dos últimos tempos. Após um início às moscas na Série B, jogando três vezes com menos de dois mil espectadores, conseguiu atrair 25 mil alvirrubros em duas oportunidades, incluindo a rodada final, quando deixou o acesso escapar.

Vale destacar ainda a ausência de bilheterias milionárias, o que não ocorria desde 2012. A maior renda foi de Sport 1 x 0 Flamengo, na arena, com R$ 802 mil. Número bem decepcionante, acarretando num baque nas receitas locais.

A renda bruta obtida por Náutico, Santa e Sport de 2013 a 2016. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Abaixo, o total em cada competição em 2016 e também a taxa de ocupação, a partir da capacidade oficial de cada estádio utilizado. No fim, o quadro agregado.

Sport
33 jogos (30 na Ilha e 3 na Arena)
460.898 torcedores (média de 13.966)
47,97% de ocupação
R$ 7.112.818 de renda bruta (média de R$ 215.539)
Estadual – 7 jogos – 83.690 pessoas (11.955) – R$ 1.572.833 (R$ 224.690)
Nordestão – 5 jogos – 64.955 pessoas (12.991) – R$ 1.148.265 (R$ 229.653)
Série A – 19 jogos – 304.084 pessoas (16.004) – R$ 4.272.715 (R$ 224.879)
Copa do Brasil – 1 jogo – 1.599 pessoas – R$ 16.165
Sul-Americana – 1 jogo – 6.570 pessoas – R$ 102.840

Números de público e renda do Sport de 2013 a 2016. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Santa Cruz
36 jogos (33 no Arruda, 2 na Arena e 1 na Arena Pantanal)
413.626 torcedores (média de 11.489)
22,95% de ocupação
R$ 6.058.465 de renda bruta (média de R$ 168.290)
Estadual – 7 jogos – 119.290 pessoas (17.041) – R$ 1.564.455 (R$ 223.493)
Nordestão – 6 jogos – 79.146 pessoas (13.191) – R$ 1.204.575 (R$ 200.762)
Série A – 19 jogos – 187.245 pessoas (9.855) – R$ 2.992.570 (R$ 157.503)
Copa do Brasil – 2 jogos – 16.954 pessoas (8.477) – R$ 158.445 (R$ 79.222)
Sul-Americana – 2 jogos – 10.991 pessoas (5.495) – R$ 138.420 (R$ 69.210)

Números de público e renda do Santa Cruz de 2013 a 2016. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Náutico
27 jogos (25 na Arena e 2 na Arruda)
198.761 torcedores (média de 7.361)
15,93% de ocupação
R$ 3.574.304 de renda bruta (média de R$ 132.381)
Estadual – 7 jogos – 43.497 pessoas (6.213) – R$ 907.395 (R$ 129.627)
Série B – 19 jogos – 152.758 pessoas (8.039) – R$ 2.621.179 (R$ 137.956)
Copa do Brasil – 1 jogo – 2.506 pessoas – R$ 45.730

Números de público e renda do Náutico de 2013 a 2016. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Trio de Ferro
96 jogos (35 no Arruda, 30 na Arena, 30 na Ilha e 1 na Arena Pantanal)
1.073.285 torcedores (média de 11.180)
26,76% de ocupação
R$ 16.745.587 de renda bruta (média de R$ 174.433)
Torneios: Estadual, Nordestão, Copa do Brasil, Sul-Americana e Séries A e B

Números de público e renda do Trio de Ferro de 2013 a 2016. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Relembre os levantamentos anteriores: 20132014 e 2015.

Ex-capitães, Tiago Cardoso e Júlio César invertem as traves no Santa e no Náutico

Anúncio oficial das contratações, através dos perfis oficiais de Náutico (Tiago Cardoso) e Santa Cruz (Júlio César)

Sem dúvida alguma, (mais) um capítulo peculiar do futebol pernambucano. Não é todo dia que jogadores de uma mesma posição trocam de rivais. Em 2008, já distante, o volante Daniel Paulista foi para o Sport, com o Náutico acertando com Ticão. Nem se compara à inversão de goleiros/capitães de Náutico e Santa em 2016. Tiago Cardoso é o símbolo da copeira década coral com seguidos títulos estaduais, calando a Ilha, além dos acessos. No Náutico, Júlio César disputou três Brasileiros, sendo o principal líder do time. Histórias encerradas.

Num fim de um ano atípico, Tiago acabou rescindindo com o tricolor após o rebaixamento (e os salários atrasados), assinando imediatamente com o Náutico, que “escolheu” qual goleiro teria em 2017. Para isso, claro, abriu mão de Júlio César. Com a contratação anunciada em 19 de dezembro, parecia óbvio (para quem acompanha o cenário local) o caminho inverso do ex-alvirrubro. Sem o vínculo renovado, ele foi procurado pela direção coral e acertou rapidamente as bases, três dias depois. Também assinou por um ano, partindo para o Arruda.

À frente, ambos têm o mesmo calendário, com Estadual, Nordestão Copa do Brasil e Série B. Por sinal, os goleiros de 32 anos (cabalístico) já têm a garantia de pelo menos seis edições do Clássico das Emoções, com sentimentos distintos das torcidas em relação aos ex-capitãs. Aos jogadores, traves e vestiários opostos no Arruda e na Arena Pernambuco. Qual foi a melhor troca?

Tiago Cardoso no Santa Cruz
6 anos (de 13/12/2010 a 13/12/2016)
276 jogos
6 títulos atuando*: 1 Nordestão (16), 4 Estaduais (11, 12, 13, 16) e 1 Série C (13)
3 acessos: Série D (2011), Série C (2013) e Série B (2015)
* Machucado, não entrou em campo no título pernambucano de 2015 

Em 2016: 83 gols sofridos em 66 jogos (média de 1,25)

Júlio César no Náutico
2 anos e 5 meses (de 07/07/2014 a 30/11/2016)
134 jogos
Nenhum título

Em 2016: 46 gols sofridos em 39 jogos (média de 1,17)

Santa Cruz x Náutico no Arruda, com os capitães Tiago Cardoso e Júlio César. Foto: Marlon Costa/FPF

Grito da República, em Olinda, torna-se o estádio mais demorado de Pernambuco

Estádio Grito da República, em Olinda. Foto: Diego Borges/DP

Em um vídeo institucional, em 11 de abril de 2014, o prefeito Renildo Calheiros estipulava para o Natal a inauguração do estádio Grito da República, em Olinda. Àquela altura, o prazo já estava esticado em dois anos. Chegou o Natal, de 2016, e a praça esportiva de R$ 10,4 milhões deve ser, enfim, aberta. É preciso frisar o ano da conclusão porque a ordem de serviço da (arrastada) obra foi assinada em 2008. Logo, nenhum estádio local com pelo menos 10.700 lugares (a capacidade de Rio Doce) precisou de tanto tempo para ser erguido.

Período gasto na construção de cada setor*:
Grito da República (construção, +10 mil): 2008-2016 (9 anos)
Arruda (anel inferior, +64 mil): 1965-1972 (8 anos)
Aflitos (ampliação, +10 mil): 1996-2002 (7 anos)
Arena Pernambuco (construção, +46 mil): 2010-2013 (4 anos)
Arruda (anel superior, +46 mil): 1980-1982 (3 anos)
Ademir Cunha (construção, +30 mil): 1980-1982 (3 anos)
Ilha do Retiro (ampliação, +15 mil): 1953-1955 (3 anos)
Ilha do Retiro (ampliação, +10 mil): 1982-1984 (3 anos)
Cornélio de Barros (remodelação, +10 mil): 2010-2012 (3 anos)
Ilha do Retiro (remodelação, +20 mil): 1949-1950 (2 anos)
Carneirão (construção, +10 mil): 1990-1991 (2 anos)
* Trata-se da capacidade original, pois vários dados acabaram reduzidos 

Como se sabe, o objetivo inicial do estádio olindense era se tornar um dos Centros de Treinamento de Seleções (CTS) da Copa 2014. Passou longe, com problemas de orçamento e falhas no projeto executivo, demandando mais tempo para ajustes – nesse tempo todo, o Diario de Pernambuco visitou o local várias vezes, comprovando o atraso. Claro, o empreendimento é uma aquisição da população, à parte do evento já no passado. Tanto que há a pretensão de virar a casa do Olinda Futebol Clube, que desde sua fundação, em 2007, manda seus jogos no Olindão, o acanhado palco em Jardim Brasil.

O problema é que, gramado à parte, as redes elétrica (ainda não há refletores) e hidráulica seguem inacabadas. As cadeiras azuis do projeto e a cobertura do setor também não foram instaladas. E assim deve seguir até o fim do mandato do atual gestor, à frente da cidade durante oito anos, sem a conclusão de fato.

Estádio Grito da República, em Olinda. Foto: Diego Borges/DP

Estádio Grito da República, em Olinda. Foto: Diego Borges/DP

Estádio Grito da República, em Olinda. Foto: Diego Borges/DP

As cotas de participação e premiações dos clubes pernambucanos em 2016

Receitas de Sport, Santa Cruz, Náutico e Salgueiro. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Encerrada a temporada 2016, vamos a um balanço econômico dos principais clubes pernambucanos, considerando o desempenho esportivo de cada um nas competições oficiais. Ao todo, considerando as quatro principais forças, um apurado de R$ 84.336.410. Neste contexto, se aplicam as premiações recebidas por fases e/ou títulos, além dos recursos recebidos pela transmissão de cada campeonato, à parte da bilheteria (em outro post, em breve).

Em campo, o Leão da Ilha pouco fez. Parou na semifinal regional, perdeu o título estadual para o Santa, caiu no primeiro mata-mata da Sula, também para o rival tricolor, e ainda foi eliminado da Copa do Brasil na 1ª fase – justamente para poder jogar o torneio internacional. Com tantos insucessos, só ganhou R$ 3,6 milhões, o que corresponde a 8% do montante geral, uma vez que recebeu R$ 42 milhões da televisão pelo Brasileirão, uma receita já assegurada em 2017.

Com a maior receita de sua história, mesmo somando apenas as cotas e premiações, o Santa chegou a R$ 30 milhões – até hoje, já adicionando bilheteria e sócios, chegara no máximo a R$ 17 mi, em 2011. Além da cota de tevê, a maior do clube mesmo sendo a menor da Série A, os corais fizeram por onde nos mata-matas. Títulos no Pernambucano (sem premiação à parte) e no Nordestão, 3ª fase na Copa do Brasil e oitavas na Sula. Só não “pontuou” no Brasileiro (até o 16º lugar) – o rebaixamento, aliás, já comprometeu 2017. Para neste ano, especificamente, a previsão mínima de receita foi superada em 38%.

Quanto ao Náutico, um ano pífio. Fora do Nordestão, o clube tinha na Copa do Brasil o caminho meio para receitas extras, mas acabou eliminado pelo modesto Vitória da Conquista. O acesso perdido na última rodada, também em casa, tirou mais R$ 200 mil do clube – além do maior impacto, de R$ 23 milhões em 2017.

Sport
Estadual – R$ 1.062.142 (fixo)
Nordestão –  R$ 1,385 milhão (semifinal)
Copa do Brasil – R$ 420 mil (1ª fase)
Série A (TV fixo) – R$ 35 milhões
Série A (TV ppv) – R$ 6,75 milhões
Série A (premiação) – R$ 900 mil (14º lugar)
Sul-Americana – R$ 988 mil (fase nacional)
Total : R$ 46.505.142 (R$ 3,875 milhões/mês)
Calendário: 66 jogos (R$ 704 mil/jogo)

A previsão mínima era R$ 42,381 mi (aumentou em R$ 4,12 milhões, ou 9,7%)

Santa Cruz
Estadual – R$ 1.062.142 (fixo)
Nordestão – R$ 2,385 milhões (campeão)
Copa do Brasil – R$ 1,56 milhão (3ª fase)
Série A (TV*) – R$ 23 milhões
Sul-Americana – R$ 2,224 milhões (oitavas)
Total: R$ 30.231.142 (R$ 2,519 milhões/mês)
Calendário: 73 jogos (R$ 414 mil/jogo)
* O valor conta todas as plataformas, incluindo o PPV

A previsão mínima era R$ 21,805 mi (aumentou em R$ 8,42 milhões, ou 38,6%)

Náutico
Estadual – R$ 1.062.142 (fixo)
Copa do Brasil – R$ 240 mil (1ª fase)
Série B (TV*) – R$ 5 milhões
Total: R$ 6.302.142 (R$ 525 mil/mês)
Calendário: 54 jogos (R$ 116 mil/jogo)
* O valor conta todas as plataformas, incluindo o PPV

A previsão mínima era R$ 6,15 mi (aumentou em R$ 150 mil, ou 2,4%)

Salgueiro*
Estadual – R$ 122.984 (fixo)
Nordestão – R$ 935 mil (quartas)
Copa do Brasil – R$ 240 mil (1ª fase)
Total: R$ 1.297.984 (R$ 108 mil/mês)
Calendário: 42 jogos (R$ 30 mil/jogo)
* Na Série C, os clubes recebem apenas passagens aéreas e hospedagem

A previsão mínima era R$ 815.000 (aumentou em R$ 482 mil, ou 59,2%)

As tabelas do hexagonal e do mata-mata do Campeonato Pernambucano de 2017

A tabela do hexagonal do título do Campeonato Pernambucano de 2017

Eis a tabela da fase principal do Campeonato Pernambucano de 2017. O hexagonal do título tem, hoje, apenas três times definidos: Náutico, Santa Cruz e Sport. Os outros serão os três melhores colocados da primeira fase, composta por nove clubes. Lembrando que a pré-classificação do Trio de Ferro se deve à presença nas Séries A e B e/ou Nordestão do ano correspondente.

Sobre a tabela básica, há uma modificação de cara. A abertura tende a ser no sábado, em 28 de janeiro, com o Sport, pois o domingo ficaria reservado para o Clássico das Emoções – falando em clássicos, as rodadas com confrontos entre os grandes são a 1ª, 4ª, 5ª, 6ª, 8ª e 10ª. Até a definição da primeira fase, em 25 de janeiro, outros jogos do hexagonal devem ser modificados a pedido da televisão (Globo/Premiere, ainda sem grade) ou por questão de segurança.

1ª fase
Grupo A – Salgueiro, Belo Jardim e Atlético Pernambucano
Grupo B – América, Serra Talhada e Flamengo de Arcoverde
Grupo C – Central, Vitória e Afogados da Ingazeira

Hexagonal do título
Náutico, Santa Cruz, Sport e os três primeiros colocados da 1ª fase

A fórmula é a mesma dos últimos anos, com os quatro melhores classificados avançando ao mata-mata, com semifinal e final (tabela abaixo). Em relação às cotas de transmissão na televisão (tevê aberta e ppv), os três grandes clubes da capital ganham R$ 950 mil, enquanto os demais clubes ganharam R$ 110 mil.

A tabela do mata-mata do Campeonato Pernambucano de 2017

No último jogo profissional de 2016, o Flamengo de Arcoverde é bi da Série A2

Flamengo de Arcoverde campeão pernambucano da 2ª divisão em 2016. Foto: FPF/site oficial

No sertão pernambucano, no acanhado e lotado estádio Vianão, com dois mil espectadores, Afogados da Ingazeira e Flamengo de Arcoverde fizeram o último jogo profissional do Brasil em 2016. O confronto só aconteceu na tarde deste 18 de dezembro por causa do atraso da competição, com ações judiciais entre os participantes, alegando escalações irregulares nos adversários. Passado (e julgado) o imbróglio, a segunda divisão estadual avançou no mata-mata, até o acesso dos dois clubes. E em jogo único ambos decidiram o título.

Com a melhor campanha, a Coruja, como é conhecido o Afogados, tentava ser o 28º campeão do futebol pernambucano. Já o Fla, outrora rubro-negro e agora com escudo corintiano, buscava o bi na Série A2. Em 1996, fora de casa, levou a melhor diante do 1º de Maio. Vinte anos depois, também como visitante, o Tigre recebeu a segunda taça após a vitória por 2 x 1, com gols de Williams aos 43 e 46 do primeiro tempo. Após o intervalo, administrou a vantagem, tornando-se o quarto multicampeão da segundona. Está a um título do Vera Cruz. Contudo, com a primeira divisão pela frente, essa meta não tem pressa alguma…

Falando em elite, Fla e Afogados só vão ter 17 dias para descansar. A 1ª divisão de 2017 começa em 4 de janeiro, com o campeão da A2 jogando em casa, no Áureo Bradley, contra o Belo Jardim, e o vice indo a Carpina enfrentar o Atlético.

Os multicampeões da segunda divisão estadual
3 – Vera Cruz (2006, 2009, 2014)
2 – Petrolina (2001, 2010), Vitória (2008, 2013) e Flamengo (1996, 2016) 

1 – Maguari, Sete de Setembro, Ferroviário, Central, Unibol, Itacuruba, Porto, Ypiranga, Estudantes, Salgueiro, Serra Talhada, Chã Grande e Belo Jardim

Flamengo de Arcoverde campeão pernambucano da 2ª divisão em 2016. Foto: FPF/facebook

As várias maquetes oficiais do Arruda, com capacidade entre 30 mil e 120 mil

Apresentação da maquete da ampliação do Arruda, em 20 de janeiro de 1980. Foto: Arquivo/DP

No acervo do Diario de Pernambuco foi possível recuperar imagens dos projetos originais do Arruda, com maquetes distintas tanto no primeiro anel (aberto em 1972) quanto na ampliação (finalizada em 1982). Detalhes a seguir…

Em uma reunião no Pina, a “Comissão Pró-Estádio Tricolor” foi criada em 5 de abril de 1955. Já naquele dia, antes de qualquer projeto ou previsão de gasto, já se sabia o nome da praça esportiva: José do Rego Maciel. Entre 1963 e 1964, o arquiteto Reginaldo Esteves elaborou ajustes na planta para a construção do estádio, no lugar do acanhado campo com arquibancadas de madeira. No primeiro projeto oficial, seriam 30 mil lugares. Era bem parecido com o projeto final, com o anel (único) ondulado, mas com dimensões mais modestas.

Maquete original do anel inferior do Arruda. Foto: Acervo/DP

Em 30 de agosto de 1964 o apelido ‘Colosso do Arruda’ fez total sentido, com a apresentação de um estádio de 70 mil lugares. Ao final da construção, visando a Copa da Independência, em 1972, a capacidade máxima seria de 64 mil.

Maquete oficial do anel inferior do Arruda. Foto: Acervo/DP

Em 20 de janeiro de 1980 o projeto de ampliação foi apresentado no Palácio do Campo das Princesas ao então governador de Pernambuco, Marco Maciel – o filho do nome oficial do Mundão. Ao contrário do estádio coral conhecido hoje em dia, a maquete trazia o anel inferior prolongado a um tamanho gigantesco.

Apresentação da maquete da ampliação do Arruda, em 20 de janeiro de 1980. Foto: Arquivo/DP

A ampliação original (acima) deixaria o estádio com 100 mil lugares. É bom não precisar, porque o dado (e o investimento, em financiamento junto ao Bandepe) mudaria bastante (abaixo), tanto por novos cálculos quanto por informações desencontradas da comissão no longo ano de articulação junto à Prefeitura do Recife, visando a liberação com a arquibancada em cima do canal.

Previsão de gasto com a ampliação
28/01/1980 – Cr$ 70 milhões
23/03/1980 – Cr$ 80 milhões
30/11/1980 – Cr$ 120 milhões
10/05/1981 – Cr$ 215 milhões
26/07/1981 – Cr$ 282 milhões

Previsão de capacidade com a ampliação
20/01/1980 – 110 mil
28/01/1980 – 115 mil
23/03/1980 – 100 mil
10/05/1980 – 110 mil
10/01/1981 – 120 mil
26/07/1981 – 100 mil

Em 19 de maio de 1980, pela primeira vez em publicação no Diario, foi revelada a existência de duas propostas de reforma, com o segundo plano (inédito na ocasião) sendo escolhido posteriormente. Eis o texto original da reportagem:

“Na verdade, o aumento da praça de esporte dos tricolores não está tão fora da realidade quanto se pensa, ou se propala. Existem dois projetos. O primeiro, denominado projeto “A”, bastante regular, é de grande beleza arquitetônica e implica na desapropriação de algumas casas na Rua das Moças e na Rua Rosa Gatorno. O segundo, conhecido como projeto “B”, constaria em se fazer arquibancadas sobrepostas o que viria a dispensar as desapropriações, entretanto, o custo é bem mais elevado e não ficaria a obra tão majestosa como no primeiro projeto.”

Um informe publicitário no jornal, em 18 de janeiro de 1981, trouxe a imagem do projeto final da ampliação (abaixo), com dois anéis (o superior assimétrico) e a chamada “Valeu a pena modificar – Aprovado novo aprovado”. Após um ano de obras, o Torneio Reabertura do Arruda, em 1º de agosto de 1982, reuniu Santa, Náutico, Sport e Central. Na ocasião foram 86.738 espectadores, com a capacidade liberada para… 110 mil. A lotação nunca chegou a tanto (o recorde é de 96.990), mas a carga chegou a ser posta à venda na final de 1983.

Maquete da ampliação do Arruda. Foto: Acervo/DP

Os calendários de Náutico, Santa Cruz e Sport em 2017, variando de 55 a 90 jogos

Calendário

O calendário de jogos oficiais será farto no Recife na temporada 2017. Com o Trio de Ferro presente no Nordestão, após um breve hiato, o número mínimo de apresentações é o do Náutico, com 55, dado já elevado, com média de um jogo de futebol a cada 5,7 dias, descontando o período de férias e pré-temporada.

No outro extremo, o Sport pode chegar a inacreditáveis 90 jogos. A marca soa irreal, pois teria que disputar o título nos quatro torneios com mata-mata previsto. De toda forma, isso representaria uma média de 3,4 dias entre cada partida. No caso tricolor, a pré-classificação às oitavas da Copa do Brasil reduziu a lista em 6 jogos. Entretanto, o clube também foi prejudicado pela decisão da Conmebol, que o tirou da Sula (com o torneio, a sua agenda poderia chegar a 84 partidas).

O calendário de competições oficiais no país, descontando amistosos, prevê 312 dias de ação, de 29 de janeiro (estreia no Campeonato Pernambucano) a 6 de dezembro (decisão da Sul-Americana). Abaixo, os cronogramas possíveis dos sete clubes pernambucanos inscritos em competições nacionais.

Sport (de 57 a 90 partidas em 2017, em 5 torneios)
Copa do Nordeste (26/01 a 24/05) – de 6 a 12 jogos (até 4 fases)
Estadual (28/01 a 07/05) – de 10 a 14 jogos (até 3 fases)
Série A (14/05 a 03/12) – 38 jogos (fase única)
Copa do Brasil (08/02 a 12/10) – de 1 a 14 jogos (até 8 fases)
Copa Sul-Americana (05/04 a 13/12) – de 2 a 12 jogos (até 6 fases)
Total em 2016: 66

Santa Cruz (de 56 a 72 partidas em 2017, em 4 torneios)
Copa do Nordeste (26/01 a 24/05) – de 6 a 12 jogos (até 4 fases)
Estadual (29/01 a 07/05) – de 10 a 14 jogos (até 3 fases)
Série B (13/05 a 25/11) – 38 jogos (fase única)
Copa do Brasil (26/04 a 12/10) – de 2 a 8 jogos (até 4 fases)
Total em 2016: 73

Náutico (de 55 a 78 partidas em 2017, em 4 torneios)
Copa do Nordeste (26/01 a 24/05) – de 6 a 12 jogos (até 4 fases)
Estadual (29/01 a 07/05) – de 10 a 14 jogos (até 3 fases)
Série B (13/05 a 25/11) – 38 jogos (fase única)
Copa do Brasil (08/02 a 12/10) – de 1 a 14 jogos  (até 8 fases)
Total em 2016: 54

Salgueiro (de 35 a 58 partidas em 2017, em 3 torneios)
Estadual (04/01 a 07/05) – de 16 a 20 jogos (até 4 fases)
Série C (07/05 a 15/10) – de 18 a 24 jogos (até 4 fases)
Copa do Brasil (08/02 a 12/10) – de 1 a 14 jogos (até 8 fases)
Total em 2016: 42

Central, América e Serra Talhada (de 22 a 36 partidas em 2017, em 2 torneios)
Estadual (04/01 a 07/05) – de 16 a 20 jogos (até 4 fases)
Série D (04/06 a 17/09) – de 6 a 16 jogos (até 6 fases)
Total em 2016: 24 (América), 22 (Central), 22 (Serra)

Saiba mais sobre o novo calendário do futebol brasileiro clicando aqui.

Santa Cruz negocia João Paulo com o Botafogo, na 30ª venda milionária de PE

João Paulo em ação no Santa Cruz. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Após duas temporadas vestindo a camisa do Santa Cruz, João Paulo acertou com o Botafogo, rendendo R$ 3 milhões ao clube pernambucano. Trata-se da 30ª venda milionária do futebol local, considerando o Plano Real, desde 1994.

Considerando a moeda nacional, foi a maior transação da história tricolor, a 6ª no geral. Porém, na conversão com o dólar, o jogador fica atrás dos atacantes Pantera (1996) e Gilberto (2011), entre os corais, e 16º entre todos os nomes. A ressalva é importante por causa da cotação do real, tendo peso maior ou menor no mercado ao longo dos anos – apesar de o euro ser a moeda mais utilizada hoje em dia no futebol internacional, o blog opta pelo dólar uma vez que a moeda europeia só foi criada em 1999, sendo impossível calcular valores anteriores.

Os números de João Paulo ainda podem aumentar consideravelmente, uma vez que o clube coral detinha 100% dos direitos econômicos e negociou apenas 60%. Ao todo, o meia valeria na prática R$ 5 milhões. Em caso de venda total, JP subiria para 3º (real) e 7º (dólar). O dado final será mensurado pelo desempenho no alvinegro carioca. Longe do Arruda, mas ainda rendendo…

Sobre as negociações milionárias no estado (R$):
Nº de jogadores vendidos (30): Sport 15, Náutico 9, Santa Cruz 5, Porto 1
Nº de jogadores comprados (7): Sport 6, Náutico 1

Abaixo, a lista de atletas negociados. O levantamento considera as receitas obtidas pelos clubes locais, à parte de percentuais de investidores.