Nas redes sociais, o pôster tricolor já está sendo compartilhado pelo povão. E não poderia ser diferente. O Supersportes preparou uma versão especial da imagem eternizada no Arruda para o topo do perfil no facebook.
Para baixar o pôster, já no tamanho definido para o face, clique aqui.
O 4º título pernambucano do Santa Cruz nos 5 primeiros anos da década. Em janeiro de 2011 era bem difícil imaginar esse cenário em tão pouco tempo. Afundado na quarta divisão nacional e com uma receita muito abaixo dos rivais, com credores batendo na porta, o clube ressurgiu ali. Contratando de forma cirúrgica e contando com o apoio maciço de seu torcedor, o Tricolor contrariou a lógica voltou ao caminho de vitórias, como prega a marcha exaltação de Capiba.
O triunfo em 2015, com 46 mil pessoas empurrando o aplicado time de Ricardnho no Mundão no suado 1 x 0 sobre o Salgueiro, mantém o espírito renovado. O nível de dificuldade, é fato, foi bem menor em relação ao recente tricampeonato estadual. No ano do primeiro troféu, entrou como coadjuvante. Na temporada seguinte, precisou reverter a vantagem do empate na casa do adversário. Em 2013, eliminou os dois rivais no mata-mata. Desta vez, a Cobra Coral chegou à taça enfrentando times do interior na reta decisiva, após a terceira colocação no hexagonal. E qual é o problema deste contexto? Nenhum!
No Santa, a missão foi cumprida com eficiência. A nova conquista, a 28ª no âmbito estadual, só mostra o quanto esse gostinho por títulos paira sobre o Arruda, algo inerente a um grande clube, e que incomoda bastante os vizinhos. Ao abrir 4 x 1 sobre o Sport no número de taças do Campeonato Pernambucano na década vigente, os corais ficam pertinho de um feito ocorrido pela última vez nos anos 80, período marcado pelo equilíbrio. Na ocasião, foram 4 títulos do Santa, 3 do Sport e 3 do Náutico. Agora, a liderença vem com sobras.
Talvez seja coincidência, mas a volta do mata-mata foi fundamental. No sistema ida e volta, o time foi copeiro demais. Vem sendo, aliás. Se neste ano não teve o goleiro Tiago Cardoso, peça fundamental até então, Fred deu conta do recado. Landu, Branquinho e e Caça-Rato, heróis improváveis no ataque de outrora, recebem a companhia de Anderson Aquino, autor do golaço que balançou o Mundão, escrevendo mais um capítulo da história coral.
E a equipe reformulada com 17 contratações ganhou a sua cara. Vitoriosa.
A partida foi dura de assistir. Um empate sem gols, sem graça. O confronto até valia alguma coisa, as vagas no Nordestão e na Copa do Brasil de 2016, mas a vitória rubro-negra por 5 x 0 no Lacerdão já havia sacramentado a terceira colocação estadual e consequente a classificação aos dois torneios.
De toda forma, havia a necessidade de jogar a “volta”, num modorrento sábado no Recife. Em uma Ilha do Retiro vazia, com a corneta imperando, tendo Danilo e Vitor com alvos principais, o Sport jogou em ritmo de treino, sem forçar, por mais que toda a equipe titular tivesse sido escalada – na moral, nem havia motivo para isso. O Central, então, parecia nem ter saído em Caruaru.
Com o 0 x 0 mantido até o fim, vaias na arquibancada, com a parcela mais exigente dos 3.469 presentes saciando a vontade de desabafar contra a equipe, fora da final pernambucana após uma década. Aos demais, o jogo cumpriu a sua meta. Como a vaga na Copa do Brasil (será a 22ª) poderia ser obtida sem problemas através do ranking nacional, importava mesmo o lugar na Copa do Nordeste. Neste caso, o Leão garantiu a 11ª participação no regional.
Antes do primeiro semestre de 2016, naturalmente há uma preocupação bem maior, com o Brasileirão, dentro de uma semana. Logo, o ritmo de treino acabou hoje. A “corneta” não, até porque a cobrança a partir de agora será ainda maior.
Os direitos dos quatro torneios seguintes foram comprados pela emissora por R$ 1,92 milhão. Em 2015 foi iniciado um novo contrato, ainda nas mãos do canal, com duração de quatro anos. Apesar das ressalvas dos dirigentes em relação à divulgação de valores, aos poucos as peças foram sendo encaixadas. Após a quantia destinada ao trio da capital, o presidente do Salgueiro, Clebel Cordeiro, revelou as cotas dos intermediários.
Somando o pagamento anual da luva de R$ 50 mil, cada time pequeno ganhará mais R$ 60 mil, totalizando R$ 110 mil por edição. Bem abaixo dos R$ 950 mil (cota + luvas) de Náutico, Santa e Sport. No geral, um montante de R$ 3,84 milhões, num aumento de 540% em relação à pioneira negociação com a tevê.
Os onze melhores do campeonato. Alguns renomados, incontestáveis. Outros de brilho fugaz, surpreendentes. Mas todos eles eleitos de forma democrática. A seleção oficial do Campeonato Pernambucano foi oficializada pela FPF em 2003, através do Troféu Lance Final, organizado pela Rede Globo.
Nas 13 edições, até 2015, foram entregues 143 taças especiais para os mais votados em cada posição, considerando a clássica formação 4-4-2 (lista completa abaixo). Ao todo, onze clubes foram agraciados. Nesta conta, 107 jogadores levaram a estatueta, alguns mais de uma vez, como o goleiro Magrão e o zagueiro Durval, os recordistas, com 6. Cinco atletas conseguiram vencer em clubes diferentes e um, Moacir, ganhou em duas posições distintas.
Ranking de premiações: Sport 61, Santa Cruz 40, Náutico 22, Central 6, Salgueiro 4, Itacuruba 3, Ypiranga 2, Porto 2, América 1, AGA 1 e Vitória 1.
Se fosse possível escalar um time só com os maiores vencedores de cada posição, desempatando a favor do primeiro premiado, eis a formação: Magrão (6); Osmar (2), Durval (6), Batata (2) e Dutra (3); Hamilton (4), Daniel Paulista (2), Geraldo (2) e Marcelinho Paraíba (2); Carlinhos Bala (3) e Kuki (3).
À parte da seleção, há o grande prêmio anual, para o melhor jogador do torneio. Kuki e Carlinhos Bala são os únicos eleitos em duas oportunidades.
Craque do campeonato (13 prêmios) – Sport 5, Santa Cruz 5 e Náutico 3.
Em relação ao sistema de votação, nos primeiros anos a escolha era aberta ao público na primeira fase, com uma comissão de jornalistas selecionando os mais indicados numa segunda etapa. Atualmente, são contabilizados apenas os votos dos profissionais da imprensa esportiva do estado.
2015 – Craque: João Paulo, meia, 24 anos (Santa Cruz)
Emprestado pelo Inter, o meia chegou como mais um entre os 17 reforços do Santa para o campeonato. Começou como segundo volante e foi ganhando a confiança de Ricardinho. Assumiu a corrdenação de jogadas e marcou três gols (um deles marcante, com o rosto ensanguentado, na Ilha). Eficiente.
Luciano (Salgueiro), Marcos Tamandaré (Salgueiro), Durval (Sport), Alemão (Santa Cruz) e Tiago Costa (Santa Cruz); Rithely (Sport), João Ananias (Náutico), João Paulo (Santa Cruz) e Diego Souza (Sport); Candinho (Central) e Betinho (Santa Cruz). Técnico: Sérgio China (Salgueiro)
2014 – Craque: Neto Baiano, atacante, 31 anos (Sport)
Com oito gols na competição, o atacante foi sem dúvida o personagem do campeonato, com frase polêmicas. Em campo, brigou por todas as bolas, com muita raça em campo. Marcou um dos gols das finais.
Magrão (Sport); Patric (Sport), Durval (Sport), Ferron (Sport) e Renê (Sport); Ewerton Páscoa (Sport), Elicarlos (Náutico), Pedro Carmona (Náutico) e Zé Mário (Náutico); Neto Baiano (Sport) e Léo Gamalho (Santa Cruz). Técnico: Eduardo Batista (Sport)
2013 – Craque: Dênis Marques, atacante, 32 anos (Santa Cruz)
Artilheiro na temporada anterior, com 15 gols, DM9 marcou apenas sete gols na segunda participação local. Porém, foi decisivo nas finais, sobretudo nos clássicos.
Tiago Cardoso (Santa Cruz); Éverton Sena (Santa Cruz), William Alves (Santa Cruz), Maurício (Sport) e Tiago Costa (Santa Cruz); Anderson Pedra (Santa Cruz), Rithely (Sport), Lucas Lima (Sport) e Raul (Santa Cruz); Rogério (Náutico) e Dênis Marques (Santa Cruz). Técnico: Marcelo Martelotte (Santa Cruz)
2012 – Craque: Marcelinho Paraíba, meia, 36 anos (Sport)
Mesmo com a idade avançada, o meia conduziu o Leão em todo o campeonato. Marcando belos gols no Estadual, 14 ao todo, se manteve como artilheiro até a decisão, quando foi ultrapassado pelo atacante tricolor Dênis Marques.
Magrão (Sport); Marcos Tamandaré (Salgueiro), Alemão (Salgueiro), Bruno Aguiar (Sport) e Renatinho (Santa Cruz); Hamilton (Sport), Memo (Santa Cruz), Souza (Náutico) e Marcelinho Paraíba (Sport); Dênis Marques (Santa Cruz) e Joelson (Porto). Técnico: Neco (Salgueiro).
2011 – Craque: Tiago Cardoso, goleiro, 26 anos (Santa Cruz)
A defesa coral sofreu 25 gols em 26 partidas na vitoriosa campanha. Menos de um gol por jogo. Boa parte disso por causa da agilidade do camisa 1, sobretudo nos clássicos.
Tiago Cardoso (Santa Cruz); Roma (América) Leandro Souza (Santa Cruz), Thiago Mathias (Santa Cruz) e Renatinho (Santa Cruz); Everton (Náutico), Hamilton (Sport), Weslley (Santa Cruz) e Marcelinho Paraíba (Sport); Gilberto (Santa Cruz) e Paulista (Porto). Técnico: Zé Teodoro (Santa Cruz)
2010 – Craque: Eduardo Ramos, meia, 24 anos (Sport)
Emprestado pelo Corinthians, Eduardo chegou como “segundo volante”. Criativo, logo se destacou um pouco mais à frente, como observou o técnico Givanildo Oliveira.
Magrão (Sport); Gilberto Matuto (Santa Cruz), Igor (Sport), Tobi (Sport) e Dutra (Sport); Derley (Náutico), Zé Antônio (Sport), Eduardo Ramos (Sport) e Élvis (Santa Cruz); Ciro (Sport) e Jadilson (Vitória). Técnico: Dado Cavalcanti (Santa Cruz)
2009 – Craque: Gilmar, atacante, 25 anos (Náutico)
Variou bastante na criação de jogadas e na função de atacante. Velocista, ainda marcou 14 gols. Não foi campeão pernambucano, mas acabou valorizado.
Magrão (Sport); Moacir (Sport), Thiago Matias (Santa Cruz), Durval (Sport) e Dutra (Sport); Hamilton (Sport), Daniel Paulista (Sport), Paulo Baier (Sport) e Aílton (Central); Marcelo Ramos (Santa Cruz) e Gilmar (Náutico). Técnico: Nelsinho Batista (Sport)
2008 – Craque: Romerito, meia, 33 anos (Sport)
Chegou no ano anterior e viveu bastante tempo com as críticas. Batalhador em campo, passou a ser um vetor ofensivo no torneio local. Fez 10 gols. Fora a Copa do Brasil.
Magrão (Sport); Luizinho Netto (Sport), Vágner (Náutico), Durval (Sport) e Dutra (Sport); Daniel Paulista (Sport), Moacir (Central), Romerito (Sport) e Geraldo (Náutico); Wellington (Náutico) e Edmundo (Ypiranga). Técnico: Nelsinho Batista (Sport)
2007 – Craque: Vítor Júnior, meia, 20 anos (Sport)
Chegou como uma aposta na Ilha. Rápido, o jogador logo se transformou no condutor do time. Rápida também foi a sua passagem, pois foi negociado por R$ 500 mil após o título.
Magrão (Sport); Russo (Central), Marcelo (Central), Durval (Sport) e Bruno (Sport); Everton (Sport), Ticão (Sport), Fumagalli (Sport) e Vítor Júnior (Sport); Carlinhos Bala (Sport) e Marcelo Ramos (Santa Cruz). Técnico: Alexandre Gallo (Sport)
2006 – Craque: Carlinhos Bala, atacante, 26 anos (Santa Cruz)
No “bi” da premiação, Bala marcou 20 gols, mais do que o dobro do segundo artilheiro, Valdir Papel, do Estudantes, com 9. Lutou muito, mas foi vice no Estadual.
Rodolpho (Náutico); Osmar (Santa Cruz), Kleber (Sport), Durval (Sport) e Jorge Guerra (Ypiranga); Hamilton (Sport), Flávio (Náutico), Geraldo (Sport) e Rosembrick (Santa Cruz); Carlinhos Bala (Santa Cruz) e João Neto (Central). Técnico: Dorival Junior (Sport)
2005 – Craque: Carlinhos Bala, atacante, 25 anos (Santa Cruz)
Cria do Mundão, Bala tornou-se, enfim, protagonista no clube, acabando com uma fila de troféus de uma década. Foi o segundo goleador do campeonato, com 12 gols.
Cléber (Santa Cruz); Osmar (Santa Cruz), Roberto (Santa Cruz), Batata (Náutico) e Periz (Santa Cruz); Ramalho (Sport), Neto (Santa Cruz); Cleiton Xavier (Sport) e Marco Antônio (Santa Cruz); Carlinhos Bala (Santa Cruz) e Kuki (Náutico). Técnico: Givanildo Oliveira (Santa Cruz)
2004 – Craque: Kuki, atacante, 33 anos (Náutico)
Dessa vez foi decisivo, incluindo um gol no histórico 3 x 0 sobre os corais no Arruda. O atacante foi, também, o vice-artilheiro do Estadual, com dez tentos.
Nilson (Náutico); Daniel (Itacuruba), Valença (Santa Cruz), Batata (Náutico) e Xavier (Santa Cruz); Marcelo Cavalo (Itacuruba), Luciano (Náutico), Gil Baiano (Náutico) e Iranildo (Santa Cruz); Kuki (Náutico) e Kelson (Itacuruba). Técnico: Zé Teodoro (Náutico)
2003 – Craque: Kuki, atacante, 32 anos (Náutico)
O baixinho dos Aflitos sequer disputou a final, mas a artilharia da competição, com 16 gols, acabou pesando na pioneira escolha do prêmio, com um carro zero km.
Maizena (Sport); Adriano (Santa Cruz), Gaúcho (Sport), Silvio Criciúma (Sport) e Xavier (AGA); Ataliba (Sport), Fernando César (Sport), Nildo (Sport) e Cléber Santana (Sport); Adriano Chuva (Sport) e Kuki (Náutico). Técnico: Péricles Chamusca (Santa Cruz)
Com 60.044 lugares, o Santa Cruz passa a ter um novo esquema de acesso, iniciado justamente na final do Campeonato Pernambucano de 2015.
Serão 71 catracas espalhadas em sete portões de acesso, incluindo dois para o anel superior, cuja entra conta com dois bilhetes distintos, o ingresso pago e o tíquete promocional do Todos com a Nota. Cabendo aos visitantes o portão 5.
Para evitar confusão, a direção coral optou por colocar 20 orientadores no entorno com a camisa “Posso ajudar?”, semelhante ao trabalho feito no mesmo Mundão em 2009, no jogo entre Brasil e Paraguai, pelas Eliminatórias da Copa.
As imagens do post estão no panfleto produzido pelo clube para a distribuição. De toda forma, todos os caminhos levam ao Arruda…
Uma quarta-feira decisiva na região. No Sertão, com dez mil espectadores no Cornélio de Barros, Salgueiro e Santa ficaram num empate sem gols, na pauta principal do 45 minutos. Arruda lotado e camisa são suficientes para o título coral em 2015? O podcast também debateu a tranquila vitória do Sport no Lacerdão, assegurando na prática a vaga no Nordestão de 2016. Falando no regional, o título histórico do Ceará tmabém chamou a atenção (entrou no “G4 do NE”?). Por fim, a prévia de Jacuipense x Náutico, pela Copa do Brasil.
Neste podcast, com 1h31min, estou ao lado de Celso Ishigami, João de Andrade, Fred Figueiroa e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!
Um empate sem gols na abertura da final pernambucana entre Salgueiro e Santa Cruz. Sem gols, mas animado. Em uma noite na qual o time sertanejo apresentou um bom futebol, saindo daquela postura focada apenas na defesa, os tricolores podem considerar o resultado como “favorável”. Além do fator Arruda no jogo de volta, com a expectativa de 50 mil torcedores, os corais ainda viram o adversário desperdiçar um pênalti, com Rogério Paraíba, e o experiente lateral Lúcio vacilar cara a cara com o gol, duas vezes.
Num Cornélio de Barros repleto, com 10.126 espectadores, o Salgueiro tentou a todo custo fazer o resultado, pois a pressão na finalíssima seria (será) enorme. Um dado a favor desta visão é a posse de bola. Nos dois jogos da semifinal contra os rubro-negros, o Salgueiro teve apenas 30%. Deu certo na ocasião, mas não poderia ser uma constante em mata-matas. Não mesmo. Num jogo de futebol, francamente, é preciso ter a bola nos pés para evoluir. Nesta quarta, o percentual subiu para 45%. Claro, o Santa teve 55%, mas de forma precavida.
Durante a maior parte da peleja, o Santa tentou controlar o meio-campo, com João Paulo cadenciando, sem tanto apelo ofensivo como nas últimas partidas. Betinho, isolado, nada rendeu. A única chance real, a primeira do jogo, foi com Emerson Santos, esbarrando em Luciano. Como qualquer final, tivemos lances polêmicos – com muita reclamação dos tricolores. No primeiro, Marcelo de Lima Henrique apontou pênalti de Alemão em Kanu. A cobrança de Rogério – o mesmo zagueiro que converteu duas vezes contra Magrão – acertou a trave.
No segundo lance, um gol anulado dos corais. A assistente Fernanda Colombo assinalou impedimento de Alemão, pois considerou involuntária a bola desviada na zaga do Salgueiro. À parte disso, um jogo pegado e com a bola pingando mais na área coral. O time de Sérgio China seguiu perdendo até o fim a chance de ir ao Recife em vantagem. Com o 0 x 0, a final está aberta, com qualquer nova igualdade levando a disputa para os pênaltis – desempate que só ocorreu no Estadual em 1983 e 2006. Só que agora, a vantagem de jogar em casa pesará (bastante) do outro lado…
Fora da decisão do campeonato estadual, o Sport entrou em campo no Lacerdão consciente de que estava vivendo a sua pior campanha desde 2005. Desde aquele 3º lugar foram seis títulos pernambucanos e três vices. Mas a série acabou encerrada no gol de Valdeir, do Salgueiro.
Ainda assim, a história nesta edição não havia acabado, longe disso. Repetir a 3ª colocação dez anos depois valeria vaga na Copa do Nordeste, com o calendário completo em 2016. O desânimo dos rubro-negros parecia ser o maior rival na insossa disputa, com gramado horrível e arquibancadas vazias.
Caberia ao técnico Eduardo Batista incutir no time a necessidade (moral e financeira) de classificação. Na Patativa, com ameaça de greve por salários atrasados, o objetivo tornara-se mais difícil justamente pela presença do Leão – a direção aguardava o Carcará para este mata-mata.
O temor alvinegro sobre o duelo acabou fazendo sentido, pois, mesmo sem forçar, o Sport passeou em Caruaru, marcando três gols logo no primeiro tempo (Diego Souza, duas vezes, e Elber). No segundo tempo, mais dois, com Felipe Azevedo e Joelinton, fechando a goleada por 5 x 0, garantindo, na prática, o lugar do Sport na Lampions League de 2016. Dos males, o menor.
Com o Carcará, em 2015, o interior recebe pela primeira vez a grande final do Campeonato Pernambucano. Daí, percebe-se o enorme peso histórico para o futebol local na disputa entre Salgueiro e Santa Cruz no Cornélio de Barros, cuja capacidade de 12 mil lugares deverá chegar ao limite.
Ter o interior na rota do título estadual é uma lacuna há muito em falta. Dos 26 estados do país, apenas Pernambuco e Rio de Janeiro jamais consagraram um campeão do interior – e não cabe ao Tricolor mudar o cenário, claro. No entanto, ao longo dos anos, os clubes interioranos, mesmo de forma indireta, fizeram parte da “decisão” do campeonato, no Recife ou não. Desses sete casos, em apenas dois a taça foi erguida em estádios no próprio interior (fotos a seguir).
10/12/1967 – Náutico 4 x 1 Central (Aflitos, 3º turno)
O Alvirrubro goleou a Patativa na última rodada do terceiro turno, nos Aflitos, terminando a fase com um ponto a mais que o Sport. Com isso, foi campeão estadual por antecipação (penta, na verdade), uma vez que ganhou os três turnos. Assim, o vice-campeão foi o segundo maior pontuador, o Sport.
04/05/1972 – Santa Cruz 4 x 0 Central (Aflitos, 2º turno)
A Cobral Coral foi (tetra) campeã pernambucana com duas rodadas de antecipação no segundo turno, ao vencer o Central no Eládio de Barros Carvalho – a construção do Arruda estava quase pronta, para a Minicopa do Mundo. Curiosamente, quem brigou pelo turno com os tricolores foi próprio Náutico.
28/11/1982 – Sport 1 x 0 Central (Arruda, decisão do 3º turno)
Com o torneio disputado de novo em três turnos, o Leão venceu os dois primeiros e decidiu o terceiro com o Central, no Arruda. Àquela altura, claro, apenas o Alvinegro poderia impedir o título rubro-negro. Porém, como perdeu o turno, o vice-campeão foi o segundo maior pontuado geral, o Náutico.
15/06/1997 – Porto 0 x 2 Sport (Antônio Inácio, final da 2ª fase do 2º turno)
Foi a primeira volta olímpica no interior, mesmo sem final. O Leão ganhou o 1º turno e a primeira fase do 2º turno. Foi campeão antecipado vencendo o Gavião na final da segunda fase do 2º turno (acima). Este foi também o primeiro ano que o segundo maior pontuador foi um interiorano, o próprio Porto.
07/06/1998 – Sport 2 x 0 Porto (Ilha do Retiro, final extra)
Um regulamento sui generis. Mesmo vencendo os três turnos da competição, de forma invicta, o Sport foi obrigado a disputar uma final contra o segundo maior pontuador, o Porto. Ao menos, teve uma vantagem enorme – só seria vice perdendo quatro jogos seguidos. Ganhou o primeiro jogo e encerrou a série.
30/03/2005 – Petrolina 1 x 2 Santa Cruz (Associação Rural, 2º turno)
O Santa foi campeão de forma arrasadora, com 15 vitórias em 18 jogos. O título do 2º turno (e do campeonato), veio no Sertão do São Francisco, diante de apenas 2.189 espectadores (abaixo). No domingo seguinte, na última rodada, 40 mil celebraram o troféu no Clássico das Emoções – e o Timbu foi o vice geral.
16/04/2008 – Sport 1 x 1 Central (Ilha do Retiro, 2º turno)
A Patativa foi vice-campeã geral em 2007, mas no jogo decisivo, o Sport enfrentou o Náutico. O cenário foi exatamente o oposto no ano seguinte, com o Alvirrubro ficando com o vice e o Central presente no “jogo do título”. Nos dois casos, o Leão foi campeão direto, vencendo os dois turnos.
Somente a partir de 2010 o campeonato estadual passou a ter a obrigatoriedade de uma final, de forma contínua, sem turnos.