Sport renova com a Globo até 2020, mas a cota da Série A sofre redução de mercado

Rede Globo e Sport

O Sport confirmou a extensão do seu contrato de transmissão do Campeonato Brasileiro, junto à Rede Globo, para o biênio 2019/2020. Após as notícias de que os clubes estavam aceitando cotas menores da emissora (redução de 25%), o presidente leonino, João Humberto Martorelli, explicou a situação pernambucana. Numericamente, a parcela do Leão até será maior em 2019 em relação à cota fixa de 2018, de R$ 35 milhões, mas considerando a projeção (e valor) de mercado – com o crescimento paulatino da verba de tevê -, o repasse será menor. O mandatário não divulgou valores, mas é possível dar um exemplo, a partir de um cenário explicado pelo próprio CEO do clube, Leonardo Estevam, também presente na apresentação da direção.

Ato 1
Pelo contrato vigente, o clube receberia “R$ 100” em 2018

Ato 2
Pela projeção de mercado (crescimento da competição, com marca e visibilidade + índices financeiros, como IPCA e IGP-M), a nova cota em 2019 deveria ser de pelo menos R$ 130.

Ato 3
Contudo, a Globo, alegando uma retração de investidores (patrocínios na grade), teria oferecido um valor bruto até acima de 2018, mas proporcionalmente abaixo do crescimento esperado, calculado anualmente desde 2012. Logo, um número entre R$ 105 e R$ 110…

Pela assinatura do novo acordo, o Sport recebeu um “bônus” milionário. Esta verba já foi paga, mas o clube ainda não gastou. A ideia é utilizar esse montante – já previsto no orçamento atual – a médio prazo, “com calma”, nas palavras do próprio dirigente. Reforços na Série A? Considerando os dois anos anteriores, na mesma gestão, seria um quadro bem possível. Sobre a escolha da Globo, em detrimento do Esporte Interativo, que se reuniu com o clube em 21 de dezembro e cobriu com sobras (10x) a cota da tevê fechada, de R$ 3 milhões, o presidente do Sport justificou que “seria mais seguro” fechar os três contratos de uma vez, com a mesma empresa (aberta, fechada e pay-per-view). No caso, o dirigente expôs a desconfiança de ter apenas um contrato em mãos.

Falando especificamente sobre 2020, Martorelli projeta um faturamento de R$ 100 milhões no período, o que corresponderia ao maior faturamento da história do clube. E a ideia é justamente reduzir o impacto da televisão no orçamento, de 55% para 35%. Para isso, será preciso aumentar as demais receitas conhecidas, como comércio, marketing, bilheteria etc. Caso essa mudança (difícil) aconteça, o time começaria a seguir o modelo dos principais clubes do mundo, cada vez menos dependentes das cotas da televisão.

Podcast 45 (212º) – A revolução na negociação da TV no Brasileiro

Esporte Interativo x Rede Globo, o duelo pelo Brasileirão

O possível contrato de oito clubes com o canal Esporte Interativo, visando o Campeonato Brasileiro de 2019 a 2024, pode acabar com um monopólio na tevê por assinatura que dura desde 2000, com o Sportv, o braço da Globo. Atlético-PR, Coritiba e Santos já estão acertados, com Grêmio e Inter negociando e o Santa Cruz na mira da emissora controlada pela Turner. Enquanto isso, o Sport renovou com a Globo até 2020 e o Náutico segue fora dos “cotistas”. Toda essa movimentação, que reflete diretamente nos resultados no campo, devido ao poder econômico, foi o tema central desta edição do 45 minutos, com 1h30 sobre os novos caminhos do futebol. Um programa bem além do Recife.

Neste podcast, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

Santa Cruz pode virar cotista da TV no Brasileirão a partir de 2019

Santa Cruz e Esporte Interativo em acordo de 2019 a 2014?

Vem de Curitiba a informação de que o Santa Cruz estaria próximo de um acordo histórico para o clube em relação à comercialização dos direitos de transmissão na tevê. Segundo a Gazeta do Povo, Atlético-PR e Coritiba assinaram com o Esporte Interativo, sendo os primeiros clubes a mudar de contrato no canal fechado, saindo da Globo (no caso, do Sportv). O acordo no Brasileirão vai de 2019 a 2024. A reportagem segue com os dois clubes que devem seguir a linha, Grêmio e Santa. Enquanto no caso do tricolor gaúcho a mudança está fundamentada numa evolução do seu contrato – atualmente, o Grêmio recebe R$ 60 milhões, cerca de 1/3 de Flamengo e Corinthians -, no caso do tricolor pernambucano seria a entrada numa casta.

A casta foi criada pelo extinto Clube dos 13, quando os membros contavam com contratos duradouros, independentemente da divisão – o Sport, por exemplo, entrou em junho de 1997. Foi assim até 2011, já com vinte clubes, quando a associação foi implodida após as negociações individuais de Corinthians e Flamengo. Com isso, a Globo passou a negociar caso a caso – antes, o montante era dividido em quatro grupos. De cara, excluiu Guarani e Portuguesa, devido à fraca audiência, limitando os “cotistas” a 18 times.

Os contratos atuais, nos sinais aberto e fechado, vão até 2018. A situação começou a mudar quando o Esporte Interativo entrou na jogada com R$ 600 milhões anuais pelo Brasileiro, apostando na divisão via “Premier League”, com 50% igualitário, 25% audiência e 25% rendimento. Nesse tempo todo, a Cobra Coral sempre firmou acordos pontuais, de um ano. Foi assim em 2000, 2001, 2006 e agora, em 2016. Ou seja, só recebe caso dispute a primeira divisão. Qualquer rebaixamento significa voltar à cota mínima. Em 2016, por exemplo, o valor na Série B será de R$ 5 milhões, enquanto na A o clube receberá R$ 26 milhões, somando aberta, fechada e pay-per-view. Agora, teria sido justamente o primeiro “não cotista” procurado pela direção do EI.

Caso emplaque, o clube daria um salto econômico sem precedentes no Arruda. Há cinco anos o faturamento total não chega sequer a R$ 20 milhões.

Obs. Bahia, Inter e Santos também teriam assinado com o EI.

A tabela do hexagonal do Estadual 2016, já com a grade de transmissão na TV

Campeonato Pernambucano no Premiere. Crédito: divulgação

Liderando os grupos A e B, Central e América se classificaram na primeira fase do Campeonato Pernambucano de 2016, obtendo também as vagas na Série D de 2016 e 2017. Com os dois clubes, respectivamente 4º e 5º colocados no ranking histórico do Estadual, o hexagonal do título está formado, a ser disputado entre 31 de janeiro e 10 de abril. Pela estrutura do futebol local, Sport, Santa, Náutico e Salgueiro já estavam garantidos devido à participação nas Séries A, B e C, a condição básica segundo a FPF, pois essas divisões demandam um calendário completa, evitando jogos durante a pré-temporada.

Com a presença do Mequinha no hexagonal, três rodadas ficaram com jogos paralelos no Grande Recife, envolvendo duas ou até três torcidas rivais. Por este motivo, a diretoria de competições da federação mudou a tabela básica nas rodadas 4, 8. e 9. Por sinal, os clássicos estão agendados nas seguintes rodadas: 1ª, 4ª, 5ª, 6ª, 8ª e 10ª. O regulamento é o mesmo dos últimos anos, com os quatro melhores colocados avançando ao mata-mata, com semifinal (dias 20 e 24 de abril) e final (4 e 8 de maio)

Na tabela já é possível conferir a grade da televisão, com dez jogos agendados em sinal aberto (Globo Nordeste) e doze no pay-per-view (Premiere), segundo a composição no site da FPF. Três desses jogos estão marcados para a noite de segunda-feira, (Náutico x Santa e América x Náutico e Náutico x América), tendo, além do canal fechado para todo o Brasil, a exibição da Globo Internacional para 17 países, incluindo Estados Unidos e JapãoEm relação às cotas de transmissão (tevê aberta e ppv), os três grandes clubes da capital ganham R$ 950 mil, cada um, enquanto os outros nove recebem R$ 110 mil.

Post atualizado em 08/04/2016

1ª rodada
31/01 (16h00) – Salgueiro x Sport (Globo NE)
01/02 (20h30) – Náutico x Santa Cruz (Premiere e Globo Internacional)
14/02 (16h00) – América x Central*
*Adiado do dia 31/01 por causa das prévias. Ocorrerá na data do Nordestão

2ª rodada
03/02 (21h30) – Sport x América (Globo NE)
04/02 (20h30) – Santa Cruz x Salgueiro (Premiere)
04/02 (20h30) – Central x Náutico

3ª rodada
10/02 (20h30) – Central x Sport
10/02 (21h30) – Náutico x Salgueiro (Globo NE)
11/02 (20h30) – Santa Cruz x América (Premiere)

4ª rodada
21/02 (16h00) – Salgueiro x Central
21/02 (17h00) – Sport x Santa Cruz (Globo NE)
22/02 (20h30) – América x Náutico (Premiere e Globo Internacional)*
* Adiado do dia 21/02 por questão de segurança e para atender à tevê

5ª rodada
28/02 (16h00) – América x Salgueiro
28/02 (16h00) – Sport x Náutico (Premiere)
28/02 (17h00) – Central x Santa Cruz (Globo NE)

6ª rodada
05/03 (17h00) – Santa Cruz x Central (Premiere)
06/03 (16h00) – Salgueiro x América
06/03 (16h00) – Náutico x Sport (Globo NE)

7ª rodada
12/03 (17h00) – Sport x Central (Premiere)
13/03 (16h00) – Salgueiro x Santa Cruz (Globo NE)
14/03 (20h30) – Náutico x América (Premiere e Globo Internacional)

8ª rodada
19/03 (20h30) – América x Sport (Premiere)*
20/03 (16h00) – Central x Salgueiro
20/03 (16h00) – Santa Cruz x Náutico (Globo NE)
* Antecipado do dia 20/03 por questão de segurança e para atender à tevê

9ª rodada
26/03 (18h30) – América x Santa Cruz (Premiere)
27/03 (16h00) – Sport x Salgueiro (Globo NE)
03/04 (16h00) – Náutico x Central (Premiere)

10ª rodada
10/04 (16h00) – Salgueiro x Náutico (Globo NE)
10/04 (16h00) – Central x América
10/04 (16h00) – Santa Cruz x Sport (Premiere)

Ranking de transmissões:

Globo (10 jogos)
5 – Sport e Salgueiro
4 – Santa Cruz e Náutico
1 – América e Central

Premiere (12 jogos)
6 – Santa Cruz
5 – Náutico e América
4 – Sport
3 – Central
1 – Salgueiro

A nova tabela do hexagonal do Estadual, já com a grade de transmissão na TV

A tabela do hexagonal do título do Campeonato Pernambucano de 2016. Crédito: FPF/site oficial

Por uma questão de segurança, nas prévias carnavalescas, o Clássico das Emoções agendado para a primeira rodada do Campeonato Pernambucano de 2016 foi transferido do domingo (31/01) para a segunda (01/02). A troca resultou em outros ajustes na competição, evitando mais de um jogo na capital no mesmo dia e preenchendo a grade de televisão. Com a nova tabela publicada pela FPF já é possível conferir todos jogos do hexagonal do título com transmissão, tanto na Globo quanto no Premiere, para até 87 países.

No hexagonal estão agendadas dez partidas na tevê aberta e nove no pay-per-view. Todas as dez rodadas terão ao menos um jogo transmitido, mas o destaque vai para a 7ª rodada, com as três partidas na grade, no sábado, no domingo e na segunda.  Vale lembrar que também está prevista a exibição dos oito jogos do mata-mata: semifinais, decisão de 3º lugar e final. A fase principal do Estadual terá a presença do Trio de Ferro, do Salgueiro e de mais dois clubes oriundos da primeira fase, que terminará em 27 de janeiro.

Nº de jogos na TV (19, aberta e ppv)
9 – Santa Cruz
8 – Sport e Náutico
5 – 1º colocado do grupo B (América, Serra Talhada ou Vitória*)
4 – Salgueiro e o 1º colocado do grupo A (Atlético, Belo Jardim, Central ou Porto)

Jogos na Globo (10)
6 – Sport
5 – Santa Cruz
3 – Salgueiro e o 1º colocado do grupo B (América, Serra Talhada ou Vitória*)
2 – Náutico
1 – 1º colocado do grupo A (Atlético, Belo Jardim, Central ou Porto)

Jogos no Premiere (9)
6 – Náutico
4 – Santa Cruz
3 – 1º colocado do grupo A (Atlético, Belo Jardim, Central ou Porto)
2 – Sport e o 1º colocado do grupo B (América, Serra Talhada ou Vitória*)
1 – Salgueiro 

* A duas rodadas do fim da 1ª fase, o Pesqueira já não tem chances. 

A fórmula é a mesma dos últimos anos, com os quatro melhores classificados avançando ao mata-mata, com semifinal (dias 20 e 24 de abril) e final (4 e 8 de maio). Em relação às cotas de transmissão na televisão, os três grandes clubes da capital ganham R$ 950 mil, enquanto os demais clubes recebem R$ 110 mil. 

Concorrência divide o Campeonato Brasileiro na televisão por assinatura. Cenário em 2019? Manchete em 1999

Campeonato Brasileiro sendo disputado por Esporte Interativo e Globo na TV por assinatura a partir de 2019. Arte: Cassio Zirpoli/DP/D.A press

A Rede Globo e o Esporte Interativo travam uma batalha nos bastidores pelos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro na tevê por assinatura a partir de 2019. Ambos vêm tendo seguidos encontros com dirigentes dos clubes mais populares do país para firmar o novo acordo. Enquanto a emissora carioca busca estender a duradoura hegemonia, com propostas de mais dois anos, o canal controlado pela gigante Turner Broadcasting System, e que ainda tenta entrar na Sky, propõe cinco temporadas (até 2023) e ofertas mais generosas, num rateio de até R$ 600 milhões anuais, dividindo no modelo de cotas da Premier League (50% igualitário, 25% audiência e 25% rendimento). Mesmo com valores supostamente mais baixos, a Globo teria a seu favor o know-how e a maior visibilidade, o que corresponde a uma maior atração de patrocinadores.

Segundo uma reportagem da ESPN, Sport, Corinthians, Vasco e Botafogo já estariam apalavrados com a Globo. Do outro lado, Santos, à frente das conversas, Grêmio, Inter, Flu, Coritiba, Atlético-PR e Bahia negociam abertamente com o EI.

Então, vamos às consequências do possível acordo paralelo. Sendo direto: um jogo só pode ser transmitido se os dois clubes concordarem, segundo o artigo 42 da Lei Pelé, na redação dada pela Lei 12.395, de 2011.

“Pertence às entidades de prática desportiva o direito de arena, consistente na prerrogativa exclusiva de negociar, autorizar ou proibir a captação, a fixação, a emissão, a transmissão, a retransmissão ou a reprodução de imagens, por qualquer meio ou processo, de espetáculo desportivo de que participem”.

Ou seja, o Sportv, braço esportivo da Globosat nas operadoras, só poderia transmitir os jogos com os seus clubes contratados. Idem com o EI. No choque contratual, não haveria transmissão. A não ser em caso de acordo. 

Neste ponto, o próprio passado do futebol nacional ensina. Em 1999, o extinto Clube dos 13, então formado por 16 clubes, acertou com o pool Globo, Sportv e Premiere (PPV). Além dos membros da associação presentes na elite daquela temporada (13 equipes), entraram no bolo Ponte Preta, Gama e Botafogo de Ribeirão Preto. Ao todo, US$ 70 milhões pelos direitos, com a diretoria do Corinthians sendo a última a assinar. Seis clubes não toparam, mas não ficaram de braços cruzados e fizeram um contrato à parte com a concorrente, a ESPN Brasil. Na ocasião, não houve unificação dos canais, com 96 dos 231 jogos da primeira fase sem exibição na TV fechada. Isso correspondeu a 41% do calendário. Lembrando que atualmente 100% das partidas (380) são exibidas.

O curioso é que a briga também envolvida as operadoras, pois o Sportv já estava alinhada à dupla Net/Sky, enquanto a ESPN só passava na antiga TVA/Directv. Lembra o novo quadro, com um dos canais subjugados.

Brasileirão de 1999
Sportv
Sport, Flamengo, Botafogo, Vasco, São Paulo, Corinthians, Santos, Palmeiras, Ponte, Atlético-MG, Cruzeiro, Grêmio, Inter, Coritiba, Gama e Botafogo-SP

ESPN Brasil
Atlético-PR, Vitória, Guarani, Portuguesa, Juventude e Paraná

Transmissões na televisão por assinatura:
SporTV/PPV – 120 (51,9%)
ESPN Brasil – 15 (6,5%)
Sem exibição – 96 (41,6%)
Total – 231

Pode ser um leilão apenas, mas a quebra de paradigmas na transmissão da Série A nunca esteve tão perto de se repetir. Supondo que os sete clubes em negociação assinem com o Esporte Interativo, o canal teria 42 jogos exclusivos em sua grade. Em caso de choque nos contratos da tevê fechada, desta vez o pay-per-view não sofreria alteração, pois trata-se de um terceiro negócio, distinto. A ruptura seria exclusivamente na tevê por assinatura, como em 1999.

O ranking de cotas do pay-per-view no Campeonato Brasileiro de 2013 a 2015

Além das cotas fixas no Campeonato Brasileiro, a Rede Globo paga aos 18 clubes com contratos duradouros – os acordos atuais vão até 2018 – parcelas extras referentes às vendas de pacotes do pay-per-view, com receitas proporcionais ao número de assinantes de cada clube. Trata-se de um adicional importantíssimo. Em 2013, o canal rateou R$ 280 milhões somente com o PPV. No ano seguinte, R$ 300 mi. Na temporada 2015 o aumento foi de 50%, chegando a R$ 450 milhões, segundo o site MKT Esportivo. E a tendência é que a televisão por assinatura siga ganhando força na negociação do futebol, até porque o Premiere exibe os 380 jogos da competição, vários deles exclusivos.

Em relação à divisão do dinheiro, há uma controvérsia, pois a apuração dos assinantes é feita através de uma pesquisa em conjunto entre Ibope e Datafolha, que em 2014 entrevistaram dez mil pessoas. Não seria mais fácil detalhar cada assinante logo na compra do pacote de PPV? Imagina-se que haja tecnologia para isso, até porque o único ranking oficial de assinantes difere da divisão das cotas. A Sky, uma das principais operadoras envolvidas, disponibiliza um ranking de torcedores, com o cliente indicando o seu clube do coração num cadastro no site da empresa, ação que ainda carece de uma divulgação maior, diga-se. A lista da Sky – que conta com 5,4 milhões de clientes, ou 28% do mercado nacional – engloba qualquer time do país. Comparando com o estudo encomendado pela emissora, restrito a 18 equipes, o Sport sobe 0,09%, enquanto o Bahia salta 1,46%. Pior para alvirrubros e tricolores, sequer citados.

Nº de assinantes em 2015
Bahia
Ibope – 3,7%
Sky – 2,24%

Vitória
Ibope – 2,3%
Sky – 1,41%

Sport
Ibope – 1,5%
Sky – 1,41%

Santa Cruz
Ibope – n/d
Sky – 0,59%

Náutico
Ibope – n/d
Sky – 0,57%

Cotas de PPV
Bahia
2013 – R$ 8,40 milhões
2014 – R$ 11,12 milhões
2015 – R$ 16,65 milhões

Vitória
2013 – R$ 7,28 milhões
2014 – R$ 6,87 milhões
2015 – R$ 10,35 milhões

Sport
2013 – R$ 3,36 milhões
2014 – R$ 4,43 milhões
2015 – R$ 6,75 milhões 

O quadro deixa claro que alguns clubes presentes na Série A (Santa Cruz, Ponte Preta, América-MG, Chape e Figueirense) não devem ser inseridos no rateio de 2016, que por outro lado engloba três integrantes da Série B (Vasco, Bahia e Goiás). Isso porque os clubes “cotistas” ganham independentemente da Série, enquanto os demais, com contratos singulares na elite (renovados a cada edição), têm o PPV embutido no acordo. Justo? Não parece…

Calculando as cotas das Série A e B de 2016 a partir do modelo da Bundesliga

Bundesliga, a liga de futebol da Alemanha

Segue o debate sobre a divisão de cotas de televisão no Campeonato Brasileiro, cuja polarização entre Flamengo e Corinthians ganha mais força a partir do novo contrato, de 2016 a 2018. Após a projeção da Série A no estilo da Premier League, mais um cenário baseado em um mercado de sucesso, agora através da Bundesliga. Se no Brasil a divisão de receitas é basicamente por audiência e na Inglaterra é um misto de audiência, desempenho e igualdade, na Alemanha vale apenas o desempenho no campeonato nacional, considerando os resultado dos últimos cinco anos. Ou seja, 100% rendimento técnico.

O quadro elaborado por Tiago Nunes projeta como ficaria a situação no Brasil. E conta tanto a Série A quanto a Série B, uma vez na terra dos atuais campeões mundiais a cota é negociada pela própria federação. O contrato de quatro anos, que está na última temporada (2016/2017), prevê 625 milhões de euros por edição, sendo 80% do bolo para a primeira divisão e 20% para a segunda. A distribuição das receitas é um pouco complicada, pontuando cada colocação, com 36 para o campeão, 35 para o vice, até o último lugar da segundona, com 1 pontinho. Lá são 18 times por divisão. Logo, aqui se considerou 40 times (ou seja, 40 pontos para o campeão, 39 para o vice etc). Além disso, cada ano ganha um peso, multiplicando por 5 o mais recente e por 1 o mais antigo.

As cotas das Séries A e B através do modelo da Bundesliga, da Alemanha. Crédito: Tiago Nunes/@TiagoJNunes (www.sapoticast.com)

Nas últimas cinco temporadas, portanto, o melhor desempenho seria o do Corinthians, com 551 pontos, o que renderia ao clube paulista R$ 78,2 milhões em 2016, ou R$ 39,1 milhões a mais que a menor cota da elite, enquanto na realidade a diferença é de R$ 150 mi. Já o Flamengo, o outro expoente, teria apenas a 10ª maior cota, inferior, por exemplo, à do Atlético-PR. Irreal.

Obs. A disparidade técnica na Alemanha vem de outras fontes de receita do Bayern de Munique, como patrocínios, produtos licenciados, sócios etc.

Confira o gráfico inspirado na Bundesliga em uma resolução maior aqui.

As cotas fixas de TV (sem luvas e ppv) em 2015:

Sport 
Oficial – R$ 35 milhões
Premier League – R$ 61,7 milhões
Bundesliga – R$ 55,6 milhões

Santa Cruz
Oficial – R$ 20 milhões*
Premier League – R$ 39,5 milhões
Bundesliga – R$ 39,1 milhões
* Especulação

Náutico
Oficial – R$ 5 milhões
Premier League – não disponível
Bundesliga – R$ 16,7 milhões 

Corinthians 
Oficial – R$ 170 milhões
Premier League – R$ 103,2 milhões
Bundesliga – R$ 78,2 milhões

Flamengo
Oficial – R$ 170 milhões
Premier League – R$ 86,3 milhões
Bundesliga – R$ 59,7 milhões

Calculando as cotas do Pernambucano 2016 nos moldes da Premier League

Cotas do Campeonato Pernambucano de 2016 no estilo "Premier League". Crédito: Douglas Batista Cruz (twitter.com/dbatistadacruz)

Se há o debate sobre uma distribuição de receitas da tevê mais justa no cenário nacional, vale também fazer um comparativo dentro do próprio futebol pernambucano. O contrato atual, até 2018, prevê um investimento da Globo Nordeste de R$ 3,84 milhões por edição. Na divisão, o trio de ferro fica com 74% do montante (R$ 950 mil para cada). Os outros nove times, tidos no pacote como “intermediários”, recebem R$ 110 mil. Pois bem, o torcedor Douglas Batista Cruz fez a divisão do Campeonato Pernambucano de 2016 nos moldes da Premier League, com 50% em parcelas iguais, 25% de acordo com a classificação no Estadual de 2015 e mais 25% segundo a audiência.

De cara, Náutico, Santa e Sport receberiam bem menos. A maior cota, dos tricolores, devido ao título, teria uma redução de 42%, caindo para R$ 545 mil. O maior aumento seria o do Salgueiro, atual vice, com incríveis 193%! Em relação à diferença da maior para a menor, cairia de R$ 840 mil para R$ 345 mil…

Agora, dois questionamentos. A lógica nacional vale na esfera estadual? Haveria mercado para um certame local sem alvirrubros, rubro-negros e tricolores?

Confira como ficaria a divisão de cotas no Brasileirão via Premier League aqui.

O preço de cada ponto somado no Campeonato Brasileiro de 2015

A relação cota de TV x pontuação na Série A de 2016. Arte: Tiago Nunes (twitter.com/TiagoJNunes)

A milionária diferença entre as receitas no Campeonato Brasileiro, sobretudo através da televisão, vem afunilando a disputa pelas primeiras colocações. Quase sempre, o maior investimento obtém resultados satisfatórios. Quase sempre. Que o diga o Vasco, rebaixado pela terceira vez em oito anos. Mesmo com a 4ª maior cota de TV em 2015, os cruz-maltinos terminaram no Z4. E a relação dinheiro/ponto expõe o clube, com R$ 1,7 milhão a cada pontinho somado na tabela. A interessante análise sobre a eficiência de gasto foi feita por Tiago Nunes, calculando todas as cotas (fixas) de acordo com a classificação final da Série A.

Este ano, o Corinthians conquistou o título quebrando o recorde de pontos nos pontos corridos, desde que a competição passou a ter vinte clubes. Foram 81 pontos, mas na “administração” do dinheiro, foi o 18º. A Ponte Preta, 11ª colocada, está no topo desta lista, com R$ 352 mil a cada ponto somado. Com essa quantia, o Timão precisaria ter somado 312 pontos! Impossível, claro, pois a pontuação máxima é de 114.

No fim da lista, o Flamengo, que gastou seis vezes mais que a Macaca para cada ponto. Um dinheiro sem retorno no rubro-carioca, sem dúvida.

1º) Ponte Preta – R$ 352 mil/pontos (R$ 18 mi e 51 pts)
2º) Chapecoense – R$ 382 mil/ponto (R$ 18 mi e 47 pts)
3º) Figueirense – R$ 418 mil/ponto (R$ 18 mi e 43 pts)
4º) Avaí – R$ 428 mil/ponto (R$ 18 mi e 42 pts)
5º) Sport – R$ 457 mil/ponto (R$ 27 mi e 59 pts)
6º) Atlético-PR – R$ 529 mil/ponto (R$ 27 mi e 51 pts)
7º) Joinville – R$ 580 mil/ponto (R$ 18 mi e 31 pts)
8º) Coritiba – R$ 613 mil/ponto (R$ 27 mi e 44 pts)
9º) Atlético-MG – R$ 652 mi/ponto (R$ 45 mi e 69 pts)
10º) Grêmio – R$ 661 mil/ponto (R$ 45 mi e 68 pts)
11º) Goiás – R$ 710 mil/ponto (R$ 27 mi e 38 pts)
12º) Internacional – R$ 750 mil/ponto (R$ 45 mi e 60 pts)
13º) Cruzeiro – R$ 818 mil/ponto (R$ 45 mi e 55 pts)
14º) Fluminense – R$ 957 mil/ponto (R$ 45 mi e 47 pts)
15º) Santos – R$ 1,03 milhão/ponto (R$ 60 mi e 58 pts)
16º) São Paulo – R$ 1,29 milhão (R$ 80 mi e 62 pts)
17º) Palmeiras – R$ 1,32 milhão/ponto (R$ 70 mi e 53 pts)
18º) Corinthians – R$ 1,35 milhão/ponto (R$ 110 mi e 81 pts)
19º) Vasco – R$ 1,70 milhão/ponto (R$ 70 mi e 41 pts)
20º) Flamengo – R$ 2,24 milhões/ponto (R$ 110 mi e 49 pts)