O 45 minutos analisou as partidas de Santa e Sport na 8ª rodada do Brasileirão, com uma vitória coral (sobre o Figueira) e uma derrota leonina (diante do Peixe). Hoje, seis pontos separam os clubes, em situações bem distintas. Esta gravação esmiuçou os jogos e as fragilidades de cada um para a sequência da competições, com as direções se mexendo (lentamente) para corrigir os problemas. No fim, as primeiras impressões do podcast sobre a chega da Tite na Seleção, deixando para Rogério Micale o comando do time olímpico
Neste 252º podcast, estive ao lado de Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!
O pernambucano Rivaldo foi um dos maiores jogadores a vestir a camisa 10 da Seleção Brasileira após Pelé, e olhe que a concorrência foi grande. Mas os números explicam. O meia-atacante revelado no Santa foi eleito o melhor jogador do mundo em 1999, já no Barça, campeão mundial com a Canarinha em 2002 e autor de 37 gols em 74 jogos em uma década defendendo o país. Com esse retrospecto, o craque desabafou em sua rede social após o empate em 0 x 0 entre Brasil e Equador, na primeira rodada da Copa América de 2016.
O comentário, ilustrado por Rivaldo com a presença de Pelé, Rivelino, Zico, Ronaldinho, Kaká e o próprio, foi iniciado a partir do fato de Lucas Lima, o 10 do time atual, ser banco. Não pelo jogador, mas pelo expressivo número (hoje relegado), que historicamente se traduz como ponto alto da criatividade. Vale lembrar que nesta geração o número cabe a Neymar, que não foi chamado para poder ser utilizado nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
“Ontem, senti uma grande tristeza quando assisti ao jogo do Brasil e vi que o camisa 10 estava no banco de reservas. Antes, esta camisa era uma referência para nossa Seleção. Já que Neymar, o nosso camisa 10, não está na Copa América, a camisa 10 ficou com Lucas Lima, um ótimo jogador, que só teve oportunidade aos 40 minutos do segundo tempo. Na minha opinião, Lucas Lima ou Ganso merecem ter mais oportunidades. Se não tiver um 10 em campo, o primeiro a ser sacrificado vai ser o Jonas, que não vai ter oportunidades de gol porque a bola não chega.”
Concorda com a análise de Rivaldo sobre o atual momento da Seleção?
Nostalgia pura a passagem de Dunga, 52 anos, o técnico da Seleção Brasileira, e Taffarel, 50, o preparador de goleiros da equipe, no gramado do Rose Bowl, palco da final da Copa do Mundo de 1994. Se no presente o trabalho da comissão é contestado, há 22 anos a idolatria foi construída, com ambos entre os principais nomes do tetra, encerrando um longo jejum no futebol do país.
Então capitão, numa patente justa, Dunga marcou o terceiro gol da série, que terminaria no chute isolado por Baggio, enquanto Taffarel, dono absoluto da camisa 1, defendeu a cobrança de Massaro, diante de 94.194 torcedores.
Nesse tempo todo, o Brasil só voltou a Pasadena uma vez, num amistoso conta os donos da casa, há quinze anos. O destino recolocou a Seleção no estádio na estreia da edição centenária da Copa América, em 2016. Na véspera da partida, a dupla fez um passeio no gramado (novo), também na companhia de Gilmar Rinaldi, terceiro goleiro do tetra. Lembranças de quem fez história. Assista.
Jogos da seleção principal no Rose Bowl
13/07/1994 – Brasil 1 x 0 Suécia (semifinal da Copa do Mundo)
17/07/1994 – Brasil (3) 0 x 0 (2) Itália (final da Copa do Mundo)
03/03/2001 – Brasil 2 x 1 Estados Unidos (amistoso)
04/06/2016 – Brasil x Equador (estreia da Copa América)
Recebendo a Copa América pela primeira vez, os Estados Unidos indicaram dez estádios para a edição especial de 2016, centenária. Nenhum foi construído para o evento, ou mesmo reformado. As últimas modernizações ocorreram entre 2002 e 2014. Por sinal, todos os palcos foram concebidos, originalmente, para o futebol americano, sendo oito na NFL e dois para a liga universitária, poderosa no país. Hoje, apenas um serve para o futebol tradicional (“soccer”), com o Orlando City, time do brasileiro Kaká, dono do maior contrato da liga.
Em relação à capacidade, números bem acima da exigência na Copa do Mundo, por exemplo. No torneio da Fifa, os dados vão de 40 mil (primeira fase) a 65 mil (final). Na 45ª edição do torneio continental, as arenas vão de 61.500 a 82.500, com o ponto alto em Nova Jersey, em 26 de junho. Tamanho gigantismo se explica na assistência, com um milhão de ingressos vendidos.
Em 1994, no Mundial realizado nos EUA, o cenário já havia sido idêntico, com nove estádios de futebol americano. Hoje, a impressão é de que o país poderia receber duas Copas do Mundo de uma vez. Afinal, existem 31 estádios na NFL (Giants e Jets dividem um deles), preenchendo com sobras as normas técnicas do caderno de encargos distribuído pela Fifa para qualquer país interessado na Copa. E olhe que ainda seria possível contar com vários da liga universitária – o da Universidade de Michigan pode receber até 109.901 pessoas.
Eis os palcos da Copa América Centenário…
Levi’s Stadium (Santa Clara, Califórnia) Capacidade: 68.500 Time: San Francisco 49ers (NFL)
Soldier Field (Chicago, Illinois) Capacidade: 61.500 Time: Chicago Bears (NFL)
Rose Bowl (Pasadena, Califórnia) Capacidade: 92.500 Time: Ucla (liga universitária de futebol americano)
Camping World* (Orlando, Florida) Capacidade: 65.000 Time: Orlando City (MLS) * Antigo Citrus Bowl, sede da Universidade Central da Flórida de 1979 a 2006.
Linconl Field (Filadélfia, Pensivania) Capacidade: 69.175 Time: Philadelphia Eagles (NFL)
Century Link Field (Seattle, Washington) Capacidade: 67.000 Time: Seattle Seahawks (NFL)
Metlife (East Rutherford, Nova Jersey) Capacidade: 82.500 Time: New York Giants e New York Jets (ambos da NFL)
De última hora, o chileno Mark González foi convocado para a Copa América de 2016, cuja edição especial, nos Estados Unidos, marca o centenário do torneio. O meia substitui Matías Fernández, cortado por lesão. Assim, o jogador de 31 anos, que estava na lista de 40 pré-convocados, volta a colocar o Sport no torneio continental depois de 57 anos. Curiosamente, na última (e até então única) presença a edição também foi especial, no “Campeonato Sul-Americano Extra”, realizado em dezembro de 1959, no Equador.
Naquele ano, em abril, já havia sido disputado o Sul-Americano na Argentina, o que justifica o nome do torneio seguinte. Na ocasião, foram cinco jogadores do Leão: Bria (zagueiro), Édson (zagueiro), Zé Maria (medio-volante), Traçaia (atacante) e Elcy (atacante). O Brasil – representado por Pernambuco, incluindo dez tricolores e sete alvirrubros – terminou na terceira colocação.
Nesse longo hiato, sem jogadores em competições continentais pelas seleções principais, o Sport teve três convocados para as Eliminatórias da Copa (os brasileiros Bosco e Leomar em 1999 e 2001, respectivamente, e o boliviano Arce, em 2009) e um para Copa das Confederações, Leomar em 2001.
Sobre Mark González…
No Chile (2003-2015) 53 partidas, 6 gols
No Sport (2016) 12 jogos, nenhum gol
Mesmo com o histórico de lesões e ainda sem apresentar um bom futebol na Ilha, o gringo foi lembrado pela representatividade na La Roja. Vai à Copa América pela terceira vez, somando 2004 (Peru) e 2007 (Venezuela).
O meia Everton Felipe, de 18 anos, é o principal nome da base do Sport em 2016. Após um breve estágio no Inter, voltou à Ilha e foi aproveitado entre os profissionais, também sendo chamado para a Seleção Brasileira Sub 20. Começou com sessões de treino na Granja Comary, tendo em maio a maior chance: o Torneio de Suwon, na Coreia do Sul. Após a decisão estadual, Everton foi ao Rio e se apresentou a Rogério Micale. Lá, na madrugada do dia 13, embarcaria com os companheiros até Seul. Viagem já marcada, pelo acaso.
A delegação brazuca viajou desfalcada, com 22 jogadores. No longo trajeto, de 27 horas em dois voos, Rio/Dubai e Dubai/Seul, um assento vazio, num visível incômodo. Everton Felipe não conseguiu embarcar devido à insólita falta de documentação. Relatou à comissão técnica o sumiço do passaporte, que, segundo a CBF, havia sido lhe entregue para operações de câmbio e check-in. Dois dias depois, ainda tinha a expectativa do embarque no Galeão, o que não aconteceu, terminando a história com um boletim de ocorrência.
Assim, sem passaporte, só com carteira de identidade no bolso, veio a desconvocação e a volta ao Recife. Num vacilo, um garoto de 18 anos perde uma grande oportunidade na carreira, com experiência internacional e a possibilidade de se firmar no último degrau da seleção de base. Sem visto…
A 45ª edição da Copa América será especial. Fora do calendário oficial, entre 3 e 26 de junho de 2016, celebra o centenário da disputa continental mais antiga em vigor. Sediada nos Estados Unidos pela primeira vez, em uma parceria entre Conmebol (10 países) e Concacaf (6 países), iniciando uma importante costura para o futebol dos continentes, o torneio também terá um troféu exclusivo.
Com 61 centímetros e 7 quilos, a Copa América Centenário (acima) foi feita em 98 dias, emulando detalhes do modelo tradicional e remetendo também ao logotipo do torneio desta temporada. Produzida com prata e com detalhes de ouro 24 quilates, ela substitui, por uma edição, a peça de 1916. Ao contrário da versão tradicional (abaixo), esta será ganha em definitivo. Para tentar conquistá-la, a Seleção não contará com Neymar, liberado apenas para a Olimpíada.
Em reserva desta vez, a Copa América original, ornada em prata e com uma base de madeiras com insígnias de todos os vencedores, foi comprada por 2.000 francos suíços em uma joalheria de Buenos Aires, há um século. Foi doada à Conmebol, então Confederação Sul-Americana, pelo Ministério das Relações Exteriores da Argentina, que realizou o primeiro torneio naquele mesmo ano. De cara, uma conquista do Uruguai, ainda o maior campeão.
A Copa América voltará ao curso normal, com a taça antiga, em 2019, no Brasil.
15 títulos – Uruguai 14 – Argentina 8 – Brasil 2 – Peru e Paraguai 1 – Bolívia, Colômbia e Chile
Os torneios olímpicos de futebol em 2016, tanto masculino quanto feminino, foram definidos em sorteio no Maracanã, palco da decisão dos Jogos do Rio de Janeiro, com a Seleção Brasileira buscando o inédito ouro nas duas categorias. Tem cinco pratas ao todo. Entre os homens, na mais que conhecida obsessão da Canarinha, o time Sub 23 ficou num grupo fácil, com Iraque, África do Sul e Dinamarca. Para o evento, que será realizado em seis cidades (apenas Salvador no Nordeste), o time deverá contar com Neymar, liberado pelo Barcelona. O craque será um dos três convocados acima do limite de idade.
O degrau mais alto do pódio vem passando pertinho há algumas Olimpíadas. As cinco medalhas foram conquistadas nas últimas oito edições, com três pratas (1984, 1988 e 2012) e dois bronzes (1996 e 2008). Até hoje, 18 seleções conseguiram o ouro olímpico no futebol, incluindo os rivais Uruguai e Argentina, ambos bicampeões (1924/1928 e 2004/2008). Logo, o Brasil só aparece em 19º lugar no quadro de medalhas (abaixo). O regulamento no Rio é o mesmo das últimas edições, com quatro grupos de quatro times, nos quais os dois melhores avançam. Na sequência, quartas de final, semifinal e final. É a chance.
Tabela da seleção masculina na 1 fase: 04/08 – Brasil x África do Sul (Mané Garrincha, 16h) 07/08 – Brasil x Iraque (Mané Garrincha, 22h) 10/08 – Brasil x Dinamarca (Salvador, 22h)
Já no torneio feminino, onde a Seleção também bateu na trave, são doze países, divididos em três chaves. Ou seja, além dos dois melhores de cada grupo, os dois melhores terceiros lugares avançam ao mata-mata. Ainda liderado por Marta, o time verde e amarelo tem como missão chegar ao menos na semifinal. Nas cinco edições realizadas desde Atlanta, em 1996, as mulheres brasileiras só caíram nas quartas uma vez, justamente na última edição, em Londres.
Tabela da seleção feminina na 1ª fase: 03/08 – Brasil x China (Engenhão, 16h) 06/08 – Brasil x Suécia (Engenhão, 22h) 09/08 – Brasil x África do Sul (Manaus, 22h)
Palcos selecionados: Maracanã, Engenhão, Mané Garrincha, Arena Corinthians, Mineirão, Fonte Nova e Arena da Amazônia. Sobre ingressos, veja aqui.
Eis o quadro de medalhas dos finalistas do torneio masculino de 1900 a 2012…
Eis o quadro de medalhas dos finalistas do torneio feminino de 1996 a 2012…
Em 2 de dezembro de 2010, a Fifa anunciou Rússia e Catar como sedes das Copa do Mundo de 2018 e 2022, num processo simultâneo e cercado de polêmica sobre os votos. Enquanto os países batalham politicamente para tentar sustentar uma imagem isenta sobre as respectivas escolhas, as novas arenas (sempre mais caras) vêm sendo tocadas. Na Rússia, são doze, em distâncias semelhantes às do torneio no Brasil, também com dimensões continentais.
Com o rigoroso inverno do país, as obras passam parte do tempo do cobertas de neve, num frio proveniente da Sibéria. A essa condição abaixo de zero some denúncias de salários atrasados, segundo o jornal inglês The Guardian. De positivo, dois palcos em operação, do Rubin Kazan e do Spartak. Enquanto isso, no Oriente Médio, o cenário é desastroso em termos de segurança no trabalho.
Já são mais de 1.200 trabalhadores mortos durante as obras do Catar. Segundo a International Trade Union Confederation, num dado revelado pela revista Exame, a estimativa é que mais quatro mil morram até a conclusão dos estádios. Motivos? A mão-de-obra barata seria submetida a jornadas acima de 12 horas, em ambientes inadequados em termos e a temperaturas de até 50 graus – não por caso, parte do trabalho está sendo transferido para a noite.
A Fifa, como aconteceu no Brasil, divulga com certa regularidade imagens das obras, ainda que não esteja revelando os percentuais de execução em cada uma. Do canteiro coberto pelo branco da neve às estacas no deserto, os opostos das próximas Copas… Com velhos problemas na concepção.
A era de ouro do futebol brasileiro foi marcada pelo tricampeonato mundial, entre 1958 e 1970, tendo Pelé como ícone. O Rei é o único jogador com três títulos da Copa do Mundo, entre tantas outras marcas incríveis, como os 1.284 gols. Aos 75 anos, Pelé ganha uma cinebiografia hollywoodiana (“Pelé – O nascimento de uma lenda”), contando os seus primeiros passos no mundo da bola, aos 10 anos, ainda em Bauru, até o estrelato, com a conquista na Suécia aos 17 anos.
O craque do Santos é interpretado por Leonardo Lima (10 anos) e Kevin de Paula (17), selecionados entre 400 garotos brasileiros – apesar disso, o filme foi rodado em inglês. Já o papel de seu pai, Dondinho, coube ao cantor Seu Jorge. Outro personagem de destaque é Vicente Feola, o primeiro técnico campeão mundial pela Canarinha, interpretado pelo xará norte-americano Vincent D’Onofrio, conhecido como Wilson Fisk, na série Demolidor. Boa parte das filmagens, através da IFC Filmes, aconteceram no Rio de Janeiro, cenário de outra película prevista para este ano, antagônica às conquistas de Pelé.
Em 19 de dezembro de 1983, dois homens entraram na antiga sede da CBF, na Rua da Alfândega, no centro, renderam o vigia e roubaram a Taça Jules Rimet! Levaram a peça original, que estava numa redoma no 9º andar do prédio, enquanto a réplica seguia guardada num cofre (acredite, não é piada). O troféu, ganho em definitivo após o tri, acabaria derretido, numa história mal explicada, mas agora com contornos cinematográficos, com “O roubo da taça”, da Prodigo Filmes. No elenco, nomes como Stepan Nercessian, Taís Araújo e Mr. Catra (!).
Assista aos trailers, com histórias distintas e complementares. Do auge brazuca ao constrangedor fim do símbolo de uma era sem precedentes no futebol…