Parte da imprensa no país foca o Campeonato Brasileiro de 1987 pelo prisma de que em nenhum momento a Copa União foi tratada na época, oficialmente, como Módulo Verde. Ou seja, como um dos dois grupos da competição daquela temporada.
Acima, o texto estampado na primeira página do tradicional Jornal do Brasil, fundado em 1891, no Rio de Janeiro. A edição circulou em 13 de dezembro de 1987, na data da segunda partida da decisão do Módulo Verde entre Flamengo e Internacional.
Leia bem o detalhe marcado pelo blog.
Para conferir a capa completa e o restante da reportagem do JB, clique AQUI.
Em 8 de fevereiro de 1988, o Jornal do Brasil trouxe em sua capa a informação do título brasileiro conquistado pelo Sport no dia anterior (veja AQUI).
A torcida do Sport comemorou ontem a conquista do título de campeão brasileiro, independentemente da posição assumida pelo Flamengo, que se considera o vencedor do Campeonato. No jogo de ontem, em Recife, o Sport venceu o Guarani por 1 a 0.
Título da reportagem do periódico carioca?
Sport esquece manobras e comemora o título com muito frevo.
Luciano Bivar era o presidente do Sport em junho de 1997, quando o clube pernambucano entrou no Clube do 13. Na ocasião, o mandatário assinou uma ata. Agora, este documento foi utilizado pelo Flamengo para conseguir dividir o título de 1987, em uma interpretação errada da ata (veja AQUI).
Em entrevista ao blog, Luciano Bivar demonstrou muita irritação ao falar de Ricardo Teixeira e relembrou a participação do atual presidente da CBF durante o polêmico título brasileiro de 1987, quando até Fifa foi acionada, lá em Zurique…
Com direito a “coadjuvantes ” como João Havelange e Joseph Blatter.
Ata de presença “Essa decisão da CBF foi estapafúrdia, inócua. Apresentar aquela ata como prova de que o Sport aceitou dividir? Ridículo! Aquilo foi uma ata de presença. O que aconteceu foi uma sacanagem do Ricardo Teixeira. Logo ele que lutou pelo título do Sport.”
Ricardo, o candidato “Vou contar um fato interessante, que não tenho mais nenhum pudor de guardar. Em 1988, esse mesmo Ricardo Teixeira era candidato a presidência da CBF, dirigida na época por Octávio Pinto Guimarães. Ele participou da nossa inclusão na Taça Libertadores. O Sport era o campeão e o Guarani era o vice, a Justiça já tinha expedido a liminar, mas a Confederação Brasileira de Futebol não quis nos indicar. Não aceitou.”
Contato com o sogro “Então, eu, Homero Lacerda e Fred Oliveira (presidente da FPF) procuramos o Ricardo para saber o que poderia ser feito. E ele, que aceitou o Sport como campeão desde o início, se comprometeu a falar com o presidente da Fifa, João Havelange. Que era o sogro dele, é bom lembrar.”
Carta em mãos “Como a Fifa só aceitava documentações oficiais através dos Correios, e nós estávamos correndo contra o tempo, então fomos aos Correios, documentamos a carta, mas quem a levou foi o próprio Ricardo, em mãos. Ele foi até Zurique, na Suíça (sede da Fifa), e entregou o requerimento ao Havelange, que, no mesmo dia, indicou uma pessoa para vir ao Brasil intimar a CBF.”
Blatter e a intimação “Sabe quem era essa pessoa que veio ao Rio? Joseph Blatter (atual presidente da Fifa e secretário-geral em 1988), que viajou até o Rio de Janeiro e deu 48 horas para CBF. Em caso de negativa, a Fifa puniria a CBF em um ano. Seria uma perda grande, pois a Seleção já tinha três amistosos e competições agendadas, no valor de US$ 3 milhões. Apesar do lobby do Flamengo, a pressão deu certo e a CBF aceitou a decisão da Justiça, indicando Sport e Guarani.”
Esse é o mesmo Ricardo Teixeira que assinou a RDP nº 02/2011 (veja AQUI).
A entidade criada em 11 de julho de 1987, em Porto Alegre, chega ao seu epílogo neste 23 de fevereiro de 2011, após anos de polêmica.
No papel, o “C-13” ainda existe, mas a debandada é geral. Politicamente, derrotado.
A associação, formada na verdade por 20 clubes – após as ampliações em junho de 1997 e dezembro de 1999 – perdeu cinco times do eixo Rio-SP.
Os quatro grandes do Rio de Janeiro (Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo) e o Corinthians. A rodada de negociação com a TV passará por uma reformulação grande.
Tendo o gaúcho Fábio Koff à frente desde 1995, o Clube dos 13 sempre negociou em bloco com as emissoras. Contratos vultosos. De 3,4 milhões de dólares pelo Módulo Verde de 1987 a R$ 466 milhões pela Série A deste ano.
Para o próximo triênio, a meta é dobrar. Briga de foice entre Globo e Record.
É dinheiro demais, interesse demais. E o coletivo – apesar de restrito a apenas 20 times, é verdade – abre espaço para o salve-se quem puder… O plural cede lugar ao individual.
Com a mudança no formato de negociação com as emissoras de TV, o blog se antecipou, apresentando os modelos das duas ligas mais ricas do mundo (veja AQUI).
Ao Sport, o recado claro de que as cotas, mesmo fora da elite, deverão acabar. É preciso agilidade para manter a sua posição como forte mercado consumidor.
A Náutico e Santa Cruz, a mudança de foco.
Se antes havia a tentativa de ingressar na entidade, que em 2010 anunciou que dobraria de tamanho, agora é bom pensar num caminho paralelo. Negociações locais em bloco? Isso já foi discutido no blog (veja AQUI).
Vale comentar, ainda, que o dinheiro da TV não pode ser apontado pelos clubes (locais) como o divisor de águas entre avanço e ostracismo.
Esse racha do C-13 mostra, na opinião do blog, que a fonte de receitas precisa ser muito bem distribuída, com captação em quadro de sócios, bilheterias, comércios…
Vale o exemplo do clube mais rico do mundo, o Real Madrid.
Em 2010, o time espanhol arrecadou R$ 921 milhões. Com a TV, o clube somou 40% de seu orçamento, completado com bilheteria (25%) e comércio (35%). Veja AQUI.
O Clube dos 13 implodiu. O Big Bang de uma nova era do futebol… Preparem-se.
O que você achou do racha no Clube dos 13?
Qual será a consequência disso para o futebol de Pernambuco?
O seu esporte predileto é a natação. Desde os 5 anos de idade, quando deu o primeiro mergulho no Rio Paraíba do Sul, no Rio de Janeiro. A diversão segue até hoje.
Futebol? Ele gostava mais de conversar com os amigos durante as peladas na rua.
Encabeçou uma família de juristas.
Antes, abriu o Escritório de Advocacia Zveiter, em 1957. Hoje são 220 advogados, em três andares inteiros de um caro empresarial na Cidade Maravilhosa.
Em 1989, o magistrado tomou posse no cargo de ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Lá ficou até 2001.
Em 1999, Zveiter foi o relator do agravo de instrumento no caso sobre o título de 1987. Com seu voto, foi negado o seguimento ao agravo da União Federal no STJ (veja AQUI).
Encerrou nos tribunais, ali, o caso do Brasileirão mais polêmico de todos os tempos.
Em entrevista por telefone ao blog, em 30 minutos, o agora escritor Waldemar Zveiter demonstrou bom humor sobre o tema. Disse, por exemplo, que jamais pisou no Maracanã. “Mas na praia de Ipanema eu vou toda semana. As minhas sandálias ficam com o vendedor de coco. No Maracanã eu irei na final da Copa de 2014″.
“Se a CBF não tivesse participado da ação, ninguém poderia ignorar uma decisão agora (de dividir o título), mas ela participou, com a União. Foi chamada e perdeu a causa. A CBF não pode vir, agora, dizer o contrário do que disse o Judiciário.”
“A União poderia ter tentado embargar a decisão, mas não o fez. Não apresentou qualquer recurso para questionar o que estaria ferindo o Código de Processo Civil. Por isso, a ação não foi julgada no STJ, que manteve o texto original. Toda a matéria foi julgada antes. Soberanamente, a decisão é essa que apreciei no STJ, com o Sport.”
No fim, perguntei quantas vezes ele já havia falado sobre o assunto com a imprensa.
“Desde 1999, meu filho? Já faz muito tempo. Deixa eu ver…”
“Sim, ministro.”
Pausa de 10 segundos.
“Hum… Acredite, mas essa é a primeira vez que falam comigo sobre isso”.
Então, leia a entrevista exclusiva com o ex-ministro do STJ clicando AQUI.
Pelo triênio 2009-2011, a Rede Globo pagou a bagatela de R$ 1,4 bilhão pela transmissão do Brasileirão nas TVs aberta e fechada.
Muito? Para os próximos três anos a expectativa é que esse valor possa dobrar.
Daí, muita articulação nos bastidores, rachas, empréstimos e até decisões políticas para oficializar títulos brasileiros. Entre Taça Brasil, Robertão e Copa União já foram 15!
Como se sabe, Rede Globo e Record vêm travando uma disputa enorme.
Mas como será a distribuição dessa verba entre os clubes?
Abaixo, o modelo adotado por Inglaterra e Itália, chamado de “Negociações coletivas”. Curiosamente, são as duas ligas mais ricas do mundo (veja o ranking AQUI).
Para a temporada atual, os 20 clubes da elite inglesa gastaram, apenas com transferências de jogadores, nada menos que R$ 2,3 bilhões! Não por acaso, os maiores contratos de patrocínio na TV também estão na terra da Rainha.
1º) 56% dividido de forma igualitaria entre todos os times.
2º) 22% da receita é destinado à classificação da temporada anterior.
3º) 22% da verba varia segundo o número de partidas exibidas na TV.
Na Itália, tetracampeã mundial, a soma dos gastos dos times chegou a R$ 1,7 bilhão. O modelo será adotado na temporada 2011/2012, numa tentativa de equilibrar uma liga marcada pelos gigantes Milan, Juventus e Internazionale.
1º) 40% dividido de forma igualitaria entre todos os times.
2º) 30% da receita é pelo “mérito desportivo”, com a posição no torneio anterior.
3º) 30% é rateado de acordo com o tamanho da torcida de cada clube.
Em tempo: na Espanha, com Real Madrid e Barcelona, vale o modelo “Negociação individual”. Ideia costurada aqui por Corinthians e Flamengo…
O que você acha desse modelo de cotas? Qual deles ficaria melhor no Brasil?
Indivisível? Essa pergunta foi feita na segunda-feira pelo blog, após o anúncio da CBF proclamando dois campeões brasileiros em 1987: Sport e Flamengo.
Nesta terça, o site oficial do Leão trouxe a resposta, publicada no Superesportes.
No mínimo, foi o contragolpe do clube nesta polêmica que, obviamente, não terminou.
No detalhe da imagem, a reportagem produzida pelo Superesportes e publicada na íntegra no portal do Rubro-negro pernambucano.
A matéria traz declarações exclusivas dos juízes que atuaram no famoso “caso transitado em julgado”, como Élio Wanderley de Siqueira (10ª Vara da Justiça Federal) e Abdias Patrício (Tribunal Regional Federal/5ª Região). Ambos rechaçaram a divisão.
Exclusivo. Confira abaixo a sentença completa do Superior Tribunal de Justiça (STJ), datada de 10 de março de 1999 e assinada pelo ministro Waldemar Zveiter, negando seguimento ao agravo da União Federal sobre o título do Campeonato Brasileiro de 1987, mantendo a exclusividade com o Sport. O documento manteve as decisões anteriores.
É contra este documento que a CBF terá que se entender daqui por diante…
O título brasileiro de 1987 foi conquistado pelo Sport na noite do dia 7 de fevereiro, já no ano seguinte.
Gol de cabeça Marco Antônio, na Ilha do Retiro.
A batalha na Justiça Comum seguiu até 2 de maio de 1994, também com vitória leonina (veja AQUI).
A ação continuou em outras instâncias e acabou definitivamente em 16 de abril 2001.
Agora, acredite, mais um capítulo…
Bomba às 12h30 do dia 21 de fevereiro de 2011.
A Confederação Brasileira de Futebol, após uma reunião de seu presidente, Ricardo Teixeira, com a presidenta do Flamengo, Patrícia Amorim, dividiu a conquista. Uma semana após “negar”, a CBF cedeu.
Veja a notícia no site oficial da CBF clicando AQUI.
Numa conversa à porta fechada, o teor político prevaleceu sobre uma decisão transitada em julgado. Assim como o Leão, o Fla também lutou do seu jeito pela taça.
A decisão vinha sendo costurada desde a unificação dos títulos da Taça Brasil (1959-1968) e Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1967-1970) como Série A (veja AQUI).
Nesta segunda-feira, a CBF passou por cima do regulamento da competição de 1987, que apontava os Módulos Amarelo e Verde como integrantes de um mesmo campeonato. A entidade proclamou dois vencedores, ignorando o WO do time carioca…
Módulo Amarelo: Sport campeão e Guarani vice.
Módulo Verde: Flamengo campeão e Internacional vice.
Torneios paralelos. Grupos com o mesmo peso. O mesmo status perante a CBF.
O que você achou dessa decisão da CBF sobre 1987? O Sport vai recorrer?
Veja a cronologia do título brasileiro do Sport, com todos os detalhes jurídicos, AQUI.
Pois é. Para a temporada 2010/2011, as 20 maiores ligas nacionais de futebol movimentaram 11 bilhões de reais apenas com transferências de jogadores!
Como no futebol a moeda universal é realmente passou a ser o Euro, o valor original é de € 4.950.595.000. Confira abaixo o gráfico elaborado pelo site OnlyEsportes.
O Brasil até que ficou bem na fita, em 8º lugar, com incríveis R$ 417 milhões e superávit de R$ 100 milhões. Mas ficar atrás de Portugal indica que ainda vendemos a preço de banana…
53% do valor agrega o pagamento de multas rescisórias e empréstimos de atletas.
Destaque também Inglaterra e Itália, líder e vice-líder. Isso nem é tão surpreende.
O que chama a atenção mesmo é o fato de os torneios da segunda divisão dos dois países estarem entre os 20 mais endinheirados… Ou não?
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