Durante três dias, de 20 a 22 de fevereiro, dirigentes de 60 clubes se reuniram na sede da CBF, no Rio de Janeiro, para debater sobre as formatações do Campeonato Brasileiro. A cada dia, uma divisão, A, B e C. O 45 minutos analisou as principais mudanças (ou não!) em cada competição, com o viés regional. Por sinal, são 16 clubes nordestinos presentes, ou 26% de todos os participantes nos torneios nacionais com calendário completo em 2017.
Neste podcast, de 45 minutos, estou com Fred Figueiroa e Celso Ishigami.
Série A (3 clubes) – Sport, Bahia e Vitória
Através do voto, a maioria dos clubes (incluindo o trio nordestino) vetou a venda de mando de campo para outros estados. Já a ideia de elencos limitados a 33 profissionais, apoiada pelos times da região, não foi aprovada.
Série B (5 clubes) – Santa Cruz, Náutico, Ceará, CRB e ABC
Os 18 não cotistas da tevê (à parte de Inter e Goiás) aprovaram uma nova forma de divisão de cota. Agora, os R$ 93 milhões são separados de acordo com a campanha anterior. O Santa foi o nordestino de maior receita, R$ 6,2 mi.
Série C (8 clubes) – Salgueiro, Fortaleza, CSA, ASA, Sampaio Corrêa e Moto Cub, Botafogo-PB e Confiança
Apesar da proposta do Fortaleza para mudar a fase final (dois quadrangulares, em vez de quartas de final), a CBF acabou vetando. O acesso segue no mata-mata, no qual o tricolor alencarino falhou três vezes seguidas no Castelão.
A Série C passou a ter um calendário mais longo em 2012, com 18 rodadas na primeira fase. No ano anterior, por exemplo, foram apenas oito, com os clubes eliminados ficando sem jogos em 18 de setembro. Na reformulação, a etapa foi esticada até o fim de outubro. Entretanto, apesar do longo classificatório, seria preciso avançar em um mata-mata para conquistar o acesso. Ainda que o título seja o bônus, valia mesmo passar das quartas de final. Até hoje.
Após o drama do Fortaleza, com eliminações no Castelão para Macaé, Brasil de Pelotas e Juventude, esperava-se um regulamento priorizando a “regularidade” na fase final, em dois quadrangulares. No conselho técnico do Brasileiro, na sede da CBF, no Rio, a mudança era tida como “certa”. Pois foi um curioso caso no qual a notícia foi a ausência de novidade. A CBF alegou o alto custo do torneio (sem grande receita de TV) e os clubes mantiveram a regra vigente.
Portanto, a terceira divisão terá a mesma fórmula pelo 6º ano seguido, com dois grupos de dez times, com jogos dentro das chaves (ida e volta, 18 ao todo). Os quatro melhores de cada grupo avançam às quartas, com cruzamento olímpico.
Desempenho nas quartas de final (2012-2016) Acessos – SP 3; PA, GO, MG e RS 2; SC, CE, MA, MT, PE, RJ, AL, PR e RN 1 Eliminações – CE e RJ 4; PB, MG, AL e SP 2; MT, RS, PE e SE 1
Em 2017 são 8 nordestinos (incluindo o Salgueiro), ou 40% do torneio.
A CBF publicou o regulamento completo para a Licença de Clubes, que passa a vigorar a partir de 2018, num escalonamento de exigências a partir das divisões nacionais. O documento contém 34 tópicos que os clubes terão que cumprir, entre organograma esportivo, estrutura e critérios burocráticos – este tipo de regulamentação foi criado em 2008, pela Fifa. Somente com a licença chancelada será autorizada a participação nas mais diversas competições. A medida valerá tanto no Brasil quanto nos torneios internacionais.
Segundo a CBF, as primeiras atribuições são “conceber, regular e administrar o licenciamento e sua estrutura, mantendo a equipe tecnicamente qualificada para conduzir com diligência suas atividades” e “estabelecer os critérios mínimos que deverão ser rigorosamente observados pelos clubes para obtenção das Licenças”. Na prática, criou-se um complexo sistema nacional para estruturação e adoção de melhores práticas de gestão e transparência. No papel, ok. Entretanto, considerando o calhamaço de regras (abaixo, a íntegra do documento), é grande a chance de descumprimento para centenas de clubes.
No país, segundo dados recentes da própria confederação brasileira, existem 766 clubes profissionais em atividade. Mesmo que a regra seja aplicada apenas nas competições nacionais, à parte dos estaduais, seriam 128 times envolvidos, que terão quatro anos para ter, por exemplo, divisão de base feminina (e não só o time principal) e um centro de treinamento (equipamento que ainda hoje o Santa, na elite de 2016, não possui). E para quem não cumprir, há uma série de punições previstas, incluindo a retenção de cotas de televisão e premiações (!). Lendo tudo abaixo, quantos clubes estariam aptos, hoje? Bronca.
Cronograma para adoção da licença: 2018 – Série A (20 clubes), Libertadores*, Sul-Americana* e Recopa* 2019 – Série B (20 clubes) 2020 – Série C (20 clubes) 2021 – Série D (68 clubes)
* A licença da Conmebol, com regras semelhantes
Catálogo de sanções em caso de descumprimento da licença: 1) Advertência 2) Multa pecuniária 3) Estabelecimento de obrigações para o licenciamento 4) Retenção de cotas e premiações 5) Vedação de registro ou transferência de atletas 6) Vedação de registro de novos contratos 7) Denegação ou revogação da licença
Anualmente, a entidade que rege o futebol nacional deverá divulgar critérios específicos (e aplicáveis) a cada divisão do Campeonato Brasileiro. A flexibilização, ao menos a médio prazo, parece prudente…
Eis as 34 medidas. No documento a seguir, o detalhamento de cada uma.
Critérios desportivos
Base 1) Programa de desenvolvimento das categorias de base 2) Equipes de base (ao menos duas, Sub 20 e Sub 17 ou Sub 15) 3) Coordenador do programa de desenvolviveimento da base 4) Treinadores da base (que tenham ao menos a Licença B de técnicos) 5) Certificado de clube formador (instituído pela CBF)
Equipe principal 6) Diretor de futebol 7) Treinador da equipe principal (com a Licença Pro de técnicos 8) Preparadores físicos 9) Médico (experiência mínima de 3 anos) 10) Arquivo médico e exames preventivos
Futebol feminino 11) Equipe principal feminina (com a disputa de torneios oficiais) 12) Equipe de base (ao menos uma) 13) Treinador da equipe feminina (com a Licença A feminina)
Critérios de infraestrutura
Estádio 14) Estádio adequado e certificado (com laudos técnicos e alvarás anuais) 15) Disponibilidade do estádio (caso seja alugado, precisa de documentação) 16) Instalações específicas para treinamento (CT próprio ou alugado)
Critério administrativos e de capital humano
Estrutura administrativa 17) Organograma 18) Secretaria do clube 19) Registro online (utilização de métodos oficiais para cadastro de jogadores)
Capital humano 20) Diretor geral ou equivalente 21) Diretor financeiro ou equivalente 22) Diretor administrativo ou equivalente 23) Diretor de comunicação ou equivalente 24) Diretor de marketing ou equivalente 25) Ouvidor ou equivalente 26) Oficial de segurança ou equivalente
Critérios jurídicos
Documentações 27) Estatutos e atos societários 28) Requerimento para obtenção da Licença 29) Declaração relativa à propriedade e controle 30) Regularidade (não poderá ter dívidas perante administração pública) 31) Contratos com jogadores profissionais (deve ter por escrito, todos)
Critérios financeiros
Informações financeiras 32) Demonstrações financeiras completas, anuais e auditadas 33) Balancetes (eventuamente solicitados pela CBF, com dados parciais) 34) Orçamento anual
Pelo segundo ano consecutivo, a CBF detalha os jogadores profissionais em atividade no país, através da diretoria de registro e transferências. Em uma temporada, foram 6.460 contratos a menos, numa queda brusca de 22%. Em 2016, portanto, 21.743 jogadores firmaram algum tipo de acordo, com a grande maioria entrando em campo somente nos quatro primeiros meses, durante os campeonatos estaduais. Não por acaso, apenas 8.938 atletas, ou 41%, conseguiram chegar com contratos ativos em janeiro deste ano, após ação no segundo semestre (no Campeonato Brasileiro e em algumas copas estaduais).
Inicialmente, o balanço tinha três pilares (salários, registro e transferências), traçando um raio x sobre os rendimentos jogadores. Porém, neste segundo ano a confederação não divulgou a divisão de salários dos atletas. No relatório anterior, 82% recebiam até R$ 1 mil e 95% no máximo R$ 5 mil. A dura realidade comum. Salário acima de R$ 100 mil? Apenas 114 atletas no Brasil, ou 0,4%.
Segundo o novo balanço, de janeiro a dezembro vigoraram contratos envolvendo 766 clubes profissionais – em Pernambuco, por exemplo, 22 times disputaram competições oficiais. Além disso, o relatório da confederação também inclui os clubes amadores e formadores, adicionando 347. Ao todo, foram mais de 15 mil transferências nacionais, entre empréstimos, vendas de diretos econômicos e jogadores livres. A seguir, a evolução de clubes filiados.
Em relação às transferências internacionais, a entidade registrou a saída de 1.372 brasileiros para o exterior, sendo 285 amadores (jovens), 327 profissionais que saíram para atuar como amadores (informalidade) e 760 profissionais. Desses, 110 foram monetizados, em empréstimo ou cessão dos direitos econômicos, movimentando R$ 654,1 milhões (média de R$ 5,9 mi). No sentido inverso foram 818 atletas, sendo 124 amadores e 694 profissionais, com um investimento de R$ 212,4 milhões em 44 nomes (média de R$ 4,8 mi).
O futebol pernambucano terá quatro clubes com calendário cheio em 2017. Com a definição das divisões, com o Sport na Série A, Santa Cruz e Náutico na B e o Salgueiro na C, é possível projetar as cotas de cada time, entre verba de transmissão na televisão e o repasse por classificação – obviamente, existem outras fontes, como bilheteria, patrocínio, Timemania, sócios etc.
O blog elencou todas as competições oficiais com os valores já divulgados. No caso do Brasileirão e da Copa Sul-Americana, foram considerados os dados último ano. Ampliando a lista, também foram apresentados as cifras de Bahia, Vitória, Ceará e Fortaleza, os principais adversários regionais.
As receitas de cada clube estão divididas em quatro colunas nos quadros abaixo, com o cenário mais pessimista na primeira, considerando o valor-base da televisão e a pior colocação possível na competição. Em seguida, duas colunas com campanhas acessíveis, passando uma fase nos respectivos torneios, ou, no caso do Brasileiro, nas primeiras posições acima da zona de rebaixamento, o mínimo esperado por qualquer participante.
No fim, chega-se a uma equação entre mercado e meritocracia esportiva, embora também exista uma enorme disparidade local (e regional) nas cotas a partir do modelo de gestão da televisão sobre o campeonato nacional.
Previsão mínima de cotas do Sport por mês: R$ 3.731.781
Variação sobre o mínimo absoluto de 2016: + R$ 1.956.725 (+4,56%)
Calendário: de 57 jogos a 90 jogos oficiais
Receita extra da Timemania, para abatimento de dívidas fiscais: R$ 692.355
Com o contrato junto à Rede Globo até 2018 (e já tem um novo, de 2019 a 2024), o Sport tem a garantia de receita independentemente da série – ainda que esteja indo para o 4º ano seguido na elite. Além da cota fixa de R$ 35 milhões, há uma variação considerável (e ascendente) no pay-per-view. Com isso, nesta plataforma, o blog projetou o aumento de R$ 5 mi para R$ 7 mi em 2017. Sobre o aporte mínimo, o clube só não teria verba na Série A, pois a premiação esportiva começa a partir do 16º colocado (ou seja, em caso de permanência). Por outro lado, fazendo o básico, passando uma fase em cada torneio/copa e evitando o rebaixamento, o Leão já teria um aumento de R$ 2,6 milhões – lembrando que o Brasileiro e a Sula estão com valores de 2016, que tendem a ser reajustados.
Previsão mínima de cotas do Santa Cruz por mês: R$ 628.683
Variação sobre o mínimo absoluto de 2016: – R$ 17.330.800 (-69,67%)
Calendário: de 56 jogos a 72 jogos oficiais
Receita extra da Timemania, para abatimento de dívidas fiscais: R$ 1.800.125
Sem dúvida alguma, o maior baque financeiro no futebol pernambucano em 2017. Por não ser cotista no Brasileiro (até 2018, a Globo só firmou 18 contratos do tipo), o tricolor perdeu a cota de R$ 23 milhões (somando tevês aberta e fechada, ppv, sinal internacional e internet). Além disso, a canetada da Conmebol, que o tirou da Copa Sul-Americana (onde tinha vaga como campeão nordestino) custou mais R$ 791 mil, considerando a cotação atual sobre a cota da primeira fase do torneio, de US$ 250 mil. Para completar, a CBF tentou consolar o clube com uma pré-classificação às oitavas de final da Copa do Brasil. Porém, ainda que já largue ganhando R$ 880 mil (e possa ganhar R$ 1 mi caso avance no primeiro mata-mata), o Santa não tem direito às premiações das quatro fases anteriores, que somariam R$ 1,995 milhão.
Previsão mínima de cotas do Náutico por mês: R$ 576.183
Variação sobre o mínimo absoluto de 2016: + R$ 610.000 (+9,67%)
Calendário: de 55 jogos a 78 jogos oficiais
Receita extra da Timemania, para abatimento de dívidas fiscais: R$ 692.355
A derrota para o Oeste custou caro ao Náutico. Sem o acesso, perdeu a cota de R$ 23 milhões e ainda foi relegado ao grupo 3 da Copa do Brasil, com premiações inferiores nas primeiras fases. Na elite, receberia 420 mil reais na estreia. Como está na Série B, ganhará 250 mil (queda de 40,4%). Comparando com o valor mínimo estipulado no ano passado, a vantagem é a participação na Copa do Nordeste. Por sinal, passar da fase preliminar nas duas copas (regional e nacional) significaria mais R$ 765 mil, receita importante, dado já superior à média mensal que o alvirrubro deverá ter ao longo de 2017. Assim como o Santa, a premiação da Segundona será integral, independentemente da colocação (rebaixado ou campeão), pois os clube optaram por dividir o montante previsto para o G4. Assim, sobrou R$ 88,2 mil para cada um.
Previsão mínima de cotas do Salgueiro por mês: R$ 30 mil
Variação sobre o mínimo absoluto de 2016: – R$ 495.000 (-57,89%)
Calendário: de 35 jogos a 58 jogos oficiais
Fora do Nordestão, onde chegou às quartas de final na última edição, o Carcará aposta as suas fichas na Copa do Brasil, onde estreia com a vantagem do empate (assim como Sport e Náutico, nos jogos únicos da remodelada primeira fase). Passando de fase, o clube já ganharia mais uma cota, de R$ 315 mil. Caso não consiga, a pindaíba tende a ser grande no Cornélio de Barros. Isso porque a Série C segue sem cotas aos 20 participantes, tanto de transmissão quanto de premiação. Hoje, o dinheiro pago pelas emissoras detentoras dos direitos cobre apenas as despesas da competição (viagens e hospedagens dos clubes e arbitragens), segundo a CBF.
Previsão mínima de cotas do Bahia por mês: R$ 4.461.666 Variação sobre o mínimo absoluto de 2016: + 295.000 (+0,55%)
Calendário: de 55 jogos a 78 jogos oficiais
Receita extra da Timemania, para abatimento de dívidas fiscais: R$ 1.800.125
Apesar do retorno à Série A, o Bahia manteve o patamar financeiro da Série B, pois, como cotista da tevê (um dos 18 clubes até 2018), teve o valor integral na última temporada. A receita bruta, via Globo, é a maior do Nordeste por causa do pay-per-view, numa projeção a partir da pesquisa Ibope/Datafolha, a base da distribuição até então. O tricolor da Boa Terra teria 3,7% dos assinantes, contra 2,3% do Vitória e 1,5% do Sport, em dados de 2015 – hoje, na prática, a verba pode até ser maior. Uma diferença efetiva em 2017 (ainda que de pouco impacto geral) está na Copa do Brasil, com o clube no “grupo 2” dos repasses nas duas primeiras fases. Mudança ocasionada pela presença na elite.
Previsão mínima de cotas do Vitória por mês: R$ 3.936.666
Variação sobre o mínimo absoluto de 2016: – R$ 834.650 (-1,73%)
Calendário: de 55 jogos a 78 jogos oficiais
Receita extra da Timemania, para abatimento de dívidas fiscais: R$ 1.800.125
O Vitória se manteve na primeira divisão nacional, mas a projeção mínima prevê uma leve queda, devido à ausência na Copa Sul-Americana. O leão de Salvador ficou a dois pontos da zona de classificação à copa internacional, que em 2016, mesmo caindo logo no primeiro mata-mata, rendeu R$ 949 mil. O clube tem, rigorosamente, o mesmo calendário do arquirrival, com a variação de jogos a partir do rendimento de cada um, claro. Com quase 4 milhões de reais por mês, o clube terá a segunda receita da região, a partir dos critérios deste publicação.
Previsão mínima de cotas do Ceará por mês: R$ 571.183
Variação sobre o mínimo absoluto de 2016: + R$ 195.000 (+2,92%)
Calendário: de 51 jogos a 73 jogos oficiais
Receita extra da Timemania, para abatimento de dívidas fiscais: R$ 1.800.125
A projeção do Ceará é baseada nas poucas informações acerca da premiação da Primeira Liga, que terá o alvinegro como primeiro representante nordestino. Segundo a Rádio Verdes Mares, da capital cearense, o clube receberia R$ 230 mil por jogo. Porém, o torneio é mais curto que o Nordestão (sem o Ceará), com apenas três jogos na fase de grupos e quartas de final e semifinal em jogos únicos. Em relação ao título, a premiação de 2016 foi de R$ 500 mil. Com o aumento da receita do torneio, que pagará 4,6 vezes mais, o blog tomou a liberdade de estimar o valor da taça (R$ 2,3 mi).
O terceiro Castelazo consecutivo tirou R$ 5 milhões do cofre do tricolor alencarino (que seria a cota da Série B). Indo para o 8º ano na terceira divisão, o clube segue bem à margem dos grandes clubes da região em termos de cotas de televisionamento. Receberá apenas passagens aéreas e hospedagens no Brasileiro. Tem na Copa do Brasil o melhor caminho para obter dinheiro a curto prazo – além, claro, de uma nova tentativa de acesso em outubro.
Previsão mínima de cotas do Fortaleza por mês: R$ 137.500
Variação sobre o mínimo absoluto de 2016: + R$ 105.000 (+6,79%)
Calendário: de 34 jogos a 65 jogos oficiais
Receita extra da Timemania, para abatimento de dívidas fiscais: R$ 1.800.125
Encerrada a temporada 2016, vamos a um balanço econômico dos principais clubes pernambucanos, considerando o desempenho esportivo de cada um nas competições oficiais. Ao todo, considerando as quatro principais forças, um apurado de R$ 84.336.410. Neste contexto, se aplicam as premiações recebidas por fases e/ou títulos, além dos recursos recebidos pela transmissão de cada campeonato, à parte da bilheteria (em outro post, em breve).
Em campo, o Leão da Ilha pouco fez. Parou na semifinal regional, perdeu o título estadual para o Santa, caiu no primeiro mata-mata da Sula, também para o rival tricolor, e ainda foi eliminado da Copa do Brasil na 1ª fase – justamente para poder jogar o torneio internacional. Com tantos insucessos, só ganhou R$ 3,6 milhões, o que corresponde a 8% do montante geral, uma vez que recebeu R$ 42 milhões da televisão pelo Brasileirão, uma receita já assegurada em 2017.
Com a maior receita de sua história, mesmo somando apenas as cotas e premiações, o Santa chegou a R$ 30 milhões – até hoje, já adicionando bilheteria e sócios, chegara no máximo a R$ 17 mi, em 2011. Além da cota de tevê, a maior do clube mesmo sendo a menor da Série A, os corais fizeram por onde nos mata-matas. Títulos no Pernambucano (sem premiação à parte) e no Nordestão, 3ª fase na Copa do Brasil e oitavas na Sula. Só não “pontuou” no Brasileiro (até o 16º lugar) – o rebaixamento, aliás, já comprometeu 2017. Para neste ano, especificamente, a previsão mínima de receita foi superada em 38%.
Quanto ao Náutico, um ano pífio. Fora do Nordestão, o clube tinha na Copa do Brasil o caminho meio para receitas extras, mas acabou eliminado pelo modesto Vitória da Conquista. O acesso perdido na última rodada, também em casa, tirou mais R$ 200 mil do clube – além do maior impacto, de R$ 23 milhões em 2017.
Sport Estadual – R$ 1.062.142 (fixo) Nordestão – R$ 1,385 milhão (semifinal) Copa do Brasil – R$ 420 mil (1ª fase) Série A (TV fixo) – R$ 35 milhões Série A (TV ppv) – R$ 6,75 milhões Série A (premiação) – R$ 900 mil (14º lugar) Sul-Americana – R$ 988 mil (fase nacional) Total : R$ 46.505.142 (R$ 3,875 milhões/mês) Calendário: 66 jogos (R$ 704 mil/jogo)
A previsão mínima era R$ 42,381 mi (aumentou em R$ 4,12 milhões, ou 9,7%)
Santa Cruz Estadual – R$ 1.062.142 (fixo) Nordestão – R$ 2,385 milhões (campeão) Copa do Brasil – R$ 1,56 milhão (3ª fase) Série A (TV*) – R$ 23 milhões Sul-Americana – R$ 2,224 milhões (oitavas) Total: R$ 30.231.142 (R$ 2,519 milhões/mês) Calendário: 73 jogos (R$ 414 mil/jogo)
* O valor conta todas as plataformas, incluindo o PPV
A previsão mínima era R$ 21,805 mi (aumentou em R$ 8,42 milhões, ou 38,6%)
Náutico Estadual – R$ 1.062.142 (fixo) Copa do Brasil – R$ 240 mil (1ª fase) Série B (TV*) – R$ 5 milhões Total: R$ 6.302.142 (R$ 525 mil/mês) Calendário: 54 jogos (R$ 116 mil/jogo)
* O valor conta todas as plataformas, incluindo o PPV
A previsão mínima era R$ 6,15 mi (aumentou em R$ 150 mil, ou 2,4%)
Salgueiro* Estadual – R$ 122.984 (fixo) Nordestão – R$ 935 mil (quartas) Copa do Brasil – R$ 240 mil (1ª fase) Total: R$ 1.297.984 (R$ 108 mil/mês) Calendário: 42 jogos (R$ 30 mil/jogo)
* Na Série C, os clubes recebem apenas passagens aéreas e hospedagem
A previsão mínima era R$ 815.000 (aumentou em R$ 482 mil, ou 59,2%)
Ao todo, 128 clubes vão disputar o Campeonato Brasileiro de 2017, espalhados em quatro divisões, dos quais sete pernambucanos (1 na A, 2 na B, 1 na C e 3 na D). Do total times assegurados no nacional, 60 estão nas três principais divisões, que têm “calendário cheio”, com atividade regular a partir de maio. Com a definição de todos os acessos e descensos, confira abaixo a relação completa nas séries A, B, C e D. Esta última conta com um período de disputa bem mais curto, mas agora passa a definir os seus representantes (64 clubes via estaduais, além dos 4 rebaixados da terceirona) no ano anterior, após o ajuste de calendário feito pela CBF o Pernambucano de 2017 (como os demais estaduais) classificará 3 clubes para a quarta de divisão de 2018.
A nova divisão absoluta no Brasileiro é a seguinte: 38 do Nordeste, 37 do Sudeste, 23 do Sul, 16 do Norte e 14 do Centro-Oeste. Em relação às divisões, a participação do Sul-Sudeste varia de 80% na Série A para 33% na Série D. Já o Norte-Nordeste vai de 15% na Série A para 52% na Série D. Sintomático?
confira a divisão de regiões na última temporada aqui.
Série A Flamengo, Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Vasco, Santos, Cruzeiro, Atlético-MG, Grêmio, Fluminense, Botafogo, Sport, Bahia, Vitória, Atlético-PR, Coritiba, Chapecoense, Ponte Preta, Atlético-GO e Avaí
Nordeste – 3 times (2 baianos e 1 pernambucano) Sudeste – 11 times (5 paulistas, 4 cariocas e 2 mineiros) Sul – 5 times (2 paranaenses, 2 catarinenses e 1 gaúcho) Centro-Oeste – 1 time (1 goiano) Norte – 0
Série B Internacional, Goiás, Santa Cruz, Náutico, Figueirense, América-MG, Boa Esporte, ABC, Brasil-RS, Ceará, CRB, Criciúma, Guarani, Juventude, Londrina, Luverdense, Oeste, Paraná, Paysandu e Vila Nova
Nordeste – 5 times (2 pernambucanos, 1 cearense, 1 alagoano e 1 potiguar) Sudeste – 4 times (2 mineiros e 2 paulistas) Sul – 7 times (3 gaúchos, 2 catarinenses e 2 paranaenses) Centro-Oeste – 3 times (2 goianos e 1 mato-grossense) Norte – 1 time (1 paraense)
Série C ASA, Botafogo-PB, Botafogo-SP, Bragantino, Confiança, CSA, Cuiabá, Fortaleza, Joinville, Macaé, Mogi Mirim, Moto Club, Remo, Salgueiro, Sampaio Corrêa, São Bento, Tombense, Tupi, Volta Redonda e Ypiranga
Nordeste – 8 times (2 alagoanos, 2 maranhenses, 1 pernambucano, 1 cearense, 1 paraibano e 1 sergipano) Sudeste – 8 times (4 paulistas, 2 cariocas e 2 mineiros) Sul – 2 times (1 gaúcho e 1 catarinense) Centro-Oeste – 1 time (1 mato-grossense) Norte – 1 time (1 paraense)
Série D Araguaia-MT, Alto-PI, América-RN, América-PE, Anápolis, Aparecidense-go, Atlético-AC, Audax-SP, Bangu-RJ, Baré-RR, Boavista, RJ, Brusque-SC, Caldense-MG, Campinense-PB, Ceilândia-DF, Central-PE, Comercial-MS, Cordino-MA, Coruripe-AL, Desportiva-ES, Espírito Santo-ES, Fast-AM, Fluminense-BA, Genus-RO, Globo-RN, Guarani-CE, Guaratinguetá-SP, Gurupi-TO, Inter de Lajes-RS, Itabaian-SE, J. Malucelli-PR, Jacobina-BA, Juazeirense-BA, Luziânia-DF, Maranhão-MA, Metropolitano-SC, Murici-AL, Novo Hamburgo-RS, Operário-PR, Parnahyba-PI, Portuguesa-SP, Portuguesa-RJ, Potiguar-RN, Princesa do Solimões-AM, PSTC-PR, Red Bull-SP, Rio Branco-SP, River-PI, Rondoniense-RO, Santos-AP, São Bernardo-SP, São Francisco-PA, São José-RS, São Paulo-RS, São Raimundo-PA, São Raimundo-RR, Sergipe-SE, Serra Talhada-PE, Sete de Dourados-MS, Sinop-MT, Sousa-PB, Tocantines-TO, Trem-AP, Uniclinic-CE, URT-MG, Villa Nova-MG e XV de Piracicaba-SP
Nordeste – 22 times (3 pernambucanos, 3 baianos, 3 potiguares, 3 piauienses, 2 cearenses, 2 alagoanos, 2 maranhenses, 2 paraibanos e 2 sergipanos) Sudeste – 14 times (6 paulistas, 3 cariocas, 3 mineiros e 2 capixabas) Sul – 9 times (3 gaúchos, 3 paranaenses 3 catarinenses) Centro-Oeste – 9 times (3 goianos, 2 brasilienses, 2 mato-grossenses e 2 sul-mato-grossenses) Norte – 14 times (2 paraenses, 2 amazonenses, 2 acreanos, 2 tocantinenses, 2 amapaenses, 2 rondonienses e 2 roraimenses)
Em três volumes, a CBF lançou o Guia do Campeonato Brasileiro de 2016, com detalhes sobre os 128 clubes participantes – bem atrasado, é verdade. Para a Série A, 99 páginas, sendo quatro páginas dedicadas a cada time, com textos em português e inglês, incluindo uma formação memorável de um ídolo. No Santa, Ramón, que escalou o time semifinalista do Brasileirão em 1975. No Sport, Magrão, com o time campeão da Copa do Brasil de 2008 – no lugar de Carlinhos Bala, o goleiro colocou Enílton. Na Série B, com 59 páginas, são duas para cada clube, com as Séries C e D dividindo outras 59, com duas páginas aos integrantes da terceirona e a tabela para a última divisão. Portanto, vamos aos principais registros dos representantes pernambucanos…
Em tempo: no guia, o Flamengo aparece com 5 títulos brasileiros e 1 Copa União, em 1987. Ao contrário do que ocorre na Taça Brasil e no Torneio Roberto Gomes Pedrosa, conquistados por outros clubes, nesse caso não há o asterisco de reconhecimento, da confederação, como Campeonato Brasileiro.
A gravação do podcast 45 minutos teve mais de 2h30, debatendo o futebol pernambucano com as pautas em destaque na semana. Começamos com o Santa, que nesta semana vai à Colômbia jogar pela Sul-Americana. Poupando João Paulo e Keno, Doriva sinaliza um time misto. Com o time afundado no Brasileiro, foi mesmo uma boa decisão? Argumentamos prós e contras. Em seguida, o trabalho de Oswaldo no Sport, com 14 derrotas em 30 jogos e escalações controversas. Seguindo com a chance final do Náutico, baseada no rendimento do meio com Marco Antônio, Renan e Vinícius. Além disso, outros temas no trio, classificação das Séries A e B, quartas da C e decisão na D.
Confira um infográfico com a pauta completa clicando aqui.
Estou neste podcast ao lado de Cabral Neto, Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!
O Cadastro Nacional de Uniformes de Times (CNUT), produzido pela CBF, apresenta nesta temporada 141 padrões oficiais dos 60 clubes envolvidos nas Séries A, B e C do Campeonato Brasileiro. Esta é a 5ª versão do relatório, com todos os detalhes das camisas, calções e meiões das agremiações.
Em 2016, alguns times cadastraram três modelos no arquivo da entidade – os layouts foram checados pela diretoria de competições da confederação. Entre esses clubes, os quatro representantes pernambucanos: Sport e Santa na elite, Náutico na segundona e Salgueiro na terceirona. Apesar do cadastro, os clubes estão autorizados, naturalmente, a utilizar possíveis novos padrões.
Como no último levantamento, os modelos contam com os patrocinadores (ao menos, o master). Confira o documento completo aqui.
Sport/Adidas
Santa Cruz/Penalty
Náutico/Umbro (inscrição feita antes da troca de fornecedora, para a Topper)