Um finalista do passado estará de volta ao ponto máximo da Copa do Mundo de 2010 no dia 11 de julho. Uruguai e Holanda, ambos com duas finais. Uruguaios bicampeões em 1930 e 1950 e holandeses vice-campeões em 1974 e 1978.
Uruguai x Holanda
Estádio Green Point
Cidade do Cabo, terça-feira (06/07), às 15h30
O primeiro confronto da semifinal do Mundial da África do Sul vai se repetir após 36 anos. Na Copa da Alemanha, em 1974, os dois times se enfrentaram na primeira fase da competição. A Holanda, que contava com a “Laranja Mecânica” de Johan Cruyff, venceu por 2 x 0, em Hanover (vídeo). O outro duelo na história das equipes foi em 1980, em Montevidéu, com vitória da Celeste também por 2 x 0.
Quando você acha que já viu de tudo, eis que aparece um dos times mais raçudos do mundo. Como não se surpreender com o futebol?
Grande Uruguai, acompanhado do peso eterno dos dois títulos mundiais, esquecidos por muito tempo. Nunca por eles.
Foi um jogo inacreditável nesta sexta, em plena ressaca brasileira. A Celeste sofreu um gol nos descontos do primeiro tempo. No segundo, Diego Forlán devolveu o efeito da Jabulani no chute do ganês Muntari e empatou.
Depois disso, um festival de gols perdidos do Uruguai. Um atrás do outro. A rede cansou de ser balançada pelo lado de fora. Foram 90 minutos e prorrogação, com mais 30.
No último lance da partida, com 120 minutos de futebol muito brigado, o lance que já está desde já na histporia da Copa do Mundo.
Cobrança de falta para Gana, pela direita. Bola cruzada com muito perigo… E Suarez salvou em cima da linha! No rebote, o mesmo Suarez salva com as mãos. Foi expulso.
Suárez é atacante! Artilheiro do time com três gols, ao lado de Forlán. Na cobrança, Gyan acertou o travessão. Começava a história. Fim de jogo, 1 x 1.
Nos pênaltis, a vitória que sacudiu Montevidéu. Com direito a uma cobrança digna do apelido de Abreu, “El Loco”. Na Batalha do Soccer City, o Uruguai quebrou um jejum de 40 anos longe da semifinal do Mundial. Agora, quer voltar à decisão, após 60 anos.
O árbitro japonês Yuichi Nishimura levanta as mãos e acaba a partida. Ato sincronizado com as nossas mãos, levadas instantaneamente à cabeça.
Depois de ficar uns cinco minutos diante da televisão sem falar uma palavra, com um olhar perdido, sem foco algum e sem acreditar num resultado tão adverso, dei uma volta dentro de casa. A mão ainda na cabeça e o pensamento inevitável…
“De novo, porra…”
Só mesmo o futebol é capaz de mudar o país de uma forma rápida. Tão crua e tão verdadeira. E, acima do futebol, a Copa do Mundo é centro disso tudo.
Foram 45 minutos que mudaram a nossa história. A Seleção Brasileira mandou no primeiro tempo. Abrimos o placar com a nossa arma mortal, o contragolpe. Tivemos outras chances. Controlamos a bola!
O intervalo parecia apenas uma pausa no script de uma classificação segura.
Era uma partida contundente, com cara de decisão para um time acostumado a vencer.
Mas a segunda metade do jogo revelou também a outra metade da laranja, sem bagaço algum. O time holandês nos engoliu em campo, virando para 2 x 1 e chegando a 24 jogos de invencibilidade. Falhamos na defesa, justamente o nosso melhor setor.
Perdemos a cabeça. Ficamos nervosos. Reações normais. Não é a hora de condenar, de pisar ou de fazer o que, infelizmente, sabemos tão bem, que é desconstruir qualquer time após a derrota. Após mais uma derrota, no mesmo degrau de quatro anos atrás.
Perdemos. Eu, você, Dunga, Mick Jagger e até o Felipe Melo…
A Copa da África não será nossa. Ela pertence a todos os povos.
Para muitos, o verdadeiro Mundial começa somente nas quartas de final, com a nata do futebol.
Uma fase marcada pelo equilíbrio, entre sucessos e fracassos. Como esquecer que há quatro anos o país parou para ver Roberto Carlos ajeitar a meia enquanto Zidane levantava a bola para Henry nos despachar?
Como não sonhar em ver o passo seguinte da Seleção desta vez? É a expectativa de ver o Brasil de novo no topo da Copa, formando a base vencedora para a geração que se prepara para receber a festa em 2014, até mesmo para evitar uma sobrecarga de pressão na próxima seleção. Fácil não será.
A história, reprisada inúmeras vezes nesse hiato de 48 horas da Copa do Mundo, mostra que brasileiros e holandeses sempre proporcionaram grandes jogos. A distância de títulos entre ambos separa a palavra “clássico” da leitura desta partida. Mas em nada muda o cenário que cerca o jogaço desta sexta, em Port Elizabeth.
A partir das 11h, o Brasil, bem vestido com o uniforme azul de seu primeiro título, em 1958, tentará repetir as alegrias de 1994 e 1998, quando a Seleção se desdobrou em campo contra a Holanda para seguir o sonho da nação.
Mas o lado de lá certamente está lembrando, com palavras repletas de consoantes coladas umas nas outras, o feito do timaço de Johan Cruyff em 1974, quando a Laranja Mecânica eliminou o então campeão do mundo. O desejo do adversário é um pouco mais simplório. Eles buscam um título inédito. Aqui, vale o hexa.
Enquanto a bola rola solta lá na África do Sul, os times brasileiros vão curtindo um mês de ócio por causa do Mundial. Treino puxado e um ou outro amistoso.
E o ócio chegou às torcidas também… Tempo para se organizar, interagir etc.
A torcida uniformizada Força Jovem do Vasco foi além e lançou uma nova música para grudar na mente dos torcedores cruz-maltinos em São Januário e no Maracanã.
O grito de guerra é uma versão da música Bad Romance da cantora Lady Gaga (escute o original AQUI), em uma adaptação de Sandro Coutinho e MC Perninha.
Aproveitando a leve pausa da Copa do Mundo de 2010, um post sobre o futuro, logo ali, em 2014. E com uma novidade interessante sobre a arena do estado.
Em março, o blog trouxe a informação de que a modelagem da arena pernambucana para o Mundial do Brasil poderia (poderá) sofrer algumas modificações em relação ao projeto que ilustra esta postagem (veja AQUI).
Mas uma outra mudança high-tech deverá reforçar o projeto que será desenvolvido pela Odebrecht, vencedora da licitação da parceria público-privada.
Luzes temáticas no estádio.
Uma espécie de “vida própria” a cada jogo… Para cada time.
Por mais que ninguém ainda tenha assinado com o consórcio (o Náutico foi o único clube a protocolar uma carta de intenções), essa ideia está em franco desenvolvimento, como apurou o blog.
É um projeto para transformar o estádio não só em uma arena moderna mas também em uma obra impactante, como é facilmente notado na África do Sul, com belíssimos palcos de futebol.
Ao lado, um exemplo desse jogo de luz no estádio, com a Allianz Arena, de Munique, local da abertura da Copa do Mundo de 2006, na Alemanha.
Até 2014, a resposta sobre as cores da iluminação em Pernambuco…