Fim da décima terceira rodada na divisão de elite do Brasileirão.
Os rivais centenários jogaram no domingo. À tarde, o Sport frustrou os 14.171 torcedores na Ilha com um empate em 0 x 0 com o Atlético-GO, afundado no Z4.
À noite, o Náutico começou bem diante da Portuguesa, no Canindé. Kieza marcou o seu 4º gol em 4 jogos. Porém, a Lusa dançou o vira e fez 3 x 1, com novas falhas da zaga.
A 14ª rodada da Série A para os pernambucanos:
05/08 (16h00) – São Paulo x Sport
Em São Paulo: 14 vitórias do Tricolor em 14 jogos
05/08 (16h00) – Náutico x Santos
No Recife: 5 vitórias do Timbu, 8 do Peixe e 2 empates
Aplicação, o Náutico teve. A apatia escancarada na passagem anterior em São Paulo, na goleada sofrida diante do Palmeiras, não se fez presente desta vez.
Contudo, faltou ao Timbu preencher os espaços no campo para voltar a somar pontos.
Neste domingo, faltou, sobretudo, um melhor desempenho defensivo.
Posicionamento, desarme e atenção na bola aérea, tão criticada na última partida, contra o Coxa. Sem nada disso, o Alvirrubro saiu derrotado pela terceira vez seguida.
Levou dez gols nesta sequência indigesta na Série A.
No plano geral, a situação é ainda pior. São 27 gols sofridos em 13 jogos, o que gera um índice superior a dois tentos por partida. É o pior rendimento ao lado do Coritiba.
Também é a equipe que mais perdeu, com oito, empatado com o Atlético-GO.
No Canindé, diante da Portuguesa, a equipe comandada por Alexandre Gallo falhou três vezes em cruzamentos. Lances fatais no 3 x 1 a favor da Lusa, na noite deste domingo.
Em todos os casos, o adversário concluiu tranquilamente para as redes de Felipe.
Após a dispensa do zagueiro Márcio Rosário, o time teria após dois meses uma formação com sua dupla principal, formada por Ronaldo Alves e Marlon.
O entrosamento visto na Série B deu lugar à falta de ritmo, à lentidão.
O Náutico até abriu o placar com Kieza, num golaço logo aos oito minutos, controlando a posse de bola. Mas sofreu a virada, através de Moisés, Ananias e Diego Viana.
Ameaçado como o rival leonino, hoje o Timbu está apenas um pontinho acima do Z4.
Trata-se de um reflexo direto da qualidade na “cozinha”. É preciso se reforçar, logo.
Era a primeira partida do Santa Cruz fora de Pernambuco nesta Série C.
A “estreia” foi bem distante, em Cuiabá, a 3.341 quilômetros do Recife.
Se em casa a contenção já era o foco absoluto da equipe, gerando inclusive a insatisfação de parte da torcida no Mundão, imagine longe do Arruda.
O bicampeão estadual até embarcou para o Moto Grosso disposto a buscar a vitória nesta sequência de três jogos fora de casa nas próximas quatro rodadas, mas passou longe disso neste domingo, no acanhado estádio Presidente Dutra.
Apesar de ter acertado a trave uma vez, numa cabeçada com o zagueiro Willian Alves, a Cobra Coral foi pressionada pelo Cuiabá, mas sem grande sustos, diga-se.
O técnico Zé Teodoro ainda tentou impor mais velocidade à equipe pernambucana na etapa complementar, mas o empate em 0 x 0 acabou ficando de bom tamanho.
Pela circunstância do jogo, sim, mas não pela classificação geral da Terceirona.
Mesmo com o status de único invicto do grupo A do Campeonato Brasileiro, o Santa Cruz ainda está fora do G4, com quatro empates em cinco rodadas.
A zona de classificação não está distante. Não mesmo. Tanto que o Salgueiro, que goleou o Luverdense por 6 x 2 , tem a mesma pontuação, construída a base de vitórias.
Resumindo. Para saltar na tabela, será preciso somar três pontos num mesmo dia…
Não adianta o discurso de que o Atlético-GO havia vencido dois dos seus últimos três jogos. Sem uma mudança drástica, ainda apresenta uma série deficiência técnica.
Até porque a defesa goiana havia sido vazada 25 vezes nas doze primeiras rodadas, a pior até então. Mais. Nos tais três jogos anteriores, levou nove gols.
Fora de casa, a equipe, já com o terceiro treinador, vinha sendo uma presa fácil. Um empate e seis derrotas até este domingo. Sim, até este domingo. Na Ilha do Retiro…
Em mais uma atuação abaixo da crítica, o Sport empatou em 0 x 0 com o Atlético, chegando a quatro partidas sem vitória e um número bem maior sem padrão de jogo.
No primeiro tempo, a bola parecia queimar nos pés dos leoninos, com a posse da pelota sob domínio dos visitantes. Aos poucos, o Leão conseguiu ter paciência. No último lance, uma cobrança de falta de Gilberto quase resultou no gol do Sport.
A finalização não impediu as vaias no intervalo. Na etapa complementar, Mancini promoveu a volta do atacante Henrique, ausente nas últimas três rodadas.
Talvez tenha feito isso para evitar a pressão na arquibancada. Mais arisco que Marquinhos Gabriel, Henrique não rendeu tanto. E Mancini não foi poupado.
Tampouco Gilberto, preso na marcação, sem mobilidade, sem passar a bola.
Mobilidade, aliás, faltou ao time todo durante os 90 minutos. O placar foi um retrato da tarde na Ilha, até porque o adversário também não ofereceu perigo.
Foi a segunda vez que a defesa do Sport não sofreu gols em 13 rodadas do Brasileirão desta temporada. Como na primeira, na Vila Belmiro, curiosamente o ataque também não funcionou, logo diante de uma oportunidade daquelas.
Criticada ou não, a Seleção que disputou a Copa do Mundo de 2010 tinha um sistema tático bem definido, armado em contragolpes, com uma estrutura pesada na marcação.
Era, sim, bem distante da característica do futebol brasileiro, mas era uma formação organizada. Algo de praxe para um time competitivo, seja qual for o estilo.
Dois anos depois, na Olimpíada de Londres, o Brasil chegou com um time mais inspirado, porém, sem aquela transpiração toda da África do Sul.
O equilíbrio disso faz falta. Como fez no Mundial, sem peças de talento para mudar um jogo. Como faz agora. O início empolgante diante do Egito acabou suplantado pela apatia. Contra a Belarus (ou Bielorrússia), nova vitória, neste domingo, por 3 x 1.
Mais uma vez, aquém do que se espera do time de Mano Menezes. Os gols de Pato (cabeça), Neymar (falta) e Oscar, chegando a seis tentos em dois jogos, não escondem até aqui uma equipe que não trabalha bem sem a bola, deixando o adversário à vontade.
No ataque, excesso de individualismo em Old Trafford, o Teatro dos Sonhos do Manchester United. Comportamento que não condiz com o processo coletivo.
Quando Neymar, acima dos demais, enxerga os companheiros em campo, facilita tudo. Nos descontos, um lance que pode ser essencial a partir de agora. O craque partiu para cima. Mais dribles? Mais uma queda? Enfim, tocou para Oscar. Assistência… E gol.
O talento existe, contando ainda com Lucas, Damião e Ganso. Falta estruturar o time para que o ouro olímpico seja uma meta possível, e não um novo pesadelo.
A vaga nas quartas de final já está garantida, Brasil. Para ir além, equilíbrio do 1 ao 11.