O superprêmio pelo título da Copa do Brasil de 2018, o maior da América do Sul

Evolução das cotas da Copa do Brasil. Arte: Cassio Zirpoli/DP

A CBF anunciou o acerto com a Rede Globo sobre a renovação dos direitos de transmissão da Copa do Brasil por mais cinco temporadas, de 2018 a 2022. Serão mais de R$ 300 milhões por ano, considerando as cotas de participação, prêmios e logística. Segundo a entidade, o montante pago pela emissora é três vezes maior que o do contrato atual, que vai até 2017. No post, gráficos com a evolução financeira da competição desde 2012, já projetando o futuro.

Em termos de competitividade, chama a atenção o aumento para o título. Serão 50 milhões de reais para o campeão, à parte das fases anteriores. Considerando que o vice leva 20 mi, então na grande decisão, além da taça e da vaga na Libertadores, estará em jogo, de fato, um cheque de R$ 30 milhões. Hoje, neste contexto, não há comparação em torneios interclubes, considerando apenas só decisão. Nem mesmo a Champions League ou o Mundial da Fifa.

Na Série A, o principal campeonato do país, a diferença tornou-se quase “irrisória”. No Brasileirão desta temporada, o hiato entre o campeão (Palmeiras) e o vice (Santos) foi de R$ 6,3 milhões. Essa futura decisão tende a impactar qualquer receita. Em 2016, por exemplo, a previsão de faturamento do Sport é de R$ 113 milhões. Ou seja, só a hipotética final corresponderia a 26,5%. No caso do Náutico, o valor seria até superior a tudo o que o clube arrecadou.

A diferença é tão fora de ordem que chega a parecer um dado equivocado…

Diferença entre os prêmios de campeão e vice*
R$ 30,0 milhões – Copa do Brasil 2018 (50 mi x 20 mi)
R$ 15,7 milhões – Liga dos Campeões 2016 (52,4 mi x 36,7 mi)
R$ 10,4 milhões – Liga Europa 2016 (22,7 mi x 12,3 mi)
R$ 6,3 milhões – Série A 2016 (17,0 mi x 10,7 mi)
R$ 5,9 milhões – Libertadores 2016  (11,9 mi x 6,0 mi)
R$ 4,0 milhões – Mundial 2016 (19 mi x 15 mi)
R$ 4,0 milhões – Copa do Brasil 2016 (6 mi x 2 mi)

R$ 3,3 milhões – Sul-Americana 2016 (6,5 mi x 3,2 mi)
R$ 2,5 milhões – Paulista 2016 (4,0 mi x 1,5 mi)
R$ 2,2 milhões – Carioca 2016 (4,0 mi x 1,8 mi)

R$ 500 mil – Nordestão 2016 (1,0 mi x 0,5 mi)
* Nos torneios mata-matas, apenas os valores das finais 

Premiação total pelo título
R$ 68,7 milhões – Copa do Brasil 2018
R$ 30,6 milhões – Libertadores 2016
R$ 17,0 milhões – Série A 2016**
R$ 12,1 milhões – Sul-Americana 2016
R$ 10,7 milhões – Copa do Brasil 2016
R$ 2,3 milhões – Nordestão 2016
** No Brasileiro, os clubes recebem cotas à parte (e distintas) pela transmissão

Comparativo atualizado após a divulgação das cotas de 2017…

1) O vice de 2018 receberá 7,2 milhões a mais que o campeão de 2017
2) O semifinalista de 2018 receberá mais que o título de 2015
3) Chegar às quartas em 2018 valerá quase o mesmo do título de 2012 

2018
Título: R$ 50 milhões
Vice: R$ 20 milhões
Semifinal: R$ 8 milhões
Quartas de final: R$ 4 milhões
Campanha***: R$ 68,7 milhões

2017
Título: R$ 6 milhões
Vice: R$ 2 milhões
Semifinal: R$ 1,5 milhão
Quartas de final: R$ 1,195 millhão
Campanha***: R$ 12,8 milhões

2016
Título: R$ 6 milhões
Vice: R$ 2 milhões
Semifinal: R$ 1,2 milhão
Quartas de final: R$ 960 mil
Campanha***: R$ 10,74 milhões

2015
Título: R$ 4 milhões
Vice: R$ 2 milhões
Semifinal: R$ 1 milhão
Quartas de final: R$ 820 mil
Campanha***: R$ 7,95 milhões

2014
Título: R$ 3 milhões
Vice: R$ 1,8 milhão
Semifinal: R$ 850 mil
Quartas de final: R$ 740 mil
Campanha***: R$ 6,19 milhões

2013
Título: R$ 3 milhões
Vice: R$ 1,8 milhão
Semifinal: R$ 800 mil
Quartas de final: R$ 700 mil
Campanha***: R$ 6 milhões

2012
Título: R$ 2,5 milhões
Vice: R$ 1,5 milhão
Semifinal: R$ 500 mil
Quartas de final: R$ 400 mil
Campanha***: R$ 4,2 milhões

*** A soma das cotas de todas as fases disputadas

Evolução das cotas da Copa do Brasil. Arte: Cassio Zipoli/DP

As vendas milionárias dos clubes de futebol do Nordeste no Plano Real

O G7 do Nordeste

Inicialmente, o levantamento considerava apenas as vendas milionárias do futebol pernambucano, mas o blog resolveu expandir o ranking, com as maiores negociações em todo o Nordeste. Três clubes já conseguiram negócios acima de R$ 10 milhões, não coincidentemente os três clubes mais presentes na elite do futebol nacional – Bahia, Sport e Vitória, que somam 63 vendas, ou 66% de todas as vendas milionárias na região. Apesar do número de transações do leão pernambucano, a dupla de Salvador aparenta um trânsito melhor no mercado externo, refletido na regularidade de de vendas elevadas. Ao todo, seis estados já firmaram ao menos uma transferência milionária no período a partir do Plano Real, com a circulação iniciada oficialmente em 1º de julho de 1994. Até hoje, treze times conseguiram.

Número de jogadores vendidos (95 nomes até 13/03/2018):
25 – Vitória
19 – Bahia e Sport
10 – Náutico
6 – Santa Cruz
5 – Ceará
3 – Corinthians Alagoano
2 – Fortaleza
1 – ABC, ASA, Campinense, CRB, Porto e Sampaio Corrêa

Número de jogadores vendidos por estado:
44 – Bahia
36 – Pernambuco
7 – Ceará
5 – Alagoas
1 – Paraíba, Maranhão e Rio Grande do Norte

O ranking é apresentado tanto em reais quanto em dólares. Isso porque, em mais de duas décadas, o valor da moeda nacional já flutuou bastante. Se no início chegou a valer mais que o dólar, em determinado momento caiu para 1/4 da moeda americana. Embora o euro seja a versão mais utilizada, hoje, no futebol internacional, o blog opta pelo dólar uma vez que a moeda europeia só foi criada em 1999, sendo impossível calcular valores anteriores.

A pesquisa engloba valores oficiais e extraoficiais, esses divulgados na imprensa (jornais e sites), uma vez que os clubes raramente revelam os valores oficiais – ou mesmo suas receitas gerais. Na maioria dos casos, cada venda foi informada em um valor (real, dólar ou euro), com o blog convertendo nas duas colunas abaixo de acordo com o câmbio de cada época, precisamente no dia da notícia.

Ah, existe a possibilidade de algum ter sido esquecido. Caso lembre, pode deixar o seu comentário no post, que a lista será atualizada.

Observação: a cifra estabelecida por Jean Filho, em 22 de dezembro de 2017, pode ser ainda maior, uma vez que o Bahia tem direito aos direitos econômicos de mais um jogador, ainda em discussão junto ao São Paulo.