“(… ) os clubes do Nordeste são doidos para disputar a Primeira Liga.”
“As reuniões nossas têm presença de Sport, Santa Cruz, Náutico, dos clubes da Bahia. Fizemos uma reunião em São Paulo, uma assembleia geral, que parecia uma reunião dos grandes clubes brasileiro.”
Em entrevista ao jornal mineiro O Tempo, o presidente da Primeira Liga, Gilvan Cunha, citou nominalmente os três grandes clubes pernambucanos como figuras presentes em debates da agremiação fundada há pouco mais de um ano, em 10 de setembro de 2015. Com a segunda edição do torneio agendada para 2017, com 16 times jogando em nove datas espremidas entre 25 de janeiro e 8 de outubro, o dirigente já vislumbra a terceira edição, numa concorrência velada (mas cada vez mais escancarada) com a Copa do Nordeste.
Para 2017, o torneio já terá um nordestino, o Ceará, convidado depois que os paranaenses (e fundadores) Atlético e Coritiba saíram, reclamando do formato das cotas. Por sinal, eis um ponto a ser observado desde já. Embora esteja engatinhando historicamente, a Primeira Liga já conta com quatro subgrupos de cotas de participação – na Série A, também questionável, existem sete níveis. Clube mais popular do país, o Flamengo figura sozinho no grupo 1 (no Brasileirão divide o posto com o Corinthians, ainda ausente na liga), com R$ 2 milhões/ano. No segundo escalão, com times do porte de Cruzeiro e Grêmio, R$ 1,5 milhão. Eis a composição atual, com receitas em caso de participação, claro:
Divisão de cotas da Primeira Liga
Grupo 1 – Flamengo
Grupo 2 – Cruzeiro, Atlético-MG, Grêmio, Internacional e Fluminense
Grupo 3 – Atlético-PR* e Coritiba*
Grupo 4 – América-MG, Avaí, Chapecoense, Criciúma, Figueirense, Joinville, Paraná, Brasil de Pelotas, Londrina, Tupi, Luverdense, Atlético-GO e Ceará
* Os clubes se desligaram da liga em 22/11/2016 por “discordâncias internas”
No Nordestão, para onde mira esta abordagem, a premiação é fixa, fase por fase, independentemente do clube – exceção feita a maranhenses e piauienses, em análise para ingresso definitivo na Liga do Nordeste. Bahia ou Juazeirense, Sport ou Salgueiro, a cota é a mesma. Nesta sedução da Primeira Liga, com um valor de televisão já alto, passando de R$ 5 mi para R$ 23 milhões por temporada, via Globo, contra R$ 18,5 milhões da Copa do Nordeste, é preciso estar atento. Pois as castas devem ser mantidas no triênio 2017-2019, com a falsa sensação de ganho. No cenário regional, o contrato está assinado até 2022, com evolução paulatina da premiação e calendário mais abrangente.
Evolução da cota total da Copa do Nordeste
2014: 78,5% (+ R$ 4,4 milhões)
2015: 11,4% (+ R$ 1,1 milhão)
2016: 33,0% (+ R$ 3,6 milhões)
2017: 24,9% (+ R$ 3,7 milhões)
Após o anúncio da inclusão do Ceará, numa reunião em Brasília, em setembro, o blog comentou algumas dúvidas sobre esta movimentação. Na sequência, questionou os presidentes do Trio de Ferro, e o Sport revelou o convite feito pela Primeira Liga. De lá para cá, Náutico e Santa também entraram na pauta.
Enquanto a segue a articulação sobre a formatação do novo Nordestão, com séries A e B, através do G7, a classificação segue via estaduais. Hoje, não há espaço, no calendário de um time, para Primeira Liga e Nordestão paralelos. E que não haja dúvida nesta escolha… entre o ensaio de uma liga já estruturada numa pirâmide ou na valorização de uma marca regional, acessível ao mercado.
Sou contra os nordestinos nessa primeira liga.
A Copa do Nordeste está ajudando a fortalecer o futebol da região e possui um formato de premiação mais justo, baseado no mérito.
Se o Sport sonha, com um dia, ter uma cota mais justa no Brasileirão não deveria NUNCA namorar com a Primeira Liga.
Esta competição foi criada pela Rede Globo com o objetivo de enfraquecer a Copa do Nordeste, principal competição do canal Esporte Interativo, e continuar dando mais dinheiro para o Flamengo.
Se a Primeira Liga tivesse o mínimo de seriedade, os clubes do Paraná não teriam se retirado dela.
Para o Sport e demais clubes de PE é um péssimo negócio essa Primeira Liga. É melhor os nossos clubes focarem na Copa do NE, Sul-americana e Copa do Brasil.
O que é fato nisso tudo é que os dirigentes de qualquer clube, do NE ou de fora dele, só estão interessados nos torneios como vitrine de compra e venda de jogadores.
Eles estão se lixando para a opinião dos torcedores ou na justa divisão de cotas e blá, blá, blá…
O tal “espírito esportivo” já foi exorcizado há muuuuiito tempo, lamentavelmente!
Só beneficia Flamengo e Corintians…. Todo dinheiro para eles… Assim como as regalias…
O convite da 1ª liga, visa apenas reduzir a importância do Nordestão para nós nordestinos. Especialmente, porque publicos cativos de corinthias e flamengo, já começam a torcer por times de sua região.
Juntos somos fortes! Quer uma prova? Vejam que depois do Nordestão, sempre temos de 2 a 3 clubes no brasileirão todos os anos.
Entendo que o trio de ferro deva sim aceitar o convite. Mas, sem participar. Entrar no torneio só quando, de fato, substituir o brasileiro.
Não acho interessante o Sport participar dessa primeira liga, pois começando já tem discrepâncias nas divisões das cotas, a Copa do Nordeste está ficando excelente cada ano pois os times que quase não recebiam nada agora estão melhorando sua renda e realizando um campeonato mais disputado, o povo Nordestino abraçou a Copa do Nordeste e sem falar que os times de nossa Região estão participando melhor das competições nacionais. O ideal é a divisão correta das cotas, que quiser receber muito dinheiro que ganhe títulos, que aumente seu arsenal de sócios e que faça um marketing mais agressivo. Não sou a favor de participarem dessa tal Primeira Liga.
A primeira liga de fato vai seguir a mesma linha de má distribuição de cotas devido à presença do Flamengo. Se tivesse os 3 de São Paulo que também levam 100mi+ seria ainda pior. O Flamengo e sua diretoria botou na cabeça que tem que ganhar mais só porque tem mais torcida é o problema maior é ninguém peitar isso.
claro que os maiores clubes do NE, que geralmente aparecem na serie A, estão interessados no andamento de uma competição que tem a pretensão de tornar-se a maior competição nacional. por que este nome primeira liga e não sul-sudeste??? liga, por quê?? se o formato é de copa!!! a intenção é uma liga nacional. os clubes de sp também devem fazer parte das reuniões. no momento estão criando um novo robertão! esperemos que se um dia vingar esta liga não inventem de dar titulo nacional aos campeões amadores de agora, como a cbf fez e deu dois títulos ao palmeiras no mesmo ano!!!
sabemos bem que os donos da primeira liga querem torna-la a competição oficial brasileira, ou seja, o brasileirão! usaram o discurso da igualdade, do comando dos clubes, organização e etc. mas pelo visto é chover no molhado. desigualdade igualzinha ao atual modelo da cbf/globo – esoeremos pelo novo modelo de 2019 -, desorganização absurda. a copa do NE é muuuuuuito superior em tudo. mas é claro que o centro de tudo, no brasil, é o sudeste e depois o sul, então a mídia e o $$$ são maiores na primeira liga. ceder a primeira liga é dar um tiro no pé!!! quem sabe um campeonato com conferencias (N/NE) e (S/SE/CO) com confrontos gerais – como a NBA (conferencias leste e oeste) -, não todos contra todos, mas times do N/NE enfrentando também times do S/SE/CO. e no final 4 times de cada conferencia para as quartas-de-final e assim por diante. mas só primeira liga é furada total!
Me pergunto… Quem é que vai querer abandonar o nordestão para já ser discriminado pelas cotas do sul?? Só quem não está participando da Copa do Nordeste, como o Ceará.
Cássio, na sua opinião qual o objetivo da primeira liga caso acrescente cada vez mais clubes?
No caso do Nordestão é claramente ter um campeonato regionalizado, mas no caso da primeira liga, se desenhando esse cenário de inclusão de clubes de outras regiões, qual seria a diferença prática para uma Copa do Brasil por exemplo?
Nota do blog
Pedro, creio que a Primeira Liga queira ser, de fato, a “liga nacional de futebol”. Apesar do estatuto inicial, autorizando apenas a inclusão de times do RJ, MG, RS, PR e SC, ela já ampliou o raio de ação nesta segunda edição. Para isso, considerando o Nordeste, me parece clara a concorrência com o Nordestão, em datas e participantes. Se no futuro ambos irão seguir (de forma rentável) de forma paralela, só esperando pra ver… Hoje, a queda de braço é evidente, na minha opinião.