Com esta frase, o Náutico anunciou a contratação do técnico Milton Cruz, um nome que sai da mesmice do futebol local. Antes da avaliação do profissional, vale a explicação sobre o ‘retorno’ de Milton aos Aflitos, após 30 anos.
Antes de trabalhar na área técnica, como auxiliar, analista de desempenho e treinador efetivo (poucas vezes), Milton foi atacante durante 15 anos, de 1977 a 1992, quando encerrou a carreira no Kashima Antlers, do Japão. Nos anos 80, teve duas passagens no futebol pernambucano. No Sport, em 1985/1986, e no Náutico, em 1987. Foi do Timbu que ele enveredou a carreira para a Ásia.
Sobre o novo comandante, de 59 anos, a 1ª missão é complicada. Substitui Dado Cavalcanti para tentar classificar o time às quartas do Nordestão, além de melhorar o rendimento no Estadual, onde deverá ter o primeiro contato com o grupo, embora Levi Gomes seja o interino contra o Belo Jardim. Com 19 anos de experiência no São Paulo, em vários setores, incluindo 43 jogos como técnico, Milton pode ir além do trabalho focado em disciplina tática, ajudando também na composição da gestão do futebol timbu, com o orçamento no limite. Boa aposta.
Alvirrubro, o que você achou da contratação de Milton Cruz?
Sem contrato de transmissão no Estadual, Atlético-PR e Coritiba entraram em acordo para a exibição do clássico de forma exclusiva pela internet, em seus perfis oficiais no youtube e no facebook. Fato devidamente noticiado e repercutido, já tratado como uma revolução (necessária), até pelo “não” à proposta de R$ 1 milhão da RPC, afiliada da Globo, num momento em que outros estaduais receberam aumentos substanciais.
O jogo estava agendado para as 17h, com a transmissão começando às 16h40, com narrador e comentarista, contratados de forma pontual, e duas repórteres de campo, uma de cada clube. Eis que o jogo atrasou, sem sentido. Naquele momento, com todos em campo, os quatro perfis já somavam 69 mil online.
Veio a explicação: o árbitro Paulo Roberto Alves foi orientado pelo presidente da federação paranaense de futebol, Hélio Cury, a não iniciar até que a transmissão fosse suspensa. Sabe-se lá a partir de qual cláusula, ele ordenou e ponto.
Repetindo: os clubes não têm contrato sobre o torneio, podendo negociar outros formatos, como inclusive fizeram no Campeonato Brasileiro, fechando com o Esporte Interativo, em vez do Sportv, braço da Globo, como era há anos. Não por acaso, os dirigentes dos clubes, reunidos no campo, não cederam.
Durante a transmissão foi até possível acompanhar a discussão no corredor. “A gente não vai passar por causa da Globo?!” “Se a gente aceitar isso, é baixar as calças”
Assim seguiu o imbróglio, durante 47 minutos, com a audiência crescendo sem parar. Chegou a 145 mil acessos de todo o país, de forma simultânea, até o cancelamento do jogo, com os jogadores agradecendo o público presente na Arena da Baixada. E a audiência digital mostrou que a transmissão online tem, sim, apelo. E quem lutou arduamente para vetar o jogo sabe muito bem disso…
“Fica um alerta para os demais presidentes de clubes: sigam o exemplo de Atlético e Coritiba. Vamos romper com o status quo”
A declaração de Luiz Sallim, presidente do Furacão, encerrando a transmissão.
Hoje, os contratos de transmissão audiovisual no país contam com cinco plataformas: tevês aberta e fechada, pay-per-view, sinal internacional e internet.
O maior clássico do futebol do Paraná pode ser um marco na exibição de jogos envolvendo grandes clubes do país. Sem acordo para o Estadual com a RPC, a afiliada da Globo no estado, os clubes decidiram transmitir o primeiro clássico em 2017, na Arena da Baixada, em seus perfis oficiais nas redes sociais.
Após o aumento milionário dos contratos do Paulistão, Carioca, Mineiro e Gaúcho, com cotas de R$ 11 mi a R$ 17 milhões, a dupla atletiba esperava uma valorização no seu torneio, o que não ocorreu. Em 2016, os clubes receberam R$ 2 milhões pelo Estadual – metade do valor pago neste ano ao Madureira do Rio, por exemplo. Assim, se acertaram com o youtube, que não cobrou pela transmissão ao vivo. Tendo cuidado com o produto, os clubes formaram uma equipe com narrador, comentarista e repórteres de campo (uma de cada clube).
Abaixo, o blog disponibiliza o streaming, às 16h40 deste 19/02, numa ousada movimentação dos clubes na negociação. No Recife, o contrato vigente se encerra em 2018. Será que Náutico, Santa Cruz e Sport chegariam a tanto?
Em termos de classificação à semifinal do campeonato estadual, o primeiro Clássico das Multidões de 2017 pouco acrescentou. No entanto, na maior rivalidade de Pernambuco, em um jogo com 12.408 torcedores no Arruda e centenas de milhares assistindo na televisão, as polêmicas dominaram, até pela falta de futebol de ambos os times. Na manhã seguinte ao empate, a FPF fez um balanço da arbitragem, através do delegado especial da comissão nacional da CBF, Nilson Monção, com o auxílio de Erick Bandeira. A atuação da arbitragem foi considerada “boa”, mesmo com 6 (seis!) observações.
A seguir, em itálico, a íntegra do texto enviado aos presidentes Alírio Moraes, do Santa Cruz, e Arnaldo Barros, do Sport:
Caro presidente, bom dia. Dentro da nova diretriz vigente com audiência pública ou sorteio para a indicação dos árbitros no Pernambucano A1 – 2017, também disponibilizaremos o relatório dos delegados e assessores da arbitragem. O relatório é elaborado até 4 horas após o término do jogo e, para esse jogo entre o Santa x Sport (Arruda, 18/02/2017 às 16:30h), solicitamos a observação do Delegado Especial da Comissão Nacional da CBF, Monção. Para seu conhecimento estamos encaminhando o relatório elaborado pelo mesmo e com o auxílio do Erick Bandeira.
Santa Cruz 1 x 1 Sport Árbitro: Sebastião Rufino Filho Assistente 1: Marlon Rafael Assistente 2: Bruno Chaves
1º tempo Aos 45 segundos, cartão amarelo p/ Sport. 4′ Dúvida na vantagem ou não, apito fraco 7′ Mal posicionado, bola bate no árbitro e gera ataque do Santa Cruz 8′ Copo arremessado no campo 13′ Cartão amarelo p/ o Santa Cruz 15′ Mão na bola sem cartão 19′ Marca falta equivocadamente, jogador do santa vai sozinho. 21′ Cartão amarelo para o Santa Cruz, que poderia ter sido evitado. Jogador joga a bola para cima de forma não acintosa 23′ Impedimento ajustado, corretamente marcado pelo AA2 25′ Controlou uma situação de princípio de conflito 27′ Pedra arremessada no campo 28′ Fez boa advertência verbal em dois jogadores… Preventiva 32′ Boa interpretação, não houve falta dentro das área penal 33′ Cartão amarelo bem aplicado para jogador do Santa Cruz 38′ Cartão amarelo bem aplicado para jogador do Sport 40′ Gol do Sport… Normal 44′ AA1 ajuda, marcando falta Deu 2 min de acréscimo. Pela quantidade de paralisações, poderia ter sido mais…
2° tempo No início do 2° tempo, expulsou os dois técnicos. Pelos acontecimentos narrados, sem necessidade 2′ Cartão amarelo por simulação para o N°11 (era o segundo cartão… expulso) 6′ Cartão amarelo para Sport por segurar 10′ Jogador do Santa Cruz chuta sem bola jogador do Sport. Seria cartão amarelo. 12′ Impedimento do ataque do Sport , concluído em gol. Correto 14′ Gol do Santa Cruz. Normal 19′ Defensor do Santa faz falta em atacante do Sport. Ataque promissor, para amarelo e o árbitro não dá. Goleiro do Santa reclama acintosamente e recebe o amarelo 25′ Impedimento bem marcado pelo AA1 30′ Impedimento bem marcado pelo AA1 36′ Impedimento bem marcado pelo AA2 37′ AA2 ajuda marcando falta 40′ Cartão amarelo para jogador do Santa Cruz. 42′ Demorou mais de um minuto para autorizar a cobrança de uma falta 43′ Demorou muito tempo para cobrar um tiro de canto 44′ Jogador do Santa Cruz, n°20 mata jogada de forma temerária e não recebe o cartão amarelo. 45′ Tempo de acréscimo de 4 min, compatível com as paralisações do 2° tempo
Partida de grau alto de dificuldade, com arbitragem boa, porém necessitando melhorar alguns aspectos, como:
1) Intensidade do som do apito; 2) Interpretação de faltas; 3) Posicionamento; 4) Dinamizar a reposição de bola; 5) Aplicação de alguns cartões; 6) Diferenciar uma reclamação de uma ofensa.
Assistentes: Estiveram em ótimo nível. Principalmente o AA2, que marcou corretamente um Impedimento muito ajustado.
4° Árbitro (Luiz Cláudio Sobral): Foi muito bem no controle das áreas técnicas.
Ao final da partida, não houve contestações das equipes. Deixando o estádio sem nenhum tipo de problema.