A um mês da Copa do Mundo, desta vez estamos atrasados até no jeitinho

Logotipos das Copa do Mundo de 1950 e 2014

Falta apenas um mês para a bola voltar a rolar na Copa do Mundo no Brasil, após 64 anos de espera. Em 12 de junho, a Seleção Brasileira fará a sua estreia conta a Croácia, diante de 60 mil torcedores em São Paulo. O fato de o jogo ser na Arena Corinthians é emblemático para a organização do torneio, no pior sentido. Mesmo com o orçamento estourado, chegando a R$ 1,1 bilhão, o estádio ainda não está pronto. A montagem dos vinte mil lugares provisórios segue em andamento, fora o trabalho de acabamento, interno e na cobertura. Não houve sequer um jogo-teste.

No sábado, foi realizada uma festa com ex-jogadores do Timão com 20 mil pessoas presentes. Nada muito diferente do que houve há um ano, na Arena Pernambuco, na partida de operários com sete mil pessoas no anel inferior. A pressa local era enorme para a Copa das Confederações. O apressado plano de mobilidade emperrou no evento-teste da Fifa, e o estádio ainda foi maquiado internamente, para encobrir áreas inacabadas. Voltando ao presente, a situação se estende aos outros cinco palcos programados para este ano. A Arena da Baixada, em Curitiba, quase foi cortada da lista. O estádio do Atlético Paranaense está num estágio ainda mais atrasado que São Paulo, aguardando a chegada de centenas de assentos O mesmo cenário aplicado em Cuiabá.

E assim caminha a “Copa das Copas”, já com um plano de divulgação do governo federal nas redes de televisão e rádio, mostrando um legado que dificilmente veremos durante o Mundial. Ao todo, o país teve 79 meses para se preparar. Faltando um, a situação é temerária na infraestrutura – como foi em 1950, em escala bem menor. Nunca se teve tanto tempo para organizar um torneio, nunca se gastou tanto. O investimento total, de acordo com a última revisão da matriz de responsabilidades, de 2013, é e R$ 25,6 bilhões, sendo R$ 17,6 bi em infraestrutura e R$ 8 bi nos doze estádios. O que faltou?

Competência e compromisso, o que falta em boa parte das grandes obras do país. Na base da burocracia, dos aditivos e da maquiagem, a Copa do Mundo vai sair. Um estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), encomendado pelo Ministério do Turismo, aponta um acréscimo de R$ 30 bilhões no produto interno bruto brasileiro por causa da Copa. A expectativa é de que 3,34 milhões pessoas assistam in loco às 64 partidas, atingindo a carga máxima. Prontas (algumas) e maquiadas (as demais), as arenas receberão festas há muito aguardadas pelos brasileiros, sem dúvida. Até a chegada no estádio, porém, será uma dura missão para cada um, com planos de mobilidade refeitos de última hora, justamente pela falta da estrutura prometida.

Em Pernambuco, a aposta era no sistema BRT (bus rapid transit), uma linha de ônibus expressa, complementar ao metrô já usado no estádio. Infelizmente, das 45 estações projetadas, apenas três (três!) devem ficar prontas em junho. Para melhorar o fluxo, somente torcedores com ingressos terão acesso. Dos 40.605 torcedores previstos em cada um dos cinco jogos na Arena, a expectativa é de que até 25 mil deles cheguem de metrô. O desembarque, porém, deve ser repartido entre as estações do Tip e Cosme e Damião, uma vez que a estação próxima ao estádio não foi construída para uma demanda deste tamanho. Quer exemplo maior sobre a falta de seriedade? Difícil mesmo é achar que tudo isso é culpa da Fifa, num discurso quase padrão.

Bem diferente do que se imaginava em 30 de outubro de 2007, quando o Brasil escolhido como país-sede, o Mundial será feito no jeitinho. E até para isso estamos atrasados. Falta um mês.

Classificação da Série A 2014 – 4ª rodada

Classificação da Série A 2014, na 4ª rodada. Crédito: Fifa

A primeira vitória do Sport como visitante no Brasileirão, no 1 x 0 sobre o Coritiba, valeu cinco colocação para o time na tabela, pulando do 10º para o 5º lugar.

Curiosamente, a única derrota leonina até após quatro rodadas foi justamente para o atual líder da competição, o Internacional, isolado na ponta. No próximo domingo, o clássico entre os clubes mais vencedores do Nordeste, Sport x Bahia. E valerá o G4…

A 5ª rodada do representante pernambucano
18/05 – Sport x Bahia (16h00)

Jogos no Recife pela elite: 4 vitórias leoninas, 4 empates e 6 derrotas.

No frio curitibano, a primeira vitória leonina longe da Ilha

Série A 2014, 4ª rodada: Coritiba x Sport. Crédito: JOKA MADRUGA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Buscando uma variação tática, Eduardo Batista bancou o Sport no 4-4-2 no Paraná. Logo fora de casa, tentou ser mais ofensivo. A falta de ímpeto contra o Inter, há uma semana, incomodou o treinador rubro-negro.

E o resultado veio, Coxa 0 x 1 Leão, com muita determinação e paciência.

O primeiro tempo do Sport foi de muita marcação neste domingo. Fechou bem os espaços e não passous sustos, apesar de ter errado alguns passes na saída de bola. Foram esses os momentos de maior tensão, e olhe lá.

No ataque, o volante Augusto César surpreendeu, aparecendo bastante. Inclusive, teve nos pés a melhor chance rubro-negra até então, num contra-ataque. Renan Oliveira (substituindo Ailton) passava livre pelo lado direito, mas resolveu arriscar de longe.

O pior momento veio na largada da etapa complementar. Numa falta grotesca de atenção de Renan, na meia lua, Alex aproveitou e bateu firme, com a bola explodindo no travessão.

Mas é preciso ressaltar que no frio curitibano o Sport não abdicou do ataque, apesar de uma quantidade sem fim de contra-ataques mal executados. Aos poucos, foi enxergando a possibilidade de vencer pela primeira vez como visitante nesta Série A.

E o gol saiu a cinco minutos do fim, numa bola parada. Neto Baiano bateu forte, no cantinho. O goleiro espalmou e Rithely, mais uma vez, apareceu como surpresa.

Um triunfo para deixar o time pernambucano em 6º lugar. Bom começo. Ainda assim, é preciso qualificar o elenco, justamente para consolidar o momento…

Série A 2014, 4ª rodada: Coritiba x Sport. Crédito: facebook.com/coritibaoficial

Antes tarde do que nunca, as despedidas oficiais de Leonardo e Kuki

Leonardo (Sport) e Kuki (Náutico), ex-ídolos do futebol pernambucano. Fotos: Sport/instagram, Gil Vicente e Heitor Cunha (ambos do DP/D.A Press) e arquivo pessoal/Kuki

Leonardo e Kuki marcaram época no futebol pernambucano.

No Sport, entre 1992 e 2000, o rápido e habilidoso Leonardo conquistou nove títulos, sendo o jogador com mais conquistas pelo clube. Marcou 136 gols, sendo 34 na Série A, tornando-se o terceiro maior artilheiro da história rubro-negra. Foi ídolo numa época de domínio leonino na região.

No Náutico, de 2001 a 2010, o raçudo Kuki mostrou um raro faro de gol. Já chegou experiente, mas fez história, vestindo a camisa vermelha e branca em 386 partidas, recorde do clube. Balançou as redes 179 vezes, com três títulos e três artilharias. Foi o símbolo do resgate alvirrubro, que vivia um enorme jejum.

Ambos encerraram as carreiras profissionais em 2010, Leonardo aos 36 anos e Kuki aos 39. Atuaram juntos somente num amistoso solidário, o Gol pela Vida.

Quatro anos depois, antes tarde do que nunca, os dois atacantes terão as suas despedidas oficiais dos gramados. Cada um na sua em 2014…

Na Arena Pernambuco, possível amistoso antes do Mundial, com Kuki. Na Ilha do Retiro, possível amistoso do Sport com Leonardo após a Copa do Mundo.

Jogos festivos, camisas exclusivas, placas especiais etc.

Na memória das duas torcidas rivais, golaços e mais golaços. Ao todo, foram 315 com as duas camisas. Rubro-negros e alvirrubros terão mais uma oportunidade de vibrar com os velhos ídolos. Mais um gol na conta?

Invadindo o campo para comemorar uma conquista, mas sabendo a hora de sair

Torcida do Manchester City comemora o título inglês de 2014. Crédito: ESPN/reprodução

O Manchester City comemorou o título de campeão inglês da temporada 2013/2014 em seu estádio, em grande estilo. Após a vitória sobre o West Ham por 2 x 0, na 38ª rodada da Premier League, a torcida invadiu o campo.

Não estava no script, mas não havia segurança suficiente para conter o público.

Foram milhares de torcedores no gramado, abraçando e erguendo os jogadores. Um festa espontânea, mas com um mínimo de organização, acredite.

Durou cerca dez minutos. Depois, todos voltaram para os seus lugares, para que o palco fosse armado para a entrega da taça. Pois é.

Torcida do Manchester City comemora o título inglês de 2014. Crédito: ESPN/reprodução

No Brasil, hoje, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva provavelmente aplicaria uma punição pesada. Ou, no mínimo, a cena iria a julgamento, como aconteceu com Náutico e Sport no acesso na Série B de 2011, quando as duas torcidas invadiram os Aflitos e o Serra Dourada. Por mais lúdico que os episódios tenham sido.

Falando nisso, vamos às imagens de três invasões clássicas no futebol pernambucano.

Momentos guardados nas grandes torcidas do estado, sem dúvida.

Sport, campeão brasileiro de 1987
O capitão rubro-negro, Estevam, recebeu a famosa taça das bolinhas já com a multidão no campo. Foi aberto o portão da geral da sede, com bandeiras sendo tremuladas no gramado, comemorando a vitória sobre o Guarani por 1 x 0. O comunicado da direção da CBF sobre o título oficial foi dado com a torcida ao lado.

Torcida do Sport comemora o título brasileiro de 1987, na Ilha do Retiro. Crédito: Youtube(Futuro Sport)/TV Jornal/SBT

Santa Cruz, campeão pernambucano de 1995
A torcida coral nem esperou o apito final do árbitro Wilson Souza. Com a vitória no jogo de ida e o 2 x 0 no Arruda, os primeiros tricolores pularam o canal aos 45 minutos do segundo tempo. Na invasão, teve jogador que saiu do campo de cueca, como o goleiro Marco Aurélio. Qualquer peça do uniforme era uma lembrança para o povão.

Torcida do Santa Cruz comemora o título pernambucano de 1995, no Arruda. Crédito: Youtube/Rede Globo Nordeste

Náutico, acesso à elite nacional em 2011
O empate em 2 x 2 com a Ponte Preta garantiu o vice da Série B ao Alvirrubro. Como o acesso havia sido conquistado na rodada anterior, fora de casa, a torcida festejou a volta ao Brasileirão, invadindo o campo dos Aflitos como há muito não se via. A festa já estava programada, com um palco atrás da barra, com show de Faringes da Paixão.

Torcida do Náutico comemora o acesso à Série A em 2011, nos Aflitos. Crédito: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

A 4ª classificação da Segundona 2014

Classificação da Série B 2014, na 4ª rodada. Crédito: Superesportes

Uma rodada nada boa para os pernambucanos…

A primeira derrota do Náutico na Serie B também tirou o time do G4, do 4º para o 8º lugar. A verdade é que nem mesmo o empate em Santa Catarina teria sido suficiente. Já o Joinville teve uma vitória dupla na semana. Além do 1 x 0 sobre o Timbu, ganhou ainda os pontos da estreia, mas por WO. A Lusa foi julgada e condenada por abandono de campo. Assim, o placar oficial foi de 3 x 0.

Enquanto isso, em São Lourenço, o Santa Cruz acumulou o quarto empate consecutivo. Não ganha na competição desde a edição de 2007. Caiu mais uma colocação, da 15ª para a 16ª. Pior. Um integrante do Z4, o Avaí, tem um jogo a menos.

A 5ª rodada dos representantes pernambucanos
17/05 – Náutico x Vasco (16h20)
170/05 – Icasa x Santa Cruz (16h20)

Um jogo da 4ª rodada, Sampaio Corrêa x Avaí, foi adiado por causa das fortes chuvas em São Luís.

Derrota cruel para o Alvirrubro em Santa Catarina, no finzinho

Série B 2014, 4ª rodada: Joinville 1x0 Náutico. Crédito: Jfacebook.com/JECoficial

O Náutico segurou o empate no interior catarinense até os 42 minutos do segundo tempo. Seria o terceiro ponto timbu como visitante em três apresentações. Seria.

Treinados interinamente por Sérgio China, após a saída de Lisca no episódio do táxi, os alvirrubros queriam dar uma resposta à torcida e ao próprio ex-treinador, possivelmente.

O time mostrou determinação, mas foi pressionado a tarde inteira neste sábado. Se em alguns momentos até se arriscou no ataque, como no Ceará – quando cedeu o empate também nos minutos finais -, na maior parte do tempo se garantiu nas boas defesas de Alessandro, sobretudo em lances com zagueiro Bruno Aguiar.

Foi assim até que o atacante Jael, numa boa fase depois de muito tempo, cobrou bem uma falta na entrada da área, Joinville 1 x 0. Agora, após três jogos fora de casa, dois pela Série B e um Copa do Brasil, a volta para casa.

Receberá o América de Natal, numa missão dificílima pela copa nacional, e o Vasco, ambos na Arena Pernambuco. O primeiro revés no Brasileiro, sem treinador, serve de lição ao novo técnico. É preciso cobrar atenção nos 90 minutos.

Série B 2014, 4ª rodada: Joinville 1x0 Náutico. Crédito: Jfacebook.com/JECoficial

Só na base do empate, o Santa não sobe na Série B

Série B 2014, 4ª rodada: Santa Cruz x Luverdense. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Quatro jogos, quatro empates. De fato, o Santa Cruz segue invicto na segunda divisão. Porém, o excessivo número de igualdades no placas vem mantendo o Tricolor numa zona perigosa da competição.

Sem decolar na classificação, só cresce a pressão por resultados (e reforços) nas repúblicas independentes. Mesmo com o clima de paz instaurado entre os 13 mil torcedores na Arena Pernambuco, no primeiro jogo com público após a morte no Arruda, a vaia surgiu após o apito final.

Santa 0 x 0 Luverdense. O contexto vai além desse resultado, pois o clube pernambucano disputou três partidas como mandante até aqui. Não por acaso, irá para um giro de duas partidas como visitante, contra Icasa e Oeste.

Atualmente, se encontra em 16º lugar, uma posição acima do Z4.

Neste sábado, a equipe de Sérgio Guedes não esteve bem, tentando bastante a ligação direta com Léo Gamalho. As melhores chances foram com Renan Fonseca e Carlos Alberto, acertando a trave. No fim, os corais ainda reclamaram de um pênalti não marcado em Léo Gamalho – o atacante recebeu amarelo por “simulação”.

É importante sempre pontuar, mas é possível buscar um pouquinho mais…

Série B 2014, 4ª rodada: Santa Cruz x Luverdense. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

A nova hashtag pedindo paz no futebol, ainda aguardando a política de segurança

Campanha da Arena Pernambuco pedindo paz nos estádios

O trabalho de conscientização no futebol do estado precisa ser permanente.

A Arena Pernambuco lançou neste 9 de maio a hashtag é #paznofutebol, visando o jogo Santa Cruz x Luverdense, o primeiro com a presença da torcida coral após o triste episódio na saída do estádio do Arruda.

Na ideia, o pedido pelo uso de camisas brancas nos jogos – curiosamente, o uniforme branco é o padrão reserva de Santa, Náutico e Sport.

Somente neste ano, esta é a segunda campanha com foco nas redes sociais. Em 22 de janeiro surgiu através da FPF a mensagem #paznosestádios.

O motivo também tinha sido um ato violento no futebol, com a briga de torcidas no jogo Botafogo x Sport, no Almeidão. Que não seja necessária uma terceira hashtag em 2014, até porque a questão é bem mais complexa, social.

É preciso que o poder público assuma de uma vez por todas a responsabilidade de uma política de segurança nos jogos de futebol no estado.

Suape na mira das bolas falsificadas da Copa e mapeada pela receita federal

Apreensão de bolas Brazucas falsificadas. Crédito: Receita Federal/divulgação

O fluxo de bolas falsificadas da Copa do Mundo passa por Suape…

Ou passaria pelo porto no Cabo de Santo Agostinho, para ser mais exato.

Em Santos, no processo de alfândega, um navio da China foi interceptado pela receita federal, que encontrou 3,8 mil bolas Brazuca, falsificadas.

Na mercadoria estavam 1.800 bolas do modelo Glider (R$ 69) e 2.000 do modelo Mini (R$ 39). Caso fossem originais, seriam avaliadas em R$ 202 mil.

O objetivo era abastecer o mercado “paralelo” do Nordeste durante o Mundial. Um navio caiu na malha fina. Será que outros passaram? Saberemos em junho.

Vale lembrar que a Glider é um modelo básico, mais voltado para “peladas”.

Já a réplica da bola produzida pela Adidas para a Copa do Mundo de 2014, a Brazuca Official Match Ball, conta com superfície sem costuras para trajetória e toque mais precisos, com o salgado preço de R$ 399.

Antes da Arena Pernambuco, algum modelo genérico pode surgir em Suape…