Os potes do sorteio do Nordestão 2015

Participantes da Copa do Nordeste de 2015 sobre foto do sorteio de 2014 (Ricardo Stuckert/CBF)

O sorteio da Copa do Nordeste de 2015 acontecerá em 18 de setembro, no Recife.

O evento será em uma casa de recepções na capital pernambucana, numa noite com a presença dos presidentes das nove federações regionais e dos vinte clubes participantes do próximo regional. José Maria Marin, presidente da CBF, deve participar da cerimônia, como ocorreu na temporada passada, em Salvador.

Em relação à composição dos grupos, há uma clara mudança na nova edição.

Com a ampliação do Nordestão de 16 para 20 equipes, o regulamento também foi modificado, agora com cinco grupos de quatro times. Passam às quartas de final os cinco líderes e os três melhores segundos colocados.

O sorteio volta a ser dirigido, com os participantes divididos em quatro potes, seguindo a versão vigente do ranking da CBF, divulgado em 13 de dezembro de 2013. Cada chave terá um time de cada pote, mantendo um equilíbrio técnico geral.

Curiosamente, no último pote estão cinco clubes que não pontuaram nacionalmente nos últimos cinco anos, como preza a lista da confederação brasielira.

A – Vitória (16º), Bahia (17º), Náutico (21º), Ceará (22º) e Sport (24º)

B – Fortaleza (35º), América-RN (36º), Salgueiro (47º), CRB (50º) e Sampaio Corrêa (53º)

C – Campinense (65º), Botafogo (77º), Confiança (87º), Coruripe (122º) e Moto Club (201º)

D – Globo (s/r), Piauí (s/r), River (s/r), Serrano (s/r) e Socorrense (s/r)

Qual seria o grupo mais difícil do Nordestão? E o mais fácil…?

O campeão terá vaga assegurada na Copa Sul-Americana de 2015.

Do Santa Rita ao Cruzeiro, as forças restantes na Copa do Brasil

Oitavas de final da Copa do Brasil de 2014

O caminho até o título da 26ª edição da Copa do Brasil está traçado.

A tabela a partir das oitavas da final foi definida em um sorteio na sede CBF, no Rio

Sete ex-campeões do torneio detêm 18 dos 25 títulos desde 1989, o que corresponde a 72% de todas as taças já erguidas.

Eis as melhores campanhas de cada time ainda na briga em 2014…

Do Cruzeiro, atual campeão brasileiro e líder novamente, ao Santa Rita, única equipe sem divisão na temporada. Mais democrático, impossível.

Campeões: Grêmio (4), Cruzeiro (4), Corinthians (3), Flamengo (3), Palmeiras (2), Santos (1) e Vasco (1)

Vices: Coritiba (2), Ceará (1), Botafogo (1) e Atlético-PR (1)

Semifinal: Atlético-MG (2)

Oitavas de final: ABC (2), Américan-RN (2), Santa Rita (1) e Bragantino (1)

Pitacos para as quartas de final:

Grêmio x Ceará, Cruzeiro x Vasco, Flamengo x Atlético-PR, Atlético-MG x Corinthians…

Concorda? Opine.

Rede wi-fi como adversária, numa briga do futebol contra o avanço tecnológico

Protesto da torcida do PSV contra o "wi-fi"

A torcida do PSV fez um protesto inusitado na abertura da liga holandesa.

Durante a goleada por 6 x 1 sobre o NAC Breda, a torcida exbiu uma faixa com a seguinte frase no Philips Stadion:

“Fuck wi-fi, support the team”.

Traduzindo, literalmente: “Foda-se o wi-fi, apoie o time”.

O argumento vem do fato de que de tão concentrados nos seus smartphones e tablets, os torcedores passam a ignorar a tensão em campo.

Curiosamente, neste mesmo mês o Manchester United proibiu no seu mítico estádio, o Old Trafford, o uso de iPads. No caso inglês, a medida é para que os aparelhos não atrapalhem a visão de outros espectadores.

Trazendo a discussão para Pernambuco, os palcos de alvirrubros, rubro-negros e tricolores também contam com wi-fi gratuito. Na Ilha – um dos primeiros do país com o serviço, desde julho de 2010 – e no Arruda, a queixa não é pela oferta, mas pela demanda limitada da rede. É comum, sobretudo no Mundão, a queda da conexão. Já na Arena, nem todos os setores foram contemplados, 3G das operadoras à parte. Porém, existe um plano de ampliação.

Disponibilizar internet para a torcida pode mesmo influenciar no comportamento do público nos jogos, considerando que muitos (brasileiros) contam com smartphones? Não creio que chegue a tanto, mas vale o debate…

Já existem termos pejorativos como “torcida de vôlei” e “torcida de shopping”, mas o que seria isso de fato? Neste quesito, destaca-se o amplo compartilhamento de textos e fotos a partir dos celulares, durante os jogos.

No processo de modernização do estádios – e a internet em banda larga à disposição faz parte -, a tendência é a ampliação do cenário. Os termos pejorativos aparecem mais como um choque ao avanço do que outra coisa…

Arena Pernambuco (Náutico e Sport)
Rede: itaipavaarena
Operadoras: Embratel e WorldNet
Área: anel inferior oeste e camarotes

Ilha do Retiro (Sport)
Rede: hotlink_sport
Operadora: Hotlink
Área: todos os setores

Arruda (Santa Cruz)
Rede: hotlink_santacruz
Operadora: Hotlink
Área: todos os setores

Qual é o seu grau de satisfação com a rede wi-fi no estádio do seu time? Você concorda com a postura dos torcedores do PSV?

Manchester United proibiu o uso de ipads no Old Trafford. Foto: Getty Images

Podcast 45 minutos (50º) – Jogos de Náutico e Sport e defesa tricolor

A nova edição do 45 minutos traz uma análise os jogos de Náutico (vitória) e Sport (empate) no Brasileiro, os gritos na arquibancada entre a Jovem e os sócios do Leão. E no Santa, onde está fundamentado o o ponto fraco no sistema defensivo?

O 50º podcast teve 1h17min de gravação. Estou na discussão com Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro.

Classificação da Série A 2014 – 15ª rodada

Classificação da Série A 2014, na 15ª rodada. Crédito: Superesportes

O Sport chegou a ficar seis jogos sem perder. Agora são três rodadas sem vencer. O time ainda mantém uma distância confortável sobre o Z4 (8 pontos), a queda de produção preocupa a médio prazo.

No G4, a composição segue a mesma há várias semanas, mas agora com uma ameaça real, com a evolução do São Paulo no campeonato. Na briga pelo título, polarização entre Cruzeiro e Inter? A conferir.

A 16ª rodada do representante pernambucano
20/08 – Sport x Palmeiras (19h30)

Jogos no Recife pela elite: 5 vitórias leoninas, 4 empates e 7 derrotas.

Falta ao Sport sair da obviedade ofensiva para enfim se recuperar na elite

Série A 2014, 15ª rodada: Sport 1x1 Atlético-PR. Foto: Edvaldro Rodrigues/DP/D.A Press

O Sport foi um time com intensidade no primeiro tempo contra o Atlético-PR. Teve volume de jogo sobretudo quando a bola passou nos pés do seu meio-campista, o estreante Régis, há algum tempo aguardado.

Um jogador rápido e que não parece buscar a obviedade sempre, como os dois pontas escalados, Felipe Azevedo e Érico Júnior. Ambos muito abertos, num esforço gigante para ir até a linha de fundo, mas sem qualidade na hora do último passe para Neto Baiano. Assim, o centroavante pouco fez, só o combate.

O gol paranaense anotado por Cléberson aos 25 minutos, subindo sozinho, não diminuiu o ímpeto da equipe, que empatou aos 40, num rebote de Régis.

Por que o texto se refere apenas ao primeiro tempo até aqui? Foi o único período em que o Leão realmente jogou futebol. Um lampejo de bom futebol.

Na segunda etapa, a partida caiu bastante, sem chances claras, com leoninos acertando os próprios leoninos nas finalizações e com a entrada do improdutivo Zé Mário no lugar do estreante, poupado de um maior desgaste.

Sem a mesma velocidade e criatividade, o jogou travou. Reconheço que o atleta se esforçou nesta noite, mas não foi suficiente. Era a volta da obviedade. O empate em 1 x 1 mantém o time entre os dez primeiros colocados, mas com a gordura sumindo numa dieta veloz. Já são três jogos sem vitória.

Os 14 mil torcedores presentes na Ilha neste domingo saíram pensando a mesma coisa. Quando Diego Souza vai estrear? E que é preciso render…

Série A 2014, 15ª rodada: Sport 1x1 Atlético-PR. Foto: Edvaldro Rodrigues/DP/D.A Press

Milhões de dívidas e dúvidas sobre a lei de responsabilidade fiscal do esporte

Reunião no Palácio do Planalto com 12 clubes das Séries A e B, em 28 de julho de 2014, para discutir um refinanciamento para as dívidas fiscais dos clubes. Foto: Stuckert Filho/PR/governo federal

A lei de responsabilidade fiscal do esporte, a LRFE, vem sendo tratada como “solução” para a saúde financeira dos clubes, num acordo de refinanciamento de dívidas tributárias em até vinte anos. Ainda não há um cronograma definido, mas a pauta deve ser votada em outubro na Câmara dos Deputados.

A dívida fiscal dos 25 maiores times do país passa de R$ 2,7 bilhões. Para tentar reduzir esse rombo, foram realizados dois encontros em julho. No dia 25, no Palácio do Planalto, em Brasília, 12 presidentes de clubes (entre eles Antônio Luiz Neto) se reuniram com a presidente da república, Dilma Roussef. No dia 28, na sede da CBF, no Rio, os mandatários dos 40 times das Séries A e B debateram sobre o mesmo tema com o presidente da entidade, José Maria Marin.

O sistema teria como contrapartida para aqueles que não cumprirem com a suas obrigações até a perda de pontos nos principais campeonatos de futebol e punição aos dirigentes. E a CBF poderia fiscalizar a lei.

As dívidas tributária dos grandes do Recife somam R$ 105,1 milhões.

Náutico – R$ 54,2 milhões
Santa Cruz – R$ 34,4 milhões
Sport – R$ 16,5 milhões

O blog realizou uma enquete para saber a opinião dos torcedores sobre o tema, de forma separada. Ao todo, foram 1.012 participações, com 610 votos a favor (60,27%) e 402 contrários à proposta (39,72%).

Você é a favor da criação da lei para renegociar as dívidas tributárias dos clubes brasileiros?

SportRubro-negro – 535 votos
Sim – 43,36%, 232 votos
Não – 56,63%, 303 votos

Santa CruzTricolor – 262 votos
Sim – 82,06%, 215 votos
Não – 17,93%, 47 votos

NáuticoAlvirrubro – 215 votos
Sim – 75,81%, 163 votos
Não – 24,18%, 52 votos

A 16ª classificação da Segundona 2014

Classificação da Série B 2014, na 16ª rodada. Crédito: Superesportes

Durante boa parte da segundona, o Náutico ficou com um jogo a menos na tabela. Agora é a vez do Santa Cruz, que perdeu a chance de se aproximar na 16ª rodada do G4, a zona de acesso à elite. Já o Alvirrubro se distanciou do Z4, onde havia um flerte perigoso. Fora de casa, venceu a Luverdense, dado um fôlego à campanha.

No G4, um carioca, um cearense, um mato-grossense e um catarinense.

A 17ª rodada dos representantes pernambucanos
19/08 – Náutico x Oeste (19h30)
19/08 – Sampaio Corrêa x Santa Cruz (19h30)

A tabela segue com um jogo a menos. Na 16ª rodada, devido à morte do ex-governador de Pernambuco, Santa x Bragantino foi adiado – e ainda sem data.

Uma tarde de obediência tática e vitória timbu em Cuiabá

Série B 2014, 16ª rodada: Luverdense 0x2 Náutico. Foto: CHICO FERREIRA/FUTURA PRESS

A goleada sofrida no clássico no Arruda e a derrota em casa no jogo adiado contra o Vasco abalaram bastante o ambiente do Náutico, tendo a troca de treinador como principal expoente da crise. Dado Cavalcanti chegou para ocupar o lugar de Sidney Moraes e treinou a equipe apenas duas vezes. Mesmo com um grupo bem limitado, num flerte enorme com o Z4, o treinador parece ter incutido no time um esboço de estratégia, de obediência tática.

Foi o que se viu em Cuiabá diante da Luverdense, que buscava fincar seu lugar no G4. Num sábado de bastante empenho – ainda de luto pela morte do torcedor ilustre e ex-governador do estado, Eduardo Campos -, o Náutico venceu por 2 x 0. Dado havia dito que conhecia mais a Luverdense que o próprio Alvirrubro. De fato.

Série B 2014, 16ª rodada: Luverdense 0x2 Náutico. Foto: CHICO FERREIRA/FUTURA PRESS

Ele montou o mesmo sistema defensivo da última partida. Do meio para frente, várias novidades, com Paulinho, Crislan e até a volta de João Ananias. Jogando de forma leve na Arena Pantanal – como indicava a escalação -, o Alvirrubro foi contra os prognósticos. Abriu o placar no primeiro tempo Crislan, lançado em velocidade e concluindo com categoria, se aproveitando de uma saída atrapalhada do goleiro. O Timbu teve uma saída de bola mais organizada, evitando a ligação direta, uma queixa recorrente até então.

A posse de bola era baixa (41%), mas se o adversário controlava a pelota, não soube pressionar. A tática timbu do contragolpe já era clara. Em vantagem, então, nem se fala. Aos 7 minutos, o time pernambucano praticamente matou o jogo em outra bola lançada, desta vez para Sassá, fazendo 2 x 0 e encaminhando uma tarde como há muito não se via entre os alvirrubros…

Série B 2014, Luverndese 0x2 Náutico. Foto: FPF/divulgação

Diego Souza e a engenharia financeira para ter um jogador acima da média

Camisa de Diego Souza no Sport em 2014. Crédito: divulgação

O salário de Diego Souza é o maior já pago no futebol pernambucano.

Sem uma confirmação oficial do clube, os valores mensais variam de R$ 300 mil a R$ 400 mil mensais. A enorme diferença é baseada na interpretação do bônus protocolado no contrato de empréstimo com o jogador, seu empresário, Eduardo Uram, e o Metalist, clube da Ucrânia.

Considerando o período de acordo, de apenas quatro meses, o investimento pelo futebol do meia-atacante oscila entre R$ 1,2 milhão e R$ 1,6 milhão. O recorde anterior havia sido em 2012, também na Série A e também em um articulador. No caso, Hugo, com R$ 200 mil por mês.

Nota-se uma clara diferença na postura econômica do clube nesses dois anos.

Na segurança no investimento, com garantias financeiras – o que levou Diego Souza a preterir Flamengo e Palmeiras na negociação -, e no já supracitado bônus. Tudo a partir de um plano de marketing e parceiros, claro.

O primeiro passo é o lançamento de uma camisa personalizada. No caso, com o “87” nas costas , o número de maior apelo no clube. Preço? R$ 200.

O uso da imagem do atleta segue – deverá ser assim até dezembro – para tentar impulsionar a campanha de sócios, uma receita flutuante.

A mídia em relação a Diego Souza é bem inferior a de Riquelme, não dá pra negar. Ainda assim, é viável a captação com o novo reforço, que chega ao clube com 29 anos, idade mais do que suficiente para atuar em alto nível.

Por sinal, espera-se que o desempenho em campo seja equiparado ao investimento, pois isso é essencial na venda de produtos oficiais e no fortalecimento do marketing, cumprindo a demanda extra do negócio.

Não há como dissociar. Esta é a engenharia financeira de uma contratação acima da média. E o sucesso da primeira empreitada é vital…