Sempre estive à frente, de 03/08/2008 até 28/03/2018.
De saída do Diario de Pernambucano, onde passei 14 anos da minha carreira, entrando como estagiário, quero agradecer a todos os leitores que fomentaram esse blog por tanto tempo. Período marcado por esforço, análises, discussões, levantamentos, rankings e, sobretudo, informação.
Os que chegaram há tempos e mesmo aqueles que viraram leitores por esses dias devem ter percebido que gosto de alguns dados para compor as postagens. Portanto, seguem números finais deste blog…
10.405 posts publicados
61.041 comentários aprovados
19.431 imagens cadastradas
16.975.441 visualizações, de 6.075, no primeiro mês, ao auge, com 512.233
Sobre um blog futuro, ainda irei pensar nisso. Até lá, podem seguir o meu trabalho no twitter (@cassito_z), no facebook (blogdecassiozirpoli) e também no projeto do podcast 45 Minutos (podcast45minutos.com.br).
Campeã olímpica em 2016, a seleção brasileira masculina de vôlei agendou dois amistosos em estádios de futebol. As quadras foram montadas bem no meio dos gramados, com adesão massiva da torcida. As duas apresentações, em Curitiba e Brasília, foram vistas por 75 mil pessoas. Levaram um pouco do conceito multiuso à Arena da Baixada, está já com uma edição do UFC neste ano, e ao Mané Garrincha. Especificamente sobre o vôlei, não foi a primeira vez.
Em 1983, no velho Maracanã, quase cem mil pessoas encararam a chuva para assistir à vitória da seleção, então vice mundial, sobre os soviéticos, campeões mundiais e olímpicos. A curiosidade é que o “Grande Desafio” foi marcado para 17 de julho por ser um período sem chuvas no Rio. Porém, choveu tanto que o jogo foi adiado por nove dias. E teve água do mesmo jeito, com os jogadores enxugando a quadra em alguns momentos. Ainda assim, a melhor assistência da modalidade foi estabelecida. Idem com o futsal no Mané Garrincha.
Abaixo, relembre algumas adaptações em estádios brasileiros, todas em arenas pós-Copa 2014. No fim, o recorde nos Estados Unidos, com o hóquei sobre o gelo num estádio de futebol americano. Apesar do clima, com neve e termômetro na casa de -10ºC, o “Winter Classic” foi um sucesso absoluto.
No cenário local, a Arena Pernambuco ainda não recebeu seleções brasileiras de modalidades distintas. No máximo, abriu espaço ao futebol americano, com 7.056 espectadores em Recife Mariners 12 x 38 João Pessoa Espectros
Qual esporte, à parte do futebol, você gostaria de ver num estádio do Recife?
Vôlei
95.887 (Maracanã 1983, Brasil 3 x 1 União Soviética). Recorde mundial
40 mil (Mané Garrincha 2016, Brasil 3 x 1 Portugal)
35 mil (Arena da Baixada 2016, Brasil 3 x 0 Portugal)
Futsal
56.483 (Mané Garrincha 2014, Brasil 4 x 1 Argentina). Recorde mundial
11.444 (Castelão 2015, Brasil 2 x 1 Portugal)
MMA
45.207 (Arena da Baixada 2016, UFC 198)
Hóquei sobre o gelo
105.491 (Michigan, em 2014: Toronto Maple Leafs 3 x 2 Detroit Red Wings)
Anualmente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulga a estimativa populacional do Brasil, com dados nacionais, estaduais e municipais. O quadro demográfico é sempre fechado em julho e publicado no Diário Oficial da União no fim de agosto. O levantamento do IBGE em 2016 indica que somos 206 milhões de brasileiros. A cada atualização, o blog tem o hábito de cruzar os dados com os mais recentes percentuais de torcidas dos clubes locais, mensurados por institutos privados, como Ibope e Datafolha, por exemplo.
Nesta postagem, trago quatro cenários de interesse para o nosso futebol, com Recife, Grande Recife, Pernambuco e Brasil. Caruaru, Goiana e Salgueiro, mapeados pelo Plural Pesquisa, também entraram na conta. As diferenças nos índices podem ser explicadas tanto pela margem de erro de cada estudo quanto pelas amostragens (quanto mais gente ouvida, teoricamente melhor). Em relação à época da publicação original, o percentual mais defasado, hoje, é justamente o de Pernambuco, com entrevistas realizadas ainda no fim de 2013. Já são quase três anos sem uma nova pesquisa que contorne o estado.
Lembrando que o IBGE jamais mensurou o tamanho das torcidas dos clubes brasileiros. E provavelmente seguirá assim no próximo censo oficial, em 2020…
Abaixo, as três maiores torcidas nos cenários e os pernambucanos presentes.
Brasil (206.081.432 habitantes)
Paraná Pesquisas 2016*
Período: março e abril de 2016
Público: 4.066 entrevistados (214 municípios)
Margem de erro: 1,5%
1º) Flamengo – 16,5% (34.003.436)
2º) Corinthians – 13,6% (28.027.074)
3º) São Paulo – 7,9% (16.280.433)
14º) Sport – 1,5% (3.091.221) * O instituto divulgou os dados dos 14 primeiros. Náutico e Santa não figuraram.
Pernambuco (9.410.336 habitantes)
Ibope 2014
Período: 05/12/2013 a 14/02/2014
Público: 300 entrevistados (nº de municípios não divulgado)
Margem de erro: 1,0%
Foram inúmeras competições em 42 modalidades olímpicas, durante duas semanas, com exibição completa para o país, via Sportv. Mesmo assim, a maior audiência dos Jogos Olímpicos de 2016 na televisão brasileira foi justamente a cerimônia de abertura. O evento no Maracanã, com quase quatro horas de duração, foi assistido por 28 milhões de pessoas, considerando as quinze maiores regiões metropolitanas do país*, incluindo o Recife, num levantamento do Kantar Ibope Media a partir da audiência de todos os oito canais que exibiram a Olimpíada no país. Tanto na tevê aberta (Globo, Band, Record e Record News) e tevê paga (Sportv, ESPN, Bandsports e Fox Sports).
A abertura foi acompanhada por 41% de todos os telespectadores mapeados, ou seja, um universo de 68 milhões. O percentual de televisões ligadas na festa no Rio atingiu 74% das casas, ou 17,8 milhões de domicílios.
Sobre a audiência recorde:
38% – Classes A/B (10,64 milhões)
48% – Classe C (13,44 milhões)
14% – Classes D/E (3,92 milhões)
À parte da abertura, realmente muito aguarda e bem executada, a maior audiência esportiva acabou sendo a decisão do torneio de futebol masculino, no mesmo Maracanã. Na reta final da tensa partida entre brasileiros e alemães, o narrador Galvão Bueno chegou a dizer que aquela era a maior audiência da Globo em um jogo da Seleção em anos. Considerando o “plural”, a declaração englobaria até as partidas da Copa do Mundo de 2014, também no país.
Com quase 26 milhões de telespectadores, o jogo foi um dos poucos eventos exibidos simultaneamente pelos oito canais com direitos de transmissão. Ao todo, 17 milhões de casas sintonizaram no jogo – a gritaria na vizinhança após o pênalti convertido por Neymar foi um bom indicativo disso. No ranking de audiência – abaixo, os dados divulgados pela consultoria -, é preciso destacar que o horário noturno é, de forma recorrente, o de maior audiência, com a maioria das pessoas em casa, superando o horário da tarde (trabalho e escola).
* Através do peoplemeter, aparelhos utilizados desde 1996, a Kantar Ibope mensura, hoje, a audiência em tempo real nas seguintes metrópoles: Belém, Belo Horizonte, Campinas, Curitiba, Brasília, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória
Os 43 eventos de maior audiência nas 15 maiores regiões metropolitanas** 1º) 05/08 – 28,0 milhões, Cerimônia de Abertura
2º) 20/08 – 25,7 milhões, Brasil (5) 1 x 1 (4) Alemanha (futebol masculino, final)
3º) 21/08 – 24,2 milhões, Cerimônia de Encerramento
4º) 12/08 – 22,5 milhões, Brasil (7) 0 x 0 (6) Austrália (futebol feminino, quartas)
5º) 10/08 – 21,1 milhões, Brasil 4 x 0 Dinamarca (futebol masculino, 1ª fase)
6º) 16/08 – 21,0 milhões, Brasil 2 x 3 China (vôlei feminino, quartas)
7º) 13/08 – 20,4 milhões, Brasil 2 x 0 Colômbia (futebol masculino, quartas)
8º) 10/08 – 19,3 milhões, ginástica (individual geral, masculina)
9º) 08/08 – 19,0 milhões, ginástica (equipes, masculina)
9º) 16/08 – 19,0 milhões, Brasil (3) 0 x 0 (4) Suécia (futebol feminino, semi)
11º) 07/08 – 18,8 milhões, Brasil 0 x 0 Iraque (futebol masculino, 1ª fase)
12º) 04/08 – 18,7 milhões, Brasil 0 x 0 África do Sul (futebol masculino, 1ª fase)
13º) 17/08 – 18,4 milhões, Brasil 3 x 1 Argentina (vôlei masculino, quartas)
14º) 17/08 – 18,0 milhões, Brasil 2 x 0 EUA (vôlei de praia feminino, semi)
14º) 19/08 – 18,0 milhões, Brasil 3 x 0 Rússia (vôlei masculino, semifinal)
14º) 21/08 – 18,0 milhões, Brasil 3 x 0 Itália (vôlei masculino, final)
17º) 11/08 – 17,5 milhões, Brasil 1 x 3 EUA (vôlei masculino, 1ª fase)
18º) 17/08 – 17,0 milhões, Brasil 6 x 0 Honduras (futebol masculino, semi)
19º) 16/08 – 16,5 milhões, Robson Conceição (boxe, final)
20º) 11/08 – 16,2 milhões, ginástica (individual geral, feminina)
21º) 15/08 – 16,0 milhões, Brasil 3 x 1 França (vôlei masculino, 1ª fase)
22º) 19/08 – 15,9 milhões, Brasil 1 x 2 Canadá (futebol feminino, pelo bronze)
23º) 15/08 – 15,7 milhões, Thiago Braz (salto com vara, ouro)
24º) 14/08 – 14,5 milhões, Brasil 3 x 0 Rússia (vôlei feminino, 1ª fase)
25º) 15/08 – 14,0 milhões, Brasil 34 x 32 Polônia (handebol masculino, 1ª fase)
26º) 14/08 – 13,6 milhões, Usain Bolt (100m livres, final)
27º) 16/08 – 13,5 milhões, Brasil 2 x 1 Holanda (vôlei de praia masculino, semi)
28º) 13/08 – 13,4 milhões, Brasil 27 x 27 Egito (handebol masculino, 1ª fase)
29º) 14/08 – 12,8 milhões, Diego Hypólito e Arthur Nory (ginástica, solo)
30º) 15/08 – 12,4 milhões, Arthur Zanetti (ginástica, argolas)
31º) 17/08 – 11,7 milhões, ginástica (evento de gala)
32º) 16/08 – 11,5 milhões, Brasil 0 x 2 Alemanha (vôlei de praia feminino, semi)
33º) 17/08 – 11,0 milhões, Brasil 0 x 2 Alemanha (vôlei de praia feminino, final)
34º) 15/08 – 10,0 milhões, Flávia Saraiva (ginástica, barra de equilíbrio)
35º) 18/08 – 9,5 milhões, Brasi 2 x 0 Itália (vôlei de praia masculino, final)
36º) 12/08 – 9,3 milhões, Robson Conceição (boxe, quartas)
37º) 19/08 – 8,2 milhões, ginástica rítmica
38º) 12/08 – 7,8 milhões, Rafael Silva (judô, decisão do bronze)
39º) 18/08 – 7,0 milhões, Martine Grael e Kahena Kunze (vela, última regata)
40º) 18/08 – 6,6 milhões, saltos ornamentais
41º) 19/08 – 4,5 milhões, canoagem masculina
42º) 18/08 – 4,0 milhões, nado sincronizado
43º) 18/08 – 3,8 milhões, atletismo
** Dados da abertura e dos eventos entre os dias 4 e 21 de agosto
O histórico brasileiro de multimedalhistas olímpicos é escasso. Ainda que tenha começado bem, com os atiradores Guilherme Paraense e Afrânio da Costa ganhando duas medalhas, cada, no idos de 1920, em Antuérpia. Depois, o país esperou 76 anos até que um representante repetisse o feito nos Jogos Olímpicos, com o nadador Gustavo Borges. Cielo, também da natação, fez o mesmo em Beijing. Sempre com duas medalhas. Parecia cabalístico. Até surgir Isaquias Queiroz, em 2016, numa modalidade sem resultados até então.
Na canoagem, o baiano de Ubaiataba foi ao pódio nas três provas que disputou na Lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul do Rio de Janeiro. Começou com a prata no C1 1.000m. Seguiu com um bronze emocionante no C1 200m, quando “empurrou” a canoa a centímetros da linha de chegada. Por fim, em parceria com Erlon de Souza, remou na C2 1.000m e ganhou mais uma prata. Recorde.
Além de se tornar o primeiro atleta brasileiro com três medalhas em uma mesma Olimpíada, logo como estreante, Isaquias já é um dos 15 maiores medalhistas do país somando todas as participações. Até então, apenas nomes da vela, vôlei, natação e hipismo. Tendo iniciado a prática da modalidade em 2005, o canoísta tem apenas 22 anos, com a perspectiva de evolução técnica e física para até dois ciclos olímpicos, em 2020 e 2024. Caminho aberto para ser o maior medalhista do país em todos os tempos? Parece bem plausível…
Eis os maiores multimedalhistas olímpicos do Brasil:
Em uma Olimpíada 3 – Isaquias Queiroz (2016, canoagem), 2 pratas e 1 bronze 2 – Guilherme Paraense (1920, tiro), 1 ouro e 1 bronze 2 – César Cielo (2008, natação), 1 ouro e 1 bronze 2 – Afrânio da Costa (1920, tiro), 1 prata e 1 bronze 2 – Gustavo Borges (1996, natação), 1 prata e 1 bronze
Somando todas Olimpíadas* 5 – Robert Scheidt (vela), 2 ouros, 2 pratas e 1 bronze 5 – Torben Grael (vela), 2 ouros, 1 prata e 2 bronzes 4 – Serginho (vôlei), 2 ouros e 2 pratas
4 – Gustavo Borges (natação), 2 pratas e 2 bronzes 3 – Marcelo Ferreira (vela), 2 ouros e 1 bronze 3 – Dante (vôlei), 1 ouro e 2 pratas 3 – Giba (vôlei), 1 ouro e 2 pratas 3 – Rodrigão (vôlei), 1 ouro e 2 pratas
3 – Bruno (vôlei), 1 ouro e 2 pratas 3 – Ricardo (vôlei de praia), 1 ouro, 1 prata e 1 bronze
3 – Emanuel (vôlei de praia), 1 ouro, 1 prata e 1 bronze 3 – Rodrigo Pessoa (hipismo), 1 ouro e 2 bronzes 3 – Fofão (vôlei feminino), 1 ouro e 2 bronzes 3 – César Cielo (natação), 1 ouro e 2 bronzes 3 – Isaquias Queiroz (canoagem), 2 pratas e 1 bronze
* Atualizado após a edição do Rio
O pugilista Robson Conceição conquistou a primeira medalha de ouro da história do boxe brasileiro. Na categoria até 60 quilos, ou “peso ligeiro”, o baiano venceu o francês Oumiha, diante de uma plateia ensandecida na arena do Rio Centro, e colocou a sua modalidade no rol dos esportes com títulos olímpicos do Time Brasil. O boxe tornou-se a 10ª modalidade dourada, numa série iniciada em 1920, com Guilherme Paraense no Tiro, na prova de pistola rápida.
Em 2016, das 42 modalidades instituídas pelo Comitê Olímpico Internacional, o Brasil teve representantes em 39, com o boxe seguindo fase a fase a partir dos socos cruzados, jabs e ganchos de Robson, de 27 anos e em sua terceira Olimpíada. Após eliminações precoces em Beijing e Londres, ele manteve o foco, o sonho. E venceu de forma incontestável as quatro lutas no Rio de Janeiro, com a última já ao vivo em tevê aberta para todo o país.
Até esta jornada, o boxe do país somava quatro medalhas, sendo uma prata e três bronzes. O primeiro pódio foi em 1968, na Cidade do México, com Servílio de Oliveira, terceiro lugar no peso mosca. Desta vez, a bandeira ficou no alto!
Campanha do título olímpico de Robson Conceição em 2016 Oitavas – Anvar Yunusov (Tadjiquistão) Quartas – Hurshid Tojibaev (Uzbequistão) Semifinal – Lázaro Álvarez (Cuba) Decisão – Sofiane Oumiha (França)
A primeira participação do Brasil na Olimpíada foi em 1920. E já estreou com o ouro. Porém, só voltaria ao degrau mais alto 32 anos depois, com Adhemar Ferreira da Silva. Após o bi no salto triplo, um novo hiato, de 24 anos. A partir de 1980, o ouro tornou-se recorrente, mas sempre em doses homeopáticas. Foram dez edições desde então, com apenas uma Olimpíada em branco, em 2000. Nas últimas quatro o país conquistou títulos olímpicos em modalidades inéditas, duas delas improváveis para o histórico desportivo do país, hipismo e ginástica. O boxe, de Éder Jofre e Popó, não. Esse era, há muito, aguardado…
O primeiro ouro brasileiro em cada modalidade 1º) Tiro – 1920 2º) Atletismo – 1952 3º) Vela – 1980 4º) Judô – 1988 5º) Vôlei – 1992 6º) Vôlei de praia – 1996 7º) Hipismo – 2004 8º) Natação – 2008 9º) Ginástica – 2012 10º) Boxe – 2016
Todas as medalhas de ouro do Time Brasil 1920 – Tiro (1ª) 1952 – Atletismo (1ª) 1956 – Atletismo (2ª) 1980 – Vela (1ª) e Vela (2ª) 1984 – Atletismo (3ª) 1988 – Judô (1ª) 1992 – Judô (2ª) e Vôlei (1ª) 1996 – Vela (3ª), Vela (4ª) e Vôlei de praia (1ª) 2004 – Vela (5ª), Hipismo (1ª), Vela (6ª), Vôlei de praia (2ª) e Vôlei (2ª) 2008 – Atletismo (4ª), Natação (1ª) e Vôlei (3ª) 2012 – Judô (3ª), Ginástica (1ª) e Vôlei (4ª) 2016 – Judô (4ª), Atletismo (5ª) e Boxe (1ª)
Os sete dias de disputas no judô na Arena Carioca renderam três medalhas olímpicas para os brasileiros. Ouro inédito para Rafaela Silva (leve) e bronze com Mayra Aguiar (meio pesado) e Rafael Silva (pesado), que repetiram a terceira colocação em Londres. Há quatro anos, o país subiu quatro vezes no pódio, em seu melhor desempenho. No Rio, esperava-se um rendimento maior, pelo fator casa (importante nos quatros títulos obtidos nos Mundiais de 2007 e 2013) e pelo investimento no ciclo. A modalidade, aliás, era considerada uma das principais fontes de medalhas para o COB, na busca pelo top ten no quadro geral dos Jogos de 2016. Com o time completo, o rendimento de medalhas foi de 21%. Dos outros onze judocas, apenas Erika Miranda e Mariana Silva chegaram a lutar por medalha, com os demais caindo nas fases preliminares.
Em 52 anos de participação, o Brasil conquistou 22 medalhas, sendo 4 ouros, 3 pratas e 15 bronzes. Uma história iniciada por Lhofei Shiozawa, o solitário representante em 1964, em Tóquio, quando o judô entrou no programa olímpico – no Japão, os donos da casa inciaram um domínio absoluto, hoje com 37 ouros. O brasileiro, então com 23 anos, terminou em 5º lugar na categoria até 80 quilos. Depois, os pódios foram recorrentes, começando com o bronze de Chiaki Ishii em 1972, em Munique. A partir de 1984, o judô brasileiro emplacou uma série, ainda vigente, com nove edições presente no pódio.
Naturalmente, a equipe brasileira foi crescendo, técnica e numericamente, com a participação feminina, preenchendo cada vez mais categorias. Até completar, via ranking, a lista de pesagem. Em 2012 e 2016 o Brasil competiu nas 14 categorias, sendo sete masculinas e sete femininas. Que a esperança nos tatames se renove em 2020. Novamente em Tóquio, a meca da arte marcial…
Estatísticas do judô brasileiro nos Jogos Olímpicos…
A Olimpíada foi criada na Grécia em 776 antes de Cristo. De quatro em quatro anos, com corrida, luta, salto, arremesso de disco, pentatlo, corrida de bigas, entre outras provas exóticas. O campeão ganhava uma guirlanda e a honra de virar estátua na mítica cidade de Olímpia, numa tradição que superou mil anos. Nos Jogos da Antiguidade, o maior vencedor foi Leônidas de Rodes. Em provas individuais, ganhou 12 coroas de louros. Dos 24 aos 36 anos, ele foi imbatível em três tipos de corridas. No estádio, contra vinte competidores, ganhou as provas de uma e duas voltas. Ainda havia uma sui generis, a hoplitódromo, tendo que correr com um elmo e segurando um escudo de ferro.
Antes dele, o recorde era de três coroas em uma prova, o stadion, a primeira e mais importante corrida, com Chionis de Sparta (664 a.C., 660 a.C., 656 a.C.), Astyalus de Crotone (488 a.C., 484 a.C. e 480 a.C.) e Crisson de Himera (448 a.C., 444 a.C. e 440 a.C.). A Era Antiga dos Jogos acabou em 393, por decisão do imperador romano Teodósio I, convertido ao cristianismo. Seguiu assim até 1896, quando a Era Moderna foi iniciada, outra vez na Grécia. Nada de guirlandas, mas medalhas douradas aos campeões das tantas modalidades formuladas desde então. Com o homem desafiando o seu limite, recordes foram caindo. Exceto o de Leônidas. Essa marca, levantada pelo olympstats.com e publicada pelo jornal The Washington Post, já durava 2.168 anos.
Tão veloz quanto, mas na água, Michael Phelps agigantou a sua lenda ao registrar 1 minuto, 54 segundos e 66 centésimos nos 200 metros medley. Num mar de medalhas, com 26 ao todo, sendo 22 de ouro, esta foi a sua 13ª vitória individual. No um contra um, como havia sido com Lêonidas, tetracampeão nos primórdios descritos como contos, Phelps tornou-se o primeiro nadador com quatro ouros numa prova individual. Ao vivo para o mundo inteiro, o americano unificou as eras Antiga e Moderna em torno de uma verdade: é o maior.
Lêonidas de Rodes (corredor grego, 12 guirlandas individuais) 164 a.C. – stadion (180 metros), diaulos (360 metros) e hoplitodromos 160 a.C. – stadion (180 metros), diaulos (360 metros) e hoplitodromos 156 a.C. – stadion (180 metros), diaulos (360 metros) e hoplitodromos 152 a.C. – stadion (180 metros), diaulos (360 metros) e hoplitodromos
Michael Phelps (nadador norte-americano, 13 ouros individuais) 2004 – 400m medley, 100m borboleta, 200m borboleta, 200m medley 2008 – 400m medley, 200m livre, 100m e 200m borboleta, 200m medley 2012 – 200m medley, 100m borboleta 2016 – 200m borboleta, 200m medley
Com a transmissão de todas as competições nas 42 modalidades, o Sportv anunciou a “maior cobertura da história da Olimpíada” no Rio de Janeiro. Com 56 canais, sendo 16 na tevê a cabo e 40 na internet, a emissora agendou 100% do evento. Para dar conta, escalou 35 narradores e 110 comentaristas. A oferta ao vivo foi tão intensa que acabou sendo difícil para o telespectador se concentrar em um canal, com “queixas” nas redes sociais. A cobrança deu certo, tanto que, no 6º dia, o Sportv passou disponibilizar um mosaico com 16 canais – até então, os mosaicos contavam com no máximo quatro telas, durante o Campeonato Brasileiro de futebol. Essa macro transmissão contrasta frontalmente com a primeira Olimpíada exibida ao vivo na televisão, há 80 anos.
Em Berlim, no evento-propaganda de Hitler, as principais provas passaram num circuito fechado do governo e em 25 auditórios públicos, com telões especiais. Segundo o Comitê Olímpico Internacional (COI), 162.228 pessoas assistiram à transmissão, espalhada em três cidades. Além da capital, Potsdam (a 35 km) e Leipzig (a 189 km) também receberam as imagens, via cabo. A equipe técnica usou 21 câmeras, com tecnologia bem distinta – uma delas tinha 1,82 cm. Na primeira Olimpíada após a Segunda Guerra Mundial, em Londres, em 1948, a transmissão começou efetivamente para as casas. Eram 60 mil aparelhos num raio de 80 quilômetros da cidade-sede. Da abertura ao encerramento foram quase quatro horas diárias, sempre ao vivo em Wembley (não havia videotape), o dobro do planejado pela British Broadcasting Corporation, a BBC.
A exibição dos Jogos deu um grande salto em 1968, na Cidade do México, após a utilização de satélites, quebrando todas as fronteiras. Foram 600 milhões de telespectadores, naquele ano, com alguns países recebendo imagens coloridas. O Brasil só entraria no circuito na edição seguinte, quando a Rede Globo adquiriu os direitos, com Léo Batista lendo os boletins no fim da noite. Em Munique sugiram inovações como slow motion e câmeras debaixo d´água, tendo como astro o norte-americano Mark Spitz, com sete ouros nas piscinas. Após a disputa política nos Jogos de 1980 (boicote capitalista) e 1984 (boicote comunista), os valores dos direitos de transmissão subiram bastante, com vendas separadas, sendo o mercado norte-americano sempre o mais caro.
A partir de 2001, mesmo com a negociação retalhada, a Olympic Broadcasting Services (OBS) passou a ser a única produtora de imagens. Ligada ao COI, a empresa tornou-se responsável por toda a cobertura oficial dos eventos, descontando entrevistas em zonas mistas. Nesse período, as inovações foram marcadas pela reproduções de imagens (ao vivo) em alta definição, três dimensões e via mobile. Por sinal, a transmissão na internet (celulares, tablets e computadores) passou de 628 milhões de “video streams” em Beijing para 1,5 bilhão em Londres, que recebeu o evento pela terceira vez.
Evolução até o Rio, num alcance olímpico como nunca se viu…
Evolução da transmissão olímpica na TV 1904 – Primeira gravação, com frames do estádio de Saint Louis no cinema 1936 – Primeira transmissão ao vivo, em circuito fechado para três cidades 1948 – Primeira transmissão ao vivo na tv aberta, para Londres 1956 – Primeira transmissão internacional, com filmes (Europa e EUA) 1960 – Primeira transmissão internacional ao vivo, para 18 países 1964 – Primeira transmissão internacional via satélite (chegou aos EUA) 1968 – Primeira transmissão em cores 1972 – Primeira transmissão para o Brasil 1976 – Primeira transmissão com “cameraman” nas provas 1992 – Primeira vez com pay-pew-view, nos EUA 2004 – Primeira transmissão em alta definição (HD) 2008 – Primeira transmissão em plataformas mobile 2012 – Primeira transmissão ao vivo em 3D 2016 – Primeira transmissão 100% de um canal* * Através do sinal produzido pela Olympic Broadcasting Services (OBS)
Tempo de exibição (horas acumuladas por canal) 1936 – 72 horas, governo alemão 1948 – 64 horas, BBC (Inglaterra) 1984 – 184 horas, ABC (Estados Unidos) 2000 – 400 horas, NBC (Estados Unidos) 2016 – 4.000 horas, Sportv (Brasil)
Audiência global 1936 – 162 mil 1948 – 500 mil 1968 – 600 milhões 1984 – 2,5 bilhões 1992 – 3,5 bilhões 2000 – 3,6 bilhões 2004 – 3,9 bilhões 2008 – 3,6 bilhões 2012 – 3,6 bilhões
Direitos de transmissão (da maior emissora) 1948 – £ 1.000 (BBC, Inglaterra) 1960 – US$ 394 mil (CBS, Estados Unidos, por videotapes) 1980 – US$ 87 milhões (USSR State TV, União Soviética) 1984 – US$ 225 milhões (ABC, Estados Unidos) 1988 – US$ 398 milhões (NBC, Estados Unidos)
2004 – US$ 793 milhões (NBC, Estados Unidos) 2024-2032 – US$ 7,65 bilhões (NBC, Estados Unidos)
A previsão de medalhas elaborada pela revista Sports Illustrated na edição que antecede a Olimpíada já tornou-se tradicional mundo afora. Trata-se de uma análise de desempenho de todos os países em todas as competições realizadas nos Jogos. O blog levantou a estimativa feita pela publicação norte-americana para o Time Brasil nas últimas cinco edições. Considerando todas as opções possíveis (ouro, prata, bronze e total), apenas uma projeção bateu, com as 15 medalhas conquistadas na China. De 2000 a 2012, a magazine contabiliza um “saldo negativo” de onze ouros em relação às estimativas.
Sobre 2016, o exercício de futurologia da SI apontou 20 medalhas para a delegação brasileira, tendo o fator casa como importante para a avaliação. Apesar do número recorde de pódios, o país ficaria fora do top ten, a obsessiva meta estipulada pelo COB. No quadro geral, a vitória no Rio de Janeiro seria dos Estados Unidos, com 45 ouros, 34 pratas e 39 bronzes, ou 118 no total.
Abaixo, as projeções da revista e a realidade sobre o desempenho brazuca…
2016 – Rio de Janeiro Previsão: 6 ouros, 4 pratas e 10 bronzes (20 medalhas) Favoritos ao ouro: Erlon Souza/Isaquias Queiroz (canoagem), Martine Grael/Kahena Kunze (vela), futebol masculino, vôlei masculino, Alisson/Bruno (vôlei de praia) e Talita/Larissa (vôlei de praia)
2012 – Londres Previsão: 8 ouros, 4 pratas e 12 bronzes (24 medalhas) Favoritos ao ouro: César Cielo (natação), Robert Scheidt/Bruno Prada (vela), Diego Hypólito (ginástica), Éverton dos Santos (boxe), futebol masculino, Sarah Menezes (judô), Juliana e Larissa (vôlei de praia) e vôlei feminino
Resultado: 3 ouros, 5 pratas e 9 bronzes (17 medalhas) Ouro: vôlei feminino, Sarah Menezes (judô) e Arthur Zanetti (ginástica)
Saldo: -5 ouros, +1 prata, -3 bronzes (-7 medalhas)
Entre os campeões, a revista acertou Sarah Menezes e vôlei feminino
2008 – Beijing Previsão: 5 ouros, 3 pratas e 7 bronzes (15 medalhas) Favoritos ao ouro: Maurren Maggi (atletismo), vôlei masculino, vôlei feminino, Diego Hypólito (ginástica) e Tiago Camilo (judô)
Resultado: 3 ouros, 4 pratas e 8 bronzes (15 medalhas) Ouro: Vôlei feminino, Maurren Maggi (atletismo) e César Cielo (natação)
Saldo: -2 ouros, +1 prata, +1 bronze (acertou o total de medalhas)
Entre os campeões, a revista acertou o vôlei feminino e Maurren Maggi
2004 – Atenas Previsão: 4 ouros, 4 pratas e 4 bronzes (12 medalhas) Favoritos ao ouro: Robert Scheidt (vela), Daiane dos Santos (ginástica), Ricardo e Emanuel (vôlei de praia) e vôlei masculino
Resultado: 5 ouros, 3 pratas e 3 bronzes (11 medalhas) Ouro: Rodrigo Pessoa (hipismo), vôlei masculino, Ricardo e Emanuel (vôlei de praia), Robert Scheidt (vela) e Torben Grael/Marcelo Ferreira (vela)
Saldo: +1 ouro, -1 prata, -1 bronze (-1 medalha)
Entre os campeões, a revista acertou Ricardo e Emanuel (vôlei de praia), vôlei masculino e Robert Scheidt (vela)
2000 – Sidney Previsão: 5 ouros, 2 pratas e 1 bronze (8 medalhas) Favoritos ao ouro: Zé Marco e Emanuel (vôlei de praia), Gustavo Kuerten (tênis), Rodrigo Pessoa (hipismo), futebol masculino e Robert Scheidt (vela)
Resultado: 6 pratas e 6 bronzes (12 medalhas) Ouro: nenhum
Saldo: -5 ouros, +4 pratas, +5 bronzes (+4 medalhas)
Entre os campeões, a revista errou tudo
Somando as previsões da Sports Illustrated de 2000 a 2012…