A Arena Pernambuco foi concebida com a promessa, do governo do estado, de levar os 20 principais jogos de Náutico, Santa Cruz e Sport. Seria a forma de viabilizar economicamente o empreendimento milionário.
Do oito cenários levantados pela consultoria inglesa Comperio Research, num estudo de viabilidade encomendado pelo consórcio, o mais vantajoso era justamente aquele com o trio. Com as 60 partidas e outros eventos (shows e convenções), o faturamento anual chegaria a R$ 86,2 milhões.
R$ 86,2 milhões – Sport, Santa Cruz e Náutico
R$ 64,4 milhões – Sport e Santa Cruz
R$ 60,4 milhões – Santa Cruz e Náutico
R$ 60,1 milhões – Sport e Náutico
R$ 31,6 milhões – Sport
R$ 30,1 milhões – Santa Cruz
R$ 27,3 milhões – Náutico
R$ 5,7 milhões – Nenhum clube
Como se sabe, apenas a direção do Timbu firmou um contrato, e não para 20, mas para todos os jogos. Contudo, o estudo mostrava um maior avanço justamente em caso de presença dos outros dois rivais.
Batendo o pé, ambos demoraram a pisar na arena como mandantes. Acabaram “obrigados” pela nova redação do Todos com a Nota, que regula a manutenção do programa subsidiado à disputa de pelo menos dois jogos no local.
Agora, um novo cenário, que já dá margem para outra interpretação…
Em seu segundo ano de operação, a direção do consórcio que administra o estádio passou a negociar pacotes de jogos em vez de tempos mais longos – provavelmente, entenderam as posições de rubro-negros e tricolores. O primeiro foi o Sport, com 6 jogos no Brasileiro – o clube só deve firmar outro tipo de contrato quando começar a obra de sua própria arena.
Agora é a vez do Santa anunciar a sua ida à arena, com quatro partidas na segundona. Em 2014, o clube já cumpriu os seus dois jogos pelo TCN (Porto e Luverdense). O novo foco é na renda bruta mesmo.
Então, o ano já tem ao menos 29 jogos do Náutico, 6 do Santa e 6 do Sport.
Segue longe da proposta máxima (e ideal), mas, sem larde, o cenário melhorou, ao menos no número de partidas realizadas.
Na parceria público-privada, o governo terá que suprir o rombo no faturamento anual caso a receita seja abaixo de 50% da previsão de R$ 73,2 milhões, segundo o aditivo assinado em 21 dezembro de 2010. Nota-se que o montante é inferior ao do estudo supracitado, mas mesmo assim a meta segue distante.
Até porque falta aumentar também a taxa de ocupação. Aí, será preciso concluir a estrutura de mobilidade. Acredite, isso hoje é o mais difícil…