O Sport havia jogado no sábado, em São Paulo. O Santa Cruz entraria em campo no Rio Grande do Norte, neste domingo. O Náutico, o único time da capital a atuar na região metropolitana, jogou em São Lourenço.
No Recife mesmo, a única partida nesta tarde aconteceu nos Aflitos.
Futebol sim, mas o futebol americano…
Pelo campeonato brasileiro da modalidade, com cerca de 3 mil pagantes, o Recife Mariners passou por cima do Confiança Imortais, de Sergipe, por 31 x 0.
O cenário armado no velho Eládio de Barros Carvalho, o primeiro estádio recifense a receber um evento assim, é quase surreal.
A receptividade do público deverá fomentar mais jogos do tipo. Qualquer dia, quem sabe, não pinta um Sunday Night da NFL…
Copeiro, o Salgueiro voltou a orgulhar todo o estado, ao vencer o Plácido de Castro por 3 x 1, neste domingo, se garantindo na semifinal da quarta divisão e já classificado à terceirona de 2014. Fez história, mais uma vez.
No próximo ano, o Carcará disputará o Campeonato Brasileiro em uma divisão diferente pela 5ª vez seguida. Desde 2010, se alterna entre as séries D, C e B.
Nesta tarde, no estádio Cornélio de Barros, o clube sertanejo conseguiu o 12º acesso de um representante local no Brasileirão, contabilizando todas as divisões.
O sistema de acesso e descenso foi implantado no futebol nacional em 1988. Levando em conta as quatro divisões, confira quais times pernambucanos já subiram de série, desconsiderando o tapetão.
1988 – Náutico (Série B)
1990 – Sport (Série B)
1992 – Santa Cruz (Série B)
1999 – Santa Cruz (Série B)
2005 – Santa Cruz (Série B)
2006 – Sport e Náutico (ambos à Série B)
2010 – Salgueiro (Série C)
2011 – Náutico e Sport (ambos à Série B) e Santa Cruz (Série D)
2013 – Salgueiro (Série D)
O técnico Marcelo Martelotte conseguiu estabelecer uma façanha no futebol pernambucano logo em seu primeiro ano na função por essas bandas. Na mesma temporada, passará no comando técnico dos três grandes clubes do estado.
Santa Cruz , Sport e Náutico, cujo acerto ocorreu neste domingo. É algo inédito.
Outros nomes já passaram pelo trio tradicional. Num passado mais distante, Palmeira, Gentil Cardoso, Duque e Ênio Andrade foram campeões estaduais pelo três. Ainda em atividade, Givanildo Oliveira e Charles Muniz trabalharam em períodos distintos. Agora, um contexto bem incomum com o técnico de 44 anos…
Martelotte começou o ano no Arruda, sendo campeão estadual. Saiu antes da largada na terceira divisão e foi para a Ilha, algoz na decisão local. Levou o time à briga pelo acesso na segundona e às oitavas de final da Copa Sul-americana.
Da C para B e agora para a A. Chegou nos Aflitos. Curiosamente, treinando os rivais, ele eliminou o Timbu no Estadual e na Sul-americana. Apesar do trabalho agendado ainda para 2013, sendo o 7º técnico no ano, enfim a diretoria timbu se planeja para 2014, entendendo a situação irreversível na elite nacional.
Santa Cruz: 27 jogos, 16 vitórias, 5 empates e 6 derrotas (65%)
Sport: 21 jogos, 11 vitórias, 1 empate e 9 derrotas (53%)
Total em 2013: 48 jogos, 27 vitórias, 6 empates e 15 derrotas (60%)
Sem medo de novos desafios, Marcelo Martelotte é, possivelmente, a pessoa que mais entende dos bastidores do futebol pernambucano atualmente…
Apesar da queixa das federações, os campeonatos estaduais estão sendo reduzidos ano a ano. Na próxima temporada, pela segunda vez seguida haverá uma diminuição no número de datas oficiais concedidas pela CBF. Dessa vez, motivada pelos 32 dias exclusivos à Copa do Mundo.
Confira o calendário oficial do futebol nacional em 2014 clicando aqui.
Analisando o gráfico, o 100º Campeonato Pernambucano poderá ter um campeão com pouquíssimos jogos. Em 2013, o Santa Cruz conquistou o tri com apenas quinze jogos. A última vez em que uma equipe atuara tão pouco para ficar com taça havia sido em 1946, também com o Tricolor, treze vezes.
Na próxima edição, caso Santa, Sport ou Náutico fiquem com o título, como ocorre desde 1944, a tendência é repetir os 15 jogos de 2013 (turno único, semifinal e final) ou ir além e registrar uma campanha ainda menor, pois o trio só entrará depois da realização da Copa do Nordeste.
Como o Estadual deverá começar paralelamente ao Nordestão, sobrariam apenas nove datas para a fase principal. O último campeão pernambucano com menos de dez jogos foi o Sport, há setenta anos, com oito partidas.
Apesar do calendário pra lá de enxuto, dificilmente o “recorde negativo” será quebrado. Em 1917, o Sport foi campeão atuando apenas seis vezes.
Curiosidade: o campeão que mais jogou foi o Leão de 1982, com 48 partidas.
O Campeonato Pernambucano de 2013 foi confuso, com um primeiro turno sem sentido, uma fase principal achatada e critérios de desempate inacreditáveis, apelando até para a moedinha. Devido ao calendário apertadíssimo em 2014, com um mês dedicado à Copa do Mundo, a tendência é que o torneio passe por uma reformulação. E que seja ainda mais corrido.
Em entrevista ao blog, o presidente da FPF, Evandro Carvalho, informou o objetivo de organizar uma competição com menos de 21 datas.
“Já tivemos 26 datas, já em uma negociação com a CBF (que libera apenas 23 para os estaduais). Em 2014, não terá jeito. Será menor”.
Ainda não há uma fórmula padrão. A direção de competições da federação encomendou um estudo, com três propostas. Em uma delas, o torneio começaria ainda neste ano, só com os clubes intermediários.
Em comum em todas as opções, com doze clubes e com o turno principal após o Nordestão, está a manutenção do já popular sistema de semifinal e final, com jogos de ida e volta. O dirigente já havia adiantado a ideia de organizar um campeonato com 60 times, mas o “projeto” ficará para 2016 (veja aqui).
No dia 30 setembro, portanto, teremos o conselho técnico do Estadual. A reunião sobre a 100ª edição do Campeonato Pernambucano…
Como novidade assegurada, a realização da primeira final da história na Arena Pernambuco. Uma norma costurada através de contratos de trinta anos com o Náutico e de cinco temporadas com o Sport. Fora isso, uma articulação encaminhada com o Santa apenas para a decisão, segundo a FPF.
Contudo, dificilmente o local será imposto por escrito no regulamento…
“A final na Arena Pernambuco é um caminho natural, como entendemos. Estamos conversando com todos os clubes para definir logo o estádio”.
Até lá, fica a expectativa do esboço do torneio, com o mínimo de motivação.
As duas principais divisões do futebol brasileiro contam com ampla cobertura da mídia. Através de pacotes milionários, exibições em sinal aberto, tevê por assinatura e pay per view. Na terceirona, sem ppv, a transmissão aberta é restrita a dois jogos por rodada. Na tevê a cabo, jogos esporádicos.
O que dizer, então, da Série D? Completamente esquecida. A CBF ainda não comercializou os direitos da última divisão do Brasileiro. Por lá, times sem tanta popularidade, mas, ainda assim, formados por consumidores.
Além do Esporte Interativo, o único passar alguns jogos, sem garantia, alguns canais de menor porte se esforçam, como a TV Criativa, de Caruaru, e a Amazon Sat, de Manaus, ambas online, em sistemas específicos ou no Youtube. Apesar da qualidade rebuscada, contam com narrador e comentarista.
Nesta temporada, a quarta divisão teve a transmissão de jogos neste modelo dos três representantes pernambucanos, Salgueiro, Central e Ypiranga. Neste domingo, o torcedor local assistiu na telinha ao empate em 1 x 1 do Carcará com o Plácido de Castro, se aproximando do acesso.
Na Série D, a imagem ao vivo já é algo pra lá de surpreendente…
Com o status de clube mais antigo do interior pernambucano, fundado em 1913, o Centro Limoeirense se confunde com a história da própria cidade de Limoeiro. Lá, vive uma rivalidade histórica com o Colombo Sport Club, hoje adormecida, devido à inatividade futebolística do adversário há quase três décadas.
Ainda assim, resquícios da rivalidade seguem enraizadas na cidade. Ao completar um século de história em plena atividade, o alvirrubro limeirense, o time das massas, tenta se reinventar, ainda sob o olhar do velho rival alvinegro, criado em 1918 e apoiado pelas elites no passado.
A disputa chega a tal ponto que alguns torcedores sequer passam na calçada do clube vizinho. O contexto mantém acesa veia futebolística no município. O dia 15 de setembro de 2013 marca o centenário do futebol pernambucano fora do Recife. Dentro de cinco anos, o centenário do primeiro clássico fora da capital.
Assista ao webdocumentário sobre os 100 anos do Centro, numa produção de Brenno Costa e João de Andrade Neto, do Diario de Pernambuco.
Limoeiro comemorava vinte anos de emancipação, em 1913, quando surgiu um clube na cidade, que seria conhecida como a “Princesa do Capibaribe”.
Fundado em 15 de setembro daquele ano, o Centro Limoeirense sobreviveria a todos os tipos de dificuldades inerentes a um clube modesto na região. Porém, jamais perderia a alcunha de time mais velho do interior. Em atividade, por sinal, só não é mais antigo que Náutico e Sport (veja aqui).
Neste domingo, o Dragão completa um século. Nas páginas sobre o futebol do popular clube limoeirense, uma história dividida ao meio, literalmente.
Foram cinquenta anos no amadorismo e mais cinquenta no profissionalismo, ou tentando fazer parte dele, numa vida difícil, de poucas conquistas. Mas, ainda assim, continua sendo o amor de muita gente na cidade agrestina.
Em 19 de maio de 1963, o time entrou pela primeira vez em campo com uma formação profissional. Foi quando aceitou o convite da FPF para disputar o campeonato estadual. Contando com um mecenas local, conseguiu juntar dinheiro suficiente para bancar um time. Já na estreia, uma pedreira.
A equipe recém-formada viajou até o Recife, onde enfrentou o Náutico. Perdeu por 2 x 0, na partida que deu início à saga do hexa timbu. No Centro, uma formação para ficar na memória do seu aguerrido torcedor: Manguito; Adilson, Dedé, Luizinho e Edmilson; Juvenal e Vi; Tidão, Nelson, Tanzino e Chico.
De 1963 até hoje foram apenas sete participações no Campeonato Pernambucano. Esteve presente ainda em 1964, 1994, 1996, 1997, 2001 e 2008, sempre jogando no seu próprio estádio, o José Vareda, um dos pouquíssimos palcos particulares no interior.
Na última presença na elite, foi protagonista, ainda que “indiretamente”, de um episódio que mudou a estrutura do futebol local. Um imbróglio na da segunda divisão acabou terminando com a decisão salomônica do então presidente da federação, Carlos Alberto Oliveira.
O dirigente promoveu o acesso de quatro clubes, em vez de dois. Acabou inchando a elite com doze equipes. O Centro, clube do coração do falecido dirigente, havia sido o terceiro colocado na Série A2. Acabou beneficiado.
Nacionalmente, só uma curta participação na Série C do Brasileiro, em 1997. Terminou em 47º lugar. Atualmente, na disputa a segunda divisão estadual, o Centro tem no seu centenário a força motriz para buscar o acesso. Independentemente do resultado, o clube não perderá a esperança. Está acostumado às dificuldades há exatamente um século…
Duas décadas após a histórica passagem na Avenida Boa Viagem, na carreata do tetracampeonato, a taça da Copa do Mundo voltará ao Recife. Em 19 de julho de 1994, mais de 1,5 milhão de pernambucanos tomaram conta da orla no desfile dos campeões, na primeira parada no país.
Era uma ensolarada terça-feira, com ponto facultativo. A festa durou o dia todo.
Para se ter ideia, o Galo da Madrugada daquele ano teve um milhão de pessoas.
Em 2014, Pernambuco receberá a Taça Fifa em uma passagem organizada, longe de alvoroço, através da visitação oficial, em data e local a definir.
No Brasil, todas as 27 capitais estaduais serão visitadas. Confira o tour.
A chegada do maior troféu do futebol mundial acontecerá na reta final do tour, que nesta jornada de 267 dias passará por 89 países. Em 2006, na primeira edição, foram 28 nações, subindo para 84 em 2010.
A famosa peça dourada foi criada pelo italiano Silvio Gazzaniga, em 1974, com 36,8 centímetros e 6,175 quilos, sendo cinco de ouro 18 quilates.
Antes da final no Maracanã, vale conferir o troféu em terras pernambucanas…