A amaldiçoada Taça Zumbi

Zumbi

Pode-se afirmar que a fórmula do Estadual do ano que vem foi o último ato de Carlos Alberto Oliveira como presidente da FPF.

No domingo passado, quando acompanhava a delegação coral em João Pessoa, ele recebeu um e-mail com um documento de 29 páginas com o esboço da competição.

Ele imprimiu o arquivo e fez todas as correções a mão, rabiscando com uma caneta.

Ajustes em alguns capítulos e exigência de clareza no texto em outros artigos.

No bojo, o regulamento do Pernambucano de 2012 foi aprovado pelo mandatário.

No entanto, algo havia tirado a paciência do dirigente durante toda a leitura.

Uma tal “Taça Zumbi”, escrita em negrito e presente em boa parte do regulamento, relacionada aos quadrangulares do rebaixamento, na segunda fase da competição.

Leu uma, duas, três vezes… Taça Zumbi…

Carlos Alberto não se conteve e ligou na hora para o amigo e secretário-geral da federação, João Caixero, para tirar aquela dúvida.

“Que nome é esse? Quem disse que vai ser Taça Zumbi?”

“O nome foi apenas para dar um exemplo, Carlos Alberto, pois 13 de maio (data da final) é o dia de Zumbi (Lei Áurea, de fato). Era só para deixar um nome no troféu”.

“Pode falar para tirar logo do papel. Esse troféu vai ser uma homenagem a alguém e eu ainda vou escolher. A um Zumbi é que não vai ser!”

Ainda que o troféu, o substituto da Taça do Interior, receba outro nome, a verdade é que a denominação “Zumbi” se encaixa perfeitamente para o quadrangular da morte…

Uma vez Flamengo, sempre Sport

Joanna Maranhão é ouro no Finkel 2011. Foto: CBDA/divulgação

Ouro nos 400 metros livre, no Troféu José Finkel, em Belo Horizonte, a nadadora pernambucana Joanna Maranhão subiu no alto do pódio para receber a medalha.

Com o uniforme rubro-negro do…

Flamengo.

Torcedora fanática do Sport, Joanna sempre defendeu o Leão pernambucano Brasil afora, acompanhando, inclusive, o time em jogos em outros estados.

Porém, ela acaba de assinar um contrato com o time carioca até dezembro, e agora está tendo que respeitar alguns limites da rivalidade em nome do profissionalismo.

A foto é um duro golpe no Sport, que sequer cogitou contratar a atleta este tempo todo, em uma falha grande de marketing e visibilidade…

Química pernambucana para 2012

Química

Oficialmente, a decisão será apenas em 6 de outubro, no Conselho Arbitral. Porém, a fórmula do Campeonato Pernambucano de 2012 já está definida pela FPF.

Inclusive, as datas do torneio, entre 11 de janeiro e 13 de maio.

Serão 12 clubes, com apenas dois rebaixados – evitando, assim, a redução do número de participantes para 2013 – e com o formato deste ano, incluindo semifinal e final.

No entanto, o regulamento está repleto de ajustes, do desempate no mata-mata ao rebaixamento, passando pelo critério das duas vagas à Série D. Confira.

Semifinal e final
Ao contrário das últimas duas edições, os melhores colocados na etapa classificatória terão vantagem no desempate na fase decisiva. Em caso de igualdade nos pontos e no saldo de gols após o confronto em ida e volta, a vaga ficará para o dono de melhor campanha na 1ª fase. Assim, está extinta a disputa de pênaltis.

Rebaixamento
Em vez da queda dos dois piores times após as 22 rodadas da 1ª fase, agora os oito eliminados serão divididos em dois grupos de quatro, se enfrentando nas respectivas chaves, em ida e volta. Após as seis rodadas, serão rebaixados os dois piores, independentemente dos grupos e considerando a somente a pontuação desta fase.

Classificação final
Os 12 lugares serão definidos de acordo com a posição no mata-mata decisivo e dos quadrangulares do rebaixamento. Ou seja, o pior time do mata-mata, obviamente, será o 4º lugar. Já o 5º lugar, por exemplo, será o melhor time da fase contra o rebaixamento, mesmo que essa equipe tenha terminado a primeira fase na última colocação.

Série D
As vagas serão decididas já na fase classificatória. Porém, caso o campeão pernambucano não tenha sido um dos dois melhores times sem vaga garantida no Brasileiro, a agremiação ficará com a vaga do segundo time previamente classificado à 4ª divisão. Outro dado importante: caso o clube que conquiste a vaga na Série D seja posteriormente rebaixado no quadrangular da “morte”, ele irá, sim, disputar o Nacional.

O que você achou do novo regulamento do Estadual? Comente!

Prefeitura Futebol Clube

Prefeitura municipal

Confusa, a segunda divisão do Pernambucano* deste ano já está em sua reta final.

Os dois classificados da Série A2 podem sair, inclusive, neste fim de semana.

Em casa, o Belo Jardim joga por um simples empate com o Timbaúba, na chave 1, para assegurar a sua volta após a queda como lanterna em 2007.

No grupo 2, o Serra Talhada vai até o estádio Gileno de Carli, no Cabo de Santo Agostinho, em busca de uma vitória que daria um acesso histórico.

Informações sobre a elite do Pernambucano de 2012 à parte, o post também chama a atenção para um fenômeno clubístico que vem se espalhando pelo estado.

Cada vez mais, os times estão do interior estão ligados às respectivas prefeituras.

Além do Belo Jardim e do recém-criado Serra Talhada, também estão no segundo escalão local Timbaúba, Chã Grande e Olinda.

Na primeira divisão, é bom lembrar, conta com Salgueiro, Araripina e Petrolina.

Dos oito clubes citados, sete foram profissionalizados na última década, com exceção do Petrolina, fundado em 1998, no início dessa onda.

Várias dessas cidades já contavam com representantes tradicionais, como Serrano e Ferroviário, em Serra Talhada, Estudantes, em Timbaúba, e 1º de Maio, em Petrolina.

Aos poucos, os antigos clubes foram perdendo apoio, sendo escanteados.

Entre os inúmeros motivos para o enxugamento dos times tradicionais paralelamente ao surgimento dos “braços” municipais está, obviamente, a receita.

Os municípios ganham em visibilidade, com o nome aparecendo durante todo o Estadual. No mapa do futebol, ganham cobertura da TV com a transmissão dos jogos ao vivo. Espaço para propaganda política, claro.

Em contrapartida, as prefeituras fornecem estrutura – como o custo quase irrisório dos estádios – e patrocínio, ou, no mínimo, facilitam a busca de investidores.

Não é incomum o presidente de um clube responder diretamente ao prefeito. Em alguns casos, como em Olinda, o prefeito (Renildo Calheiros, no caso) também é o presidente.

Outros políticos preferem utilizar o lampejo de experiência futebolística já existente. Basta ver a parceria de Chã Grande com a formação do Decisão, filiado da FPF.

Naturalmente, este tipo de ligação é bem mais difícil diante de times com mais história e torcida, como o Central de Caruaru, por exemplo.

Ainda que receba uma ajuda da Capital do Forró, a Patativa jamais cogitou a possibilidade de mudar o nome para “Caruaru FC”. Sequer as cores da camisa alvinegra.

Vale destacar ainda os clubes que flertam com o lado parasita, indo de prefeitura para prefeitura, como ocorre em São Paulo, tendo Barueri e Americana como exemplos. Aqui, o Porto já jogou em Caruaru, Brejo da Madre de Deus e Belo Jardim. Pagou, levou?

* O torneio deste ano apenas nove clubes, sendo que oito deles se classificaram para a fase final. O único eliminado, o Centro Limoeirense, perdeu todos os jogos por WO. Além disso, o Belo Jardim ainda foi julgado pelo TJD, com 15 pontos de punição.

Prefeitura municipal

A cor da federação

 

Na sede da FPF, um paralelo entre idade e cores…

Muito se discute sobre a idade do sobrinho de Carlos Alberto Oliveira, o universitário Davi, de 22 anos, candidato ao posto de 1º vice-presidente executivo da entidade.

De fato, não parece lógico dispor um cargo tão importante para alguém que está apenas começando, ainda mais pelo fato de postular a função devido ao sobrenome.

Porém, há quem esteja bem preocupado é com outro aspecto.

Em entrevista ao blog, o presidente timbu, Berillo Júnior, fez uma observação interessante sobre a nova cúpula da Federação Pernambucana de Futebol.

“A composição da FPF é importantíssima e precisa de gente com experiência. Com 22 anos, não tem como exigir muita experiência desse rapaz (Davi). Mas, além disso, a FPF não pode ser composta só por rubro-negros, só com um time. Isso não existe. É salutar que tenha alvirrubros e tricolores na mesa também.”

Evandro Carvalho, novo mandatário, e Davi Oliveira torcem pelo Sport, diga-se.

O dirigente, então, foi questionado se de alguma forma isso se aplicava a Carlos Alberto. Berillo, porém, disse que a gestão passada não interferiu na divisão das conquistas.

“Carlos Alberto tinha um jeito próprio, mas foi muito honesto. A superioridade do Sport no período foi por causa do dinheiro do Clube do 13, só. Antes, era equilibrado”.

O blog fez um levantamento com a divisão de títulos estaduais considerando as três gestões mais longas da história da entidade, incluindo a última. Confira aqui.

Oficialmente, as cores da FPF são azul e branco. Nada de rubro-negro, alvirrubro ou tricolor. Qualquer semelhança com as ilustrações é mera coincidência…

EBC. Cumpra-se. Publique-se

FPF

Os despachos oficiais voltaram a ser realizados.

A assinatura de Evandro Barros Carvalho, apenas com as suas iniciais, já está presente nos documentos da FPF, apesar do aviso da assessoria da federação de que a posse do dirigente será somente nesta sexta-feira, às 15h30, na sede da entidade.

Até agora, é verdade, foram apenas decisões administrativas, como nota oficial e convocação em caráter extraordinário de uma assembleia geral, em 12 de setembro.

De qualquer forma, a assinatura acima estará presente em todos os ofícios da Federação Pernambucana de Futebol de agora em diante.

De cara, a decisão de nomear os três vice-presidentes executivos evitando uma polêmica logo no início da gestão, sem desgaste, sem paternalismo.

A partir de agora, muita atenção nos documentos expedidos na sede na Boa Vista.

Quando uma negociação vira ressentimento

Macaco

Mais que o epílogo sobre a saída do capitão do Santa Cruz, Thiago Matias, vale uma observação na condução do processo, um tanto quanto apressado de todos os lados.

Zagueiro de 1,90m, artilheiro, líder e campeão estadual.

Seria natural esperar uma valorização em atleta assim, ainda com 28 anos.

Pois foi o que ocorreu de forma natural com o então xerife coral, após o Estadual. Ele acabou negociando uma vantajosa renovação de contrato até 2014.

Mas isso se estendeu a outros clubes, de divisões superiores. Não pode ser visto como algo do outro mundo uma proposta melhor do Ceará, com 100% de aumento, chegando a R$ 50 mil. O time alencarino está três séries nacionais acima do Tricolor.

Mas o que surpreendeu mesmo foi o rastro de decisões dentro do Arruda.

Jogador – Recebe uma proposta – longe de uma assinatura de fato – e já se nega a treinar com o grupo. Repensa a decisão e sai para dar uma volta no gramado, só para ouvir xingamentos. Depois, é revelado o pedido de novo aumento, o segundo este ano.

Diretor – Declara para a imprensa logo depois que mesmo que a negociação com  Ceará não seja concretizada, vejam só, o atleta não jogará mais no clube. Fechou as portas.

Técnico – Argumenta que o zagueiro está sem clima no elenco e que ele também recebera propostas (9), mas ficou – o que não significa que não tenha reajustado.

Tudo isso em uma tarde… Nada mais. Bastidores fervendo.

A proposta alheia pode não vingar, o aumento pode não ocorrer, nem lá nem cá, uma vez que há um contrato em vigor e o jogador pode recuar.

Nota-se que o presidente tricolor Antônio Luiz Neto ainda não se pronunciou de forma oficial. Conciliador, o mandatário pode costurar um acordo envolvendo as partes.

Se não for possível, que ocorra uma transação natural no futebol.

Que se pague a multa rescisória. Estranho mesmo é tanto ressentimento em um dia.

Eternizado na história limoeirense e pernambucana

Busto de Carlos Alberto Oliveira. Foto: Rodolfo Bourbon/Diario de Pernambuco

Chegou a hora do último adeus a Carlos Alberto Oliveira. Com uma personalidade forte, o dirigente deixou frases polêmicas durante a sua longa gestão à frente da FPF.

A cada entrevista, a certeza de que a conversa com o presidente da FPF, natural de Limoeiro, resultaria em algo marcante, base para debates.

Confira algumas dessas declarações, proferidas nas últimas três temporadas.

“Você é incompetente. Você não sabe fazer futebol. Você pegou um time de R$ 300 mil do Santa Cruz e que deu três pisas no seu time de 2 x 0. Aprenda a fazer futebol ou saia disso. Me respeite. Deixe de ser moleque”

Resposta ao diretor do Sport, Wanderson Lacerda, que, após a abertura da final do Estadual deste ano, insinuou que a FPF estava “conseguindo tirar o hexa do Sport”.

Não vou poupar ninguém. Quem estiver na frente vai ser atropelado. Um dos dois vai se dar mal. É preciso ter responsabilidade nessa história e eu estou indignado. Já organizei 16 campeonatos e nunca houve isso

Irritado com a denúncia feita pelo Náutico antes do segundo jogo da semifinal do Estadual deste ano, na qual o Sport teria tentado subornar Eduardo Ramos.

“Não tenho tempo para perder com esse assunto não”

Sobre a insatisfação dos dirigentes da Cabense, que durante o Pernambucano de 2011 se sentiram perseguidos pela arbitragem.

“Criem o campeonato de vocês”

Dando uma “sugestão” à imprensa, no final de 2010, após ouvir críticas sobre o regulamento do Pernambucano deste ano, além do calendário apertado.

“Fazer o quê? Mudei fórmula de campeonato, mudei tabela, arrumei briga com o Sport, Justiça, e eles (o Santa Cruz) não ganham nada. Só se eu der o campeonato direto para eles”

Ao ser questionado sobre o que poderia fazer para ajudar o Santa Cruz. A frase foi dita durante o Estadual do ano passado.

“O campeonato é meu. Eu mudo se eu quiser”

Em 2009, sobre as mudanças em relação ao confuso Estadual de 2008, quando subiu o número de clubes de 10 para 12, beneficiando Centro Limoeirense e Petrolina.

Leia uma das entrevistas de maior repercussão feita pela blog com o dirigente aqui.

O secreto Ricardo Xavier em três atos

Site do São Caetano

Ricardo Xavier mostrou mais uma vez o bom futebol.

Foram 9 gols no Pernambucano, ajudando o Náutico a terminar a fase de classificação em primeiro lugar. Chegou a ser cogitado como o craque da competição.

Acabou se machucando e deixou o clube.

Acertou com o São Caetano, longe da pressão da torcida.

Pronto para um recomeço, vinha brigando pela titularidade do time do ABC Paulista.

Na noite desta terça-feira, encarnou as atuações de sua passagem em Rosa e Silva.

Marcou uma, duas, três vezes. Hat-trick.

Poder de fogo suficiente para aniquilar o Salgueiro por 3 x 1, em uma briga direta contra o rebaixamento. O jogo chegou a estar empatado em 1 x 1, quando Tamandaré desperdiçou uma penalidade para os sertanejos.

Sinal de que nem a sorte vem ajudando… Já com o terceiro técnico, Barbieri.

Depois, do outro lado, o próprio Ricardo Xavier também cobrou uma penalidade.

Melhor tecnicamente, o centroavante não vacilou diante do Carcará. Se antes ele não estava nem mesmo na página do Azulão na web, agora já deve ser o destaque.