Salgueiro, tetracampeão do interior de PE

Pernambucano 2017, 8ª rodada: Central 0 x 2 Salgueiro. Foto: Medson Magno/Central SC

A campanha do Carcará no campeonato estadual é impecável. No geral, são 11 vitórias, 2 empates e apenas 1 derrota. Foi o melhor time na primeira fase e o líder do hexagonal do título, com duas rodadas de antecipação. No Antonio Inácio, pela 8ª rodada, o Salgueiro venceu o Central por 2 x 0, assegurando o status de melhor time do interior nesta edição. Como o resultado definiu o G4, Central e Belo Jardim acabaram saindo da briga pela classificação. Trata-se de um feito simbólico, mas que alimenta o domínio recente dos sertanejos. Nos últimos dez anos, este foi o sexto “título do interior”, com tetra em sequência. Igualou-se ao Porto, com as melhores campanhas nos anos 90.

Na história, 28 clubes do interior já participaram do Pernambucano, a partir do pioneiro Central, em 1937. Após aquela breve passagem, a Patativa voltou em 1961, com a presença fora da região metropolitana se mantendo até hoje. Dominante neste contexto nos anos 60, 70 e 80, o alvinegro caruaruense já foi o melhor do interior em 62% das 58 edições com ao menos um time representando. Incluindo uma série de 17 anos seguidos, de 1961 a 1977.

Ainda que o título não seja tão celebrado no futebol local como em outros centros, gaúcho e paulista por exemplo, o blog detalhou os melhores do interior. O critério é simples: a melhor colocação do interiorano no ano.

Sobre a tabela final, aliás, nenhum título. No máximo, quatro vices.

A campanha do Salgueiro segue aberta em 2017…

Central (36 vezes) – 1937 (5º), 61 (4º), 62 (4º), 63 (4º), 64 (3º), 65 (5º), 66 (4º), 67 (4º), 68 (4º) 69 (4º), 70 (4º), 71 (4º), 72 (4º), 73 (6º), 74 (6º), 75 (4º), 76 (4º), 77 (4º), 79 (4º), 80 (4º), 81 (4º), 82 (4º), 83 (4º) 84 (4º), 85 (4º), 86 (3º), 87 (4º), 88 (5º), 89 (4º), 90 (4º), 93 (4º), 2001 (4º), 02 (4º), 07 (vice), 08 (3º) e 10 (4º)

Porto (6 vezes) – 1994 (4º), 95 (4º), 97 (vice), 98 (vice), 2000 (4º) e 11 (4º)

Salgueiro (6 vezes) – 2009 (4º), 12 (3º), 14 (3º), 15 (vice), 16 (4º) e 17 (a definir)

Vitória (4 vezes) – 1991 (3º), 1992 (4º), 1996 (4º) e 1999 (4º)

Ypiranga (2 vezes) – 2006 (3º) e 2013 (4º)

Serrano (1 vez) – 2005 (4º)

Itacuruba (1 vez) – 2004 (4º)

AGA (1 vez) – 2003 (4º)

Atlético Caruaru ( 1 vez) – 1978 (6º)

Pernambucano 2017, 8ª rodada: Central 0 x 2 Salgueiro. Foto: Medson Magno/Central SC

Após 85% dos jogos, enfim a arrecadação do Estadual de 2017 passa de R$ 1 milhão

Pernambucano 2017, 8ª rodada: Sport 1 x 1 Santa Cruz. Foto: Rede Globo/reprodução

Após 81 jogos realizados, de um total de 95, finalmente a arrecadação do Campeonato Pernambucano ultrapassou a barreira de R$ 1 milhão. Hoje, esta cifra é até comum em partidas únicas nos principais centros do futebol nacional. E também há exemplos no próprio histórico local, onde onze jogos envolvendo o Trio de Ferro já tiveram bilheterias milionárias. No Estadual de 2017, isso representa uma média de R$ 15 mil. Descontando as taxas de arbitragem, segurança, aluguel de campo, entre outros, sobra pouco. A própria FPF vem sendo sentindo no bolso. Como a federação tem direito a 8% da renda bruta de todas as partidas, a entidade só arrecadou R$ 88.879.

Arrecadação do Estadual na era do hexagonal*
2014 – R$ 9.391.936 (média de R$ 67.085, em 140 jogos)
2015 – R$ 7.656,893 (média de R$ 63.280, em 121 jogos)
2016 – R$ 4.737.772 (média de R$ 52.063, em 91 jogos)
2017 – R$ 1.110.998 (média de R$ 15.219, em 73 jogos)
* Excluindo os jogos de portões fechados

Em relação ao público, o índice melhorou um pouquinho, de 1,2 mil para 1,3 mil, por causa do segundo Clássico das Multidões. Mesmo esvaziados, no Arruda e na Ilha do Retiro, foram os únicos jogos acima de dez mil pessoas. Em ambos, a presença foi turbinada pelas torcidas organizadas, mesmo sem as camisas, suspensas (!). Basta ver a ocupação nas duas gerais

Hoje, a média seria a pior da história, desde que a FPF passou a contabilizar esses dados em 1990. Para não ficar atrás da edição de 1997, com 2.080, é preciso somar ao menos 83.203 pessoas nos 14 jogos restantes, sendo oito em mata-matas – com isso, terminaria com 2.081. Possível.

Os 5 maiores públicos no Pernambucano 2017
12.408 – Santa Cruz 1 x 1 Sport (Arruda, 18/02)
10.221 – Sport 1 x 1 Santa Cruz (Ilha, 26/03)
6.419 – Náutico 2 x 1 Sport (Arena, 05/03)
5.015 – Santa Cruz 1 x 2 Salgueiro (Arruda, 02/03)
4.622 – Náutico 1 x 1 Santa Cruz (Arena, 29/01)

Dados até a 8ª rodada do hexagonal do título e a 10ª rodada da permanência:

1º) Santa Cruz (4 jogos como mandante, no Arruda)
Público: 22.801 torcedores
Média de 5.700
Renda: R$ 225.130
Média de R$ 56.282 

2º) Sport (4 jogos como mandante, na Ilha do Retiro)
Público: 19.687 torcedores
Média de 4.921 
Renda: R$ 308.240
Média de R$ 77.060 

3º) Náutico (4 jogos como mandante, na Arena Pernambuco)
Público: 13.917 torcedores
Média de 3.479 
Renda: R$ 220.085
Média de R$ 55.021 

4º) Salgueiro (7 jogos como mandante, no Cornélio de Barros)
Público: 15.840 torcedores
Média de 2.262 
Renda: R$ 76.671 
Média de R$ 10.953  

5º) Central (7 jogos como mandante; 3 no Antônio Inácio, 2 no Lacerdão, 1 na Arena e 1 no Carneirão)
Público: 7.957 torcedores
Média de 1.136 
Renda: R$ 114.460 
Média de R$ 16.351 

6º) Belo Jardim (7 jogos como mandante; 5 no Antônio Inácio e 2 no Arruda)
Público: 2.202 torcedores
Média de 314 
Renda: R$ 20.597 
Média de R$ 2.942 

Geral – 73* jogos (1ª fase, hexagonal do título e hexagonal da permanência)
Público total: 97.844 
Média: 1.340 pessoas
Arrecadação: R$ 1.110.998 
Média: R$ 15.219 
* Mais 8 jogos ocorreram de portões fechados 

Fase principal – 24 jogos (hexagonal do título e mata-mata)
Público total: 71.509 
Média: 2.979 pessoas
Arrecadação total: R$ 881.842 
Média: R$ 36.743 

Pernambucano 2017, 8ª rodada: Sport 1 x 1 Santa Cruz. Foto: Rede Globo/reprodução

Daniel Paulista deixa o comando do Sport com as 4 metas alcançadas, sem futebol

Pernambucano 2017, 8ª rodada: Sport 1 x 1 Santa Cruz. Foto: Ricardo Fernandes/DP

A decisão de escalar o time titular no clássico contra o Santa, com as quartas do Nordestão a seguir, foi de encontro ao discurso sobre o planejamento traçado no Sport. Tanto do presidente Arnaldo Barros quanto de Daniel Paulista. O técnico foi para o all in, numa aposta desnecessária. Com o time reserva, a análise seria outra. Com o time titular, que seguiu jogando mal, o treinador acabou fomentando a sua própria saída. Três horas após o empate.

Daniel, lembrando, assumiu o comando do Leão na 31ª rodada da Série A, após a saída de Oswaldo de Oliveira, que foi para o Corinthians. Com 4 vitórias, 1 empate e 3 derrotas, manteve o clube na elite, com direito à vaga na Sula. Porém, pela proposta de campanha do então candidato Arnaldo, ele seria o técnico do time B, o reserva, atuando integralmente no Estadual. Mas o tempo passou e um novo nome não chegou. Daniel, aos 34 anos, assumiu os dois times, A e B. Com o principal, alcançou todas as metas: quartas na Lampions, semifinal no Estadual e 4ª fase na Copa do Brasil. Só não fez o time jogar bola, não mesmo. E isso pesou na decisão sobre a sua saída.

Trecho da nota do Sport
“Ele (Daniel) marcou a trajetória do Leão como jogador e, na Praça da Bandeira, deu seus primeiros passos na carreira de treinador, que o Clube deseja que seja longa e vencedora. Por questões de planejamento, porém, Daniel Pollo Barion não ocupa mais o cargo de técnico do Sport. Jovem e talentoso, Paulista tem as ferramentas necessárias para seguir fazendo história no futebol. O Sport convidou Daniel a continuar trabalhando no Clube, exercendo outra função.”

Sport em 2017, com Daniel Paulista
Nordestão: 6 jogos, 4 vitórias, 1 empate, 1 derrota
Estadual: 8 jogos, 3 vitórias, 4 empates, 1 derrota
Copa do Brasil: 4 jogos, 4 vitórias

Total em 2016: 18 jogos; 11 vitórias, 5 empates e 2 derrotas

Ao todo, um aproveitamento de 70,3%. Número excelente, mas que não pode ser analisado tão friamente. Não houve confrontos de Série A.

A mudança no comando, em busca de uma melhor extração da capacidade técnica do grupo, era necessária. Não havia evolução. Será que a saída foi tarde demais? Veremos a partir de agora, com a maratona de mata-matas…

Podcast – Análise do segundo Clássico das Multidões no Pernambucano 2017

Pernambucano 2017, 8ª rodada: Sport 1 x 1 Santa Cruz. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

O segundo confronto entre Sport e Santa nesta temporada, desta vez na Ilha, contou com os titulares rubro-negros e os reservas tricolores. Pela utilização de nove jogadores do time principal, a pressão foi toda no Leão, que mais uma vez cedeu o empate ao rival. O 45 minutos analisou a partida, válida pela 9ª rodada do hexagonal do campeonato estadual, com os destaques dos dois times e a atuação da árbitra Deborah Cecília, uma novidade no duelo. Foi a primeira mulher a apitar o Clássico das Multidões em 24 anos. Estou neste podcast com Fred Figueiroa e Rafael Brasileiro. Ouça!

26/03 – Sport 1 x 1 Santa Cruz (35 minutos)

Resumo da 8ª rodada do Pernambucano

Jogos da 8ª rodada do Pernambucano 2017: Sport 1 x 1 Santa (Ricardo Fernandes/DP), Náutico 1 x 1 Belo Jardim (Rafael Martins/DP) e Central 0 x 2 Salgueiro Medson Magno/Central

Faltando duas rodadas para o encerramento do hexagonal, o G4 de 2017 já está definido, com os mesmos clubes desde a primeira rodada. Impossível na competição, com 83% de aproveitamento, considerando todas as fases, o Salgueiro já assegurou a liderança geral e irá decidir a semifinal no Cornélio de Barros. Tetracampeão do interior, o clube tem seis pontos à frente do vice-líder do Pernambucano e já conta com uma boa margem jogar até uma possível decisão no Sertão – neste caso, mando soma os resultados da semi. As outras três vagas ficaram, sem surpresa alguma, com o Trio de Ferro. Os grandes terão duas rodadas para embaralhar o chaveamento. Melhor encarar o Carcará, mesmo na atual fase? Melhor um clássico com mando no segundo jogo? Qual rival? São as únicas dúvidas restantes após a 8ª rodada.

Nos 24 jogos realizados esta fase do #PE2017 saíram 55 gols, com média de 2,29. Em relação à artilharia, com a FPF considerando os dados do hexagonal e do mata-mata, o tricolor Éverton Santos é o novo líder, com 4 gols.

Hoje, as semifinais seriam Salgueiro x Náutico e Santa Cruz x Sport.

Náutico 1 x 1 Belo Jardim – Em jogo fraquíssimo, a falta de ousadia do timbu acabou penalizada mesmo diante de um adversário que quase não atacou.

Sport 1 x 1 Santa Cruz – O Sport mandou o time titular, mas foi insuficiente para vencer uma formação totalmente reserva do rival. O 2º empate no ano. 

Central 0 x 2 Salgueiro – Com gols de Valdeir e Daniel, o Carcará ganhou no Antônio Inácio, eliminado o último resquício de chance da combalida patativa..

Destaque: Pereira. Estreia discreta do meia tricolor, com apenas 37 minutos. Porém, marcou o gol de falta que garantiu o empate no clássico na Ilha.

Carcaça: Daniel Paulista. A escalação dos principais jogadores foi de encontro ao planejamento traçado. Só buscou lastro particular. E não venceu.

Próxima rodada
03/04 (20h00) – Sport x Salgueiro, Ilha do Retiro (Premiere)
05/04 (19h30) – Náutico x Central, Arena* (Premiere)
05/04 (21h45) – Belo Jardim x Santa Cruz, Arena* (Globo) 

* Rodada dupla na Arena Pernambuco

A classificação do hexagonal do título do Pernambucano 2017 após 8 rodadas: Crédito: Superesportes

Pressionado, Sport escala titulares na Ilha e empata com time reserva do Santa Cruz

Pernambucano 2017, 8ª rodada: Sport x  Santa Cruz. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Com as quartas de final do Nordestão pela frente, a decisão de poupar o time no Pernambucano era natural, necessário até. Para evitar mais desgaste e lesões num calendário apertado ou até mesmo para manter o foco da equipe. No cenário local, o clássico pouco definiria. Virtualmente classificado, teria como objetivo apenas a luta pelo mando de campo. Então, uma formação 100% reserva. Pois a descrição não cabe ao Sport, cujo discurso do então candidato Arnaldo Barros apontava até a utilização do Sub 20 no Estadual. Foi o Santa Cruz, que não havia dado um pio sobre o assunto, que mandou o time suplente à Ilha, consciente de que o resultado, neste domingo, era indiferente ao planejamento. O rival escalou os principais jogadores à disposição, excluindo Diego Souza e Mena, nas Eliminatórias, e Rithely, machucado.

No Sport, com atuações ruins em sequência, Daniel Paulista esclareceu que o revezamento, formulado há semanas, apontava três jogos com o titular e um com o reserva. A conta não bate, uma vez que após o Campinense o Leão terá o Danubio, pela Sula. Tentando justificar o injustificável, anulando qualquer reclamação posterior sobre cansaço, a verdade é que, creio, o técnico rubro-negro tentou se preservar na função. Visão baseada em resultados (contra times tecnicamente bem inferiores), não em futebol jogado.

Pernambucano 2017, 8ª rodada: Sport x  Santa Cruz. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Tentando vencer o primeiro clássico em 2017, Daniel foi para tentar atropelar o Santa e fazer as pazes com a torcida. Assim como no Arruda, o Sport foi melhor. E assim como no Arruda, o Santa se superou, mesmo inoperante ofensivamente, com o atacante Julio Sheik perdido como meia. Após as vaias dos 10.221 torcedores no primeiro tempo, num jogo desnecessariamente pilhado, mas controlado pela árbitra Deborah Cecília, o Leão seguiu criando oportunidades, mas longe da meta de Jacksson, o estreante goleiro de 22 anos. Rogério foi durante todo o jogo o escape, ganhando em velocidade e finalizando. Quase sempre mal. Até deu uma bela bicicleta, mas só na 8ª tentativa, aos 23 minutos da etapa final, acertou. Recebeu de Juninho, que acabara de entrar, e anotou o seu 7º gol no ano. É o artilheiro do time.

A vantagem, pelo desempenho dos dois times, era bem justa (quase tardia). Porém, a falta de articulação no meio do Sport acabou penalizada. Limitando-se a marcar, o Santa se arriscou um pouco mais, chamando faltas próximas à área. Num duelo de disparidade técnica (e hoje havia bastante), a bola parada poderia ser salvadora. Mas sem Anderson Salles, um dos poupados. Com a bola à disposição para um novo cobrador, o também estreante Pereira empatou. O meia mandou no canto direito de Magrão, aos 37. A partir dali, a partida não andou mais, com o 1 x 1 definitivo. Ao time reserva do Santa, os méritos pelo esforço. A Daniel, o todo o ônus do tropeço.

Pernambucano 2017, 8ª rodada: Sport x  Santa Cruz. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Alteração da FPF obriga o Sport a jogar no domingo e na segunda, entre 26 horas

Registro da FPF sobre a munda de Sport x Salgueiro, pela 9ª rodada do hexagonal estadual de 2017

Em abril, o Sport entrará em campo por quatro competições distintas. Todas oficiais, nos âmbitos estadual, regional, nacional e internacional. Calendário apertadíssimo, sem lacunas. Não por acaso, Sport x Danubio, na estreia leonina na Copa Sul-Americana, foi marcada para o dia 06/04. Um dia antes, entraria em campo pelo Estadual, contra o Salgueiro. Ambos na Ilha do Retiro.

Como o rubro-negro também joga em casa pelo Nordestão no domingo que abre esta semana, dia 2, parecia óbvia a remarcação para a terça. Embora num ritmo frenético, com jogos no domingo, terça e quinta, haveria um mínimo de “folga” – não há datas vagas no mês. E o que fez a FPF? Sem alarde, remanejou a partida para a segunda-feira! Ou seja, manteve o calendário com jogos em dias consecutivos. Em vez de quarta/quinta, domingo/segunda.

02/04 (16h00) – Sport x Campinense (Nordestão, Ilha)
03/04 (20h00) – Sport x Salgueiro (Estadual, Ilha)
06/04 (19h15) – Sport x Danubio (Sul-Americana, Ilha)

De acordo com o Regulamento Geral de Competições da CBF, na versão 2017, o intervalo mínimo entre os jogos de um mesmo clube é de 60 horas – no caso supracitado serão 26 horas. Porém, de pouco vale. Há um parágrafo, o 2º do artigo 25, só para validar qualquer situação. Trecho a seguir.

“Em casos excepcionais, a diretoria de competições, de forma fundamentada e amparada em autorização médica, poderá autorizar a participação de atletas sem a observância do intervalo mínimo aludido no caput deste artigo”.

Ainda que “legalmente” seja possível, moralmente não é. O que impressiona é a dificuldade para corrigir o próprio calendário – especificamente, a FPF. De fato, o meio da semana está cheio, com quatro jogos no Recife, sendo dois do Sport, além de Náutico e Santa (com mando do Belo Jardim) na quarta. Como a PM não libera dois jogos na capital, a ordem poderia ser a seguinte:

2ª feira – Náutico x Central, PE (não jogam no fim de semana pelo regional)
3ª feira – Sport x Salgueiro, PE
4ª feira – Belo Jardim x Santa Cruz, PE (pré-definido na Globo)
5ª feira – Sport x Danubio, Sula (pré-definido na Fox)

Mas a FPF parece se importar pouco com a valorização do seu torneio…

Empate com o Belo Jardim adia a vaga antecipada do Náutico à semi. E só

Pernambucano 2017, 8ª rodada: Náutico 1 x 1 Belo Jardim. Foto: Rafael Martins/DP

Eliminado de forma precoce na Copa do Brasil e no Nordestão, deixando de ganhar R$ 825 mil apenas com as cotas da segunda fase, o Náutico só terá o Estadual até o dia 12 de maio, até o início da segundona. A competição local volta a ser o foco alvirrubro, tentando quebrar um jejum de quase treze anos. A exigência é grande, mas o próprio foco precisa ser reajustado após o mau momento nos outros torneios. Contra o Belo Jardim, uma vitória simples classificaria o time por antecipação à semifinal. Tomando um gol a seis minutos do fim, o Náutico ficou num empate em 1 x 1.

Apesar das vaias dos 1.507 espectadores, o tropeço na Arena Pernambuco não influencia em nada a participação na semifinal – não há milagre que faça o Central vencer três vezes seguidas. Então, a análise poderia partir para o rendimento do time, que atuou com a formação titular. De fato, não foi bem. Finalizou poucas vezes diante de um adversário frágil e coletivamente não agradou. Contudo, atuar numa intensidade abaixo seria até compreensível 64 horas após a saída da copa regional. E o peso do jogo diz muito, vem sendo assim também com os rivais. A esta altura do hexagonal, a pontuação só serve para embaralhar o G4, sem uma vantagem concreta em disputa.

Por isso, num intervalo de 48 dias, o clube de Rosa e Silva tem, à vera, apenas quatro apresentações. Só no mata-mata. Aí, sim, haverá cobrança…

Pernambucano 2017, 8ª rodada: Náutico 1 x 1 Belo Jardim. Foto: Rafael Martins/DP

STJD suspende o Serra Talhada da Série D por dívida de R$ 100. Desproporcional

R$ 100

Em um mesmo dia, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva suspendeu seis clubes por conta de dívidas sobre taxas com o próprio órgão. Chamou a atenção o valor das pendências, módicas para o futebol profissional, sendo a maior a abaixo de salários mínimos. E a decisão foi pesada, com a suspensão nos torneios organizados pela CBF e o veto a novos registros de atletas.

O caso do Serra Talhada chega a parecer piada. Embora tenha sido rebaixado à segunda divisão pernambucana nesta temporada, o clube sertanejo já tinha a vaga na Série D de 2017, assegurada na edição anterior do torneio local. De fato, a decisão do STJD é amparada pela lei, mas a suspensão passa mais a impressão de despreparo do tribunal, num ato visivelmente desproporcional, do que um acerto jurídico – na visão do blog, naturalmente. Em todos os casos, os clubes correram para quitar as respectivas dívidas, aliviando a suspensão sumária. Incluindo o Cangaceiro, com o depósito de R$ 100.

Dívidas com o STJD que geraram as suspensões nas competições:
R$ 1.600 – Bragantino (Série C)
R$ 1.000 – JV Lideral (sem divisão)
R$ 900 – Goianésia (sem divisão)

R$ 400 – São Francisco-PA (Série D)
R$ 200 – Itabaiana (Série D)
R$ 100 – Serra Talhada (Série D)

Obs. O Serra Talhada está no grupo H da quarta divisão nacional, ao lado de Itabaiana-SE, Fluminense-BA e Campinense-PB

Com 82% dos jogos realizados, Estadual de 2017 tem média de 1.227 torcedores

Pernambucano 2017, 7ª rodada: Belo Jardim 0 x 1 Sport. Crédito: Rede Globo Nordeste/reprodução

Após 78 das 95 das partidas programadas para o Campeonato Pernambucano de 2017, a média de público segue a pior desde que a FPF passou a contabilizar o dado, há 27 anos. A cada jogo, apenas 1.227 torcedores, considerando os duelos com borderô, pois oito ocorreram de portões fechados. Em 1997, ainda a pior edição em termos de presença na arquibancada, o índice foi de 2.080 – aquele fundo do poço acabou gerando a intervenção do governo do estado, com ingressos subsidiados.

Para que esta edição não “supere” o recorde negativo, os 17 jogos restantes terão que somar ao menos 95.130 pessoas – com isso, a média chegaria a 2.081. Até aqui, foram 85 mil pessoas. Logo, os mata-matas serão decisivos para impulsionar a assistência, até porque todos vêm deixando a desejar no hexagonal. Só um jogo passou de 10 mil pessoas, o Clássico das Multidões, e no último domingo, no encerramento da 7ª rodada da fase principal, apenas 437 pessoas foram ao Arruda para ver Belo Jardim 0 x 1 Sport, com mando agrestino. Como os poucos rubro-negros presentes ficaram posicionados atrás da barra à esquerda das cabines, a transmissão, em sinal aberto na tevê, exibiu o concreto vazio. Péssimo para a imagem do campeonato.

Em relação à arrecadação, a FPF tem direito a 8% da renda bruta de todos os jogos. Logo, do apurado de R$ 943 mil, a federação já arrecadou R$ 75.443.

Dados até a 7ª rodada do hexagonal do título e a 10ª rodada da permanência:

1º) Santa Cruz (4 jogos como mandante, no Arruda)
Público: 22.801 torcedores
Média de 5.700
Renda: R$ 225.130
Média de R$ 56.282 

2º) Náutico (3 jogos como mandante, na Arena Pernambuco)
Público: 12.410 torcedores
Média de 4.136 
Renda: R$ 212.970
Média de R$ 70.990 

3º) Sport (3 jogos como mandante, na Ilha do Retiro)
Público: 9.466 torcedores
Média de 3.155
Renda: R$ 148.885
Média de R$ 49.628 

4º) Salgueiro (7 jogos como mandante, no Cornélio de Barros)
Público: 15.840 torcedores
Média de 2.262 
Renda: R$ 76.671 
Média de R$ 10.953  

5º) Central (6 jogos como mandante; 2 no Lacerdão, 2 no Antônio Inácio, 1 na Arena e 1 no Carneirão)
Público: 7.758 torcedores
Média de 1.293 
Renda: R$ 112.970 
Média de R$ 18.828 

6º) Belo Jardim (7 jogos como mandante; 5 no Antônio Inácio e 2 no Arruda)
Público: 2.202 torcedores
Média de 314 
Renda: R$ 20.597 
Média de R$ 2.942 

Geral – 70* jogos (1ª fase, hexagonal do título e hexagonal da permanência)
Público total: 85.917 
Média: 1.227 pessoas
Arrecadação: R$ 943.038 
Média: R$ 13.471 
* Mais 8 jogos ocorreram de portões fechados 

Fase principal – 21 jogos (hexagonal do título e mata-mata)
Público total: 59.582 
Média: 2.837 pessoas
Arrecadação total: R$ 713.882 
Média: R$ 33.994