A segunda divisão do Campeonato Pernambucano de 2010 entra em sua reta final.
Restam apenas oito times. São dois grupos com quatro equipes cada um. Disputa em jogos de ida e volta. Os vencedores de cada chave garantem vaga na elite do Estadual do ano que vem.
E entre os primeiros colocados, aquele que tiver mais pontos nesta fase ficará com o título. Dúvida: Não seria melhor um jogo extra, festivo? Valendo a taça…
A rodada inicial será na tarde do próximo domingo, 1º de agosto.
Na primeira fase do campeonato (grupo 1), os 13 times disputaram um turno único (veja a classificação AQUI). Abaixo, a distribuição dos times na próxima fase.
Grupo 2: Decisão/Chã Grande (2º), Pesqueira (3º), América (5º) e Timbaúba (8º)
Grupo 3: Petrolina (1º), Centro Limoeirense (4º), Olinda (6º) e Belo Jardim (7º).
A colocação é bem modesta. Um 9º lugar após nove partidas. Doze pontos.
Nesta quarta-feira, um confronto contra o líder e a chance de tentar encostar no G4.
Jogo em casa, às 20h30.
“Que raio de campeonato é esse…?!”
Trata-se do Campeonato do Nordeste, com as suas rodadas intermitentes. A última delas, por exemplo, foi há 18 dias, sempre numa brechinha do calendário.
O jogo descrito acima é o do Santa Cruz, contra o Treze, no Arruda.
Logo após a dramática vitória sobre o Potiguar, no domingo, o técnico Givanildo Oliveira mandou o recado, ainda em Mossoró:
“O próximo passo é o Confiança no domingo que vem. Eu sei que tem um jogo no meio da semana contra o Treze (pelo Nordestão). Mas hoje estamos falando de Série D.”
Decisão correta? Sem dúvida alguma. Sair do buraco da 4ª divisão é questão de sobrevivênvia. Ainda mais com dois jogos seguidos contra o time sergipado pelo Brasileiro, que podem definir a classificação tricolor à segunda fase.
Quanto ao jogo desta quarta, cabe ao fiel torcedor coral decidir se ainda vale sonhar com o título regional neste ano. Faz ideia do time que vai jogar? Veja AQUI.
Veja a classificação atualizada do Nordestão AQUI.
Qual caminho…? Em direção à luz no fim do túnel, na Série D.
Goleadores. Faro apurado. Ambos marcaram época no futebol de Pernambuco.
Apesar dos 39 anos, Kuki brilhou na década vigente.
Três títulos estaduais com a camisa do Náutico e três artilharias do Campeonato Pernambucano.
O Baixinho dos Aflitos é o 4º maior artilheiro do Alvirrubro, com 179 gols.
Aos 36 anos, Leonardo foi um dos maiores ídolos do Sport na década de 1990.
Foram cinco títulos estaduais pelo Leão e duas artilharias do Pernambucano. O Baixinho da Ilha do Retiro é o 3º maior artilheiro da história do Rubro-negro, com 136 gols.
Ambos deixaram os gramados. A hora de parar realmente chegou para os dois ídolos. O limite físico impôs o fim da carreira profissional. O dia do adeus.
Primeiro, Kuki, que chegou em Rosa e Silva como uma aposta, já aos 29 anos. Venceu toda a desconfiança e cravou o seu nome no clube. Em abril deste ano, quando assinou um novo contrato com o Náutico – agora como coordenador técnico das categorias de base -, Kuki recebeu a garantia de um jogo de despedida (veja aqui).
Leonardo, que há alguns anos vem perambulando pelos times do interior, também resolveu pendurar as chuteiras. Quer virar técnico de futebol. Ele revelou o desejo durante o amistoso Gol Pela Vida. Leonardo também disse que gostaria de ter um jogo de despedida com a camisa do Sport, onde surgiu em 1994, aos 20 anos.
Na memória das duas torcidas, golaços e mais golaços. Foram 315 com as duas camisas agregadas. No domingo, eles atuaram juntos pela primeira vez.
As arquibancadas do Recife tremeram durante anos com os dois. Quase duas décadas. A ideia pode até ser surreal, mas bem que o jogo de despedida de Kuki e Leonardo poderia ser em um Clássico dos Clássicos pra lá de especial.
Céu nublado durante todo o domingo e pancadas de chuva no Recife.
Logo num dia marcado para uma partida beneficente nos Aflitos para as vítimas das enchentes que castigaram a mata sul de Pernambuco. E foram muitas. Milhares. Mais de 82 mil desabrigados e desalojados em 68 municípios.
A população do Grande Recife atendeu ao pedido de solidariedade.
Foram 8 toneladas de alimentos arrecadados no jogo, que contou com craques de um passado recente, conscientes do dever de ajudar.
No fim, uma goleada daquelas.
Amigos de Juninho Pernambucano 6 x 0 Amigos de Ricardo Rocha.
O placar não importa. Valeu o show de Pig, que marcou 2 gols. Pig?! Sim. Fez parte da geração do Sport de Juninho, Chiquinho e Leonardo de 1994, mas não deslanchou.
Como curiosidade, vale dizer que o time da imprensa pernambucana venceu a equipe dos artistas locais por 6 x 3, na preliminar.
Colaboradores do blog como Fred Figueiroa (goleiro mandake), Lucas Fitipaldi, Celso Ishigami e Alexandre Barbosa participaram dessa legítima pelada!
Um River Plate x Rosário Central, no popular duelo entre as cidades Buenos Aires e Rosário. Com direito a uma chuva de gols, com emoção e muita raça.
Como no futebol dos hermanos…
A técnica, porém, deixou claro que eram apenas homônimos. River Plate de Sergipe versus Central de Caruaru. Pela famigerada Série D.
O River Plate – atual campeão sergipano – é sediado em Carmópolis, a apenas 30 quilômetros de Aracaju. Por causa das condições do estádio local, a partida deste domingo foi realizada na capital, no Batistão.
O Central, que ostenta as cores alvinegras, ao contrário do clube argentino, buscou o resultado a todo custo. No fim, um justo empate em 3 x 3. A Patativa vencia até os 34 minutos do segundo tempo, depois de virar o jogo, mas fez um gol contra…
Em tempo, o River sergipano faz um clássico com o Boca Juniors (veja AQUI).
Em 9 de abril de 2006, o meia Lecheva caminhou do círculo central do gramado da Ilha do Retiro até a marca do pênalti sob os olhares de 33.282 torcedores.
Caso ele convertesse a cobrança, o SantaCruz seria bicampeão pernambucano. Conquistaria o título em cima do Sport, na casa do rival. A “Casa dos Festejos”.
Lecheva, que havia convertido todas as 29 cobranças durante a sua passagem no Paysandu, bateu fraco, no canto esquerdo do goleiro Gustavo, que espalmou. Depois, a série continuou e o Leão faturou o título. O primeiro do atual pentacampeonato.
Após a sucessão de rebaixamentos, Romerito Jatobá, presidente coral naquele ano, disse: “Se Lecheva tivesse feito aquele pênalti, a situação seria diferente”.
Muitos torcedores da Cobra Coral pensam o mesmo…
Então, nada como ouvir a versão do protagonista, Lecheva. Em entrevista exclusiva ao repórter Diego Trajano, do Diario, o agora assistente-técnico do Paysandu, de 36 anos, comentou sobre o episódio. E avisa que não é o culpado.
“Eu não sou o culpado. Romerito tirou a culpa dele e colocou em mim. A verdade é que houve uma irresponsabilidade financeira muito grande e o time começou a desandar. Ele tem responsabilidade nisso. O clube afundou pelos erros dele.”
“Ninguém lembra do escanteio que eu bati para que a gente fizesse o gol da vitória naquele dia (1 x 0, gol de Neto). Ninguém lembra que no primeiro jogo da final (no Arruda) Carlinhos Bala perdeu um pênalti para a gente.”
“Giba (técnico tricolor no Estadual de 2006) me botou por último entre os cinco cobradores porque sabia que eu era melhor cobrador. Não bati bem, mas também foi uma grande defesa de Gustavo. Pelo menos eu mandei dentro do gol, e Gustavo tem mérito na história. Fiquei muito mal. Chorei copiosamente nos vestiários.”
“Futebol é assim. Qualquer um pode perder pênalti. Três perderam naquela decisão. Eu, Marco Brito e Neto. E não fui o último a perder, mas só falam de mim.”
O relógio do árbitro baiano Diego Pombo Lopez marcava quase 23h de sábado.
A noite estava pronta para virar madrugada. E terminar com derrota do Salgueiro, em Maceió.
O CRB vencia o Carcará por 1 x 0 no estádio Rei Pelé.
O gol havia sido marcado logo no início do jogo. O revés deixaria o time do Sertão pernambucano em situação complicada no grupo B da Terceirona.
E olhe que o Galo da Pajuçara materlou bastante a meta do Salgueiro! Com começo ao fim.
Mas veio a bola parada e a experiência do volante Júnior Maranhão. O jogador, nascido em Colinas e com boas passagens no Santa Cruz e no Sport, foi a principal contratação do clube para o Brasileiro.
O chute forte seria a arma. E foi! Numa cobrança de falta, Júnior Maranhão empatou o jogo, 1 x 1. Foi um verdadeiro presente de aniversário para o jogador, que completou 33 anos há uma semana. O presente foi mesmo para o Salgueiro…
Carlos Celso Cordeiro. Pernambucano de Tabira, 66 anos. Morador do Recife.
Um alvirrubro fanático, da época do hexa. Mas, sobretudo, um apaixonado pelo futebol pernambucano. Um abnegado em resgatar a história do nosso futebol, perdido nas páginas amareladas dos jornais da capital.
Pesquisador nato, Carlos Celso sempre colecionou todos os dados possíveis sobre os resultados dos times do Recife. Primeiro em cadernos, depois no seu computador. E assim, mesmo sem apoio, passou a publicar livros em série sobre Náutico, Sport e Santa.
O primeiro, em 1996, com um levantamento estatístico de todos os jogos do Timbu entre 1909 e 1969 (foto). Depois foram mais dois volumes, até 1999. Os dois rivais também têm três livros com as partidas até 1999.
Saíram ainda, com esforço, o livro dos 100 anos do Clássico dos Clássicos, a história do Estadual (dois volumes) e o retrospecto dos atacantes alvirrubros Bita e Kuki.
Agora, chega o 5º livro no período de um ano. O 15º da carreira, com o 4º volume da história do Náutico, compilando resultados de 2000 a 2009, com destaque para os três títulos pernambucanos do Timbu na década vigente. Colaborador do blog, Carlos Celso escreveu a série Futebol Pernambucano – Ano Zero, dividida em seis capítulos.
Um dia após assumir a liderança isolada da Série A, comandando o Fluminense, o técnico Muricy Ramalho foi chamado para uma reunião com a cúpula da CBF, ali mesmo no Rio de Janeiro, num clube de golfe na Barra da Tijuca.
Tema: convite para assumir a missão de conduzir a Seleção Brasileira até a Copa do Mundo de 2014. A missão de ganhar o hexa no dia 13 de julho de 2014, no Maracanã.
Será que ele toparia essa “bronca”?
O paulista disse sim nesta sexta-feira e será o 78° técnico da Seleção desde 1914.
“A bola pune”. É o que costuma dizer Muricy quando um time vacila durante a partida. Desta vez, a bola foi o prêmio, pelo histórico vencedor. Digno de outra frase famosa de sua autoria: “Isso aqui é trabalho, meu filho!”
Aos 54 anos, o treinador chega ao auge de uma carreira que começou de fato em 1994, quando comandou o expressinho do São Paulo na conquista da extinta Copa Conmebol, à somba do técnico principal do Tricolor Paulista, o mestre Telê Santana.
Para ser efetivado mesmo, teria que esperar um pouco. Foi em 1996, no próprio clube. Não deu certo. Aí, começou a rodar o país em busca de espaço.
Sem medo de errar, é possível afirmar que o primeiro grande trabalho de Muricy foi no Náutico, em 2001. Assumiu um clube completamente endividado, com uma folha que não poderia passar dos R$ 200 mil e na Série B, ao contrário dos rivais, que estavam na elite nacional. Fora o jejum de 11 anos sem títulos e o temor de ver o hexa do Sport.
Muricy atropelou tudo isso. Ganhou o Pernambucano. Um não. Dois! Um bicampeonato histórico para o Alvirrbro, no início da Era Kuki. Tamanha dedicação o transformou em conselheiro vitalício do clube. No meio desta passagem, ele ainda arrumou tempo para treinar o Santa Cruz no Brasileirão.
Depois, ganhou o Paulista com o modesto São Caetano, reergueu o Internacional e finalmente voltou a ter uma chance no seu São Paulo.
Ganhou “apenas” três vezes o Campeonato Brasileiro: 2006, 2007 e 2008. Sempre com a mesma postura séria, mas competente. Muricy realmente consegue montar boas equipes, eficientes. Se ele será conseguirá trazer o futebol arte à Canarinha é outra conversa, mas o time será agressivo. Fato.
“Faz uns 20 anos que estou com. É muita sorte para um cara só. Fica em casa para ver se a sorte vai te ajudar. Tem que trabalhar”
Prepara-se, pois essa ironia vai dominar a Seleção Brasileira agora.
O árbitro Nielson Nogueira foi o melhor juiz do Campeonato Pernambucano de 2010. O que não quer dizer muita coisa, pois o nível da arbitragem foi lamentável.
O próprio Nielson, que vinha realmente saindo do lugar comum no Estadual, cometeu uma falha bisonha, ao anular um gol do Vera Cruz contra o Sete de Setembro, em Garanhuns.
A bola entrou e furou a rede. Ele não viu e deu tiro de meta… No fim, 1 x 1.
Nielson argumentou que a iluminação do estádio Gigante do Agreste o prejudicou. Não adiantou, pois a FPF o suspendeu.
Mesmo assim, ele foi eleito como o melhor juiz da competição!
Nesta sexta-feira, porém, o grande prêmio.
Nielson Nogueira, de 35 anos, foi um dos 10 árbitros promovidos pela Comissão de Arbitragem da CBF à categoria de Aspirante-Fifa. Dose dupla para Pernambuco, pois Cláudio Mercante também foi promovido ao mesmo patamar (veja AQUI).
O quadro pernambucano não tem nenhum árbitro da Fifa. O último foi Wilson Souza.