A simples dúvida entre Arena e Arruda para Brasil x Uruguai já expõe os problemas do empreendimento

Seleção Brasileira entre Arena Pernambuco e Arruda. Arte: Cassio Zirpoli, com fotos de Ana Araújo-Faquini/ Portal da Copa (Arena) e mapio.net (Arruda)

As seleções de Brasil e Uruguai vão se enfrentar no Recife em 24 de março, pela quinta rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018. O palco natural da disputa entre Neymar e Luis Suárez seria a Arena Pernambuco, a parceria público-privada idealizada para abrigar a Copa das Confederações e o Mundial, atendendo inteiramente à versão mais recente do caderno de encargos da Fifa. Um empreendimento moderno, mas cercado de problemas. Na licitação, na construção e na operação. Até hoje não se sabe o valor oficial da obra, que pode chegar a R$ 743 milhões, num número ainda em discussão na justiça.

Erguido em São Lourenço, o estádio foi apontado já em sua concepção como a nova casa da Seleção. Não por acaso, o amistoso Brasil 8 x 0 China, em 2012, foi celebrado como a despedida do Arruda. Com a confirmação do jogo em 2015, o nome no ingresso seria praxe. Seria. A dois meses do clássico, a CBF ainda não chegou a um acordo com a administração da arena. No Rio de Janeiro, o repórter Wellington Campos, que cobre o dia a dia da confederação, informou que se a pedida for muito alta, o jogo será transferido para o Arruda.

O Mundão já abrigou dois jogos pelas Eliminatórias, contra Bolívia (1993) e Paraguai (2009), com o recorde de público (96.990) no histórico 6 x 0 na arrancada do Tetra. A casa do Santa segue com capacidade ampla – apesar da redução para 60 mil – e estrutura adequada aos atletas. Porém, a não realização de um jogo deste porte na Arena seria uma desmoralização do projeto, tão criticado pelo recorrente déficit e pela mobilidade complicada. O presidente da FPF, Evandro Carvalho, considera mínima a possibilidade de mudança (eu também). Mas só a dúvida já coloca o governo do estado em xeque…

Esta será a terceira partida seguida da Canarinha no Nordeste. Nas duas apresentações anteriores, duas arenas foram utilizadas.

Castelão
13/10/2015 – Brasil 3 x 1 Venezuela (38.970 pessoas, R$ 2.722.220)

Fonte Nova
17/11/2015 – Brasil 3 x 0 Peru (45.558 pessoas, R$ 4.186.790)

Pernambuco na Copa do Brasil com 86 classificações e 66 eliminações até 2015

Copa do Brasil. Crédito: CBF/site oficial

As estreias pernambucanas na Copa do Brasil de 2016 estão definidas. São quatro representantes, com os seguintes jogos: Santa Cruz x Rio Branco-ES, Salgueiro x Ferroviária-SP, Sport x Aparecidense-GO e Náutico x Vitória da Conquista-BA.

Confira os destalhes sobre os chaveamentos dos times locais aqui.

Até hoje, os clubes pernambucanos já disputaram 152 confrontos na história da Copa do Brasil, iniciada em 1989, com 86 classificações. Confira abaixo o retrospecto completo dos times locais, com sucesso e decepção a cada 180 minutos de bola rolando.

O atual troféu, inspirado na Liga dos Campeões da Uefa, foi instituído há quatro anos. Reveja os outros oito modelos de taças de 1989 a 2012.

Sport – 21 participações (168 pontos, 54,9%)
102 jogos (163 GPC e 106 GC, +57)
48 vitórias
24 empates
30 derrotas
34 classificações e 20 eliminações (62,9% de aproveitamento nos confrontos)

Título – 2008
Vice – 1989
Semifinal – 1992 e 2003
Quartas de final – 1998
Oitavas de final – 1991, 1993, 2007 e 2010
16 avos de final – 1995, 1997, 1999, 2001, 2002, 2004, 2012 e 2015
32 avos de final – 2000, 2011, 2013 e 2014
Eliminações na 1ª fase: 2000 e 2011

Náutico – 20 participações (138 pts, 52,8%)
87 jogos (134 GP e 110 GC, +24)
40 vitórias
18 empates
29 derrotas
26 classificações e 20 eliminações (56,5% de apt. nos confrontos)

Semifinal – 1990
Quartas de final – 2007
Oitavas de final – 1989, 1993, 2003, 2006, 2008, 2009 e 2011
16 avos de final – 1992, 1995, 2000, 2002, 2005, 2010, 2012 e 2015
32 avos de final – 2001 e 2014
64 avos de final – 2013
Eliminações na 1ª fase: 1992, 2001 e 2013

Santa Cruz – 21 participações (112 pts, 47,8%)
78 jogos (105 GP e 101 GC, +4)
32 vitórias
16 empates
30 derrotas
20 classificações e 21 eliminações (48,7% de apt. nos confrontos)

Oitavas de final – 1990, 1991, 1994, 1997, 2004, 2005 e 2010
16 avos de final – 1996, 2001, 2002, 2006, 2011 e 2014
32 avos de final – 1999, 2000, 2003, 2007, 2008, 2009, 2012 e 2013
Eliminações na 1ª fase: 1999, 2003, 2007, 2008, 2009 e 2012

Salgueiro – 2 participações (12 pts, 40,0%)
10 jogos (13 GP e 12 GC, +1)
2 vitórias
6 empates
2 derrotas
4 classificações e 2 eliminações (66,6% de apt. nos confrontos)

Oitavas de final – 2013
32 avos de final – 2015

Central – 2 participações (6 pts, 33,3%)
6 jogos (4 GP e 9 GC, -5)
1 vitória
3 empates
2 derrotas
2 classificações e 2 eliminações (50% de apt. nos confrontos)

16 avos de final – 2008 e 2009

Porto – 1 participação (0 pt, 0%)
2 jogos (0 GP e 3 GC, -3)
2 derrotas
1 eliminação e nenhuma classificação (0% de apt. nos confrontos)

32 avos de final – 1999
Eliminações na 1ª fase: 1999

Pernambuco – 67 participações (436 pts, 50,9%)
285 jogos (419 GP e 341 GC, +78)
123 vitórias
67 empates
95 derrotas
86 classificações e 66 eliminações (56,5% de apt. nos confrontos)

Título – 2008
Vice – 1989
Semifinal – 1990, 1992 e 2003
Quartas de final – 1998 e 2007
Oitavas de final – 1989, 1990, 1991 (2), 1993 (2), 1994, 1997, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010 (2), 2011 e 2013
16 avos de final – 1992, 1995 (2), 1996, 1997, 1999, 2000, 2001 (2), 2002 (3), 2004, 2005, 2006, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012 (2), 2014 e 2015 (2)
32 avos de final – 1999 (2), 2000 (2), 2001, 2003, 2007, 2008, 2009, 2011, 2012, 2013 (2), 2014 (2) e 2015
64 avos de final – 2013
Eliminações na 1ª fase: 1992, 1999 (2), 2000, 2001, 2003, 2007, 2008, 2009, 2011, 2012 e 2013

A primeira rodada de Santa, Salgueiro e Sport e Náutico na Copa do Brasil 2016

Sorteio da Copa do Brasil. Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Um sorteio na sede da CBF, no Rio, definiu o caminho dos pernambucanos na Copa do Brasil de 2016 até a terceira fase, pois só depois entram os representantes do país na Libertadores. E poderemos ter um Clássico das Emoções já na segunda fase. Até hoje, nunca houve um confronto local.

Confira o chaveamento completo clicando aqui.

Campeão pernambucano em 2015, o Santa irá estrear contra o campeão capixaba, o Rio Branco. Já o Náutico, que só teve a sua vaga confirmada em dezembro, sendo um dos dez beneficiados pelo ranking da CBF, irá encarar o Vitória da Conquista, na viagem mais curta na primeira etapa. Participa com a necessidade de fazer dinheiro. Ou seja, somar as cotas de participação a cada fase. Sobre o possível clássico, em 1999, na Ilha, os rivais disputaram uma seletiva da Copa do Brasil. Na ocasião, o Tricolor venceu por 1 x 0.

Na condição de segundo representante do estado devido ao vice-campeonato no certame local, o Salgueiro pega a Ferroviária de São Paulo. É a terceira participação sertaneja em quatro anos. Curiosamente, também poderá sair um confronto estadual aí, mas na terceira fase, contra o Sport. Único nordestino com uma taça do torneio, em 2008, o Leão jogará contra o Aparecidense, vice-campeão goiano. Mais uma vez terá que “escolher” entre Copa do Brasil e Sul-Americana no segundo semestre, devido ao bizarro critério da confederação.

Possíveis adversários:

Santa Cruz (campeão estadual)
1ª fase – Rio Branco-ES
2ª fase – Náutico ou Vitória da Conquista-BA
3ª fase – Vasco, Remo, CRB ou Ivenhema-MS

Salgueiro (vice-campeão)
1ª fase – Ferroviária-SP
2ª fase – Fluminense ou Tombense-MG
3ª fase – Sport, Aparecidense-GO, Atlético-GO ou Ypiranga-RS

Sport (3º lugar)
1ª fase – Aparecidense-GO
2ª fase – Atlético-GO ou Ypiranga-RS
3ª fase – Fluminense, Tombense-MG, Salgueiro ou Ferroviária-SP

Náutico (Ranking da CBF)
1ª fase – Vitória da Conquista-BA
2ª fase – Santa Cruz ou Rio Branco-ES
3ª fase – Vasco, Remo, CRB ou Ivenhema-MS

Distâncias aéreas:
1.839 km – Sport (Recife) x Aparecidense (Aparecida-GO)
1.810 km – Salgueiro (Salgueiro) x Ferroviária (Araraquara-SP)
1.484 km – Santa Cruz (Recife) x Rio Branco (Cariacica-ES)
998 km – Náutico (Recife) x Vitória (Vitória da Conquista-BA)

A última vez que um representante local caiu logo na eliminatório foi em 2013, com o Náutico despachado pelo Crac nos Aflitos. Aquele ano marcou o início do regulamento que obriga o clube a sair da Copa do Brasil no máximo até a terceira fase para poder disputar a Sul-Americana. Com a pré-vaga internacional na ocasião, a direção timbu abriu logo mão do torneio nacional.

Desempenho na 1ª rodada da Copa do Brasil (1989-2015):

Santa Cruz
21 participações
15 classificações (71%)
6 eliminações (última em 2012)

Salgueiro
2 participações
2 classificações (100%)

Sport
21 participações
19 classificações (90%)
2 eliminações (última em 2011)

Náutico
20 participações
17 classificações (85%)
3 eliminações (última em 2013) 

Total*
67 participações
55 classificações (82%)
12 eliminações (última em 2013)
*Incluindo as participações de Central (2) e Porto (1)

Estadual começa sem vencedores, mas com cerveja liberada. Menos para os torcedores no Carneirão. Esqueceram…

Pernambucano 2016, 1ª fase (1ª rodada): Vitória x Serra Talhada. Foto: FPF/twitter

Em uma rodada marcada por empates, foi dada a largada no Campeonato Pernambucano de 2016, cuja primeira fase, toda em janeiro, classificará os líderes de cada chave ao hexagonal do título, com o Trio de Ferro.

Grupo A
Porto 0 x 0 Central
Belo Jardim 0 x 0 Atlético

Grupo B
Vitória 1 x 1 Serra Talhada
América 2 x 2 Pesqueira

Duas situações se destacam nesta abertura. A ausência do Todos com a Nota, suspenso pelo governo do estado, o que não acontecia desde 2007, e a volta da cerveja, o que não ocorria desde 2009. Como a FPF ainda não assinou o contrato com a “cervejaria oficial” da competição, foi dada autorização para que cada clube escolhesse a sua. No Ademir Cunha, nem ingresso nem cerveja, pois o América não obteve os laudos do estádio. Também não houve a venda de bebidas alcoólicas em Vitória de Santo Antão, mas por um motivo insólito. A direção do clube esqueceu que a lei havia entrado em vigor! Acontece.

No clássico caruaruense no Antônio Inácio, a maior movimentação do domingo. Foram 1.500 pagantes, esgotando a carga estipulada pelo Gavião do Agreste – que não esperava tanta gente. Nos bares da acanhada praça, a cerveja comercializada foi a Itaipava. Apesar das queixas naturais sobre o atendimento, a situação correu sem problemas. Em campo, Walasson perdeu um pênalti para o alvinegro com direito a um “caqueado” constrangedor. Em Belo Jardim, a diretoria do Calango optou pela mesma marca de cerveja.

Não houve registro de confusão entre torcedores dentro dos estádios.

Pernambucano 2016, 1ª fase (1ª rodada): Porto x Central. Foto: FPF/twitter

Mapeamento municipal de torcidas: Recife (Datamétrica/2015)

Pesquisa de torcida no Recife em dezembro de 2015, segundo a Datamétrica. Arte: Cassio Zirpoli (via Infogram/Pixlr)

O Diario de Pernambuco traz em sua edição de domingo uma pesquisa do instituto Datamétrica projetando o tamanho das torcidas de Sport, Santa Cruz e Náutico na capital pernambucana. O levantamento ouviu 400 pessoas de diferentes perfis e bairros no fim de dezembro, tendo ainda um questionamento sobre a expectativa futebolística em 2016, como o título estadual e a participação no Campeonato Brasileiro. A reportagem esmiuçou todos os dados em duas páginas no jornal, com o blog focando na pesquisa principal.

No histórico do blog, esta foi a quinta pesquisa direcionada ao Recife nos últimos três anos. Em todas, a ordem se manteve, com rubro-negros, tricolores e alvirrubros, com a diferença dos números dentro da margem da erro. Desta vez, os percentuais seriam: Sport de 34,1% a 43,9%, Santa de 19,1% a 28,9% e Náutico 7,1% a 16,9%. Nesta abordagem, surpreende a torcida de outras equipes, que não chegou sequer a 1%. Já a quantidade de gente que não acompanha futebol toma quase 1/4 da população. Bastante, sobretudo se considerarmos que trata-se do maior centro econômico do estado.

Como sempre, o blog projetou o levantamento estatístico de acordo com a população oficial, levantada e informada pelo IBGE, no período correspondente. Com 75% da preferência local, o Trio de Ferro teria 1,2 milhão de torcedores somente na capital. Um número respeitável.

Confira a divisão dos entrevistados por sexo, faixa etária e escolaridade aqui.

Datamétrica / Recife 2015
Período: 29 e 30 de dezembro de 2015
Público: 400 entrevistados
Margem de erro: 4,9%
População estimada (IBGE/2015): 1.617.183

1º) Sport – 39% (630.701)
2º) Santa Cruz – 24% (388.123)
3º) Náutico – 12% (194.061)

Outros times – 1% (16.171)*
Sem clube – 23% (371.952)
Não sabe/não respondeu – 1% (16.171)
*1% incompleto 

Outras pesquisas de torcida na capital pernambucana nos últimos anos:
2015 – Plural (setembro)
2015 – Plural (junho)
2014 – Maurício de Nassau
2013 – Maurício de Nassau

Como seria o regulamento perfeito do Estadual, segundo Evandro Carvalho

Evandro Carvalho, presidente da FPF em 2016. Foto: Rafael Martins/ Esp. DP. SUPERESPORTES

A seguir, o regulamento tido pelo presidente da FPF, Evandro Carvalho, como o ideal para Pernambuco no atual contexto do futebol brasileiro…

Participantes: 9 clubes

Primeira fase
Três grupos com três times cada, tendo Náutico, Santa Cruz e Sport como cabeças de chave. Cada clube só enfrentaria integrantes das outras duas chaves, em jogos de ida e volta, totalizando doze partidas. Assim, por exemplo, um componente do grupo A enfrentaria os três do B e os três do C. Apesar disso, a classificação valeria só dentro do próprio grupo. 

Mata-mata
Os líderes dos grupos A, B e C e o segundo colocado de maior pontuação avançariam ao mata-mata. Semifinal e final em ida e volta. Não haveria o “gol fora de casa” como critério de desempate nas fases eliminatórias.

Ao blog, o mandatário da FPF justificou a composição de duas formas. Primeiro, por garantir seis clássicos, atendendo a uma exigência da detentora dos direitos de tevê para manter o patamar financeiro das cotas. Com o mata-mata, o torneio poderia chegar a dez clássicos. A fórmula também faria com que seis times do interior atuassem na “fase principal” ao menos doze vezes. Hoje, apenas três intermediários disputam o hexagonal contra o Trio de Ferro.

Agora, vamos a alguns problemas para implantar essa fórmula:

1) Reduzir para 9 times seria algo difícil de articular. Desde 2008 são 12 times. Ou seja, seria preciso rebaixar cinco em um ano! Isso mesmo, pois ainda haveria a promoção de duas equipes da segunda divisão. Desconsiderando uma canetada, só uma assembleia autorizaria, com os próprios filiados decidindo.

2) O campeonato teria 16 datas. Contudo, segundo o calendário oficial da CBF em 2016, os estaduais presentes no Nordestão (caso de Pernambuco, claro) só têm direito a 13 datas. De forma excepcional, a FPF faz a disputa principal com 14 – fora a fase preliminar, em janeiro. Precisa-se de mais três datas.

O que você achou da ideia de Evandro Carvalho? Comente.

Um Campeonato Pernambucano sem subsídio estatal, a missão em 2016

Sport, Santa Cruz e Náutico. Arte: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

O Campeonato Pernambucano de 2016 será a 27ª edição desde que a FPF começou a levantar os dados oficiais de público em 1990. De lá pra cá, mais de 17 milhões de torcedores assistiram aos 3,2 mil jogos disputados na primeira divisão local, segundo os dados publicados no borderô. Neste ano, a competição volta a acontecer sem o subsídio estatal nos ingressos após nove anos.

A lacuna em 2007 só ocorreu devido à transição dos governadores e dos respectivos programas, do Futebol Solidário (troca por alimentos não perecíveis) na gestão de Jarbas Vasconcelos para o Todos com a Nota (troca por notas fiscais) de Eduardo Campos, numa reedição da campanha criada pelo avô Miguel Arraes. Com o “vale lazer”, em 1998, foi estabelecida a maior média de público da história da competição, com 10.895 espectadores. Um marco, a ponto de manter durante esse tempo todo o apoio do estado.

Nas 17 edições subsidiadas o investimento nos clubes foi de aproximadamente R$ 64 milhões. A suspensão do TCN logo após o término do último campeonato, devido à crise econômica, de acordo com o próprio governo, atingiu 420 mil torcedores cadastrados somente na região metropolitana. Agora, para assistir in loco a algum dos 92 jogos agendados em 2016, só com ingresso pago. Historicamente, a média neste formato não chega sequer a quatro mil pessoas.

Confira as médias de público de Náutico, Santa e Sport de 2005 a 2015 aqui

Ingresso pago (1990-1997 e 2007)
Público: 4.331.057
Média: 3.695
Jogos: 1.172

Futebol Solidário (1999-2006)
Público: 4.752.561
Média: 5.487
Jogos: 866

Todos com a Nota (1998 e 2008-2015)
Público: 8.395.379
Média: 7.108
Jogos: 1.181

Total (1990-2015)
Público: 17.478.997
Média: 5.429
Jogos: 3.219

No gráfico abaixo, um comparativo entre as três “eras” do futebol local.

Europa e Ásia, os novos fusos horários da TV no Campeonato Pernambucano

Fuso horário do Recife às 18h30. Crédito: 24timezones.com

A transmissão do Campeonato Pernambucano no exterior passará de 56 para 87 países em 2016, num sinal distribuído pela Globo Internacional. A ampliação está atrelada ao aumento na quantidade de horários para os jogos do torneio no canal Premiere, o responsável pela exibição na tevê por assinatura no Brasil. Além do sábado, às 18h30, como vinha ocorrendo há cinco temporadas neste formato, também está prevista a transmissão na segunda, às 20h30.

Segundo o presidente da FPF, Evandro Carvalho, a mudança é voltada para um maior alcance de mercados, com Europa no sábado e Ásia na segunda – obviamente, os dois continentes podem assistir aos dois jogos. Os horários, sempre com Náutico, Santa ou Sport envolvidos, variam de 5h30, em Beijing às 0h30 em Madri. Começando a partir do hexagonal do título, em 30 de janeiro, a fase principal terá dez jogos na grade da Globo Internacional, além das partidas na semifinal e na final, simultâneos com a Globo Nordeste, com tradicional acordo de jogos aos domingos (16h) e quartas-feiras (21h50).

Vale lembrar que a exibição via pay-per-view acontece no país como “degustação”, como bônus ao assinante que comprar o PPV dos campeonatos estaduais do São Paulo e de Rio de Janeiro. A mesma situação ocorre com o campeonato baiano, diga-se. O contrato atual de transmissão do Estadual vai até 2018, com investimento de R$ 3,84 milhões por edição.

Os fusos horários dos jogos do Estadual:

18h30 – Recife
21h30 – Lisboa (Portugal)
21h30 – Londres (Inglaterra)
22h30 – Madri (Espanha)
22h30 – Paris (França)
22h30 – Berlim (Alemanha)
06h30 – Tóquio (Japão)
05h30 – Beijing (China)

20h30 – Recife
23h30 – Lisboa (Portugal)
23h30 – Londres (Inglaterra)
00h30 – Madri (Espanha)
00h30 – Paris (França)
00h30 – Berlim (Alemanha)
08h30 – Tóquio (Japão)
07h30 – Beijing (China)

Transmissões do Campeonato Pernambucano no Premiere:

2015 (12 jogos)
7 – Sport
5 – Santa Cruz
2 – Náutico
Total de jogos transmitidos (Globo + PFC): 26

2014 (15 jogos)
8 – Sport
7 – Náutico
6 – Santa Cruz
Total de jogos transmitidos (Globo + PFC): 27

2013 (12 jogos)
5 – Náutico
5 – Santa Cruz
5 – Sport
Total de jogos transmitidos (Globo + PFC): 27

2012 (15 jogos)
8 – Santa Cruz
7 – Sport
4 – Náutico
Total de jogos transmitidos (Globo + PFC): 38

Fuso horário do Recife às 20h30. Crédito: 24timezones.com

Schin e Itaipava na disputa pelo mercado de cerveja do Campeonato Pernambucano

Cerveja Schin e Itaipava

A Brasil Kirin e o Grupo Petrópolis, donos das cervejarias Schin e Itaipava, respectivamente, contam com fábricas em Pernambuco. Ambas ao norte do Recife, em Igarassu e Itapissuma. As duas disputam, junto à FPF, o mercado do Campeonato Pernambucano, cuja edição de 2016 marca a volta da venda e do consumo de bebidas alcoólicas nos estádios locais após sete temporadas. A competição terá 92 jogos, com estimativa de público entre 5 mil e 8 mil espectadores. Logo, existe um público consumidor, fora a exposição da marca.

Segundo o presidente da federação, Evandro Carvalho, o contato com as duas empresas está sendo feito em dois blocos. Num deles, uma negociação com os nove times intermediários. Em outro, com o Trio de Ferro, cada um pode negociar separadamente, comparando a proposta à receita obtida pela FPF.

No caso de Santa e Náutico, a Itaipaiva larga na frente. A empresa já opera os bares do Arruda e na Arena Pernambuco, onde joga o Timbu, há um contrato de naming rights de R$ 10 milhões anuais. Já o presidente leonino ainda discutirá a autorização na Ilha com o conselho deliberativo. Além do contato direto com as marcas, ainda houve uma sondagem da Ambev ao governo do estado. Em copos plásticos de 500 ml, o público dará a resposta sobre a qualidade…

Em 2009, a Ambev iria pagar R$ 800 mil pelo Estadual, mas desistiu por causa da lei proibindo o consumo de bebidas alcoólicas, sancionada naquele ano.

As exigências para o licenciamento dos clubes da Série A a partir de 2017

Taça de campeão brasileiro da Série A. Crédito: CBF

A partir de 1º de janeiro de 2017, os vinte clubes da Série A deverão cumprir um caderno de encargos técnicos para poder confirmar a presença na competição, à parte da classificação nos gramados. A CBF vem produzindo o documento, uma espécie de licenciamento, para atender às mudanças recentes na legislação, tanto no Estatuto do Torcedor quanto no Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro (Profut).

Entre as demandas mínimas de infraestrutura para os clubes, com o objetivo “fortalecer” o campeonato e cumprir metas sociais, estão estádios e centros de treinamento, além da ativação da categoria de base para a disputa de torneios nacionais. O licenciamento terá que ser renovado anualmente, mesmo que a agremiação já tenha regularidade na elite. O presidente da FPF, Evandro Carvalho, já recebeu o calhamaço com a primeira versão da norma – ainda em discussão – e adiantou ao blog os principais tópicos: 

1) Estádio próprio ou contrato de pelo menos três anos com algum estádio. Em ambos os casos, uma capacidade mínima de 15 mil lugares.

2) Centro de treinamento, a partir de dois campos oficiais (105m x 68m) e com vestiários. Autorizado o aluguel de CTs.

3) Departamento médico com acompanhamento de janeiro a dezembro, incluindo médico, dentista e psicólogo. 

4) Categoria de base, com pelo menos um nível (Sub 17 ou Sub 20). 

5) Departamento de futebol feminino 

Devido ao tempo escasso do projeto, é possível a existência de uma “carência” para algumas medidas, com prazos mínimos de implantação. Além disso, o dirigente pernambucano acredita que as divisões inferiores terão especificações mínimas adequadas aos respectivos níveis. Como, por exemplo, um centro de treinamento mais modesto ou a retirada da exigência do futebol feminino. Faz sentido, uma vez que as exigências do Brasileirão tendem a ser bastante puxadas para equipes presentes nas Séries C e D.

Analisando o caderno de encargos, veja como estaria hoje a situação dos quatro clubes pernambucanos com calendário completo em relação ao Brasileirão.

Sport
Estádio – ok (32 mil lugares, particular)
CT – ok (5 campos)
DM – ok

Base – ok
Feminino – não 

Santa Cruz
Estádio – ok (60 mil lugares, particular)
CT – não
DM – ok
Base – ok
Feminino – ok

Náutico
Estádio – ok (46 mil lugares, parceria num contrato de 30 anos)
CT – ok (5 campos)
DM – ok

Base – ok
Feminino – ok

Salgueiro
Estádio – não (12 mil lugares, alugado junto à prefeitura)
CT – não
DM – ok

Base – ok
Feminino – não