A inversão do mando de campo em um clássico na Arena Pernambuco

Clássico na Arena Pernambuco. Arte: Maria Eugênia Nunes/DP/D.A Press

Um Clássico dos Clássicos com torcida invertida na Arena Pernambuco. A torcida do Náutico reduzida ao setor norte do anel superior e o público do Sport nos demais setores.

Nos quatro clássicos anteriores no local, pela Copa Sul-Americana, Estadual e Nordestão, o mando de campo foi do Alvirrubro, que tem um contrato assinado com o consórcio que administra o empreendimento. Contudo, bastou o primeiro clássico com mando rubro-negro para surgir a polêmica.

Ao negociar um pacote de dez jogos na arena em 2015, o Leão escolheu como primeiro jogo justamente o confronto contra o Timbu, em 8 de fevereiro.

A decisão fere a relação do Náutico? Seria uma inversão de campo?

O debate cresceu nas redes sociais, entre torcedores e jornalistas.

Aqui, a visão do blog.

A realização de um clássico contra o Náutico com mando do Sport, ou do Santa Cruz, em nada fere a relação dos alvirrubros com o consórcio. Primeiro porque o mando não é do Alvirrubro. E nem o estádio.

Claro, essa poderia ser uma cláusula prevista no longo contrato, privando o consórcio de abrir jogos assim. No entanto, esse tratamento diferenciado impediria a captação de recursos do empreendimento público-privado durante trinta anos. Aí, francamente, seria rasgar dinheiro (do estado).

Não é a presença da torcida alvirrubra no setor de visitante em um clássico como visitante que irá mudar a percepção do torcedor. Ou ao menos não deveria…

Em relação à inversão do mando, a história torna-se mais técnica.

Segundo o artigo 13 do regulamento geral das competições da FPF, “a modificação não se referirá às situações de inversão de mando de campo, o que considera, conforme a origem dos contendores, o âmbito das cidades no qual pertençam os clubes envolvidos, exceção feita à inversão recíproca, ou seja, a troca do mando de campos dos jogos de ida e volta, quando aprovada pelo DCO (diretoria de competições da FPF)”.

Inicialmente, a federação entendeu como inversão, tanto que vetou a mudança de praça. A direção rubro-negra argumentou que o estádio do Náutico é os Aflitos, sendo a Arena um campo “público” (e neutro), aberto a negociações com outros clubes. Não por acaso, dois contratos estão em vigor, do Náutico e do Sport.

Mais. Ainda há a obrigação, por parte do governo de Pernambuco, que os três grandes clubes do Recife joguem pelo menos duas vezes na arena para continuar fazendo parte do programa de ingressos subsidiados Todos com a Nota. Em 2014 o Santa recebeu o Porto na arena, e em 2015 o pacote rubro-negro prevê quatro partidas no Estadual.

Portanto, a inversão no Clássico dos Clássicos seria configurada com o mando do Sport exclusivamente na Ilha do Retiro, segundo o registro da FPF. E somente por isso.

Repito, esta é a visão do blog… e a sua? Comente.

Arena Pernambuco

Podcast 45 minutos (94º) – Apresentação do Timbu, atraso no Leão e a novela DM9

O podcast 45 minutos debateu a primeira apresentação do Náutico na temporada, com um amistoso com o Decisão, nos Aflitos. No Sport, o atraso salarial de dez dias, a primeira vez em oito anos, também entrou na pauta, assim como a vela novela Dênis Marques no Santa Cruz. Além disso, resenha e bom humor.

Estou nesta edição (1h14min) ao lado de Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

Os cinco maiores artilheiros da história de Náutico, Santa Cruz e Sport

Bita (Náutico), Traçaia (Santa Cruz) e Traçaia (Sport)

Silvio Tasso Lasalvia, Humberto de Azevedo Viana e José Roque Paes. Esses nomes podem até passar despercebidos entre a maioria dos torcedores pernambucanos, mas os seus apelidos não. Bita, Tará e Traçaia são os maiores artilheiros de Náutico, Santa e Sport, com 223, 207 e 202 gols, respectivamente.

São os únicos com duas centenas de bolas nas redes. Além de seus ilustres goleadores, o trio da capital conta com outros artilheiros tarimbados na história. O pesquisador Carlos Celso Cordeiro enumerou os cinco principais goleadores de cada clube. Como curiosidade, somando o quinteto de cada time, são 886 gols alvirrubros, 795 gols tricolores e 712 gols rubro-negros.

O nome mais recente da lista é o de Kuki, que atuou de 2001 a 2009 no Náutico, sendo três vezes artilheiro do Estadual. O baixinho soma 179 gols, mas poderiam ser 184, pois anotou cinco tentos na Copa Pernambuco, jogando no time “B” do Timbu. No critério de Carlos Celso, entrararam todos os gols em amistosos e jogos oficiais, mas somente no time principal de cada clube.

No Tricolor, há a curiosidade de quatro dos cinco principais artilheiros os jogando nadécada de 1970, a mais vitoriosa do clube. Já no Leão, Leonardo passou dos cem gols e se tornou o maior campeão do clube, com nove taças.

Os 5 maiores artilheiros de Náutico, Santa Cruz e Sport. Crédito: Carlos Celso Cordeiro/divulgação

Cultura de flâmulas retomada pela paz

Flâmula de paz do Sport. Crédito: Sporte/facebook

A troca de flâmulas é uma tradição bem antiga no futebol. Não por caso, os museus dos clubes contam com vários modelos de outros times. Hoje, está um pouco em desuso, sendo mais fiel em duelos entre seleções e competições europeias. No passado, em qualquer o jogo os times trocavam flâmulas antes da peleja, sobretudo em excursões.

Em Pernambuco, por exemplo, já não há mais o costume no campeonato estadual. Porém, o Sport pretende entregar a partir de 2015, uma flâmula de paz a todos os seus adversários em jogos com o time principal. De capitão para o capitão. No caso, através de Durval.

O modelo não será rubro-negro, mas todo branco,simbolizando a paz. Faz parte da campanha “Adversários sempre, inimigos jamais”, criada pelas diretorias de responsabilidade social e marketing do clube. O slogan foi criado há um ano, quando o Leão deu os parabéns ao Santa Cruz pelo seu centenário.

Um pequeno gesto visando um objetivo maior, imprescindível, a segurança.

A milionária campanha de mídia para consolidar a imagem do Nordestão

Outdoor do Nordestão de 2015 em Olinda. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

A Copa do Nordeste de 2015 será realizada de 3 de fevereiro a 29 de abril. Durante todo o torneio, uma milionária campanha de mídia fará a sua divulgação. Um investimento superior até à premiação oficial da competição.

Se as cotas dos clubes somam R$ 11,14 milhões, o plano de mídia está orçado em R$ 12 milhões, ou 20% acima do valor gasto na edição passada. A campanha “Aqui é Nordeste. Aqui é Paixão” passa pelos principais jornais e revistas da região, e até em publicações nacionais, como a Veja. Internet, rádio e televisão também estão no pacote de exposição da marca.

Nas ruas já é possível destacar o marketing do Nordestão, desenvolvido pelo Esporte Interativo, com outdoors espalhados nas três maiores capitais, Recife, Salvador e Fortaleza. Tanto nas principais avenidas quanto nos aeroportos. Em cada cidade, um painel voltado para os times locais. Aqui, faltou o Salgueiro…

Vale lembrar que a taça dourada do Nordestão está garantida, no mínimo, até 2022. Se a curva financeira continuar ascendente, o torneio será visto de uma vez por todas como o principal vetor do início de temporada.

Outdoor do Nordestão de 2015 em Salvador. Foto: Michele Chalupe/Esporte Interativo

Podcast 45 minutos (93º) – As primeiras formações dos grandes times

O podcast 45 minutos debateu o início dos treinamentos de Náutico, Santa Cruz e Sport, com as primeiras formações dos técnicos Moacir Júnior, Ricardinho e Eduardo Batista. Algumas surpresas e as improvisações de sempre nos times. Também foi discutido na 93ª edição o prêmio distribuído no Nordestão de 2015, com mais de R$ 11 milhões, um número maior a cada ano.

Estou nesta edição (1h25min) ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

Chico Science e Ariano Suassuna, mitos transformados em taças de Santa e Sport

Chico Science e Ariano Suassuna em encontro na década de 1990. Foto: Arquivo/Fred Jordao/DP

Chico Science e o manguebeat…  Ariano Suassuna e movimento armorial.

Dois dos nomes mais populares e queridos da cultura pernambucana, ainda que Ariano tenha nascido na vizinha João Pessoa. A paixão dos dois pelo estado era tão grande que não havia como ignorar o futebol. Chico, tricolor. Ariano, rubro-negro. Viventes das arquibancadas.

Na década de 1990, os dois viveram o auge nacionalmente, com os álbuns Da lama ao caos e Afrocibederlia e a adaptação da peça teatral O Auto da Compadecida. Entre essas obras, alguns encontros. Sempre ricos de ideias, amigos pessoais.

Hoje, eternizados, ocupam um lugar especial na memória de todos. Na música, na dramaturgia, no teatro, nos movimentos culturais etc. As homenagens são muitas, e o futebol faz parte delas.

Chico já havia sido caricaturado em uma figurinha do álbum do clube coral, enquanto os traços de Ariano inspiraram uma linha de uniformes leoninos.

Agora, um novo passo. Em 2015, em dois amistosos internacionais, Santa Cruz e Sport criaram taças amistosas com os nomes dos ilustres torcedores.

Primeiro, o Leão lançou a Taça Ariano Suassuna, visando o confronto contra o Nacional do Uruguai. O jogo contra o tricampeão da Libertadores foi agendado para a Arena Pernambuco, em 24 de janeiro.

A Cobra Coral não deixou por menos e batizou de Taça Chico Science a partida contra o Zalgiris Vilnius, da Lituânia. Mesmo nomeando a disputa depois, o jogo contra o bicampeão lituano foi marcado mais cedo, dia 22, no Arruda.

Que os troféus instituídos tenham vinda longa na pré-temporada dos rivais das multidões. E que o Náutico também lance o seu. Qual alvirrubro seria homenageado?

Premiação absoluta do Nordestão chega a R$ 11.140.000

Faturamento da Copa do Nordeste. Crédito: arte de Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

A premiação absoluta da Copa do Nordeste de 2015 será de R$ 11,14 milhões, somando as cotas comerciais de participação e a verba extra ofertada pela CBF. Em setembro, o presidente da Liga do Nordeste, Alex Portela, havia informado ao blog uma projeção de crescimento de 10,8% em relação a 2014. Contudo, o valor definitivo foi até maior, com acréscimo de 11,4%.

O campeão nordestino desta temporada irá receber R$ 2,74 milhões, o valor agregado de todas as fases da competição junto à bonificação da CBF, de R$ 500 mil – curiosamente, no lançamento do torneio, no Recife, o presidente da confederação brasileira, José Maria Marin, prometeu um bônus maior, de R$ 1 milhão. Em relação à edição passada, o aumento é de R$ 840 mil.

Na distribuição do dinheiro há uma particularidade. Na primeira fase, com 20 times, os dois maranhenses e os dois piauienses não ganham a verba de R$ 365 mil. Sob contrato, os novos integrantes estão num período de testes, de três anos, e a liga já tinha um acordo de divisão para os 16 times originais. Portanto, os estreantes só podem receber premiação a partir das quartas de final.

Além das cotas, os clubes não terão despesas com arbitragem, viagens e hospedagens no torneio, cujo investimento total passa de R$ 15 milhões. Este ano marca a ampliação do Nordestão, de 62 para 74 jogos. As emissoras responsáveis pela transmissão, em sinal aberto (Rede Globo) e na tevê paga (Esporte Interativo), estão entre as principais responsáveis pela receita.

Cotas absolutas para as campanhas na Copa do Nordeste:

2015
Campeão – R$ 2,74 milhões
Vice – R$ 1,24 milhão
Semifinalista – R$ 890 mil
Quartas de final – R$ 615 mil
Primeira fase – R$ 365 mil*
Total: R$ 11.140.000
* Exceto para os clubes do Piauí e do Maranhão.

Representantes locais: Sport, Náutico e Salgueiro

2014
Campeão – R$ 1,9 milhão
Vice – R$ 1,2 milhão
Semifinalista – R$ 850 mil
Quartas de final – R$ 600 mil
Primeira fase – R$ 350 mil
Total: R$ 10.000.000

Premiações: Sport R$ 1,9 milhão, Santa Cruz R$ 850 mil, Náutico R$ 350 mil

2013
Campeão – R$ 1,1 milhão
Participação – R$ 300 mil
Total: R$ 5.600.000

Premiações: Sport R$ 300 mil, Santa Cruz R$ 300 mil, Salgueiro R$ 300 mil

Premiere mantém o Pernambucano como degustação no pay-per-view em 2015

Canal Premiere FC. Crédito: divulgação

O novo contrato de transmissão na televisão do Campeonato Pernambucano começa a vigorar neste ano. Novamente firmado com a Rede Globo, o Estadual foi negociado pela FPF de 2015 a 2018. Além do sinal aberto, o contrato engloba a exibição via pay-per-view, mas num módulo ainda enxuto.

Transmitido há três anos pelo Premiere FC (PFC), a competição segue como “degustação” nos pacotes de tevê paga, como um bônus ao assinante que comprar o PPV dos campeonatos estaduais do São Paulo e de Rio de Janeiro. A mesma situação ocorre com o campeonato baiano, diga-se.

Em 2015, o PFC irá exibir uma partida exclusiva a cada rodada do Pernambucano. Somente nas finais haverá a transmissão simultânea junto à Globo Nordeste. Além do Brasil inteiro, o sinal do PFC também é enviado para 56 países, através do canal Globo Internacional.

Se ainda não há a transmissão da tabela completa de Náutico, Santa Cruz e Sport, como ocorre no Brasileiro, ao menos a maioria das partidas são transmitidas, somando os sinais aberto e fechado.

Balanço das transmissões do Pernambucano no pay-per-view:

2014
Jogos no Premiere: 15
8 – Sport
7 – Náutico
6 – Santa Cruz

Total de jogos transmitidos (Globo + PFC): 27

2013
Jogos no Premiere: 12
5 – Náutico
5 – Santa Cruz
5 – Sport

Total de jogos transmitidos (Globo + PFC): 27

2012
Jogos no Premiere: 15
8 – Santa Cruz
7 – Sport
4 – Náutico

Total de jogos transmitidos (Globo + PFC): 38

A taça do Nordestão de passagem pelo Recife

Tour da taça da Copa do Nordeste 2015. Crédito: Esporte Interativo/divulgação

O troféu dourado da Copa do Nordeste de 2015 irá percorrer pela primeira vez todos os estados da região, através de uma exposição pública em em dez cidades – as nove capitais e Campina Grande. A inclusão de Piauí e Maranhão na competição refletiu diretamente na taça, que agora tem mais dois anéis, aumentando de sete para nove. Cada um representando um estado.

O tour irá de janeiro a março, com a apresentação ao público mesmo com o torneio em andamento. Começando em Salvador e terminando em Aracaju.

No Recife, a exposição ocorrerá entre os dias 21 e 25 de janeiro, no shopping Rio Mar. O objeto de desejo do futebol nordestino também deverá ser levado a outros locais na capital, incluindo a redação do Diario de Pernambuco.

O estado será representado por Sport, Náutico e Salgueiro.

O clube que erguer a taça este ano embolsará R$ 2,39 milhões em prêmios.