A vez antecipada dos chilenos em uma Copa América repleta de craques

Copa América 2015, no Chile. Crédito: Conmebol

Em 2011 eu tive a oportunidade de cobrir a Copa América na Argentina, um evento que contou com Messi, Neymar, Forlán, Suárez, entre outros. Durante um mês, viajei de ônibus pelo país vizinho, passando por Buenos Aires, La Plata, Santa Fé e Córdoba. Vi grandes jogos, com as torcidas em peso nos estádios, sobretudo os 35 mil uruguaios na decisão no Monumental de Nuñez. Também partilhei histórias curiosas de jogadores e torcedores e ainda fiz um pouco turismo, claro. Trabalho não faltou. Quatro anos depois, acompanharei o torneio continental na televisão, mas a expectativa sobre a edição chilena é semelhante.

Brasil à parte, Argentina e Chile parecem ser os países mais talhados para a receber competição. Neste contexto, compreendemos infraestrutura, história, atração turística e distâncias entre as cidades. Serão oito estádios (reformados) no Chile, sendo dois na capital e mais três num raio de 135 quilômetros a partir de Santiago. Isso totaliza 15 dos 26 jogos agendados. Para os fanáticos sul-americanos, que devem comparecer em bom número segundo o número de ingressos vendidos, o deslocamento em massa é certo. Originalmente, a Copa América de 2015 seria no Brasil, como preza o rodízio da Conmebol.

Entretanto, a Copa do Mundo e a Olimpíada no país deixaram o torneio escanteado. Com o objetivo de valorizá-lo, o Brasil optou por sediá-lo em 2019. Assim, foi feita uma oferta de troca com o Chile, aceita de imediato. O país encravado entre a Cordilheira dos Andes e o Oceano Pacífico, sede do Mundial de 1962, não organizava uma Copa América desde 1991. A boa fase da seleção roja, até hoje sem a taça, é mais um bom indício para a disputa, que volta a ter craques, com James Rodríguez e Cavani figurando ao lado da dupla do Barça, Messi e Neymar. A experiência vivida pelos brasileiros na Copa 2014 ainda é um bem recente e na verdade joga a favor da Copa América, que promete manter acesa a rivalidade sul-americana. Há quatro anos, valeu demais.

Brasil sofre a sua maior goleada em 100 anos e Alemanha toma recorde do Uruguai

Copa do Mundo 2014, semifinal: Brasil 1x7 Alemanha. Foto: Jefferson Bernardes/VIPCOMM

A blitz germânica sobre a Seleção Brasileira com 7 a 1 em pleno Mineirão foi o maior placar em uma semifinal de Copa do Mundo em todos os tempos. Até hoje, o recorde era da pioneira edição em 1930, com Argentina e Uruguai massacrando Estados Unidos e Iugoslávia por 6 a 1, respectivamente. No entanto, essa goleada sofrida pelo time verde e amarelo em 2014, em casa, foi bem além. A derrota foi a pior da centenária história do futebol da Canarinha.

A marca anterior, de 6 a 0, durava 94 anos. Em 1920, o Brasil, basicamente uma convocação carioca com o reforço do atacante Alvarizza, do Brasil de Pelotas, havia vencido o anfitrião Chile na estreia do Sul-Americano. No dia do confronto contra o Uruguai em Viña del Mar, no litoral chileno, o time – que ainda vestia um uniforme branco – entrou como líder, pois o clássico platense havia terminado empatado. Ledo engano. O Uruguai, ainda sem os títulos olímpicos, passou por cima. Goleou com três gols em cada tempo. No primeiro tempo, uma semelhança com o desastre em Belo Horizonte.

Nesta terça-feira, o time de Felipão sofreu quatro gols da Alemanha dos 23 aos 29 minutos. Há quase século, foram três gols uruguaios dos 23 aos 29. No fim daquela competição continental, o Uruguai terminou com o título, enquanto o Brasil foi o 3º lugar. Catorze anos depois, outra grande derrota da Seleção, em Belgrado, quando a antiga Iugoslávia venceu por 8 a 4, na maior quantidade de gols já sofrida pelo país em uma só partida – recorde que Mesut Özil chutou para fora a chance de igualar aos 44 minutos do segundo tempo.

Aquele amistoso ocorreu seis dias depois da eliminação brasileira no Mundial de 1934, na Itália. Na volta da delegação ao país, de navio, a equipe chegou a ser derrotada pelo Santa Cruz por 3 a 2 no antigo Campo da Avenida Malaquias, no Recife. Não há qualquer registo audiovisual dessas antigadas goleadas, ao contrário do Mineirazo na semifinal da Copa de 2014, exibida em alta definição para 200 países. Será simplesmente impossível esquecer.

Maior goleada da história da Seleção (em casa e em um Mundial)
08/07/2014 Brasil 1 x 7 Alemanha

Maior goleada sofrida em um Sul-Americano
18/09/1920 Uruguai 6 x 0 Brasil

Maior quantidade de gols sofrida
03/06/1934 Iugoslávia 8 x 4 Brasil (amistoso)

Jogadores do Uruguai no Sul-Americano, 1920, quando venceram o Brasil por 6 a 0. Crédito: AUF/divulgação

As marcas da Copa América, de 2015 e 2016

Logotipo oficial da Copa América de 2016

O plano da Copa América foi modificado, com a realização das edições a cada quatro anos. Contudo, em 2015 e 2016 o torneio viverá um momento especial…

Em 2016, a tradicional competição completará um século de história. Ampliando a disputa futebolística, a Conmebol se uniu à Concacaf para realizar, pela primeira vez, um torneio com os três continentes americanos.

Assim nasceu a “Copa América Centenário”, que ocorrerá nos Estados Unidos. O logotipo foi divulgado (acima), já dando pistas da futura bola oficial. Em abril já havia sido lançada outra marca, a da Copa América de 2015 (abaixo). Esta no Chile, seguindo o curso normal dos torneios.

Enquanto em 2015 serão 12 países, sendo dez representantes da Conmebol e dois convidados, México e Japão, em 2016 serão 16 seleções, com os mesmos dez sul-americanos e seis das Américas Central e do Norte, com Estados Unidos e México garantidos e outros quatro oriundos da Copa Ouro.

Na sua opinião, qual foi o logotipo mais bonito? Após esse período especial, o torneio voltará a ser revezado pelos sul-americanos. Em 2019, será no Brasil.

Curiosidade: a vaga da Conmebol na Copa das Confederações de 2017, na Rússia, será gerada na Copa América de 2015. Já a vaga da Concacaf será decidida entre os campeões da Copa Ouro de 2013 (EUA) e 2015.

Logotipo oficial da Copa América de 2015

Copa América novamente em espanhol, versão Chile. Em português, só em 2019

Lema oficial da Copa América de 2015, no Chile. Crédito: divulgação

Copa das Confederações 2013, Copa do Mundo 2014 e Olimpíada 2016. Uma sequência incrível de torneios de grande porte, todos no Brasil. No cronograma original ainda haveria mais uma competição, a Copa América de 2015.

Devido à overdose, a Copa América acabou sendo repassada pela CBF, para evitar uma desvalorização, caso comparada aos demais eventos.

Assim, o Brasil será a sede do torneio em 2019. Trocou de lugar com o Chile.

Além dos dez membros da Conmebol, também foram convidados México e Japão. As partidas serão disputadas em oito cidade: Santiago, Antofagasta, La Serena, Valparaíso, Viña del Mar, Concepción, Temuco e Rancagua.

Foram apresentados o logotipo oficial, o lema (“el corazón del fútbol”) e os meios de comunicação: site oficial, página no facebook e perfil no twitter.

Vale lembrar que a competição sul-americana completará um século em 2016. Por isso, haverá uma edição especial, nos Estados Uidos (veja aqui).

Espanhol, inglês… Português, só em 2019.

Overdose de Copa América pós-Mundial

Américas do Norte, Central e do Sul

A Copa do Mundo no Brasil será seguida de uma overdose de Copa América.

Numa decisão pouco ortodoxa, o principal torneio de seleções da Conmebol terá duas edições consecutivas, em 2015 e 2016. Na primeira, no Chile, será o curso normal do rodízio de sedes no continente sul-americano, em vigor desde 1987.

Na segunda, a competição chegará ao centenário. Apesar do tradicional passado como “Campeonato Sul-Americano”, a edição extraordinária será disputada nos Estados Unidos, confirmado via comunicado oficial da Conmebol.

No Chile – que trocou a vez com o Brasil, cabendo à CBF a organização do torneio em 2019 -, serão doze países, como ocorre há duas décadas. Os convidados da vez serão Japão e México.

Já na centenária Copa América, a 44ª edição, serão 16 países…

Entre participantes estarão os dez filiados da Conmebol (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela), os eternos convidados da Concacaf, México e Estados Unidos, e os quatro melhores colocados, exceto os dois convidados, na Copa Ouro de 2015.

A última vez em que a Copa América foi disputada em um espaço tão curto foi em 1959, com dois torneios no mesmo ano! No segundo, no Equador, o Brasil foi representado pela seleção pernambucana, a Cacareco, que ficou em 3º lugar.

Vale destacar que a ideia já existia há um ano. Essa oficialização pode ser o passo para uma futura união entre as duas confederações americanas.

A maior média de público da história do futebol brasileiro

Copa das Confederações 2013, final: Brasil 3x0 Espanha. Foto: Alexandre Loureiro/Fifa

A Copa das Confederações de 2013 foi um sucesso absoluto de público.

Teve simplesmente a maior média de público de um torneio realizado no Brasil.

O índice de 50 mil pessoas a cada partida superou a então imbatível média do Mundial de 1950, na época do Maracanã com mais de cem mil pessoas.

Na verdade, esse novo recorde do futebol nacional só pôde ser ratificado porque a Fifa disponibilizou recentemente a súmula de todas as partidas disputadas na primeira Copa do Mundo organizada no país.

Historicamente, o torneio tinha um borderô absoluto de 1.337.000 pessoas, com uma média de 60.772. Era a segunda maior da história da Copa do Mundo, abaixo apenas da edição de 1994, nos Estados Unidos.

Para chegar a esta conta eram vários públicos arredondados, como a final entre brasileiros e uruguaios, com 200 mil pessoas, e a partida na Ilha do Retiro, com 20 mil espectadores, segundo o relato do próprio Diario de Pernambuco da época. Com dados oficiais, números menores.

O blog, então, revisou todos os jogos de 1950, listando uma queda de 291.754 torcedores de acordo com os dados oficiais e atualizados. A média acabou caindo de 60 mil para 47,5 mil pessoas. Ainda elevadíssima, mas não a maior.

Eis os campeões de bilheteria na história do futebol nacional

50.291 pessoas (16 jogos) – Copa das Confederações 2013
47.511 pessoas (22 jogos) – Copa do Mundo 1950
36.714 pessoas (14 jogos) – Mundial de Clubes 2000
31.513 pessoas (26 jogos) – Copa América 1989
26.885 pessoas (112 jogos) – Campeonato Carioca 1999
25.156 pessoas (90 jogos) – Campeonato Carioca 1979
23.344 pessoas (29 jogos) – Copa América 1949
22.953 pessoas (322 jogos) – Série A 1983

Confira agora o comparativo de todas as partidas dos torneios da Fifa de 2013 e 1950. Em 2014, na Copa do Mundo, teremos um novo recorde?

Copa das Confederações de 2013
Público total: 804.659
Média: 50.291
Jogos: 16

Brasil 3 x 0 Espanha – 73.531 (Maracanã, RJ)
Itália 2 x 1 México – 73.123 (Maracanã, RJ)
Espanha 10 x 0 Taiti – 71.806 (Maracanã, RJ)
Brasil 3 x 0 Japão – 67.423 (Mané Garrincha, DF)
Brasil 2 x 0 México – 57.804 (Castelão, CE)
Brasil 2 x 1 Uruguai – 57.483 (Mineirão, MG)
Espanha (7) 0 x 0 (6) Itália – 56.083 (Castelão, CE)
México 2 x 1 Japão – 52.690 (Mineirão, MG)
Espanha 3 x 0 Nigéria – 51.263 (Castelão, CE)
Brasil 4 x 2 Itália – 48.874 (Fonte Nova, BA)
Itália (3) 2 x 2 (2) Uruguai – 43.382  (Fonte Nova, BA)
Espanha 2 x 1 Uruguai – 41.705 (Arena Pernambuco, PE)
Itália 4 x 3 Japão – 40.489 (Arena Pernambuco, PE)
Uruguai 2 x 1 Nigéria – 26.769 (Fonte Nova, BA)
Uruguai 8 x 0 Taiti – 22.047 (Arena Pernambuco, PE)
Nigéria 6 x 1 Taiti – 20.187 (Mineirão, MG)

Copa do Mundo de 1950
Público total: 1.045.246
Média: 47.511
Jogos: 22

Brasil 1 x 2 Uruguai – 173.850 (Maracanã, RJ)
Brasil 6 x 1 Espanha – 152.772 (Maracanã, RJ)
Brasil 2 x 0 Iugoslávia – 142.429 (Maracanã, RJ)
Brasil 7 x 1 Suécia – 138.886 (Maracanã, RJ)
Brasil 4 x 0 México – 81.649 (Maracanã, RJ)
Espanha 1 x 0 Inglaterra – 74.462 (Maracanã, RJ)
Uruguai 2 x 2 Espanha – 44.802 (Pacaembu, SP)
Brasil 2 x 2 Suíça – 42.032 (Pacaembu, SP)
Suécia 3 x 2 Itália – 36.502 (Pacaembu, SP)
Inglaterra 2 x 0 Chile – 29.703 (Maracanã, RJ)
Itália 2 x 0 Paraguai – 25.811 (Pacaembu, SP)
Espanha 2 x 0 Chile – 19.790 (Maracanã, RJ)
Suécia 3 x 1 Espanha – 11.227 (Pacaembu, SP)
Iugoslávia 4 x 1 México – 11.078 (Eucalíptos, RS)
EUA 1 x 0 Inglaterra – 10.151 (Independência, MG)
Espanha 3 x 1 EUA – 9.511 (Durival de Britto, PR)
Chile 5 x 2 EUA – 8.501 (Ilha do Retiro, PE)
Uruguai 3 x 2 Suécia – 7.987 (Pacaembu, SP)
Suécia 2 x 2 Paraguai –    7.903 (Durival de Britto, PR)
Iugoslávia 3 x 0 Suíça – 7.336 (Independência, MG)
Uruguai 8 x 0 Bolívia – 5.284 (Independência, MG)
Suíça 2 x 1 México – 3.580 (Eucalíptos, RS)

Maracanã em 1950. Crédito: site História do Rio

Diego Forlán, 100 vezes celeste

Copa das Confederações 2013, 1ª fase: Uruguai 2x1 Nigéria. Foto: Fifa/divulgação

Diego Forlán tornou-se o primeiro jogador a vestir 100 vezes a camisa da seleção do Uruguai. A estreia do atacante com o uniforme da Asociación Uruguaya de Fútbol (AUF) aconteceu em 27 de março de 2002.

Forlám também é o maior artilheiro celeste, com 34 gols. O último deles na Fonte Nova, dando a vitória sobre a Nigéria, pela Copa das Confederações.

No domingo, o melhor jogador do Mundial 2010 estará de novo na Arena.

Assista ao vídeo oficial produzido pela AUF sobre o feito do craque.

A rara rotina recifenses com duas seleções estrangeiras em ação

Jogadores da seleção espanhola chegam no hotel Golden Tulip, no Recife, em 2013. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Bienvenidos, welcome, bienvenue.

A última vez em que palavras pronunciadas em línguas estrangeiras foram usadas numa mesma recepção para duas seleções distintas no Aeroporto Internacional dos Guararapes foi em 1989.

Em 9 de julho daquele ano colombianos e peruanos empataram no Arruda, em partida válida pela primeira fase da Copa América.

O Recife viveu uma semana incomum, ainda com a presença do Paraguai na cidade, no jogo contra o Brasil, também no Mundão, numa rodada dupla.

Esse hiato está bem pertinho de acabar.

Em em grande estilo, reunindo duas seleções com títulos mundiais.

Torcida na frente do Goldend Tulip Hotel, em Boa Viagem, esperando a seleção espanhola. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Na noite de quarta-feira e no início da madrugada desta quinta, mais uma vez os pernambucanos treinaram o portunhol no desembarque de delegações.

Bienvenidos… para espanhóis e uruguaios.

Os atuais campeões do mundo e da América já estão por aqui. Primeira a Fúria, às 19h30. Já passava de meia-noite quando a Celeste pousou. As duas equipes tiveram um esquema especial de imigração e deixaram rápido o aeroporto.

Nos hotéis em Boa Viagem, nenhuma palavra. Os atletas espanhóis ainda ainda aceneram e Sergio Ramos até deu autógrafo, mas os uruguaios entraram numa rota alternativa do hotel, driblando a torcida presente, pequena e aguerrida.

Jogadores da seleção espanhola chegam no hotel Golden Tulip, no Recife, em 2013. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

A partir de agora, caminhadas na orla, exercícios em academias na Zona Sul, treinos no Arruda e no centro de treinamento do Náutico e o embate agendado para domingo na Arena Pernambuco.

Seleções estrangeiras em ação no estado…

Espanha e Uruguai disputarão o 10º confronto entre gringos por aqui.

Em tempo: o jogo entre Uruguai e Espanha já está com lotação esgotada, o que corresponde a um público acima de 40 mil pagantes.

E isso é só o começo. Ainda vão pisar por aqui Itália, Japão e Taiti. Os próximos dez dias serão daqueles bem raros, registrados a cada duas décadas.

Torcida uruguaia esperando a Celeste no Mar Hotel, no Recife. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Copa do Mundo (Ilha do Retiro)
1950 – Chile 5 x 2 Estados Unidos

Taça da Independência (Arruda)
1972 – Irlanda 2 x 1 Irã
1972 – Portugal 3 x 0 Irã
1972 – Portugal 4 x 1 Chile
1972 – Equador 1 x 1 Irã
1972 – Chile 2 x 1 Irlanda
1972 – Chile 2 x 1 Irã
1972 – Portugal 2 x 1 Irlanda

Copa América (Arruda)
1989 – Colômbia 1 x 1 Peru

Copa das Confederações (Arena Pernambuco)
2013 – Espanha x Uruguai

Jogadores do Uruguai em um hotel no Recife para a Copa das Confederações de 2013. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Supercopa América

Américas do Norte, Central e do Sul

Há quase vinte anos começou a aproximação política entre as confederações de futebol das Américas, com a Conmebol no Sul e a Concacaf na região Central e no Norte.

Tudo a partir de um convite do presidente da entidade sul-americana, Nicolás Leoz, aos dirigentes de México e Estados Unidos, que toparam na hora a ideia de jogar a encorpada Copa América de 1993, no Equador. O torneio passaria de dez a doze  países.

Desde então foram oito edições, sempre com convidados. Também já viajaram para cá Honduras e Costa Rica, além da inusitada presença do Japão em 1999.

Contudo, o termo “convite” está com os dias contados. Uma longa articulação projeta o que se imagina há muito tempo. Um torneio em larga escala com os três continentes.

Colabora para isso uma data especial. Em 2015 haverá a Copa América no Chile, já acordada. No ano seguinte, porém, será o centenário da competição, que em 1916 teve Buenos Aires como sede, apenas quatro países e seis jogos.

Argentina, Uruguai, Brasil e Chile entraram em campo nos acanhados estádios de Gimnasia y Esgrima e Racing, com título celeste. Já naquela temporada a tradicional taça, comprada em uma joalheria na capital argentina por dois mil francos suíços.

Para a provável edição especial, a Copa Centenário, seriam dezesseis seleções, sendo dez da Conmebol e seis da Concacaf. Para quebrar qualquer laço histórico, a inédita competição teria como sede… os Estados Unidos, e sua infraestrutura imbatível.

A ideia poderá ser estendida para torneios de clubes, que já contam com times mexicanos. Entrariam representantes de outros países na Libertadores.

As Américas do futebol caminham para se tornar um único continente, enfim.

O fortalecimento da cobertura internacional com viés local

Passaporte

Em 2010, o jornalista Lucas Fitipaldi foi até a África do Sul com a missão de percorrer o país no primeiro Mundial de futebol do pobre continente. Escreveu histórias excelentes para o Diario de Pernambuco e certamente viveu outras tantas incríveis, fazendo valer a pena cada segundo em uma cobertura deste porte, numa enorme mistura de culturas.

No ano passado, este que vos escreve viajou até a fria Argentina para a Copa América. A Seleção Brasileira decepcionou, caindo nas quartas de final, mas o trabalho continuou até a decisão no estádio Monumental de Nuñez. Aprendizado constante por quase um mês, paralelo à demanda jornalística, puxada. Textos, fotos, vídeos, curiosidades etc.

Agora, em 2012, mais um integrante do Superesportes vai carimbar o passaporte e deixar o Brasil para trazer ao leitor uma cobertura diferenciada de um importante evento. Trabalho aliado aos bastidores, à incrível experiência da profissão.

A pauta agendada é nada menos que a Olimpíada de Londres, a terceira na história da capital inglesa, que recebeu os Jogos da Era Moderna em 1908 e 1948. Tarefa destinada à Ana Paula Santos, repórter sênior, especializada nas modalidades à parte do futebol.

Credenciada, ela irá acompanhar atletas locais, muitos deles dos quais viu surgir, nacionais e internacionais, renomados ou não. Mas todos eles com o status olímpico.

Esse terceiro ano consecutivo com enviados especiais ao exterior retoma o passado do Diario de Pernambuco, presente em grande escala nos maiores eventos esportivos. Basta lembrar da Copa do Mundo de 1982, na Espanha, quando a direção do periódico autorizou o envio de três repórteres e três fotógrafos para a Europa.

O avanço da tecnologia, seja na transmissão de texto ou imagem, acabou mudando essa estrutura na mídia, com o fortalecimento de grandes agências internacionais.

No entanto, o olhar o local segue muito importante na imprensa atual. O viés pautado pelo próprio jornal torna a experiência única. Para o repórter e para o leitor.

Boa sorte à amiga Ana Paula Santos, já com a primeira função, o blog Diario de Londres.

Será um mês de bastante trabalho. E o resto da vida de boas lembranças.

Jornalismo