Blindagem da CBF se mostra inexistente e Mano Menezes cai

Sede da CBF. Foto: CBF/divulgação

“Equilibrado, sem se deixar empolgar nas vitórias, nem se abater nas derrotas, Mano Menezes vem conduzindo com coerência o trabalho de renovação da Seleção Brasileira que tem como objetivo a disputa da Copa do Mundo de 2014, passando pela Copa das Confederações 2013.”

Era esse o texto publicado no site da CBF em 22 de setembro deste ano, tentando blindar o técnico Mano Menezes. O título foi Seleção está no caminho certo.

Dois meses depois, neste 23 de novembro, a direção da entidade, após reunião de última hora em São Paulo, optou por demitir o treinador gaúcho.

Alvo de críticas da imprensa e de torcedores, Mano convocou mais de cem atletas desde 2010. Deixa a Canarinha com 33 jogos, tendo 21 vitórias, 6 empates e 6 derrotas, considerando apenas a equipe principal, com 69% de aproveitamento. Veja a lista aqui.

Enquanto o país corre para não fazer feio na organização da competição, a Seleção seguia num processo de montagem aquém do que se espera para a sua tradição.

Eliminação precoce na Copa América, prata nos Jogos Olímpicos – com o time Sub 23 -, resultados pífios diante de grandes seleções e um coro na arquibancada por mudanças.

Paralelamente a isso, uma base jovem, com lampejos de compactação tática. Teve como válvula de escape dois títulos do Superclássico das Américas contra a Argentina.

Porém, a pressão sobre o técnico era mesmo grande, sobretudo por causa da proximidade da Copa de 2014, no país, e do rendimento histórico da Seleção, que chegou a ocupar o 14º lugar no ranking da Fifa, a sua pior colocação até hoje.

O momento, por outro lado, causa surpresa neste momento, pois Mano vinha conseguindo estruturar a equipe nos últimos jogos. Dizia ter 80% do grupo formado para os próximos torneios e já havia passado por momentos piores (veja aqui).

Por tudo isso, a blindagem de dois meses atrás se mostrou frágil, inexistente. Mostra o raso discurso adotado nos corredores da Confederação Brasileira de Futebol.

O presidente da CBF, José Maria Marin, decidiu iniciar um novo ciclo faltando 566 dias para a abertura da Copa, no Itaquerão, com a presença da própria Seleção Brasileira.

Tite, Muricy Ramalho e Felipão aparecem como favoritos à cadeira vazia, numa resposta que só deverá sair em janeiro, com o tempo de preparação quase extrapolado.

Qual é a sua opinião sobre a saída de Mano? Quem deveria ser o substituto?

Vermelho, a cor da Arena Pernambuco, a cor dos grandes

Arena Pernambuco. Crédito: Odebrecht/divulgação

Fim do mistério sobre a cor das cadeiras da Arena Pernambuco.

O blog havia apurado em setembro que seria apenas uma cor, ao contrário de outros estádios em desenvolvimento para a próxima Copa do Mundo, como o Maracanã, que usará todos os tons da bandeira brasileira num mosaico colorido.

A dúvida na arena em São Lourenço da Mata era sobre qual tom suportaria o clima local, com forte exposição ao sol durante o ano, aumentando o desgaste do material plástico.

O vermelho, divulgado nas primeiras imagens em 3D, acabou sendo mantido.

Confira a imagem acima em alta resolução clicando aqui.

Coincidentemente, vermelho é a cor comum nos três grandes clubes do Recife…

O alvrrubro Náutico, o rubro-negro Sport e o tricolor Santa Cruz. De certa forma, as três torcidas estarão representadas no novo estádio.

Falando em cadeira, começou a pré-venda de ingressos para os três jogos na Arena Pernambuco na Copa das Confederações, no site da Fifa.

Apesar da capacidade de 46.214 torcedores, a arena terá uma disponibilidade de 46.154 ingressos durante as competições da Fifa, em 2013 e 2014.

A confirmação técnica da Arena Pernambuco em 2013 e 2014

Capa do Diario de Pernambuco: 08/11/2012

Pernambuco foi confirmado como uma das doze subsedes da Copa do Mundo em 30 de maio de 2009, em um evento oficial da Fifa organizado nas Bahamas.

O pleito local havia começado a ser costurado em 15 de janeiro do mesmo ano, logo no último dia de inscrição de candidaturas. Ali surgiu a arena de R$ 532 milhões.

Como se sabe, o complexo da Cidade da Copa acabou sendo a última cartada pernambucana, que havia articulado inicialmente a Arena Recife-Olinda, ainda em 2007.

Passou o tempo e as obras começaram em São Lourenço. Mesmo com um ritmo aquém do necessário para postular um lugar na Copa das Confederações, realizada um ano antes do Mundial, o governo do estado topou a parada. Novamente, em cima da hora…

Articulação intensa. Ricardo Teixeira, Dilma, Valcke, Blatter etc. O sinal positivo foi dado em 20 de outubro de 2011, de forma condicionada. Obviamente, à execução do projeto.

Seria preciso mudar radicalmente o trabalho. Com o plano de aceleração, formado por treze tópicos, a arena saltou de 20% para 70% em 365 dias. Também ficou mais cara.

O período foi suficiente para uma nova avaliação da Fifa, com a resposta definitiva.

Esta quinta, 8 de novembro de 2012, direto de São Paulo, marca o anúncio da entidade que comanda o futebol sobre o torneio-teste da Copa do Mundo por essas bandas.

A Arena Pernambuco, que tem cinco jogos garantidos no Mundial, abrigará mais três caso seja aprovada como um dos seis palcos da Copa das Confederações.

Mais jogos, mais turistas, mais receita, mais visibilidade, mais responsabilidade.

O Diario de Pernambuco acompanha todos os passos desse empreendimento desde o período pré-licitação, quando a área escolhida ainda tinha uma cara rural (veja aqui).

No início, a política suplantou o desempenho técnico sobre o estádio. Atualmente, talvez o cenário seja exatamente o oposto. Contudo, se valer apenas a análise técnica, o “sim” projetado pela manchete do jornal desta quinta-feira chegará…

O “sim” da Fifa veio, sem surpresa. Que o ritmo no canteiro siga acelerado.

Tatu-bola cai no frevo antes do Mundial

Mascote da Copa do Mundo 2014

Ainda sem nome oficial, o tatu-bola já começa a ganhar as ruas nas subsedes da Copa do Mundo de 2014, com outdoors, bonecos infláveis, fantasias etc.

A Coca-Cola, uma das principais patrocinadoras da competição, também lançou uma campanha publicitária na qual o mascote ensaia danças típicas do Brasil.

Abaixo, o legítimo frevo pernambucano… O tatu também já dançou sertanejo e funk.

Não por acaso o slogan do Mundial é “Juntos num só ritmo”.

O nome do mascote será divulgado no dia 25 deste mês. Entre as três opções, Fuleco venceu a enquete promovida pelo blog (veja aqui).

Futebol como inspiração, matéria-prima e arte

Arte o futebol. Crédito: www.fantasista.co.uk/

Matéria-prima: jornais e revistas sobre esportes.

Objetivo: transformar as imagens das publicações em colagens e, em seguida, animações.

Tema: futebol.

O artista inglês Richard Swarbrick vem desenvolvendo uma ideia bem distinta para reproduzir momentos históricos em vídeos cada vez mais populares na internet.

No post, dois exemplos da exposição Fantasista – The Art of The Number 10.

Golaço do argentino Maradona contra a Inglaterra na Copa do Mundo de 1986.

Show de Lionel Messi no clássico Barcelona x Real Madrid.

Antes tarde do que nunca, o bom jornalismo

Jornal da Tarde: capas de 1982 e 2012

Alguns jornais foram forçados à transição.

Começou no exterior, mas não demorou a acontecer no país.

Os diários deixaram as folhas de papel para assumir uma versão completamente online.

Outros, em situação mais difícil, simplesmente deixaram de circular.

Fizeram história. Viraram história.

A mudança no comportamento da sociedade, a evolução tecnológica da informação, a qualidade da notícia, a crise econômica. São inúmeros os motivos apontados.

Certeza mesmo, só de que vivemos uma era de mudanças no jornalismo.

Um grande exemplo disso está nas bancas de São Paulo nesta terça-feira.

Na verdade, “não” está nas bancas. Após 46 anos, chegou ao fim o periódico Jornal da Tarde. O exemplar paulistano encerrou as suas atividades após um histórico criativo.

Entre as suas capas, destaque absoluto para a eliminação do Brasil na Copa de 1982.

Era uma terça-feira, dia 6 de julho, manhã seguinte à dolorosa eliminação de um dos times mais técnicos que a Seleção Brasileira já teve.

Quase todos os jornais brasileiros trouxeram imagens do time de Zico e Falcão desolado no gramado do Sarriá, simbolizando o fim do futebol-arte.

O Jornal da Tarde virou a câmera e focou a torcida. Surpreendeu (veja aqui).

Estabeleceu um modelo de jornalismo esportivo, além do factual, chapado.

No papel, na televisão, na tela do computador, do tablet, do smartphone ou simplesmente nas ondas do rádio, não importa o transmissor da notícia.

Importa o conteúdo. O JT fez a sua parte…

Cores berrantes de volta às bolas de futebol

Bolas da Nike (Mxim Hi-ViS) e Adidas (Katlego) para a temporada 2013

As regras do futebol foram firmadas em 1863, na Inglaterra. As bolas eram feitas de couro inflado e a cor marrom durou anos. Um século, na verdade.

Até a Copa de 1966, essa cor predominava nas pelotas produzidas mundo afora. Depois disso, o branco se popularizou de maneira incrível nos gramados.

O motivo? Por causa da televisão, literalmente. A introdução da bola branca com detalhes pretos foi uma exigência das emissoras de TV para a transmissão das partidas do Mundial de 1970, uma vez que parte do planeta só tinha acesso a imagens P&B.

Depois, formou-se uma tradição com a “bola branca” durante 40 anos (veja aqui).

A exceções, na prática, eram um jogos na neve. Para não competir com o branco, a bola podia ter uma cor alternativa, geralmente vermelha.

Atualmente, com exibições em HD ou 3D, a cor não é mais uma “necessidade”. Ou seja, campo livre para a fábricas de material esportivo, com tons berrantes.

Em 2013, Nike e Adidas apostam num amarelo que lembra, ainda que vagamente, as bolas de um passado já distante, como os modelos abaixo, de 1924 e 1935.

Bola branca e futebol já não são mais sinônimos…

Deveria haver uma cor específica para bolas oficiais ou é válida a mudança?

Bolas de futebol em 1924 e 1935

Cobrindo 36.972 assentos da Arena Pernambuco

Montagem do primeiro módulo da cobertura metálica da Arena Pernambuco, em outubro de 2012. Crédito: Odebrecht/divulgação

Foi içado o primeiro dos 22 módulos da cobetura metálica da Arena Pernambuco.

A estrutura foi importada da Espanha, inspirada no estádio Anoeta, do Real Sociedad, como havia sido adiantado pelo blog (veja aqui).

No projeto inicial, seriam 58 módulos, com a montagem das vigas no alto. A mudança foi uma das principais entre os treze pontos do processo de aceleração.

Assim, foi determinada uma pré-montagem no chão. Nota-se, inclusive, que outros módulos já estão prontos, no entorno do estádio em São Lourenço.

Ele serão içados por um guindaste com capacidade de erguer até 400 toneladas. No alto, serão conectados aos pilares metálicos de sustentação. A arena terá 68 pilares

Dos 46.214 lugares do estádio, 80% serão cobertos. Com exatidão: 36.972.

Confira a série Diário de uma Arena, sobre a evolução do estádio, clicando aqui.

Montagem do primeiro módulo da cobertura metálica da Arena Pernambuco, em outubro de 2012. Crédito: Odebrecht/divulgação

Política encravada no concreto das novas arquibancadas

Obra da Arena Pernambuco em setembro de 2012. Foto: Eduardo Martino/Odebrecht

Pela enésima vez, a Arena Pernambuco ficou em xeque em relação à presença na Copa das Confederações de 2013.

Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, segue dando indiretas sobre a quantidade de subsedes no “festival de campeões” (em vez de seis estádios, cinco ou até quatro) e o governo do estado segue plenamente otimista sobre o desfecho dessa longa história.

Estrutura de concreto à parte, já com 64% de avanço físico, o capítulo final deve respingar no desejo político de Eduardo Campos em 2014, com a possível disputa pela presidência. Inteligente, o socialista sabe muito bem das consequências possíveis.

A realização dos torneios de 2013 e 2014 na arena a transformaria em um dos principais palcos esportivos do país nesta nova geração. Por outro lado, um ponto de corte na Copa das Confederações resultaria numa munição de grosso calibre para futuros adversários, sobretudo com o investimento extra utilizado para acelerar a obra.

Considerando este ponto e o fato de que na Fifa a política caminha (historicamente) à frente dos dados técnicos, a permanência da Arena Pernambuco – cujo anúncio definitivo será em novembro – é uma verdadeira incógnita, ainda mais após as recentes declarações do governador, fazendo uma leve dissociação de antigos aliados, ainda no poder na esfera federal, e trilhando uma aventura solo na próxima eleição.

Que fique claro, isso é apenas a opinião de quem acompanha todo esse processo, ainda que de fora, há mais de dois anos. E que viu a Arena Pernambuco entrar na lista da Copa das Confederações justamente pela força política local, em sintonia com Brasília.

Marco Zero para eventos esportivos na terra e no mar

Regata Fernando de Noronha 2012. Foto: Julio Jacobina/DP/D.A Press

São 300 milhas náuticas entre o Recife e o arquipélago de Fernando de Noronha.

Em uma linguagem mais usual, um percurso de 545 quilômetros.

A 24ª edição da regata mantém a tradição local provas oceânicas, com destaque para o público na largada no Marco Zero. Confira o especial sobre a regata aqui.

A partir dos 81 barcos nas águas, vale também a obervação para o solo no evento.

A requalificação do ponto turístico, iniciada em 2000, deve atrair os mais diversos esportes em breve, como a Fan Fest da Fifa na Copa do Mundo e pistas de boliche.

O visual caprichado ajuda bastante o local nessa trilha para se tornar um polo esportivo ao lado da já conhecida cena cultural no Recife Antigo.

Regata Fernando de Noronha 2012. Foto: Julio Jacobina/DP/D.A Press