O regulamento do Brasileirão de 1987

O livro 1987 – De fato, de direito e de cabeça traz detalhes sobre o regulamento oficial do Campeonato Brasileiro de 1987. Na produção da publicação de 288 páginas,uma parceria com o também jornalista André Gallindo, tivemos acesso ao livreto original, guardado na sede da CBF, no Rio. Confira o documento sobre os módulos amarelo e verde, totalizando os 32 competidores da ‘Copa Brasil’, se estendendo até a 4ª fase, correspondente ao quadrangular final, com os campeões e vices dos dois módulos.

A fórmula foi acordada em 08/09/1987, a três dias do início da competição.

Clássico das Multidões de 1978 filmado em Super-8, por Geneton Moraes Neto

Imagens do vídeo "Esses onze aí: um filme panfletário, a favor do futebol", de 1978

Arruda, 1978. Casa cheia, com bandeiras tricolores e rubro-negras em cores vivas. Craques em campo. E imagens de um jogo histórico. Que raridade! Ainda que o acervo fotográfico dos clássicos pernambucanos seja rico, em relação aos vídeos a história é quase restrita ao período a partir de 1980, quando foi iniciada a documentação regular da Globo Nordeste. Antes disso, apenas alguns jogos, em preto e branco – o gol do hexa alvirrubro, por exemplo, só foi encontrado 46 anos depois, em um acervo no Rio. Por isso, é uma relíquia o curta “Esses onze aí: um filme panfletário, a favor do futebol”, produzido por Geneton Moraes Neto e Paulo Cunha em 1978, com imagens do Clássico das Multidões. No período da ditadura militar, o filme (assista abaixo) usa o futebol como contraponto ao regime, contrariando ainda aqueles que apontavam o esporte mais popular do país como fator de alienação, como frisa um trecho:

“O futebol não é a cartolagem corrupta, nem a política rasteira da CBD (precursora da CBF) nem o sonho dos treze pontos (a loteca), transformado em assalto semanal aos bolsos já vazios. O futebol é o coração pulsando de raiva, é o grito na garganta. O nosso futebol é a verdadeira estética da fome.”

O curta de dez minutos traz entrevistas com Zagallo, Palhinha e e duas estrelas do Santa Cruz, Nunes e Givanildo. Apesar de não informar o jogo em questão, os dois gols apresentados – gravados atrás da barra da Rua das Moças, com uma câmera Super-8 – seriam da goleada coral por 3 x 0, em 2 de julho de 1978, pelo Campeonato Brasileiro. Clássico acompanhado por 39.678 torcedores, apinhados no Mundão, ainda sem o anel superior. Os dois rivais viviam grande fase. O Santa acabaria a competição em 5º lugar e o Sport em 8º. Foi a única vez em que dois pernambucanos ficaram entre os dez primeiros.

Sobre o idealizador do filme, o jornalista (e rubro-negro) Geneton Moraes Neto foi um dos mais renomados do país. Faleceu em 2016, aos 60 anos, dos quais 40 no jornalismo, passando pelo Diario de Pernambuco, Estado de S. Paulo e Rede Globo, onde foi editor-chefe do Fantástico, sem jamais abandonar a paixão pelo futebol. Abaixo, a descrição do próprio Geneton sobre o documentário.

“A quem interessar possa: houve, entre a segunda metade dos anos setenta e o início dos anos oitenta, uma espécie de movimento de cinema Super-8 no Recife. Era – quase – a única maneira de fazer filmes, em meio à falta de condições e ao sufoco geral. O locutor-que-vos-fala participou do movimento. (…) Os monitores dos computadores se transformaram em telas – inclusive para nossos velhos e precários ‘filmecos’, como diria Amin Stepple. Ainda bem! De outra maneira, os filmes poderiam sumir na poeira da estrada. Em cartaz: ‘Esses Onze Aí’ – feito em parceria com Paulo Cunha, hoje um ativíssimo professor de cinema. Tema do filme: o futebol. Vai começar a partida.”

O Comentarista da Palavra Abalizada

Luiz Cavalcanti. Crédito: projeto experimental O Comentarista da Palavra Abalizada

Um dos maiores nomes da crônica esportiva do estado é o de Luiz Cavalcanti.

O “comentarista da palavra abalizada”, alcunha surgida ainda na década de 1960, acompanhou durante muito tempo o trabalho do narrador Adilson Couto, na Rádio Jornal, compondo uma das transmissões mais populares do Recife.

Seu Lula, de 83 anos, começou a trabalhar no rádio em 28 e novembro de 1952, na cidade baiana de Ilhéus, onde nasceu. Chegou no Recife três anos depois, e até hoje permanece na cidade, com trabalhos em inúmeras rádios – atualmente na Olinda – e respeito absoluto de alvirrubros, rubro-negros e tricolores.

O vídeo de vinte minutos foi o projeto experimental em jornalismo de André Fontes e Ricardo Baroni, na Católica. Um resgate sobre o nosso futebol.

E o bordão clássico… Luiiiiiiz Cavalcaaaaantiii.

Luis Cavalcanti – O Comentarista da Palavra Abalizada from Ricardo Baroni on Vimeo.