Há dez anos o Salgueiro vem fazendo história no futebol pernambucano. Fundado em 1972, a 518 quilômetros do Recife, o Carcará profissionalizou o seu departamento de futebol somente em 2005, através de Clebel Cordeiro. Começou do zero, na segunda divisão estadual. Mas nunca parou de crescer, alcançando os resultados mais significativos do interior.
Em 2007, conquistou a segunda divisão pernambucana, em Garanhuns.
Em 2011, disputou a Série B, após um acesso memorável em Belém.
Em 2012, ficou em 3º no Estadual, indo ao Nordestão e à Copa do Brasil.
Em 2013, chegou nas oitavas de final da Copa do Brasil, contra o Inter.
Em 2015, um feito duplo. Avançou às quartas de final do Nordestão e agora o ponto mais alto, com a presença inédita na final do Estadual.
O gol de Valdeir aos 43 do segundo tempo, em uma Arena Pernambuco lotada, levou o clube sertanejo à decisão contra o Santa Cruz, empurrando o Sport para uma até então improvável disputa de terceiro lugar.
Desde 1998 o interior não se fazia presente na final. Porém, em relação àquele Porto, a disputa desta temporada é bem mais decisiva.
O Gavião do Agreste disputou uma final tendo que vencer o Sport quatro vezes seguidas para ficar com a taça, tamanha era a vantagem leonina na ocasião. Agora, não. Será um legítimo mata-mata, começando no caldeirão do Cornélio de Barros e terminando no Arruda, em 3 de maio.
Serão dois jogos inesquecíveis para um time com uma base formada, já conhecida do torcedor pernambucano, como o goleiro Luciano, com dez temporadas de casa (mesma marca de Magrão, apesar do reconhecimento menor), Marcos Tamandaré, Rodolfo Potiguar, Moreilândia, Pio…
Todos eles sob o comando do técnico Sérgio China, que soube segurar os ânimos de uma equipe ansiosa neste domingo. E o jogo foi tenso, com o Leão abrindo o placar ainda na primeira etapa, numa bela cobrança de falta de Diego Souza. Se já estava na defesa, lotado de volantes, a partir dali o Salgueiro ficou todo atrás da linha do meio-campo. Se defendeu bem, até pela ineficácia do ataque adversário, ainda mais após as mexidas equivocadas do técnico Eduardo Batista. No fim, deu o bote, Carcará que é, 1 x 1.
Em 180 minutos, o Salgueiro pulverizou os 14 pontos a mais que o Sport havia feito no hexagonal. Mostrou copeirismo. E essa história ainda não acabou…