A 45 minutos da montanha

Eslovênia

A vaga estava nas mãos (nos pés) da Eslovênia.

Uma vitoria simples nesta sexta colocaria o time nas oitavas de final. Seria uma festa daquelas no país de menor população desta Copa do Mundo, com 2 milhões de habitantes. Para se ter uma ideia, o Grande Recife tem 3,7 milhões.

No primeiro tempo, uma vantagem por 2 x 0. Era algo espetacular para uma equipe não não almejava muita coisa, ainda mais no grupo da favorita Inglaterra.

Contra os Estados Unidos, com um time forte fisicamente e levemente mais técnico do que em outros anos, a Eslovênia acabou não sendo capaz de segurar o placar.

Copa do Mundo de 2010: Eslovênia 2 x 2 EUASofreu dois gols na etapa final e só não tomou a virada porque o juiz anulou de maneira incrível um gol dos EUA.

O 2 x 2 poderia ser um bom resultado caso os eslovenos não tivessem que decidir a vaga contra o English Team. Esse jogo, que começava a parecer um “amistoso”, mudou bastante após os 45 minutos finais…

A inédita vaga no “topo” do Mundial combinaria bastante com o curioso uniforme esloveno, que lembra as montanhas do país, que, junto com as florestas, cobrem mais da metade do território de parte da ex-Iugoslávia.

Pois é. Faltaram 45 minutos para chegar ao topo da montanha… A escalada não é fácil.

Em tempo: a foto é mesmo da Eslovênia.

Foto: Fifa

Blitz, Iugoslávia e Alemanha Ocidental

Copa do Mundo de 2010: Sérvia 1 x 0 Alemanha

De acordo com os dados da Fifa, as seleções da Alemanha e Sérvia se enfrentaram pela primeira vez em uma Copa do Mundo no dia 27 de junho de 1954, em Genebra, na Suíça. Naquele dia, estava na súmula: Alemanha Ocidental x Iugoslávia.

Alemanha OcidentalIugosláviaOs germânicos divididos ao meio após a Segunda Guerra Mundial e a Iugoslávia na eterna tensão de reunir culturas tão distintas em um campo minado.

Na partida das quartas de final, Ivan Horvat, do time dos Balcãs, marcou um gol contra logo aos 9 minutos. No finzinho, Helmut Rahn fechou a vitória germânica por 2 x 0. O mesmo Rahn faria o gol do título mundial dias depois. O primeiro da Alemanha.

De lá pra cá foram mais dois, criando um lastro de tradição na Copa. Em 1990, o país foi reunificado. Ganhou força política, econômica e reencontrou a sua aura, perdida na primeira metade do século passado sob o desenho de uma suástica.

Dois anos depois, outra reforma geográfica, mas na República Socialista Federativa da Iugoslávia. Em 28 de abril de 1992, a nação foi dissolvida, dando origem a outros quatro países reconhecidos pela ONU: Croácia, Eslovênia, Macedônia e Bósnia-Herzegovina. A ex-Iugoslávia ainda foi “Sérvia e Montenegro” antes de virar simplesmente Sérvia.

Nesta sexta, 18 de junho de 2010, a Sérvia voltou a encarar a Alemanha, mas em um cenário muito diferente daquele de 56 anos atrás, mas o mesmo para a Fifa.

AlemanhaSérviaE nesse quesito, os dois times chegaram a incríveis 7 partidas no Mundial. Um recorde histórico, igualando Brasil x Suécia, que chegaram ao número em 1994 (veja AQUI).

No retrospecto, ampla vantagem dos tricampeões, com 4 vitórias, 1 empate e 1 derrota. Eles continuam em vantagem, mas a Sérvia impôs um duro golpe ao time Klose, que foi expulso. Vitória por 1 x 0, com direito a um pênalti defendido por Stojkovic

A Alemanha não perdia um jogo na fase de grupos da Copa do Mundo desde 1986. Faz tempo… Tanto que a Iugoslávia ainda estava no mapa.

Foto: Fifa

Aviso dos céus

Diario de Pernambuco: 18/06/2010Chuva intensa no Recife.

Três dias seguidos com o céu cinzento e espelhos d’água por toda a cidade.

Caos, com 5.111 ocorrências de emergência.

Tragédia, com 3 mortes decorrentes da chuva. Fato que não acontecia há um ano. Exatamente no inverno da última temporada.

Leia a cobertura do Diario de Pernambuco AQUI.

Na manchete do DP, aliás, uma preocupação plausível. Como o blog havia comentado na segunda-feira (veja AQUI), a Copa do Mundo de 2014 será realizada em pleno inverno brasileiro.

Uma disputa entre 13 de junho e 13 de julho.

No Nordeste, esse será o período mais severo das chuvas. Justamente numa região contemplada com 4 das 12 subsedes do próximo Mundial de futebol (Recife, Salvador, Fortaleza e Natal).

Ainda na noite de quinta-feira, convictos da gravidade da situação e também da repercussão negativa devido à vigente Copa de 2010, o governador do estado, Eduardo Campos, e o prefeito do Recife, João da Costa, se reuniram no Palácio do Campo das Princesas para discutir soluções. Infraestrutura necessária para “ontem”.

Soluções imediatas e a longo prazo.

Imediata porque a cidade não pode esperar. Até porque foram apenas 3 dias de chuva.

A longo prazo pois a imagem definitiva do Recife no cenário internacional estará em jogo daqui a quatro anos. Cerca de 60% do público na arena da Cidade da Copa deverá ser formado por torcedores estrangeiros, como disse o consultor da Fifa Phillipe Bovy, em entrevista ao Diario em novembro de 2009 (veja AQUI).

Por isso, fica realmente a pergunta… Imagine a Copa aqui?

“Por supuesto”

Copa do Mundo de 2010: México x Uruguai

Em algum bar na fria África do Sul, um uruguaio se aproxima de um mexicano e puxa conversa, falando castellano bem baixinho… E olhe que ambos são rivais no grupo A da Copa do Mundo. Mas o papo seguiu, todo misterioso.

Hola. ¿Como estás?

Estoy bien. Estoy muy contento con la  campaña en la Copa.

Yo también. Quiero hablar un poco con usted acerca de la Copa del Mundo…

Sí, por supuesto. ¿Qué quieres?

Algo muy simple. Bueno para nosotros. Yo sé cómo ganar la Copa Mundial. No es casualidad que tengo dos trofeos en Montevideo. Para ambos equipos siguen en el campeonato, tenemos que llegar a un acuerdo. ¿Aceptas?

¿Lo que se necesita para esto?

Sólo un empate. Nada más que eso.

¿Sólo eso? Propuesta aceptada.

Después de ese juego, es sálvese quien pueda.

Necesito algunos consejos para ganar un trofeo como la suya.

La Copa no es para todos…

A conversa acima é uma ficção. Nada mais do que isso. O único fato é que mexicanos e uruguaios se enfrentarão na próxima terça, em Rustemburgo, em situação privilegiada. O empate classifica os dois times às oitavas de final do Mundial. Para fugir da Argentina (provável líder da chave B) na próxima fase, o México teria que vencer. E aí é que o acordo por ir por água abaixo… Com a ajuda do grande Google, veja a tradução AQUI.

Charge: Samuca/DP

As camisas de Laurent e Blanco

Copa do Mundo de 2010: França 2 x 0 México

Estádio Pocitos, em Montevidéu. Dia 13 de maio de 1930. Apenas 3 mil pessoas encararam o frio uruguaio para assistir a um jogo daquela Copa.

Aos 19 minutos do 1º tempo, o lance histórico. O meia francês Lucien Laurent chutou da entrada da área, vencendo o goleiro mexicano Bonfiglio. O primeiro gol dos Bleus e também de toda a história da Copa do Mundo. No fim,  goleada azul por 4 x 1.

80 anos  depois… Outro duelo França x México.

De novo no frio, agora na África do Sul. A França já com um título mundial e o status de finalista da última edição. Já o México segue sem fazer muito no cenário da bola… Nunca foi sequer semifinalista. Busca o crescimento.

Mas, nesta quinta-feira, os mexicanos invertaram a história. Venceram bem os franceses por 2 x 0. Nada de Laurent… Dessa vez, espaço para Hernandez e Blanco, abusando do castellano na hora de comemorar.

A camisa pesa sim, França. Mas não joga sozinha…

Foto: Fifa

A primeira vez

Copa do Mundo de 2010: Grécia x Nigéria

Eram 4 jogos e 4 derrotas. Nenhum gol  a favor e 12 gols sofridos. O retrospecto da Grécia na Copa do Mundo era péssimo. Tudo bem que o futebol grego nunca foi dos melhores, mas o título da Eurocopa de 2004 colocou o país num patamar acima.

O título – na base do “1 x 0” – pressionou bastante uma seleção que não tinha muito o que mostrar. Daí, as seguidas frustrações.

Nesta quita-feira, um princípio de reviravolta. A classificação às oitavas de final ainda está complicada, mas pelo menos alguns tabus sumiram. E, com isso, parte da pressão. Aproveitando a expulsão do nigeriano Kaita (foto: Fifa), os europeus até que correram…

1º gol – Salpingidis marcou o gol de empate aos 44 minutos do 1º tempo.

1ª vitória – Na etapa final, Torosidis aproveitou um rebote e virou para 2 x 1.

Vitória épica

Coreia do NorteApenas alguns políticos da mais alta cúpula da Coreia do Norte podem deixar o isolado país oriental. E com a devida autorização do ditador Kim Jong-il…

O acesso à informação é algo quase proibido no país, um dos mais fechados do mundo. Até mesmo a estreia da seleção no Mundial de 2010, diante da badalada Seleção Brasileira, precisou ser analisada.

Havia até a expectativa de que a partida só seria transmitida 2 horas depois por lá, caso não fosse uma goleada constrangedora. E não foi. Os norte-coreanos perderam por 2 x 1. E Yun Nam ainda fez um gol para se tornar um herói nacional.

Na internet já circula um vídeo bem sacana com a “versão” da partida que teria sido transmitida na TV estatal para a capital da Coreia do Norte, Pyongyang. Essa galera do YouTube…

Placar? Coreia do Norte 1 x 0 Brasil. Épico!

Post com a colaboração do rubro-negro Lauro Mafra

Rivalidade platina aquece a Copa

Copa do Mundo de 2010: Argentina x Coreia do Sul

Nas primeiras 16 partidas do Mundial da África do Sul (1ª rodada) foram apenas 25 gols, com uma baixíssima média de 1,56 gol por jogo. Muito abaixo do índice mais econômico da história, registrado em 1990. Há duas décadas, o Mundial da Itália viu apenas 115 gols em 52 partidas, com uma média pífia de 2,21.

Mas a segunda rodada da Copa de 2010 está dando um alento ao principal ato do futebol, o gol. Foram 8 gols em 2 partidas. Primeiro, o chocolate uruguaio de 3 x 0 sobre os sul-africanos, que já saiu do lugar comum até agora, o insosso 1 x 0.

Nesta quinta-feira, a Argentina, grande rival da Celeste no Río de la Plata, foi além e cravou 4 x 1 sobre os sul-coreanos. Com direito a 3 gols de Higuaín, que também tomou o posto de artilheiro do uruguaio Forlán, que havia feito dois.

Com esse poder de fogo um pouco maior, a média da Copa do Mundo subiu para 1,83. Ainda está longe de pelo menos passar 1990 – e fugir do recorde negativo -, mas um acréscimo de 0,27 com apenas dois jogos foi animador.

Em tempo: o duelo entre Argentina e Uruguai tem grande chance de acontecer já nas oitavas de final. Para sacudir Buenos Aires e Montevidéu, como em 1930

Foto: Fifa

Os melhores dos melhores

Melhores do mundo: Cannavaro (2006), Messi (2009), Kaká (2007) e Cristiano Ronaldo (2008)

Fim da primeira rodada da Copa do Mundo de 2010. Entre os 736 jogadores que poderiam ser avaliados na África do Sul, escolhi quatro para este post. Todos eles com algo em comum. Pra lá de considerável, diga-se… Os únicos jogadores que já foram eleitos pela Fifa como o “melhor do mundo”.

Fabio Cannavaro (Itália, 2006)

O zagueirão (que na verdade tem apenas 1,75m) falhou no gol do Paraguai, no empate em 1 x 1, pois não subiu com Alcaraz, autor do tento. Cannavarou fez 4 desarmes. Faltas? Apenas uma. Curiosamente, o beque do Real Madrid sofreu duas!

Kaká (Brasil, 2007)

Jogou 78 minutos na estreia da Seleção. Apático e ainda sem confiança, o craque ficou abaixo do que pode render. Porém, até a sua saída, Kaká havia sido o atleta que mais correu em campo, com 8,8 quilômetros. O Brasil depende de Kaká.

Cristiano Ronaldo (Portugal, 2008)

O luso, que não esconde de ninguém o desejo de ser coroado como o melhor novamente, recebeu cartão amarelo, correu e mandou bola na trave da Costa do Marfim. Mas não marcou o seu gol em 2010. Mas mostrou, pelo menos, que está aceso.

Lionel Messi (Argentina, 2009)

A Pulga dos hermanos começou bem a sua campanha como protagonista da Copa. A fera do Barcelona jogou bem e chutou 10 vezes. Em excelente forma física, Lionel foi o jogador que mais finalizou no Mundial até aqui. Ainda não balançou a rede.

Até o fim da Copa do Mundo, qual deles vai recuperar o trono?

Veja a lista completa de vencedores do prêmio de melhor do mundo AQUI.

Duas décadas para uma alegria

Copa do Mundo de 2010: Uruguai 3 x 0 África do Sul

Faltavam cinco dias para que o Uruguai chegasse a 20 anos sem uma vitória na Copa. Um país muito tradicional, bicampeão mundial, mas que está num processo longo de má fase técnica. Durante todo esse período, apenas um título, na Copa América de 1995, quando jogou em casa. Aquele triunfo encerrou a geração do talentoso  meia Enzo Francescoli. Depois, fiasco atrás de fiasco.

Em 21 de junho de 1990, com um gol do atacante Fonseca aos 45 minutos do 2º tempo, a Celeste Olímpica venceu a Coreia do Sul no Mundial de Itália. O técnico era o mesmo deste ano: Oscar Tabarez. Aquela vitória era a única da seleção vizinha nos últimos 17 jogos em Mundiais.

Um retrospecto digno das equipes mais fracas da competição. Os 3 milhões de hinchas (torcedores) do país já não aguentavam mais. É, de fato, algo que não condiz com o Uruguai. Nesta quarta, o atacante Diego Forlán (um lastro de bom futebol no time) marcou duas vezes na vitória por 3 x 0 sobre a anfitriã África do Sul. Depois de 17 jogos, alguém marcou dois gols em 2010… Forlán, o artilheiro! Já era hora, Celeste.

Foto: Fifa