A finalização de Rogério foi bonita. Bateu de chapa, sem chances para o goleiro Fábio. Porém, o gol foi alçado ao status de golaço pela jogada iniciada por Everton Felipe, que arrancou do meio-campo, passou por três jogadores e rolou para o atacante, que recebeu livre. O tento do Sport, no Mineirão, foi eleito pela CBF como o mais bonito da 16ª rodada do Brasileirão, com 44% dos votos na enquete promovida na página oficial da confederação no facebook. Superou Dodô (36%), do Figueirense, e Camilo (20%), do Botafogo.
Por tudo o que representa, tecnicamente em campo e moralmente fora dele, o atacante Grafite já está na história do Santa Cruz. Como parte decisiva para a reconstrução do clube. Agora, também faz parte da imersão da torcida nas arquibancada do Arruda. Ao entrar pelo portão 7 do anel inferior, na Rua Petronila Botelho, o tricolor pode conferir uma arte com o atacante, o grafite do Grafite.
A obra foi produzida pelo artista (e torcedor) Bozó Bacamarte, com a assinatura do próprio ídolo. O acesso foi rebatizado de “Portão Graffa23”, com inauguração no jogo Santa x Coritiba, pela 16ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Confira o gráfico com todos os portões do estádio coral aqui.
O planejamento do Santa Cruz na última semana foi todo voltado para o jogo contra o América, na maior chance de obter uma vitória como visitante neste Brasileirão. Superar o lanterninha significaria chegar a duas vitórias seguidas e afirmar um novo momento ascendente, necessário na árdua luta contra o descenso. A viagem com 31 jogadores, escalando um misto contra o Vasco, na quarta, não teve ligação com a escolha entre Copa do Brasil e Sula. Era o momento de vencer o Coelho, sem mais. Só depois disso viria o “dilema”. Dito e feito, com o campeão nordestino indo além, goleando no Independência, 3 x 0.
O começo do jogo foi a 200 km/h, com o destino a favor do Tricolor. Com alguns obstáculos, mas numa atuação linear. Logo aos 7, uma chance claríssima. Keno recebeu a bola livre. Tão livre que se enrolou. Felizmente, não faria falta, pois no minuto seguinte Marcílio encontrou Tiago Costa entrando na área pela esquerda. O lateral ganhou a dividida e finalizou bem, abrindo o placar. Uma vantagem cedo diante de um adversário já abalado é meio caminho andado. Para mudar isso, só um lance capital. Como uma penalidade. Mal marcada. Mas Osman bateu sem convicção, com Tiago Cardoso defendendo a sexta cobrança vestindo a camisa coral. A resposta pernambucana veio, outra vez, no lance seguinte, com Marcílio pegando a sobra de um escanteio. O volante, prata de casa, ganhou a confiança de Milton Mendes e vem tendo uma sequência de jogos, resultando numa ótima apresentação em Belo Horizonte.
Com a disposição para marcar e ocupar espaços à frente (semelhante ao jogo contra o Inter, mas empregado de forma melhor) e a pressão sobre o alviverde (vaiado desde o segundo gol), a vitória ficou encaminhada. Virou goleada na segunda etapa, num contragolpe mortal, de Léo Moura para Arthur. O primeiro triunfo fora quebrou um jejum de 10 anos e 1 dia na elite, desde o 4 x 1 sobre o Fortaleza no Castelão (ou 18 jogos). Que essa recuperação não pare por aí, até porque a tabela segue favorável no próximo sábado, com o Coritiba, no Arruda. Com futebol e confiança, a chance de deixar o Z4 realmente para trás.
O Santa Cruz foi inofensivo no primeiro tempo em Juiz de Fora. Remendado e com a confiança abalada, o time foi vazado já no primeiro minuto. O péssimo passe de Roberto gerou o contragolpe. Ainda assim, Neilton estava cercado por quatro tricolores. Marcaram com os olhos, com o atacante tocando para Sassá, que contou com outra colaboração de Tiago Cardoso. A estrela solitária ampliou aos 17, com Camilo dando uma bela assistência para Neilton. Como Roberto sequer deu o bote, o jogador mandou para as redes com tranquilidade.
O desânimo no intervalo não sinalizava uma reação, mas houve, com os corais melhorando. Claro, o recuo do limitado Botafogo, preocupado em segurar a vitória, deu espaço. Logo aos 3, Keno, que acabara de entrar, fez a sua jogada característica pela ponta esquerda e cruzou para João Paulo diminuir. Dois dos jogadores de “Série A” do grupo. É preciso ter qualidade, sempre! Arthur, Keno e Leandrinho tiveram boas chances para empatar, mas a bola teimou em não entrar, resultando na 5ª derrota seguida do Santa, 2 x 1. A 8ª em 9 jogos. Uma queda de rendimento que gerou (mais) uma estatística preocupante: hoje, a campanha já é pior que a de 2006, na até então única participação nos pontos corridos. Um ano para esquecer, mas que não cansa de assustar.
Santa Cruz após 13 rodadas nos pontos corridos 2006 – 18º lugar, 12 pontos, 3 vitórias, 3 empates, 7 derrotas, 15 GP, 22 GC 2016 – 19º lugar, 11 pontos, 3 vitórias, 2 empates, 8 derrotas, 15 GP, 20 GC
Há dez anos, a derrocada viria algumas semanas depois, pois especificamente naquela rodada o time vivia a sua melhor fase, goleando o Flamengo por 3 x 0. Na rodada seguinte, também no Arruda, venceria o Corinthians. Agora, o oposto. Falta de peças (um camisa 10), indicações questionáveis (Roberto?) e mudanças improdutivas (Marcílio e Léo Moura no meio?). A verdade é que o Santa precisa ir além da “sacudida no grupo”, o sinônimo de troca de técnico. A qualificação é para ontem. Aliás, era para maio, quando começou a competição, mesmo com o embalo dos títulos regional e estadual. A reposição sempre foi uma necessidade, agora reforçada a cada revés, a cada rodada…
Uma estatística que piora a cada rodada. Desde a perda da invencibilidade, no clássico, o Santa Cruz só fez descer a ladeira no Brasileirão. Com 24 pontos em disputa, só ganhou 3. Do alto da tabela, despencou para a penúltima colocação, numa crise técnica e tática já escancarada. O sistema com atacantes abertos, de pouca posse de bola e voltado para os contragolpes ficou manjado, com adversários (mais preparados) conseguindo superar o tricolor seguidamente. No Arruda, contra a Ponte Preta, o time sofreu a quarta derrota como mandante. Aliás, neste recorde de oito jogos foram cinco em casa, o que só piora o cenário futuro, quando terá que atuar mais como visitante.
No 3 x 0 a favor do time paulista, os corais não agrediram em momento algum. Curiosamente, no primeiro tempo até teve o controle da bola, com 64%, mas sem criatividade. A falta de um armador qualificado é a maior lacuna no elenco – não dá mais para ir com Lelê, Leandrinho, Daniel Costa, Wallyson etc. Além disso, teve falhas individuais graves, com Danny Morais e Lelê. Resultaram nos gols de Pottker. O camisa 9 foi bem nos dois lances. Em desvantagem e extremamente vaiado no intervalo, o Santa voltou para o tudo ou nada, totalmente desorganizado. Parecia esperar por um lampejo de Grafite e olhe lá. Na única chance que teve, o então artilheiro do torneio chutou em cima de João Carlos – finalizações semelhantes ao jogo passado no Mundão, contra o Fla.
A goleada foi consumada por Felipe Azevedo, com o time coral já entregue. No chute, ainda contou com a colaboração de Tiago Cardoso, que espalmou pra dentro. Depois, o técnico Milton Mendes conseguiu piorar, ao tirar Danny e deixar o time sem zagueiros. Sim, pois o único defensor era o lateral Allan Vieira, improvisado. Mexida para irritar ainda mais o povão, à espera de mudanças.
O gol de voleio de Diego Souza, o quarto da goleada do Sport sobre a Chape por 5 x 1, foi eleito pela CBF como o mais bonito da 11ª rodada da Série A. Foi a segunda vez que o camisa 87 venceu a votação, repetindo o resultado da 9ª rodada, quando arrancou do meio-campo para decidir o jogo contra o Flu.
O gol de DS87 teve 69% dos votos no FaceGol, a enquete promovida na página oficial da confederação no facebook. Superou Lucas Lima (28%), do Santos, e Camilo (3%), do Botafogo. Em onze rodadas, esta foi a 4ª vez que um jogador atuando em Pernambuco ganhou a enquete, com dois golaços do meia rubro-negro e dois de Grafite. O tricolor levou a melhor na 1ª e 3ª rodadas.
Dois sábados seguidos atuando na capital paulista, com derrotas diante de Palmeiras e Corinthians e roteiros semelhantes para o Santa. No primeiro tempo, uma enorme pressão dos mandantes, abrindo dois gols de vantagem. No comecinho da segunda etapa, Grafite mandando para as redes, ensaiando a reação. No Allianz Parque, o time pernambucano acabou sofrendo outro gol, que matou o jogo, apesar da bola na trave e das defesas de Fernando Prass. Na arena do Timão, o 2 x 1 se manteve até o fim, deixando um gosto mais amargo no povão, que viu o time equilibrar o jogo e criar oportunidades claras.
Em vez de Prass, a insegurança de Cássio, que entregou o gol coral, que deixou o Grafa na artilharia isolada do Brasileiro, com 8 gols, a 7 de sua meta para a competição. Jogando de forma mais veloz, já sem o meia Daniel Costa, substituído, o tricolor voltou a ter a seu favor a velocidade de Keno pela ponta esquerda. Por lá, a grande chance da noite, aos 32 minutos. Num cruzamento, Wallyson recebeu livre, mas cabeceou pra fora. A diferença na qualidade para definir foi clara no jogo, uma vez que o primeiro gol corintiano foi parecidíssimo, mas com Luciano não dando qualquer chance a Tiago Cardoso.
Com a derrota, o Santa chegou a 6 derrotas nas últimas 7 rodadas, com o pior desempenho neste recorte, que marca o fim de sua invencibilidade. Não por acaso, o Z4 nunca esteve tão próximo. Contra Ponte Preta (casa) e Botafogo (fora), tem a chance de recuperação, até pelo perfil dos adversários, agora concorrentes diretos. E sem mais espaço para tanto desperdício, Grafite à parte.
O Santa foi derrotado no Arruda outra vez. A terceira em casa nesta Série A. O revés diante do Flamengo foi o 5º nos últimos 6 jogos, acendendo o sinal de alerta no campeão nordestino, numa aproximação perigosa da zona de rebaixamento, outrora a léguas. A atuação contra o rubro-negro carioca oscilou bastante, com um bom número de oportunidades na primeira etapa, mesmo sem a posse de bola, praxe no sistema de jogo coral, de contragolpes, usando as pontas. Keno e Grafite (duas vezes) tiveram chances claras para marcar.
Enquanto isso, o adversário, se limitando a marcar forte (em alguns momentos além da conta), só finalizou uma vez na meta de Tiago Cardoso. Em todo o jogo! Claro, se arriscou outras vezes, mas na barra, apenas uma. Bastou. De longe, Willian Arão mandou no ângulo, com o goleiro coral adiantado. Em vantagem, o Fla foi cirúrgico, jogando sem pressa. Vem sendo assim como visitante, com o clube subindo na tabela. Apesar disso, o futebol tricolor no primeiro tempo, com disposição, deixou uma boa expectativa para a retomada.
O time pernambucano, entretanto, caiu demais. Só teve uma chance, com o Grafa, livre, batendo em cima de Muralha. Lance oriundo de uma falha na saída de jogo dos cariocas, pois criação propriamente dita não existiu. Com a vitória por 1 x 0, o Flamengo desempatou o retrospecto no Brasileiro, até então equilibradíssimo (7v-7e-7d). Ao Santa, as vaias, num protesto que já deixou de ser pontual. A necessidade de reforçar o meio-campo (Leandrinho e Daniel Costa como titulares mostram que a lacuna técnica existe) é urgente. Até porque a tabela segue complicada, ainda mais com 6 jogos em casa nos 10 disputados. Sábado, vai a São Paulo encarar o atual campeão nacional…
O Figueirense era um concorrente direto no “campeonato” do Santa Cruz, uma busca incessante pela permanência. Após a turbulência nas últimas rodadas, com três derrotas seguidas, o resultado positivo era fundamental no Arruda, sobretudo pela tabela duríssima em seguida – Palmeiras, Fla e Corinthians. E a volta de Grafite acabou sendo decisiva para a recuperação na competição.
Voltando de lesão, o atacante jogou no sacrifício. Atuou durante 59 minutos, sentindo a coxa. Mas deu a sua parcela com uma belíssima assistência para Lelê, que marcou o solitário gol da noite, 1 x 0. Foi o primeiro tento coral após 370 minutos. Era a primeira “inhaca” a ir embora. Naquele momento, eram 25 minutos de um jogo complicado. No lance anterior, Neris havia tirado a bola em cima da linha. Não seria aquela a única chance catarinense.
Mesmo com um a menos, o goleiro Gatito foi expulso por reclamação, aos 41, o Figueira daria trabalho, perdendo chances claras. Com algum mérito na criação, claro, mas também pela postura irregular dos corais. No corte dos cruzamentos (foram 27 tentativas do visitante), na saída de bola etc. Foi uma atuação no limite para assegurar os três pontos. Lá na frente até teve oportunidades, mas aí esbarrou em Wallyson, muito mal. Errou tudo. O sofrimento acabou sendo proporcional ao alívio no apito final – após outra chance do Figueira -, com o campeão nordestino voltando a se distanciar do Z4. Um passo de cada vez.
Os clubes brasileiros começaram a ser licenciados no game Fifa Football em 2001, ainda para Playstation 1 e 2. Até então, versões genéricas. E o processo cresceu, na exigência da documentação e na riqueza de detalhes de cada equipe, com alguns estádios do país já digitalizados, no embalo do avanço tecnológico. Apenas quatro versões contaram com representantes pernambucanos, sendo uma nos últimos sete anos, com o Náutico. Para o 2017, os dois times mais populares do estado devem estar presentes.
O jogo, com lançamento agendado para 29 de setembro, para PS4, PS3, Xbox One e Xbox 360, mira o futebol do país após uma turbulência burocrática. Sport e Santa já entraram em contato com a EA Sports, a produtora, para oficializar a presença. Ato importante, pois a demora tirou o clube do lançamento anterior – apenas 16 times assinaram. Já o tricolor entrou no “mercado” ao retornar à elite, prerrogativa básica – só em casos excepcionais um time da segunda divisão é contratado. Rubro-negros e tricolores não aparecem com nome, escudo, uniforme e elenco oficiais desde 2009 e 2008, respectivamente.
Em relação aos jogadores – leoninos e corais já estão recebendo os contratos para uso de imagem -, astros como Lionel Messi e Cristiano Ronaldo ganham trabalhos minuciosos de digitalização, mas não se surpreenda se Diego Souza e Grafite também chegarem com versões digitais num Clássico das Multidões com a devida chancela. Quanto à capa no post, trata-se de uma versão fictícia. Contudo, em um mercado hiperlocalizado dá para imaginar a vendagem…
Clubes brasileiros no Fifa 2001 – 13 times 2002 – 13 times 2003 – 15 times 2004 – 16 times 2005 – 16 times 2006 – 16 times 2007 – 22 times (Santa Cruz) 2008 – 24 times (Náutico, Santa Cruz e Sport) 2009 – 26 times (Náutico e Sport) 2010 – 20 times (N. Recife e S. Recife, os genéricos de Náutico e Sport) 2011 – 20 times 2012 – 20 times 2013 – 20 times (N. Recife e S. Recife) 2014 – 21 times (Náutico) 2015 – sem times brasileiros 2016 – 16 times 2017 – quantidade indefinida (Santa Cruz e Sport)