A disputa de 3º lugar é desanimada até na Copa do Mundo. Não seria diferente nessas bandas. Ainda assim, o “bronze” no Estadual tem um peso considerável para a temporada seguinte, com a vaga no Nordestão. O Náutico que o diga, fora da última edição, sofrendo uma séria lacuna técnica e financeira. Consciente disso e se esforçando para levar a sério a disputa, o time vermelho e branco foi ao Sertão e venceu o Salgueiro pela terceira vez no torneio, 1 x 0.
O gol de Rony, aos 4 minutos do segundo tempo, garantiu a vantagem do empate no sábado, na arena. Mas, vantagem à parte, o futebol foi paupérrimo. Na estreia de sua terceira passagem pelo clube, o técnico Alexandre Gallo escalou um time rápido, com Rony, Esquerdinha, Caíque e Jefferson Nem. Apesar de leve, a infinidade de passes errados é um entrave. Lá atrás, Rodrigo Souza deu conta do recado, ajudado pela inércia do Carcará durante quase todo jogo, tendo a maior chance nos descontos, mas parando em Júlio César.
Para dar tranquilidade ao início de trabalho, já visando a Série B, a classificação à Lampions, pela 9ª vez, é vital. O lote de insucessos no ano está esgotado.
A grade de transmissão do Campeonato Pernambucano de 2016 apontou 30 jogos na televisão, totalizando 2.700 minutos de futebol ao vivo. É o maior dado desde que a competição passou a ter a concorrência da Copa do Nordeste na telinha do Grande Recife, em 2013. Um ano antes, reinando sozinho no primeiro semestre local, o Estadual teve 38 partidas exibidas.
Na tevê aberta, a a transmissão ocorreu mais uma vez através da Rede Globo, emissora oficial desde 2000, e também via pay-per-view. Replicando o sinal do Premiere, a Globo Internacional também transmitiu a competição para 17 países, incluindo Estados Unidos e Japão. Como na decisão de 2014, os dois jogos finais entraram na grade em sinal aberto e fechado.
Pela segunda vez consecutiva o Santa Cruz liderou total de jogos exibidos, apesar de o Sport ter sido mais presente na Globo. Abaixo, um gráfico com o número de transmissões do Trio de Ferro (Globo, Premiere e geral). De 2012 a 2016, o total de jogos por plataforma foi o seguinte:
Total: Sport 69, Santa 63, Náutico 55 Globo: Sport 44, Santa 36, Náutico 32 Premiere: Sport 34, Santa 33, Náutico 26
Em relação à audiência, o primeiro Clássico das Multidões realizado no hexagonal,a na Ilha do Retiro, teve uma média de 853 mil telespectadores na região metropolitana, de acordo com o Kantar Ibope MW.
O balanço financeiro do Sport em 2015 registrou a maior receita operacional da história do clube. Com um aumento de 44% em relação ao dado ano anterior, o Leão teve um faturamento de R$ 87 milhões. O que esclarece o pesado investimento para ter Diego Souza e André no elenco, sexto colocado na Série A. Só o departamento de futebol, aliás, consumiu R$ 58 milhões na temporada. Mesmo com tanto dinheiro, quase o triplo de Náutico e Santa somados, o clube aumentou consideravelmente o passivo total.
Se há um ano o incremento negativo de R$ 50 milhões foi justificado pela direção como “dívidas antigas (várias tributárias) que faltavam ser reconhecidas”, em parcelamentos, empréstimos, financiamentos e receitas antecipadas, agora o novo aumento, de R$ 47 milhões (65%), também se explica com novos fatores. O principal deles é que o clube considera como “dívida” os R$ 18 milhões adiantados pela Globo, como luvas, para a cessão dos direitos de transmissão do Brasileiro de 2019/2020. Ainda há uma conta de R$ 17 milhões a ser paga pelos empréstimos e financiamentos junto ao BMG e à Caixa. Por outro lado, as obrigações sociais, trabalhistas e tributárias, segundo o balanço (abaixo), somam R$ 6 milhões (baixo para o padrão), assim como o caixa, com um lastro de R$ 27 milhões, tornando o cenário ainda mais curioso.
O relatório financeiro, auditado pela consultoria BDO RCS, é bem mais detalhado que o dos rivais. No caso do patrimônio, estimado em R$ 143 milhões, há uma divisão setor setor por setor (estádio, quadras, piscinas etc). Ainda que não tenha sido nominado, também foi listada a venda dos direitos econômicos de Joelinton ao Hoffenheim, num depósito de R$ 5,14 milhões. Outro dado destrinchado é a receita com as cotas de televisão, passando de R$ 32 milhões em 2014 para R$ 46 milhões em 2015. Esse repasse deve ser ainda maior em 2016, cujo balanço será publicado apenas em abril do próximo ano.
Em 2015, o Náutico terminou o ano fazendo um adiantamento de R$ 2,9 milhões, quase metade da cota de televisão para a Série B de 2016. O repasse garantiu o pagamento das contas de futebol no ano, mas nem assim resultou num saldo positivo. O déficit de R$ 11 milhões manteve o cenário negativo na década. A receita operacional acabou na faixa de R$ 18 milhões, superior à temporada anterior, mas ainda abaixo da metade dos dois anos em que esteve na elite (2012/2013). Dados presentes no balanço oficial do clube (abaixo).
Levando em conta que o Timbu não obteve resultados efetivos no campo – no Estadual foi o lanterna do hexagonal e na Segundona ficou a dois pontos do acesso -, fora dele o buraco aumentou de vez. Somando os passivos circulante e não circulante, a dívida aumentou R$ 12 mi, chegando a R$ 149 milhões! Uma aproximação perigosa do valor estimado para o patrimônio do clube, de R$ 172 milhões – claro, para efeitos de mercado, em qualquer hipotética negociação o valor dos bens alvirrubros pode ser maior. À parte do vazio no uniforme, sem patrocínio-master, a arena esvaziada também pesou contra. Em 2015, com 29 jogos como mandante, o Náutico teve uma média de 6 mil torcedores e renda bruta de R$ 3,4 milhões, 50% do valor registrado no ano anterior.
Vale lembrar que na gestão de Glauber Vasconcelos, que sucedeu Paulo Wanderley, a dívida cresceu 56% no primeiro ano por causa da atualização efetuada pelo clube em suas informações fiscais junto à Receita Federal e à normalização da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais de 2010 a 2013 – dados não reconhecidos pelo antecessor. Voltando ao presente, à gestão de Marcos Freitas, o Náutico precisará administrar a distância em relação aos rivais, com o Sport consolidado e o Santa enfim passando – em 2015, mesmo campeão e com o acesso, os corais tiveram uma receita menor.
A pauta principal da nova edição do 45 minutos foi, sem dúvida, o primeiro jogo da final da Copa do Nordeste, com vitória do Santa sobre o Campinense no último lance. Foram 48 minutos analisando o jogo, o comportamento da arbitragem, a atuação dos principais nomes e as previsões para o jogo de volta, domingo, em Campina Grande. Qual é o tamanho da vantagem coral? Na sequência, dois temas semelhantes, com os novos técnicos de Náutico e Sport, Alexandre Gallo e Oswaldo de Oliveira, respectivamente. Os dois clubes saíram ganhando? Também comentamos as possíveis mudanças táticas.
Confira um infográfico com as atrações (e tempo) de cada time aqui.
Neste podcast, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!
A cada ano a Globo Nordeste elabora um plano comercial para negociar as inserções de patrocinadores nos jogos do Campeonato Pernambucano e da Copa do Nordeste. O documento sempre traz dados relacionados à audiência de futebol, assim como o perfil do público. O relatório de 2016 aponta uma audiência de 974 mil pessoas a cada minuto de transmissão, somando os jogos exibidos nos dois torneios, de acordo com Kantar Ibope Media Workstation. Numa visível evolução, as mulheres já representam metade da audiência.
No último ano, 14 jogos no estadual e 10 no regional tiveram transmissão aberta para a capital pernambucana. Todos lideraram a audiência, com 38,5% do público que assistiu à primeira partida acompanhando todos os jogos na grade – o número representa 1,2 milhão de recifenses. Apesar de o quadro focar na capital, o alcance da emissora chega a 54 municípios, com 5.205.882 telespectadores potenciais – as demais cidades têm a cobertura de outras filiadas, a TV Asa Branca, de Caruaru, e a TV Grande Rio, de Petrolina.
Voltando ao “perfil”, vale comparar com alguns dados apresentados no plano de 2012, na ocasião com 500 mil telespectadores por minuto – o que expõe a atual influência dos mata-matas do Nordestão. Sobre o Pernambucano, o canal paga R$ 3,84 milhões aos clubes, por edição. O contrato vai até 2018.
O regulamento do Campeonato Pernambucano de 2016 dava à FPF o direito de escolha dos estádios das finais, num poder semelhante ao adotado pela federação paulista. Durante um dia, foi especulada a possibilidade de levar os dois jogos entre Santa e Sport para a Arena Pernambuco, devido à “proposta vantajosa” articulada pelo secretário estadual de esporte, Felipe Carreras. Na prática, tricolores e rubro-negros não chegaram nem perto de ceder à ideia, optando por mandarem seus jogos no Arruda e na Ilha do Retiro.
O próprio mandatário da federação lavou as mãos sobre a decisão, até porque, por mais que esteja na regra, neste caso é justo que a vontade dos clubes também seja respeitada. Com os locais já confirmados pela entidade através de ofício, voltou o cenário óbvio, com a ida no Arruda, em 4 de maio (21h45), e a volta na Ilha, no dia 8 (16h). Por sinal, a casa leonina receberá a grande decisão do campeonato estadual pela 28ª vez. É um recorde absoluto no futebol local, que neste ano chega à 68ª final, contabilizando sete palcos no Recife.
A estatística é específica, levando em conta os estádios onde as taças foram erguidas, após finais em ida e volta, melhor-de-três ou extra. A observação se faz necessária pois ao longo de um século várias edições tiveram campeões de forma direta. O próprio estádio Adelmar da Costa Carvalho já teve outras nove voltas olímpicas (seis do Sport e três do Náutico), mas sem precisar de uma final. Curiosamente, lá os corais têm vantagem contra os leoninos, 8 x 6.
Eis os palcos de todas as finais do Pernambucano de 1915 a 2015:
Ilha do Retiro (27) Sport (15, com 55%) – 1948, 1961, 1962, 1981, 1988, 1991, 1992, 1994, 1996, 1998, 1999, 2000, 2003, 2006 e 2010 Santa Cruz (9, com 33%) – 1940, 1946, 1957, 1971, 1973, 1986, 1987, 2012 e 2013 Náutico (2, com 7%) – 1954 e 1965 América (1, com 3%) – 1944
Arruda (16) Santa Cruz (8, com 50%) – 1970, 1976, 1983, 1990, 1993, 1995, 2011 e 2015 Náutico (6, com 37%) – 1984, 1985, 1989, 2001, 2002 e 2004 Sport (2, com 12%) – 1977 e 1980
Aflitos (15) Náutico (7, com 46%) -1950, 1951, 1960, 1963, 1966, 1968 e 1974 Sport (5, com 33%) – 1917, 1949, 1953, 1955 e 1975 Santa Cruz (3, com 20%) – 1947, 1959, 1969
Avenida Malaquias (3) América (1, com 33%) – 1921 Santa Cruz (1, com 33%) – 1932 Náutico (1, com 33%) – 1934
Jaqueira (3) Santa Cruz (2, com 66%) – 1933 e 1935 Sport (1, com 33%) – 1920
British Club (2) Flamengo (1, com 50%) – 1915 Sport (1, com 50%) – 1916
O Campeonato Pernambucano de 2016 terá a final mais comum em toda a história do futebol local, Sport x Santa Cruz. Será a 24ª vez. Os dois foram buscar a classificação na condição de visitante, os corais com uma enorme vantagem e os leoninos no sufoco, estendendo a disputa às penalidades. No 45 minutos, analisamos os dois jogos do domingo e já projetamos a decisão das multidões, que terá como fator de influência o rendimento do Tricolor na final do Nordestão, nesta semana. Sobre o Náutico, agora há 12 anos sem taça, uma pressão interminável. Caminhos abertos para um longo debate, de 1h49!
Confira um infográfico com os temas e tempos de cada time aqui.
Neste podcast, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!
Após fazer a melhor campanha no hexagonal classificatório, com doze pontos a mais que o adversário na semifinal, o Náutico foi eliminado de cara no mata-mata do Campeonato Pernambucano, aumentando o jejum de títulos. Com o revés diante dos corais, chegou a doze edições seguidas sem levantar a taça, igualando a pior sequência de um clube grande do estado em todos os tempos.
O hiato desde 2004 repete a seca de títulos do Sport de 1962 a 1975, no período que marcou a maior série de triunfos dos alvirrubros (hexa) e dos tricolores (penta). No entanto, neste intervalo de taças locais, o Leão conquistou o Torneio Norte-Nordeste 1968, o que torna a situação do clube de Rosa e Silva ainda mais gritante, pois não venceu nenhuma competição oficial no período. Ao terminar a edição de 2016 sem a faixa de campeão pernambucano, o Timbu superou o próprio jejum 1989 a 2001, tido com pior momento da agremiação.
Na seca anterior, o time só voltou a dar a volta olímpica em seu centenário, evitando o hexa dos rubro-negros. Agora, a pressão vem aumentando a cada ano, fazendo com que a edição de 2017, em caso de novo fiasco, possa transformar a sequência indigesta na maior do Trio de Ferro, isoladamente. O levantamento do blog , abaixo, considera o intervalo entre títulos estaduais. A explicação é necessária pois o Santa disputou o Estadual de 1915 a 1930 (16 edições) sem ganhar, assim como o Náutico entre 1916 a 1933 (18).
Maiores jejuns do Trio de Ferro Sport (1962/1975) – 12 anos Sport ( 1928/1938) – 9 anos
Náutico (2004 / presente) – 12 anos Náutico (1989/2001) – 11 anos Náutico (1974/1984) – 9 anos
Santa Cruz (1947/1957) – 9 anos Santa Cruz (1959/1969) – 9 anos Santa Cruz (1995/2005) – 9 anos
Jejuns dos demais clubes campeões pernambucanos América (1944 / presente) – 72 anos América (1927/1944) – 16 anos
Torre (3 títulos), Tramways (2) e Flamengo do Recife (1) estão extintos.
O confronto entre Sport e Santa Cruz é a final mais recorrente em toda a história do Campeonato Pernambucano. Em 2016, no ano que marca o centenário do confronto futebolístico mais popular do estado, os rivais disputarão o título pela 24ª vez. O recente tricampeonato coral em cima do maior oponente equilibrou a estatística de decisões, mas a vantagem ainda é leonina, 12 x 11. A nova decisão, no mês de maio, começa no dia 4, uma quarta-feira no Arruda, com o aniversário do confronto no dia 6 e a finalíssima no dia 8, um domingo, na Ilha do Retiro. Curiosamente, lá os corais têm a vantagem em finais, 8 x 6.
Quem será o campeão pernambucano de 2016?
Santa Cruz (59%, 3.769 Votes)
Sport (41%, 2.663 Votes)
Total Voters: 6.430
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A primeira final com um Clássico das Multidões ocorreu muito antes do apelido criado e popularizado a partir de 1943. Logo na segunda edição do Estadual, os clubes disputaram a taça em uma partida. No antigo campo do British Club, diante de quatro mil recifenses, o Leão goleou a Cobra Coral por 4 x 1, em 24 de dezembro do longíquo ano de 1916. O time tricolor chegou a liderar o confronto em finais ao se sagrar campeão em 1990, no Mundão. Durou pouco tempo. A partir de 1996, quando iniciou o seu primeiro pentacampeonato, o rubro-negro empatou a série, virando em 1999, numa vantagem ainda vigente, no limite.
Para esta temporada, além do troféu dourado do Pernambucano, uma outra taça está em jogo, justamente em homenagem ao centenário do clássico. Trata-se do Troféu Givanildo Oliveira, instituído pela FPF, numa soma de todos os jogos oficiais entre os dois em 2016. Por enquanto, Sport 4 pontos, Santa 1. Além da final local, outros dois jogos estão programados, na Série A do Brasileiro.
Confira o retrospecto dos três clássicos nas finais do campeonato estadual:
Clássico das Multidões (23) Sport (12) – 1916, 1917, 1920, 1949, 1953, 1962, 1980, 1996, 1999, 2000, 2003 e 2006 Santa Cruz (11) – 1940, 1957, 1969, 1971, 1973, 1986, 1987, 1990, 2011, 2012 e 2013
Clássico dos Clássicos (17) Sport (11) – 1955, 1961, 1975, 1977, 1981, 1988, 1991, 1992, 1994, 2010 e 2014 Náutico (6) – 1951, 1954, 1963, 1965, 1966 e 1968
Clássico das Emoções (16) Náutico (9) – 1934, 1960, 1974, 1984, 1985, 1989, 2001, 2002 e 2004 Santa Cruz (7) – 1946, 1959, 1970, 1976, 1983, 1993 e 1995
Ao todo, doze finais diferentes já decidiram o Pernambucano. Em 34 edições o campeão saiu de forma direta. Chegou a hora de escrever o 102º capítulo…