As prováveis formações de Salgueiro e Sport na decisão do Pernambucano 2017

As prováveis formações de Salgueiro e Sport para a decisão do Pernambucano 2017, em 28/06. Arte: Cassio Zirpoli/DP (via .footballuser.com)

Os dois jogos da final do Campeonato Pernambucano de 2017 tiveram um inacreditável hiato de 52 dias. Com a competição se perdendo no meio do calendário, Sport e Salgueiro disputaram 14 e 7 jogos oficiais em outros torneios desde então, respectivamente. Logo, as mudanças em seriam ‘naturais’. Contudo, o número vai além da conta, podendo variar de 5 a 6, em cada time. Ou seja, dos 22 titulares, poderemos ver até 12 jogadores que estavam no banco (ou no DM) na Ilha do Retiro, no empate em 1 x 1.

No Cornélio de Barros, o capítulo final de uma competição desorganizada…

Salgueiro
O técnico Evandro Guimarães deve escalar um time bem diferente em relação àquele que empatou no Recife. O principal desfalque é o meia Valdeir, candidato a melhor jogador da competição, que acertou com o futebol português – ele chegou a estender o contrato, visando a final remarcada para 18/06, mas com o novo reagendamento, para 28/06, não houve mais tempo. Das seis mudanças no time sertanejo, três são no sistema defensivo, nas duas laterais e na zaga. No ataque, optou por uma dupla mais rápida. 

Formação (4-4-2): Mondragon; Diego (Tamandaré), Ranieri, Maurício e Paulo Vitor; Rodolfo Potiguar, Toty, Jaildo e Dadá (Gustavo); Álvaro e Jean Carlos.  

6 mudanças em relação ao jogo de ida: Diego/Tamandaré (a conferir), Maurício/Luís Eduardo, Paulo Vitor/Daniel, Jaildo/Moreilândia, Dadá/Valdeir e Jean Carlos/Willian Lira 

Sport
No rubro-negro, até o técnico é diferente, com Vanderlei Luxemburgo ‘estreando’ na finalíssima. A formação tática também mudou, do 4-2-3-1 para o tradicional 4-4-2, com a maior diferença no reposicionamento de Everton Felipe, mais meia que ponta. Entre as mudanças, duas bem favoráveis, pois Ronaldo Alves e Diego Souza estavam machucados no primeiro jogo, enquanto Mena fica de fora, por causa da seleção chilena. No ataque, Lenis foi opção tática mesmo, no lugar de Rogério, já liberado pelo DM. 

Formação (4-4-2): Magrão; Samuel Xavier, Ronaldo Alves, Henríquez (Durval) e Raul Prata; Rithely, Rodrigo, Everton Felipe e Diego Souza; Lenis e André 

6 mudanças em relação ao jogo de ida: Ronaldo Alves/Matheus Ferraz, Henríquez/Durval (a conferir), Raul Prata/Mena, Rodrigo/Ronaldo, Diego Souza/Fabrício e Lenis/Rogério

Dominando, Salgueiro vence o Santa e vai à 2ª final na história. E decidirá no Sertão

Pernambucano 2017, semifinal: Salgueiro 2x0 Santa Cruz. Crédito: Vandinho Dias/SG10

A vantagem era coral. O pênalti convertido por Anderson Salles garantia o empate ao Santa Cruz, em busca do tricampeonato. Confiava na boa postura defensiva e na pressão sobre o Salgueiro, dono da melhor campanha, mas que vinha de uma atuação fraca no Arruda. Pois no Cornélio de Barros o clube sertanejo não deu qualquer chance ao tricolor. Foi melhor do início ao fim. Foi quem basicamente buscou o ataque, com os corais enfrentando dificuldades para produzir jogadas. Não dá para tirar o mérito do time de Evandro Guimarães, que fez 2 x 0 e reverteu o confronto no tempo normal.

O resultado coloca o Carcará mais uma vez na decisão do Pernambucano. Em 2015, perdeu o título para o próprio Santa, no Arruda. Agora, em 2017, irá brigar pela taça em seu reduto, com jogo de volta no Cornélio de Barros, numa partida desde já histórica para o futebol local – nunca houve uma finalíssima no interior, embora o título já tenha sido comemorado lá em 1997 e 2005.

Campanha do Carcará (1ª fase + hexagonal + semifinal)
18 jogos
13 vitórias
3 empates
2 derrotas
30 gols marcados
10 gols sofridos
77% de aproveitamento

No jogo que recolocou o clube na final, o domínio foi completo. Ganhou o meio-campo, avançando com a marcação frouxa. Basta ver a quantidade de arremates na entrada da área. Com cinco minutos Valdeir já havia assustado duas vezes. Quanto ao visitante, a bola parada de Anderson Salles desta vez ficou à parte – só teve uma chance frontal, aos 48/2T. À frente, Pitbull pouco fez, mas ainda deixou Everton Santos em condições uma vez. E o contestado atacante (embora seja o artilheiro, com 5 gols) bateu pra fora. No intervalo, Eutrópio, não satisfeito com o time pregado na defesa, tirou Pereira e colocou Elicarlos, atuando com três volantes. Se a produção já estava escassa, beirou a covardia. Chamou o adversário, com a bola rondando a meta de Júlio César a todo instante. Até a pressão dar resultado. Aos 20, bola no travessão de Toty. Aos 22, Rodolfo Potiguar recebeu na área e fuzilou. Aos 24, Jean ganhou a disputa na área (com a bola batendo no braço) e ampliou de bico.

Se antes disso os corais estavam retendo a bola, depois, como de praxe em mata-matas, foi o Salgueiro, cavando faltas e gastando tempo, deixando o rival nervoso. Vantagem construída e mantida. Seja contra Sport ou Náutico, será a 13ª final distinta na história local. E a capital vai ver pela tevê…

Pernambucano 2017, semifinal: Salgueiro 2x0 Santa Cruz. Crédito: Vandinho Dias/SG10

Salles marca de pênalti e Santa vence o Salgueiro na abertura da semifinal do PE

Pernambucano 2017, semifinal: Santa Cruz 1 x 0 Salgueiro. Foto: Peu Ricardo/DP

O Santa Cruz teve uma atuação mediana. Não sufocou o Salgueiro. Sequer envolveu o adversário, que povoou o meio-campo e travou o já truncado sistema ofensivo coral. Ainda assim, é possível destacar que o tricolor buscou mais o resultado que o visitante, dono da melhor campanha. E na bola parada, sempre ela, alcançou a vitória. Magra, 1 x 0, mas suficiente para atuar em vantagem na noite do próximo sábado, em busca da terceira final consecutiva, em busca do tricampeonato pernambucano.

Diante de 22.056 torcedores no Arruda, no maior público do futebol local nesta temporada, o Santa teve Anderson Salles como goleador novamente. O zagueiro chegou a sete gols em 2017, tornando-se o principal artilheiro o time. São quatro gols de falta e três de pênalti, o último nesta semifinal. Num jogo em que teve apenas duas oportunidades em cobranças de falta, levando perigo nas duas, com Mondragon espalmando, o defensor acabou balançando as redes numa cobrança de pênalti – indefensável.

Pernambucano 2017, semifinal: Santa Cruz 1 x 0 Salgueiro. Foto: Peu Ricardo/DP

O lance aconteceu aos 12 minutos do segundo tempo, depois de a árbitra Deborah Cecília marcar falta de Tamandaré em Tiago Costa – lance discutível. Apesar da vantagem, o Santa continuou encontrando dificuldades para criar jogadas, como vem sendo desde o primeiro jogo oficial. Everton Santos saiu vaiado, André Luís pouco acrescentou e Halef Pitbull, brigando bastante pela bola, teve apenas uma chance, desperdiçando na cara do gol. Mas não dá pra dizer, desta vez, que Eutrópio não tentou. Escalou Pereira, acionou Léo Costa, reposicionou Thomás (o mais lúcido) durante o jogo… E o time simplesmente caiu na marcação do Carcará, fechando os corredores de Tiago Costa e Vítor.

Faltou ao Salgueiro, então, vontade e qualidade lá na frente. Deixou Willian Lira enfiado entre os zagueiros corais durante noventa minutos, sem um cruzamento decente. Valdeir, o bom meia do time, e Rodolfo Potiguar, o experiente volante, acabaram insistindo em arremates de fora da área, com Júlio César numa noite bem insegura. O goleiro acabou ajudado pelas finalizações mascadas. Neste contexto, a vitória tricolor acabou sendo bem satisfatória. Entretanto, o confronto segue bem aberto…

Pernambucano 2017, semifinal: Santa Cruz 1 x 0 Salgueiro. Foto: Peu Ricardo/DP

Análise da semifinal pernambucana de 2017 – Salgueiro com a decisão em casa

Pernambucano 2017, 5ª rodada: Santa Cruz 1 x 2 Salgueiro. Foto: Rafael Martins/DP

Foi a melhor campanha da história do Salgueiro no hexagonal do título, com 76% de aproveitamento. Assegurou a liderança com duas rodadas de antecedência. Hoje, já tem uma boa ótima pontuação até projetando uma decisão do campeonato em casa – cujo mando será definido na soma do hexagonal e da semi. Leva o peso do futebol do interior, até hoje sem o título pernambucano. Mas leva com responsabilidade, sendo o único com elenco regular e com campo apto para receber o Trio de Ferro. Seu treinador, Evandro Guimarães, está lá há quase um ano.

Há duas edições, ficou bem pertinho da taça, numa decisão com apenas um gol – Anderson Aquino, do Santa. Em 2017, chega mais consolidado, com nomes já conhecidos do futebol pernambucano, como Rodolfo Potiguar, Moreilândia e Tamandaré. Este conjunto é a força do clube sertanejo, que mantém a figura de azarão mesmo com a campanha realizada, ao menos na visão do blog. No hexagonal, não perdeu no Recife, com duas vitórias (Náutico e Santa) e um empate (Sport). Tal desempenho como visitante será essencial para turbinar o seu mando, com um sol daqueles.

Desempenho na semifinal (2010/2016): 4 participações e 1 classificação
Vs Santa Cruz na semifinal: 1 confronto (2012) e 1 eliminação

O esquema tático sertanejo explora as laterais, sobretudo a direita. Fora de casa, jogada bem fechado, com Potiguar avançando menos que de costume

Formação básica do time titular do Salgueiro no Estadual de 2017. Crédito: this11.com com arte de Cassio Zirpo/DP

Destaque
Valdeir. O meia-atacante terminou o hexagonal como vice-artilheiro, com 4 gols. E mostrou bom futebol contra o Trio de Ferro, nos jogos que realmente importam na fase. Aos 25 anos, pode se útil até num centro maior.

Aposta
Willian Lira. O centroavante de 1,85m soma seis gols no Estadual, sendo quatro na 1ª fase e dois no hexagonal. Tem presença de área, sendo bastante procurado por Tamandaré, com forte jogada na linha de fundo.

Ponto fraco
Reposição. Dos quatro semifinalistas, é o time com menos opções de mudança, técnica e tática. A equipe é entrosada, mas em caso de lesão ou suspensão, pode apresentar uma fragilidade além da tolerável.

Campanha no hexagonal (10 jogos)
23 pontos (líder)
7 vitórias (1º que mais venceu)
2 empates (4º que mais empatou)
1 derrota (quem menos perdeu)
17 gols marcados (2º melhor ataque)
6 gols sofridos (melhor defesa)

Melhor apresentação: Santa Cruz 1 x 2 Salgueiro, em 2 de março, no Arruda.