Ele. Lecheva…

Pernambucano de 2006: Lecheva perde o pênalti decisivo. Foto: Diario

Quatro anos de silêncio quebrado.

Em 9 de abril de 2006, o meia Lecheva caminhou do círculo central do gramado da Ilha do Retiro até a marca do pênalti sob os olhares de 33.282 torcedores.

Caso ele convertesse a cobrança, o Santa Cruz seria bicampeão pernambucano. Conquistaria o título em cima do Sport, na casa do rival. A “Casa dos Festejos”.

Lecheva, que havia convertido todas as 29 cobranças durante a sua passagem no Paysandu, bateu fraco, no canto esquerdo do goleiro Gustavo, que espalmou. Depois, a série continuou e o Leão faturou o título. O primeiro do atual pentacampeonato.

Após a sucessão de rebaixamentos, Romerito Jatobá, presidente coral naquele ano, disse: “Se Lecheva tivesse feito aquele pênalti, a situação seria diferente”.

Muitos torcedores da Cobra Coral pensam o mesmo…

Então, nada como ouvir a versão do protagonista, Lecheva. Em entrevista exclusiva ao repórter Diego Trajano, do Diario, o agora assistente-técnico do Paysandu, de 36 anos, comentou sobre o episódio. E avisa que não é o culpado.

“Eu não sou o culpado. Romerito tirou a culpa dele e colocou em mim. A verdade é que houve uma irresponsabilidade financeira muito grande e o time começou a desandar. Ele tem responsabilidade nisso. O clube afundou pelos erros dele.”

“Ninguém lembra do escanteio que eu bati para que a gente fizesse o gol da vitória naquele dia (1 x 0, gol de Neto). Ninguém lembra que no primeiro jogo da final (no Arruda) Carlinhos Bala perdeu um pênalti para a gente.”

“Giba (técnico tricolor no Estadual de 2006) me botou por último entre os cinco cobradores porque sabia que eu era melhor cobrador. Não bati bem, mas também foi uma grande defesa de Gustavo. Pelo menos eu mandei dentro do gol, e Gustavo tem mérito na história. Fiquei muito mal. Chorei copiosamente nos vestiários.”

“Futebol é assim. Qualquer um pode perder pênalti. Três perderam naquela decisão. Eu, Marco Brito e Neto. E não fui o último a perder, mas só falam de mim.”

Veja a reportagem completa AQUI.

Aprendendo a mexer com cash

Bola de dinheiro

Ao todo, o Sport tem 72 jogadores com contrato assinado, de acordo com o Boletim Informativo Diário (BID) da CBF. Contratos profissionais, com atletas a partir das categorias juvenil e júnior (veja AQUI). De todos eles, o maior contrato vigente é justamente o do atacante Ciro, até 5 de agosto de 2013.

Não por acaso, o contrato dele tem a maior multa rescisória do Leão, com valores de R$ 20 milhões para clubes brasileiros e R$ 40 milhões para times estrangeiros. Algumas sondagens do exterior teriam chegado a R$ 10 mi no ano passado!

A multa, porém, é apenas um parâmetro para as negociações, que quase sempre são abaixo do valor estipulado. De qualquer forma, acredita-se que a possível venda dos direitos econômicos da revelação leonina chegue a pelo menos metade, se for no Brasil.

Como se sabe, o craque afirmou, em entrevista ao repórter André Albuquerque, do Diario de Pernambuco, que o Palmeiras o sondou recentemente (veja AQUI).

Independentemente do desfecho dessa negociação, a primeira dúvida é:

Será que o Sport vai conseguir vender o atacante Ciro por mais de R$ 3,5 milhões?

O valor pode parecer baixo para as pretensões rubro-negras. No entanto, o número já seria um recorde em Pernambuco. A maior transação aconteceu há 12 anos.

O país cresceu economicamente, a moeda ganhou força, as cotas de patrocínio dos clubes aumentaram, mas venda do meia Jackson, hoje no Santa Cruz, ainda é um marco. Curiosamente, aquela negociação foi justamente entre Sport e Palmeiras…

Segunda dúvida:

Os clubes do Recife não sabem negociar ou o nível dos atletas revelados é baixo?

Vendas milionárias de Pernambuco (valores em Reais, em vigor desde 1994)

  • Top 5

3.500.000 – Jackson (meia), do Sport para o Palmeiras, em 1998
2.200.000 – Bosco (goleiro), do Sport para o Cruzeiro, em 2001
2.100.000 – Gilmar (atacante), do Náutico para o Guingamp (França), em 2009
2.000.000 – Daniel Paulista (volante), do Sport para o Rapid (Romênia), em 2008
1.800.000 – Fumagalli (meia), do Sport para o Al-Rayyan (Catar), em 2007

  • Top 10

1.750.000 – Leonardo (atacante), do Sport para o Cruzeiro, em 2001
1.500.000 – Juninho Pernambucano (meia), do Sport para o Vasco, em 1995
1.500.000 – Juninho Petrolina (meia), do Sport para o Atlético-MG, em 1998
1.500.000 – Cleber Santana (meia), do Sport para o Vitória/BA, em 2004
1.300.000 – Pantera (atacante), do Santa Cruz para o Compostela (Espanha), em 1996

  • Top 20*

1.300.000 – Chiquinho (meia), do Sport para o Vitória/BA, em 1997
1.200.000 – Carlinhos Bala (atacante), do Santa Cruz para o Cruzeiro, em 2006
1.100.000 – Moacir (volante), do Sport para o Corinthians, em 2010
1.000.000 – Russo (lateral-direito), do Sport para o Vitória/BA, em 1997
1.000.000 – Edson (lateral-esquerdo), do Sport para o Corinthians, em 2000
1.000.000 – Grafite (atacante), do Santa Cruz para o Grêmio, em 2001
1.000.000 – Wellington (atacante), do Náutico para o TSG Hoffenheim, em 2008

*Nota-se que para completar o top 20 ainda faltam três negociações milionárias…

Orla olindense vazia

Givanildo Oliveira em Olinda: Foto: Ricardo Fernandes/DPEle estava curtindo um bom e merecido descanso em Casa Caiada, na sua amada Olinda, onde encontra o seu cantinho a cada trabalho realizado Brasil afora.

Aos 61 anos, ele sabe que a saúde vem em primeiro lugar. Pensamento de quem tem uma vida inteira dedicada ao esporte.

Por isso, caminhadas diárias pela manhã, no calçadão da orla da Cidade Patrimônio. E até costumava dizer, em tom desafiador:

“Vamos lá correr um dia para ver se você acompanha o meu ritmo…”

Frase dita ao blogueiro quando ainda comandava o time rubro-negro, num raro momento de descontração após o treino. Eu não encarei a parada. Sei que não conseguiria mesmo!

E assim, na base da tranquilidade, foram dois meses com a família, sem o aperreio da famigerada área técnica. Sem os xingamentos eternos para a profissão.

Mas o telefone tocou na noite de domingo. Inicialmente, o convite não era dos melhores. A missão seria ultraindigesta. Mas o dever de recuperar a bandeira encarnada, branca e preta foi superior a qualquer outro desejo…

Foram inúmeros títulos como volante, dos bons. Franzino e gigante. Cansou de levantar taças na Avenida Beberibe.

Depois, passou a ser treinador. Com ele, o último sorriso do povo mais sofrido do Brasil.

Foi há cinco anos. Felicidade no ano inteiro. Primeiro, com o título pernambucano em pleno centenário do maior rival. Depois, o acesso à Série A do Brasileiro. Algo surreal para quem convive atualmente nas repúblicas independentes.

Mas ele está de volta. Pendurou as “sandálias” na ventilada varanda do seu apartamento. Já deve estar calçando as chuteiras e colocando aquele calção de número muito maior que o necessário.

Se era para tentar a salvação, pelo menos o último tiro foi respeitando a história.

Boa sorte, Givanildo Oliveira. Boa sorte, Santa Cruz.

Olinda fica para depois. Qualquer dia ele volta para o calçadão.

Dia Nacional do Futebol

Pelada

Pois é. A data existe. Mas surpreendente seria se passasse em branco…

É o dia daquele esporte que proporciona tantas alegrias e tristezas dentro de um mesmo campo. Um esporte que pode ser praticado com uma bola furada e “traves” de pedra… Time com camisa versus time sem camisa.

O dia 19 de julho foi escolhido em homenagem ao gaúcho Sport Club Rio Grande, o time de futebol mais antigo do país, fundado neste dia, em 1900, há longos 110 anos. A data foi criada em 1976 pela então Confederação Brasileira de Desportos, hoje CBF.

Em 2010, a data caiu numa segunda-feira, justamente o dia menos prestigiado do futebol nacional. Marcado pela ressaca. Pelo vazio nos gramados.

Domingo é o horário nobre. Dos grandes clássicos, dos estádios lotados, dos golaços!

O sábado também é lembrado pelos grandes confrontos. As quartas e quintas são reservadas para a elite. Terças e sextas são devidamente agendadas para a Série B.

BrasilSobra sempre a amarga segunda…

Sem futebol. Por mais que esta segunda-feira do dia 19 de julho de 2010 seja o Dia Nacional do Futebol.

No futebol pernambucano, apenas um sorriso após o fim de semana turbulento. Dos torcedores alvirrubros.

Dos cinco representantes do estado espalhados no Campeonato Brasileiro, nas Séries B, C e D, apenas o Timbu conseguiu vencer. E olhe que o Náutico foi o único a jogar fora de casa.

Em tempo: o Dia do Futebol, em escala mundial, é comemorado em 26 de outubro, em homenagem a data na qual, em 1863, representantes de 11 escolas inglesas se reuniram em Londres para unificar as regras do futebol.

Qual foi o seu dia inesquecível no futebol? Comente!

Dois anos de Arrudazo

Estádio do Arruda

Com a derrota em pleno Arruda neste domingo (veja AQUI), o Tricolor chegou a oito partidas sem uma vitória sequer no Campeonato Brasileiro. O último triunfo, por 2 x 0, foi justamente contra o Potiguar, próximo advesário na Série D, em Mossoró.

O confronto aconteceu no já distante dia 20 de julho de 2008, ainda pela Terceirona. Como o Santa Cruz só voltará a jogar no estádio José do Rego Maciel em agosto, o time completará dois anos sem uma vitória em casa.

Confira o incrível tabu coral abaixo. São três derrotas e cinco empates…

Ao todo, o clube levou 210.299 pessoas nesses oito jogos. Média excelente de 26.287 torcedores. É muita gente vendo de perto resultados tão ruins.

2008 (Série C) – Santa Cruz 1 x 1 Campinense
2008 (Série C) – Santa Cruz 2 x 2 Salgueiro
2008 (Série C) – Santa Cruz 0 x 1 Icasa
2008 (Série C) – Santa Cruz 1 x 1 Campinense
2009 (Série D) – Santa Cruz 2 x 2 Central
2009 (Série D) – Santa Cruz 1 x 2 Sergipe
2009 (Série D) – Santa Cruz 2 x 2 CSA
2010 (Série D) – Santa Cruz 0 x 1 CSA

Cansa, Santa Cruz

Mick Jagger

“Eu assumo toda a responsabilidade. Nós temos condições de reverter isso.”

Brasão.

O atacante chegou a acertar o travessão do CSA neste domingo.

A partida já estava nos minutos finais no Arruda, com quase 20 mil torcedores. Todos eles com a mesma esperança dos últimos quatro anos. Quatro!

Mas, de forma cruel, o destino do Santa Cruz parece ser sempre o mesmo…

Os tricolores lamentaram bastante o gol perdido pelo seu principal atacante. Foi a terceira bola na trave do time coral na partida.

Enquanto a torcida ainda pensava frases com o início “E se…”, o time alagoano, que integra a segunda divisão em seu estado e só foi admitido na Série D após várias desistências, encaixou um contra-ataque.

De Felipe Heleno para Everlan. De Everlan para as redes…

Santa Cruz 0 x 1 CSA.

Aos 41 minutos do segundo tempo. Como reagir? Desta vez não dava mais.

São apenas seis jogos nesta primeira fase da Série D. É um tiro curtíssimo, que o próprio Tricolor conhece, pois foi eliminado logo nesta etapa na última temporada.

Brasão pode até assumir a responsabilidade. Dado também, assim como Jackson, Fernando Bezerra Coelho… Todos. Mas cansa perder tanto. Cansa, Santa Cruz…

Patativa sem asas

Patativa, mascote do CentralO Central tratou logo de apagar a empolgação dos 8.478 torcidores alvinegros presentes no Lacerdão, na estreia da Série D, neste domingo. Aos 39 minutos do 2° tempo… Gol do Fluminense de Feira de Santana!

O gol saiu em uma partida que merecia ter terminar em 0 x 0, devido ao baixo nível técnico. Mas Júnior Mineiro não quis saber disso e escorou um cruzamento, concluindo a péssima estreia da Patativa: 0 x 1.

Após o fim do Estadual, o Central teve um bom tempo para se preparar para a quarta divisão, animado com a campanha de 2009, quando liderou a sua chave na primeira fase.

Enquanto isso, o Flu participou do Campeonato do Nordeste. Faz uma campanha péssima até o momento, com um 13° lugar. Mas foi suficiente para vencer a Patativa.

New season coral

Não teve graça alguma.

Três rebaixamentos seguidos no Campeonato Brasileiro e o fracasso na Série D.

A última temporada coral passou longe de ser uma sitcom.

O episódio derradeiro foi desastroso. Angustiante.

Mesmo com o Arruda lotado, em 9 de agosto do ano passado, o Santa Cruz não conseguiu superar o CSA. O empate em casa aniquilou qualquer chance de classificação à segunda fase da quarta divisão. Era além do fundo do poço.

As imagens abaixo falam mais do que qualquer texto. O título do post daquele jogo – o season finale – foi simplesmente “Acabou” (reveja, se tiver coragem, AQUI).

Série D-2009: Santa Cruz x CSA

Como se tornou previsível nos últimos anos, o Tricolor juntou os cacos…

Não dá mais para brincar com a paixão de tanta gente.

Como costuma acontecer nas famosas séries americanas de TV, a nova temporada começa a partir da cena final do ano anterior. Com nuances indefinidos.

Contra o mesmo CSA, também num domingo e no mesmo Arruda.

Como é de praxe, novos personagens fazem parte do cast tricolor.

Ao todo, são 34 jogadores, entre coadjuvantes e protagonistas. Na linha de frente do set, os meias Élvis e Jackson e os atacantes Joelson e Brasão.

Na direção, um jovem técnico de 29 anos, que há bem pouco tempo era espectador, telespectador, torcedor e até jogador. Conhece bem essa série. Não a D.

Reorganizado, o Tricolor ensaia a sua temporada final na 4ª divisão.

Quem sabe o desfecho de 2010 não possa ser diferente, arrancando uma expressão de felicidade, como a registrada nas fotos abaixo. Alegria de outrora.

A audiência está garantida…

Torcida do Santa Cruz

Voltando à realidade

NordestãoO Nordestão chegará à sua 10ª rodada na véspera da final da Copa do Mundo de 2010. Data do primeiro clássico pernambucano na reedição do campeonato regional.

Clássico das Emoções, no sábado, nos Aflitos.

Você sabia? Muita gente estava por fora.

O Náutico jogará com o seu expressinho. Um time ainda mais esfacelado, já que o técnico Alexandre Gallo convocou cinco atletas para o time principal, que volta à Série B.

O Santa Cruz, único time do estado realmente focado na competição, tenta se firmar na parte de cima da classificação, em busca de uma das quatro vagas à semifinal.

Antes do duelo local, tricolores e alvirrubros vão enfrentar, na noite desta quarta-feira, Ceará e Fluminense de Feira de Santana, respectivamente. Aperitivo para o clássico. Até porque está chegando a hora de esquecer a Copa do Mundo…

A paixão clubística volta a ser prioridade. Então, um clássico para agitar!

Por mais que o Nordestão não esteja tão agitado assim…