Belo Jardim ganha a Série A2 e se torna o 27º clube campeão em Pernambuco

Final da 2ª divisão do Pernambucano 2015: Vitória 0x1 Belo Jardim. Foto: FPF/divulgação

O gol de Eduardo Erê, ainda no primeiro tempo, definiu a noite no Carneirão. Deu ao Belo Jardim o título da segunda divisão estadual de 2015. Um jogo no qual o Calango superou o mandante, e favorito, Vitória, levantando assim a primeira taça de sua história, justamente no aniversário de dez anos como profissional. Na competição aberta a jogadores de até 23 anos, o alviverde alcançou o seu terceiro acesso à elite local (2006, 2011 e 2015).

Com a conquista, o Belo Jardim tornou-se o 27º clube a conquistar um título oficial em Pernambuco. Além dos sete campeões estaduais desde 1915, outros 20 clubes já tiveram o gostinho de comemorar uma taça em competições organizadas pela FPF na categoria principal. Nos 145 torneios considerados, as duas divisões do Pernambucano, a Copa Pernambuco e a Taça do Interior.

Eis a lista de títulos acumulados no futebol do estado, sem contar as eventuais glórias regionais e nacionais…

43 – Sport
32 – Santa Cruz
22 – Náutico
6 – América
4 – Vitória, Recife e Salgueiro
3 – Torre, Central e Vera Cruz
2 – Tramways, Porto, Ypiranga e Petrolina
1 – Flamengo do Recife, Maguari, Sete de Setembro, Flamengo de Arcoverde, Ferroviário, Unibol, AGA, Itacuruba, Estudantes, Araripina, Serra Talhada, Chã Grande e Belo Jardim

Obs. Na lista levantada pelo blog, a extinta terceira divisão local, realizada entre 2000 e 2002, não foi levada em consideração porque era amadora. Somente após o título o clube era convidado pela FPF a se profissionalizar.

Final da 2ª divisão do Pernambucano 2015: Vitória 0x1 Belo Jardim. Foto: FPF/divulgação

Quiz sobre os estádios pernambucanos

À parte dos Aflitos, Arena Pernambuco, Arruda e Ilha do Retiro, os mais populares do nosso futebol, vamos a algumas curiosidades sobre outros estádios com histórico na elite estadual. Responda as 16 perguntas e confira o resultado do seu desempenho no fim…

Balanço dos jogadores profissionais no Nordeste, inferior a dois salários mínimos

Quadro sobre os jogadores profissionais de futebol no Nordeste em 2015 (via CBF/FPF). Arte: Infogr.am (Cassio Zirpoli)

Um levantamento da CBF sobre o Nordeste, de 2015, aponta a existência de 1.911 contratos ativos de jogadores profissionais. No futebol, de uma forma geral, se enxerga um meio de altos salários, muito acima da média do trabalhador comum. Esse contexto existe, é verdade, mas numa parcela ínfima dos atletas, como Diego Souza (R$ 250 mil) e Grafite (R$ 166 mil), destaques de Sport e Santa Cruz, por exemplo. No geral, nas divisões inferiores, nacionais e estaduais, o rendimento mensal mal passa de um salário mínimo (R$ 788).

De acordo com o dado repassado pelo diretor de competições da FPF, Murilo Falcão, apenas 200 jogadores ganham mais de R$ 1 mil na região. E essa mesma fatia é a única com contratos superiores a três meses de duração. Pois é, o restante (89,5%) ganha menos e só atua 1/4 do ano. Não por acaso, no futebol local é comum ver os mesmos nomes disputando a primeira divisão no primeiro semestre e a segunda divisão no segundo semestre, sempre em clubes pequenos. Imagine em centros menos estruturados, como Sergipe e Piauí…

Em 2014, o movimento Bom Senso FC, liderado pelos próprios jogadores, também fez um raio x da categoria, num retrato nacional. Situação parecida. Dos 20 mil atletas no boletim informativo diário (BID), 82% joga por menos de salários mínimos (na época em R$ 724), com 15% de desempregados. Dos 684 clubes listados, 583 (ou 85%) ficam inativos por seis meses. É um problema geral.

Nordeste (CBF) 
1.911 jogadores profissionais
89,5% com menos de R$ 1.000
10,5% com mais de R$ 1.000

Brasil (Bom Senso FC)
20.000 jogadores profissionais
82% com menos de dois salários mínimos (R$ 1.448)
3% com mais de dois salários mínimos  (R$ 1.448) 

Na Série A2 do Pernambucano (abaixo), o cenário fica ainda mais evidente, até por ser “Sub 23”, com a possibilidade de inscrição de no máximo quatro jogadores sem limite de idade. Naturalmente, a faixa salarial cai ainda mais.

Série A2 (Sub 23) de 2015: Barreiros 0x0 Ipojuca. Foto: FPF/site oficial

Emerson Sobral, o árbitro recordista de mata-matas no Estadual e de geladeiras

Emerson Sobral, árbitro do quadro da FPF. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

O árbitro Emerson Sobral é tido como um dos principais do quadro Comissão Estadual de Arbitragem de Futebol de Pernambuco (Ceaf). Em 2015, tornou-se recordista de jogos em fases decisivas do Estadual (semifinal e final, desde 2010), com cinco partidas. Inclusive, apitou a decisão da competição pela primeira vez em sua carreira. Paralelamente a este cartaz, vai colecionando punições pelos erros cometidos em campo. Já são três geladeiras na carreira.

18/01/2012 (Estadual)
Punido ao errar em dois jogos. No primeiro, deixou de expulsar o zagueiro André Oliveira, do Santa. No segundo, não marcou um pênalti em cima de Rogério, do Náutico, e depois assinalou um pênalti inexistente sobre o mesmo jogador.

24/03/2013 (Estadual)
No jogo Ypiranga 2 x 2 Sport, na oitava rodada do segundo turno, assinalou um pênalti polêmico para a Máquina de Costura e marcou uma falta inexistente aos 44 do segundo tempo, no lance que acabou saindo o último gol.

02/09/2015 (Série A)
Na partida entre Ponte Preta e Cruzeiro, pelo Brasileirão, em Campinas, deixou de marcar dois pênaltis, um para cada time. No caso do time mineiro, marcou a falta fora da área. No lance da Macaca, sequer assinalou falta.

A CBF detalhou o gancho da seguinte forma: “afastado das próximas rodadas para treinamentos teóricos e práticos junto à Escola Nacional de Arbitragem”. Nada muito diferente, das “reciclagens internas” da FPF. No cenário local, aliás, recebeu como prêmio a indicação (via sorteio) para apitar uma decisão. Não se surpreenda com algo semelhante em escala nacional.

Emerson Sobral é apenas um exemplo de um fraco padrão de controle adotado pelas entidades em relação à arbitragem no futebol, ainda amadora.

Marcelo de Lima e Emerson Sobral, os árbitros das finais do Estadual de 2015

Marcelo de Lima Henrique e Emerson Sobral, os árbitros das finais do Pernambucano de 2015, entre Santa Cruz e Salgueiro. Fotos: Ricardo Fernandes e Paulo Paiva, ambos do DP/D.A Press

Marcelo de Lima Henrique e Emerson Sobral foram os árbitros sorteados para a final do Campeonato Pernambucano de 2015, entre Santa Cruz e Salgueiro. O primeiro nome, ex-integrante do quadro da Fifa, apitará o jogo no Cornélio de Barros, enquanto o segundo será o juiz na finalissíma, no Arruda.

Em relação aos dois nomes, algumas curioridades. Marcelo já foi o juiz do jogo de ida de uma decisão pernambucana. Em 2010, trabalhou no clássico Náutico 3 x 2 Sport, nos Aflitos. Veio como “árbitro de fora’, pois fazia parte do quadro do Rio de Janeiro – ao contrário deste ano, no qual foi contratado pela FPF.

Já Sobral se tornará o recordista de de partidas nos mata-matas desde a implantação do sistema, em 2010. Somando semifinal e final, ele chega a cinco jogos, deixando Rufininho e Nielson, com quatro, em segundo lugar.

Ainda sobre Emerson, vale lembrar que ele já foi duas vezes para geladeira neste período do Estadual, em 2012 e 2013, após análise da Comissão de Arbitragem (Ceaf). Dois anos depois, como prêmio pela “reabilitação”, a decisão.

Com a escala definida para a final, a edição de 2015 se junta a 2012 e 2013, todas com as seis principais partidas apitadas por árbitros locais. A única final na qual os dois jogos tiveram nomes da Fifa aconteceu em 2014.

2010
Semifinal
Central 0 x 3 Sport – Alício Pena Júnior (MG)
Sport 1 x 0 Central – Leandro Vuaden (Fifa-RS)
Santa Cruz 0 x 0 Náutico – Wilton Sampaio (DF)
Náutico 1 x 0 Santa Cruz – Wilson Luís Seneme (Fifa-SP)

Final
Náutico 3 x 2 Sport – Marcelo de Lima Henrique (Fifa-RJ)
Sport 1 x 0 Náutico – Alicio Pena Júnior (MG)

2011
Semifinal
Sport 3 x 1 Náutico – Cláudio Mercante (PE)
Náutico 3 x 2 Sport – Sálvio Spínola (Fifa-SP)
Porto 1 x 2 Santa Cruz – Emerson Sobral (PE)
Santa Cruz 3 x 1 Porto – Emerson Sobral (PE)

Final
Sport 0 x 2 Santa Cruz – Cláudio Mercante (PE)
Santa Cruz 0 x 1 Sport – Sálvio Spinola (Fifa-SP)

2012
Semifinal
Náutico 1 x 2 Sport – Ricardo Tavares (PE)
Salgueiro 2 x 1 Santa Cruz – Nielson Nogueira (PE)
Sport 0 x 0 Náutico – Sandro Meira Ricci (Fifa-PE)
Santa Cruz 3 x 1 Salgueiro – Sebastião Rufino Filho (PE)

Final
Santa Cruz 0 x 0 Sport – Neilson Santos (PE)
Sport 2 x 3 Santa Cruz – Sandro Meira Ricci (Fifa-PE)

2013
Semifinal
Santa Cruz 1 x 0 Náutico – Gleyson Leite (PE)
Náutico 2 x 1 Santa Cruz – Gilberto Castro Júnior (PE)
Ypiranga 1 x 5 Sport – Nielson Nogueira (PE)
Sport 4 x 2 Ypiranga – Tiago Nascimento (PE)

Final
Santa Cruz 1 x 0 Sport – Nielson Nogueira (PE)
Sport 0 x 2 Santa Cruz – Gilberto Castro Júnior (PE)

2014
Semifinal
Santa Cruz 3 x 0 Sport – Gilberto Castro Júnior (PE)
Sport (5) 1 x 0 (3) Santa Cruz – Sebastião Rufino Filho (PE)
Salgueiro 2 x 0 Náutico – Sebastião Rufino Filho (PE)
Náutico (5) 1 x 0 (3) Salgueiro – Emerson Sobral (PE)

Final
Sport 2 x 0 Náutico – Wilton Sampaio (Fifa-GO)
Náutico 0 x 1 Sport – Leandro Vuaden (Fifa-RS)

2015
Semifinal
Santa Cruz 4 x 0 Central – Sebastião Rufino Filho (PE)
Salgueiro 2 x 0 Sport – Emerson Sobral (PE)
Sport 1 x 1 Salgueiro – Marcelo de Lima Henrique (PE)
Central 0 x 2 Santa Cruz – Nielson Nogueira (PE)

Final
Salgueiro x Santa Cruz – Marcelo de Lima de Henrique (PE)
Santa Cruz x Salgueiro – Emerson Sobral (PE)

Ranking de jogos no mata-mata

5 partidas
Emerson Sobral (PE)

4 partidas
Sebastião Rufino Filho (PE) e Nielson Nogueira (PE)

3 partidas
Gilberto Castro Júnior (PE) e Marcelo de Lima Henrique (Fifa-RJ / PE)

2 partidas
Alício Pena Júnior (MG), Cláudio Mercante (PE), Sálvio Spínola (Fifa-SP), Sandro Meira Ricci (Fifa-PE), Wilton Sampaio (Fifa-GO), Leandro Vuaden (Fifa-RS)

1 partida
Wilson Luís Seneme (Fifa-SP), Ricardo Tavares (PE), Neilson Santos (PE), Gleyson Leite (PE) e Tiago Nascimento (PE)

Capital x Interior nas semifinais do Campeonato Pernambucano de 2015

Semifinais do Campeonato Pernambucano de 2015: Sport x Salgueiro x Central x Santa Cruz. Arte: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

O interior nunca chegou tão forte à fase decisiva do Campeonato Pernambucano desde a criação do sistema com semifinal e final, em 2010. Com dois representantes neste ano (Central e Salgueiro), aumenta a chance de por fim ao incômodo jejum na história do futebol local. Apenas Pernambuco e Rio de Janeiro jamais consagraram um campeão estadual fora da capital. Por aqui, o máximo foi o vice-campeonato, em 1997 e 1998 com o Porto e em 2007 com Central. No atual formato, foram cinco eliminações em cinco semifinais.

Não por acaso, a presença de Sport (40 títulos) e Santa Cruz (27) na semifinal é um indício fortíssimo de que a taça deve permanecer no Recife. Além de já terem decidido a competição em 23 edições, desde a implantação da fórmula vigente, com o G4, os troféus só ficaram no Arruda (3) e na Ilha do Retiro (2).

Contudo, para manter a taça à beira-mar, o Leão precisará viajar viajar até Salgueiro (515 km), enquanto a Cobra Coral irá a Caruaru (130 km)…

Análise dos semifinalistas: Sport, Central, Santa Cruz e Salgueiro.

Qual será a final do Campeonato Pernambucano de 2015?

  • Sport x Central (41%, 400 Votes)
  • Sport x Santa Cruz (36%, 352 Votes)
  • Salgueiro x Santa Cruz (16%, 159 Votes)
  • Salgueiro x Central (7%, 73 Votes)

Total Voters: 984

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Presenças na semifinal estadual de 2010 a 2015: Sport (6), Santa Cruz (6), Náutico (5), Salgueiro (3), Central (2), Porto (1) e Ypiranga (1).

Confira mais detalhes sobre a rodada final do hexagonal do título clicando aqui.

Primeiro turno do Estadual 2015 termina com média de 2.451 torcedores

Taça Eduardo Campos de 2015, nos oito estádios. Fotos: FPF/site oficial, Serra Talhada/facebook e Pesqueira/twitter

O primeiro turno do Campeonato Pernambucano de 2015 levou 137 mil torcedores aos 56 jogos. A tabela foi composta de oito estádios, sendo um na capital e sete no interior, dois deles em Caruaru (Antônio Inácio e Lacerdão).

O subsídio do governo do estado nos ingressos foi essencial para o público geral – abaixo da média histórica do futebol local. O Todos com a Nota correspondeu a 92% do público registrado nos borderôs no site da FPF. A arrecadação bruta passou de um milhão de reais, justo na última rodada.

Até a final, o blog irá acompanhar os dados de público e renda do Estadual, com destaque para as médias dos seis candidatos ao título. No caso dos intermediários, os dados da primeira fase foram computados.

Em relação ao “público fantasma”, denunciado nos últimos três anos pelo Diario, vem sendo coordenado pela fiscalização do TCN. Tanto que na primeira fase, com presença na arquibancada semelhante à do ano passado, apenas 16 jogos esgotaram a carga máxima do TCN.

A média da última edição, com 140 jogos, foi de 6.318 espectadores, com R$ 9,3 milhões de bilheteria. É superar esses dados nesta temporada?

1º) Central (7 jogos mandante)
Total: 26.234 pessoas
Média: 3.747
Taxa de ocupação: 19,23%
Renda: R$ 215.365
Média: R$ 30.766

2º) Serra Talhada (7 jogos como mandante)
Total: 23.995 pessoas
Média: 3.427
Taxa de ocupação: 68,54%
Renda: R$ 179.001
Média: R$ 25.571

* Náutico, Santa Cruz, Sport e Salgueiro ainda vão estrear, no hexagonal.

Capacidade oficial: Arruda (60.044), Arena Pernambuco (46.214), Ilha do Retiro (32.983), Lacerdão (19.478), Cornélio de Barros (9.916) e Nildo Pereira (5.000).

Geral – 56 jogos (1ª fase, hexagonal do título e hexagonal da permanência)
Público total: 137.307
Média: 2.451 pessoas
TCN: 126.955 (92,46% da torcida)
Média: 2.267 bilhetes
Arrecadação: R$ 1.060.492
Média: R$ 18.937

Central e Serra Talhada, presentes no hexagonal do Estadual e na Série D

Festa de Central e Serra Talhada na 14ª rodada do 1º turno do Estadual 2015. Fotos: FPF/site oficial e Serra Talhada/facebook

A noite de quarta-feira foi de festa em Caruaru e Serra Talhada.

Em casa, Central e Serra Talhada cumpriram seus objetivos no Estadual.

Ao menos o primeiro deles. A Patativa e o Cangaceiro estão classificados ao hexagonal do título do Campeonato Pernambucano, a verdadeira elite do futebol estadual em 2015. Se juntam a Náutico, Santa Cruz, Sport e Salgueiro.

Mais. Ambos garantiram presença na Série D. Enquanto o time do Agreste vai para a terceira participação seguida, o sertanejo irá estrear em Campeonatos Brasileiros. Portanto, calendário garantido no segundo semestre.

Em campo, duas situações bem distintas nos 90 minutos definiram a história.

No Lacerdão, com 2.179 espectadores, o Alvinegro entrou como campeão antecipado do primeiro turno. Assim, recebeu oficialmente da FPF a Taça Eduardo Campos, correspondente à etapa. O jogo em si, não tão pegado, com um empate sem gols com o América. E não havia motivo para qualquer tipo de desgaste. Só mesmo para para festejar, junto às sociais.

Já o estádio Nildo Pereira lotou (4.013 pessoas) para uma verdadeira decisão contra o Porto. Entre os candidatos à última vaga, o mandante era o único que precisava de uma simples vitória. Conseguiu, mas suou bastante. O alívio só veio aos 6 minutos do segundo tempo, num gol contra de Vagner Rosas.

A festa do Serra se estendeu ao vestiário, com direito ao famoso selfie.

Ao todo, a Taça Eduardo Campos teve 14 rodadas. Os demais colocados terão que disputar um hexagonal para definir os dois rebaixados à segundona de 2016.

A fogueira pulada por Central e Serra foi das maiores… um salto até a Série D.

Classificação final da Taça Eduardo Campos (1º turno do Estadual 2015). Crédito: FPF/site oficial

Central solta o grito de campeão após 13 anos, com outro governador na taça

Pernambucano 2015, 1º turno: Ypiranga 1x1 Central. Foto: Raniere Marcelo/divulgação

O Central confirmou o favoritismo e conquistou a Taça Eduardo Campos.

O título, que na verdade corresponde à primeira fase do Campeonato Pernambucano de 2015, foi garantido com uma rodada de antecedência.

E nada melhor que uma partida contra um grande rival, o Ypiranga. Um cenário com o devido apoio da torcida alvinegra, que percorreu os 56 quilômetros que separam Caruaru de Santa Cruz do Capibaribe.

No Limeirão, o empate em 1 x 1, sem aperreio (no campo), terminou com festa.

O último grito de “campeão” havia sido há 13 anos. Curiosamente, o troféu também teve nome de governador. No caso, a Copa Jarbas Vasconcelos, disputada em 2002 pelos intermediários enquanto os grandes participavam do Nordestão. Aquela volta olímpica também foi fora de casa, em Petrolina.

Em 2011, é verdade, a Patativa ganhou o ‘primeiro turno’ do Estadual. Porém, naquele ano a competição não foi dividida em turnos , o que tornou o triunfo em algo meramente simbólico. Agora não. Havia um troféu protocolado pela FPF.

Ou seja, a comemoração foi legítima por parte da fiel torcida alvinegra, que ainda sonha com o primeiro Campeonato Pernambucano.

Classificado para o hexagonal do título, o Central também ganhou a vaga na Série D do Brasileiro. Disputará pela terceira vez seguida.

E assim a Patativa vai ocupando o seu calendário com o mínimo de dignidade…

Pernambucano 2015, 1º turno: Ypiranga 1x1 Central. Foto: FPF/divulgação

O dia em que Bala e Rosembrick tiraram Messi e Cristiano Ronaldo do jornal

Pernambucano 2015, América 1x0 Ypiranga. Foto: João de Andrade Neto/DP/D.A Press

* Por João de Andrade Neto

Um abismo. Na verdade um buraco sem fundo separa as realidades de duas duplas familiares ao torcedor pernambucano. A primeira delas, bem conhecida de qualquer pessoa do planeta minimamente ligada em futebol. Trata-se dos astros Cristiano Ronaldo e Lionel Messi, que nos últimos sete anos vêm se revezando com o título de melhor jogador do mundo. A outra é de uma abrangência mais local. Carlinhos Bala e Rosembrick, que juntos conquistaram títulos no Santa e no Sport, colecionaram polêmicas e hoje vivem os últimos minutos da carreira sem qualquer glamour defendendo América e Ypiranga. Mas pelo menos uma vez na vida, Bala e Rosembrick podem bater no peito e dizer que deixaram para trás Cristiano Ronaldo e Messi. Por mais surreal que a frase possa soar. A lógica foi invertida nas páginas da edição deste domingo do Diario.

Tudo graças ao enfoque jornalístico, onde, neste caso, o interesse local supera o global. Afinal, a rodada do Pernambucano marcava para os Aflitos o confronto América x Ypiranga. Entre Bala e Rosembrick. Na estreia de ambos por seus clubes. Uma boa pauta, sem dúvida. Ainda mais envolvendo personagens tão polêmicos. Coube a mim  produzir o material do jogo, com entrevista com os jogadores, linha do tempo das carreiras e outras curiosidades.

Edições do Superesportes em 18 de janeiro de 2015. A versão final (Bala e Rosembrick) e o esboço (Cristiano Ronaldo e Messi)

Restava uma coisa. A regularização do novo reforço do América no BID. Ao mesmo tempo, produzi outra matéria sobre a rivalidade de Cristiano Ronaldo e Messi, tendo como gancho o primeiro fim de semana após a entrega da Bola de Ouro da Fifa. Afinal, mal havia recebido o seu terceiro prêmio, o português em seu discurso já mirava a igualdade com os quatro prêmios do argentino. Na sexta-feira, a expectativa era por conta da regularização de Bala. Sem ela, não haveria matéria do confronto com o amigo Rosembrick.

A pauta local (e a página) seria derrubada. E com o passar das horas, e a necessidade do fechamento da edição, a indefinição gerou um dilema. Na hipótese da matéria não ser publicada, o que colocar em seu lugar. A solução veio de bate-pronto. A reportagem sobre Cristiano e Messi, escrita no mesmo tamanho e com condições de ocupar o mesmo espaço editorial, seria deslocada. Perto das 21h, sem a CBF se pronunciar, veio a decisão. A matéria a ocupar a página C2 seria a referente aos craques de Real Madrid e Barcelona. Porém, poucos minutos depois, enfim o nome José Carlos da Silva aparecia no site da CBF, com o aval para que ele fizesse sua estreia. Nova mudança na diagramação do Diario. Dessa vez, a “placa” avisa: saem CR7 e Messi e entram Carlinhos Bala e Rosembrick. Para minha alegria. Afinal, se fosse para escolher, jornalisticamente a vez seria deles. Dificilmente haverá outra.

Obs. No domingo, Messi marcou 3 gols, Cristiano Ronaldo fez 2, Bala fez 1 e Rosembrick passou em branco. O Mequinha venceu por 1 a 0.

* João de Andrade é repórter do Diario de Pernambuco

Messi e Cristiano Ronaldo