A Nike agiu rápido, mais uma vez, e lançou na web o vídeo da revelação santista vestindo a camisa da Seleção Brasileira.
O craque, que já recebeu uma oferta de R$ 46 milhões do Chelsea, só tem que ter cuidado para não cair na maldição da campanha “Escreva o seu futuro”, da mesma Nike, que “detonou” vários craques durante a última Copa do Mundo (veja AQUI).
Durante toda a segunda-feira, o futebol pernambucano viveu uma expectativa disseminada após uma notícia na internet. Magrão, goleiro do Sport, poderia ser chamado por Mano Menezes em sua primeira convocação para a Seleção Brasileira.
Tudo conspirava contra. Primeiro, a idade, bem elevada para uma possível renovação do grupo. O paulista Alessandro Beti Rosa tem 33 anos. Seria um estreante tardio.
Além disso, a situação do Rubro-negro não colabora em nada. A 13ª colocação na Série B, após a lanterna na Série A, não é um bom cartão de apresentação.
Mas Magrão, dono de uma elasticidade impressionante, tem 267 jogos pelo Sport, com grande serviços prestados. É o único legítimo pentacampeão pernambucano do Leão, presente em todos os títulos entre 2006 e 2010.
Ganhou a Copa do Brasil de 2008 como um dos destaques. E logo contra o Corinthians de Mano Menezes, um dos vários técnicos que já elogiaram o camisa 1 da Ilha, que costuma receber sondagens da elite nacional – mas que acaba ficando por causa da multa rescisória de R$ 2 milhões.
Ele também ganhou elogios de colegas de posição. Colegas renomados, como Marcos, do Palmeiras, e Rogério Ceni, do São Paulo. Trintões como ele.
Enfim, Manos Menezes chamou 24 jogadores para o amistoso contra os Estados Unidos, no próximo dia 10 de agosto, em Nova Jersey.
Magrão não foi lembrado pela Canarinha. E, provavelmente, nunca será.
Há exatamente dez anos, o Diario de Pernambuco trazia a seguinte manchete (dolorosa para os rubro-negros):
Derrota tira Sport da Libertadores
Era o fim do sonho do título nacional do Rubro-negro na pioneira Copa dos Campeões, cuja derrota por 2 x 1 para o Palmeiras completou uma década no domingo (leia o texto AQUI). O título da extinta competição,valendo uma vaga na Libertadores de 2001, foi decidido entre Sport e Palmeiras no estádio Rei Pelé, em Maceió.
Cerca de 15 mil rubro-negros pegaram a estrada e percorreram os 265 quilômetros até a capital alagoana, empolgados com a emocionante classificação na semifinal sobre o São Paulo, em João Pessoa.
O Leão à final como favorito diante de um Verdão completamente modificado em relação ao time que havia sido vice-campeão da Libertadores daquele ano.
Até o técnico era outro. Flávio Teixeira, então auxiliar de Luiz Felipe Scolari, foi o comandante naquela conquista, com grande atuação do atacante colombiano Asprilla. O revés adiou por 8 anos o sonho de voltar à Libertadores (saiba mais AQUI).
O Sport recebeu um troféu parecido com esse, mas na cor prata. Está no museu.
Goleadores. Faro apurado. Ambos marcaram época no futebol de Pernambuco.
Apesar dos 39 anos, Kuki brilhou na década vigente.
Três títulos estaduais com a camisa do Náutico e três artilharias do Campeonato Pernambucano.
O Baixinho dos Aflitos é o 4º maior artilheiro do Alvirrubro, com 179 gols.
Aos 36 anos, Leonardo foi um dos maiores ídolos do Sport na década de 1990.
Foram cinco títulos estaduais pelo Leão e duas artilharias do Pernambucano. O Baixinho da Ilha do Retiro é o 3º maior artilheiro da história do Rubro-negro, com 136 gols.
Ambos deixaram os gramados. A hora de parar realmente chegou para os dois ídolos. O limite físico impôs o fim da carreira profissional. O dia do adeus.
Primeiro, Kuki, que chegou em Rosa e Silva como uma aposta, já aos 29 anos. Venceu toda a desconfiança e cravou o seu nome no clube. Em abril deste ano, quando assinou um novo contrato com o Náutico – agora como coordenador técnico das categorias de base -, Kuki recebeu a garantia de um jogo de despedida (veja aqui).
Leonardo, que há alguns anos vem perambulando pelos times do interior, também resolveu pendurar as chuteiras. Quer virar técnico de futebol. Ele revelou o desejo durante o amistoso Gol Pela Vida. Leonardo também disse que gostaria de ter um jogo de despedida com a camisa do Sport, onde surgiu em 1994, aos 20 anos.
Na memória das duas torcidas, golaços e mais golaços. Foram 315 com as duas camisas agregadas. No domingo, eles atuaram juntos pela primeira vez.
As arquibancadas do Recife tremeram durante anos com os dois. Quase duas décadas. A ideia pode até ser surreal, mas bem que o jogo de despedida de Kuki e Leonardo poderia ser em um Clássico dos Clássicos pra lá de especial.