De vez em quando, o futebol é justo. O Santos se tornou, na noite desta quarta-feira, o 13º campeão da história da Copa do Brasil. Conquista absolutamente merecida. E emblemática, pois deu a hegemonia da competição ao futebol paulista, com sete taças. Os gaúchos, em jejum desde 2001, seguem com seis.
Em um Barradão com 35 mil vozes, o Vitória até venceu por 2 x 1, mas não levou. A vantagem de 2 x 0 na Vila Belmiro, há uma semana, foi decisiva para o time do Rei.
No fim, uma campanha sólida em casa. Ao todo, 7 vitórias e 4 derrotas, todas elas fora de casa. Porém, o Peixe sempre fisgou a vaga com certa facilidade em casa.
Foram nada menos que 39 gols em 11 jogos, com a ótima média de 3,5. Gols gerados em trocas de passes com categoria, finalizações belíssimas e muita alegria.
A taça é de Robinho, Ganso, Neymar e André. O quarteto santástico, convocado para a Seleção Brasileira. De uma jovem geração comandada pelo competente Dorival Júnior.
E o zagueiro Durval, caladinho como sempre, levanta a mesma taça dois anos depois…
Que futebol bonito! Digno de um país que sonha com outra Copa, em 2014.
Todo o complexo da Ilha do Retiro tem mais de 100 mil metros quadrados.
Estádio, ginásios, parque aquático, centro administrativo, bosque, campos society, alojamentos, estacionamento, quadas de tênis…
Agora, imagine tudo isso em ruínas. Exatamente. O clube reduzido a pó.
Em seguida, injete R$ 400 milhõese reconstrua tudo, com o mais alto padrão de modernidade, com arena multiuso com capacidade para 45 mil torcedores, duas torres comerciais, estacionamento subterrâneo e novo clube social.
Esse é o teto da proposta apresentada pela Plurisport ao Sport. As conversas para a construção de um novo estádio para o clube já duram dois anos.
Existe a contraproposta mínima, de R$ 250 milhões. Nesse caso, apenas a Ilha do Retiro será reconstruída, com condições de negócio bem inferiores. Receitas limitadas.
Abaixo, trechos das entrevistas ao blog com os três representantes do grupo privado que pretende recomeçar a história do Sport. Marco Zero.
“A conta é simples. É a equação dos interesses do clube com o interesse do investidor. Temos condições de gerar receitas em todo o clube. Essa é a realidade econômica deste usuário (Sport)”, diz Vladimir Rioli, diretor da Plurisport.
“É um projeto que vai trazer um fluxo enorme de pessoas ao clube. Isso sim é uma arena multiuso. O outro projeto (se referindo à Cidade da Copa) é apenas um estádio. Um shopping ali demoraria muito para ter demanda”, afirma Joaquim Rondon, diretor do escritório de arquitetura DBB/Aedas.
“Durante o tempo em que o estádio estiver sendo construído, a empresa bancará os custos do Sport em outros estádio. Ou alugando algum no Recife ou no interior”, completa João Mansur, da TAG Investimentos.
O que você prefere: reconstruir só a Ilha do Retiro ou todo o clube?
O suposto sumiço da “taça das bolinhas” retomou a antiga polêmica do Brasileirão de 1987. Então, nada como publicar mais um causo da histórica conquista do Sport. Veja o primeiro causo publicado no blog, sobre um dos personagens do título, o ex-ministro da Educação Hugo Napoleão, clicando AQUI. Confira outra surpreendente história:
Dois advogados defenderam o Leão na batalha jurídica pela homologação do título nacional daquele ano. Ambos torcedores do Náutico. Mais. Ambos são conselheiros do Alvirrubro. Renato Rocha, hoje com 60 anos, e José Henrique Wanderley Filho, 63.
Em 1988, antes da realização do quadrangular final, o Flamengo conseguiu uma liminar na Justiça Estadual do Rio de Janeiro que invalidava a fase final do Brasileiro.
Com o documento salvador em mãos, o Flamengo não precisaria enfrentar o Sport na Ilha do Retiro, em 27 de janeiro.
O que fazer, então? Em mais uma das dezenas de reuniões que ocorreram na sede do clube pernambucano por causa do imbróglio, ficou decidido que Renato Rocha viajaria até a capital carioca para tentar derrubar a liminar.
Ele viajou acompanhado de um diretor do Sport. Voo com escalas. Quase três horas.
Pousaram no Aeroporto Santos Dumont, a poucos minutros do centro da Cidade Maravilhosa. Missão: Palácio da Justiça na Avenida Erasmo Braga. Centro.
Chegando lá, a surpresa. Indigesta. A juíza plantonista estava descansando em sua casa na paradisíaca Angra dos Reis. A 150 quilômetros de distância…
Bastou um rápido telefonema para ter a verba liberada para alugar um carro. Trajeto pela rodovia BR-101, com trechos sinuosos na orla fluminense.
A chuva, porém, era intensa no Rio. Visibilidade ruim e trânsito lento. Pior. Mais à frente, eles encontraram a pista interditada.
A Polícia Rodoviária Federal havia bloqueado a estrada após um deslizamento. Os tratores levariam algumas horas para limpar o asfalto.
E agora, qual seria a solução? O relógio começava a acelerar rumo ao fim do prazo possível para derrubar a liminar.
Com a situação já batendo o desespero nas entranhas da justiça, Renato Rocha ligou para o então presidente do Sport, Homero Lacerda.
“Presidente, a pista está bloqueada. Não temos como chegar até Angra…”
“Então, alugue um helicóptero.”
“Mas Homero, estamos longe e somente a juíza é que poderia assinar.”
“Então, alugue logo o helicóptero…”
“É sério isso? É caro e não deve ser fácil. A distância é grande.”
“Então alugue a porra do helicóptero! Estou sendo claro? O Sport paga.”
Ainda desconfiado da seriedade da declaração, Renato foi até uma empresa de táxi aéreo. Havia um helicóptero disponível. O contrato foi firmado em nome do clube.
Rapidamente, o piloto chegou até Angra dos Reis. Logo depois, finalmente, a mansão da magistrada. A incredulidade dela estava clara.
Ela estava acompanhada do marido. Torcedor do… Flamengo. Apesar do tom de brincadeira sobre a situação, a legalidade jurídica falou mais alto.
Ela acatou os argumentos leoninos e derrubou a liminar do Flamengo.
O jogo foi confirmado. Apesar da certeza de que o Fla não apareceria, 38 torcedores do Leão pagaram ingresso para a partida na Ilha do Retiro. Após aguardar durante meia hora, o árbitro Ulisses Tavares deu a vitória ao Sport por WO, pontualmente às 22h. A sirene da Ilha (hoje desativada) tocou.
Após o Pan-americano de 2007, no Rio de Janeiro, que teve um gasto muito acima do esperado, está chegando a edição de 2011, em Guadalajara, no México.
O comitê organizador da 16ª edição do Pan já lançou o site oficial dos Jogos das Américas do Sul, do Norte e Central. Veja AQUI.
A abertura vai acontecer no estádio Jalisco, utilizado nas Copas do Mundo de futebol de 1970 e 1986. O Pan será realizado entre os dias 14 de outubro e 30 de outubro.
O número de atletas deverá chegar a 6 mil, reunindo 42 países.
Faltam 436 dias para a cerimônia de abertura, segundo o contador do site.
Abaixo, um vídeo oficial do Pan de Guadalajara, em 2011. Em tempo: a edição de 2015 será realizada em Toronto, no Canadá.
Futebol, política e religão. Dizem que essa tríade não se discute. É um ditado curioso, pois é o justamente o contrário do que costuma ocorrer…
Tirando a religão, a noite desta quinta-feira reserva um “duelo” bem interessante na TV.
Os candidatos a presidência José Serra (PSDB), Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PV) e Plínio Sampaio (PSOL) vão realizar o primeiro debate ao vivo na televisão.
Serão cinco blocos com alfinetadas e ideias entre 22h e 24h, na Bandeirantes.
Propostas em todas as áreas do país, passando por educação, economia, saúde, segurança, e, naturalmente, a Copa do Mundo de 2014. Boa parte dos brasileiros vai sintonizar o canal para conferir essa disputa no palanque.
Rigorosamente no mesmo horário, São Paulo e Internacional vão disputar o jogo de volta da semifinal da Libertadores, no Morumbi. Um clássico daqueles.
Em Porto Alegre, Colorado 1 x 0. Além da vaga na decisão da competição, o vencedor do mata-mata estará automaticamente classificado ao Mundial de Clubes. Serão 90 minutos de emoção, além do intervalo. Jogo na Rede Globo.
Apesar do blog ser esportivo, e o fato de você estar lendo esse post até aqui indicar o seu interesse na área, vale a pergunta sobre esta quinta-feira televisiva:
O que você pretende ver: debate presidenciável ou semifinal da Libertadores?
Os portões sempre fecham. Câmeras proibidas. Acesso mínimo.
Treinos táticos sob poucos olhares, com esquemas táticos indefinidos (ou não). Bola parada treinada a exaustão sem pista alguma do desfecho do lance.
Jogadores orientados a não falar. E aqueles que falam acabam arcando com as consequência. Bronca garantida. Mesmo que seja após frases batidas como “Vamos buscar a vitória”, “Queremos a liderança” etc.
Os treinadores, no topo dessa organização secreta antes de um clássico, também mudam o perfil. Colocam em prática as táticas de “guerrilha”.
Alguns, adotam o silêncio absoluto, com sorrisos misteriosos a cada pergunta em entrevistas coletivas pasteurizadas durante este período.
Outros, não controlam os nervos. O discurso vai para o choque, pressionado e pressionando (veja AQUI).
Acontece isso em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Porto Alegre, Belo Horizonte, Curitiba, Campina Grande, Maceió, Natal… E, sobretudo, no Recife.
A bola da vez é o centenário clássico entre Náutico e Sport.
Nos bastidores dos rivais, o discurso é inflamado. A vitória parece valer muito mais do que três pontos. Na prática, vale mesmo. Para muitos, vale o emprego.
Essa tensão pré-clássico (TPC) acaba sábado. A cura está nos Aflitos.
No meio de uma conversa, a informação de que a Cidade da Copa precisa de um aval arqueológico para dar sequência à obra vigente em São Lourenço da Mata.
Como é que é…? Arqueologia?! Sim.
O departamento de arqueologia da UFPE já foi acionado para a missão. Algo de praxe, como em outras grandes empreitadas.
Na terreno de 52 hectares existem indícios históricos de tribos indígenas tupi-guarani há 500 anos e passagem de tropas holandesas há 360. Um duelo pra lá de hipotético!
Caso qualquer vestígio seja encontrado na área, o tesouro será retirado, com todo cuidado, é claro. Paralisação mesmo, só se encontrarem uma “pirâmide” por lá…
Pauta pronta. Faltava, então, uma ilustração para o texto no jornal.
Após outra conversa, agora com Jarbas Domingos, do departamento de arte do Diario, saiu o “ok” para a página.
E numa tarde, Jarbas criou a bela página ao lado, na edição desta quarta-feira do jornal. Confira a reportagem AQUI.
Mais um gringo no caminho do Brasil rumo ao título da Libertadores. Em 2010, o adversário de língua espanhola será o milionário Chivas, de Guadalajara.
Após empatar em casa, o time buscou uma vitória na raça sobre a Universidad do Chile, na noite desta terça. Um triunfo por 2 x 0 em pleno estádio Nacional, em Santiago.
O Chivas será o adversário ideal de São Paulo ou Internacional.
Como o clube mexicano é convidado, a vaga no Mundial de Clubes, nos Emirados Árabes, já está garantida para o Brasil, pois a Conmebol só pode indicar times sul-americanos para a disputa. Decisão bem polêmica.
Chamam os mexicanos para a festa. Mas na hora de cortar o bolo, são expulsos.
De fato, o título da Taça Libertadores da América parece perto do Brasil. Porém, a história mostra que essa última fase tem sido mortal para o nosso futebol.
Nas últimas seis finais contra estangeiros foram seis vice-campeonatos. E, pasmem, todos essas decisões aconteceram no Brasil! E nos estádios mais tradicionais do país.
O último que se deu bem foi o Palmeiras, contra o Deportivo Cali, no Palesta Itália. Conquista em 1999. Depois…
Vale lembrar que a final da maior competição continental foi genuinamente brasileira em 2005 e 2006. Na primeira, o São Paulo bateu o Atlético-PR. Na segunda, o mesmo Tricolor sucumbiu diante do Internacional.
Na quinta, tricolores e colorados voltam a se enfrentar, no Morumbi. Se o jogo já teria um peso gigante, agora ele se tornou incalculável. Vale a vaga direta no Mundial.
O passaporte para viagem ao Oriente Médio está carimbado.
Mas será que dessa vez a Libertadores ficará no Brasil ou vamos ouvir de novamente, em nosso quintal, o grito desaforado de “campeón”? A conferir.
Se São Paulo ou Inter perderem a Libertadores, o título mundial será discutível?