Pânico nos bastidores de Cardales

Programa Pânico no treino da Seleção Brasileira, em Las Cardales. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Buenos Aires – O clima fica “tenso” quando esta dupla aparece. Câmera e repórter. Integrante do programa de humor Pânico, da Rede TV!, o personagem “Alfinete” está mais uma vez no rastro da Seleção Brasileira.

Diariamente, o humorista aparece no treino na Argentina. A preocupação dos demais é não dar “vacilo” diante da câmera, pronta para fazer graça com qualquer um.

Acima, uma entrevista com o comentarista do SporTV, Paulo César Vasconcellos, que passou no teste. Depois, mais algumas tiradas com os cinegrafistas presentes.

Quando Alfinete deixou o campo em Cardales, um dos câmeras comentou baixinho:

“Com esses caras aí é bom ficar ligado, pra não virar notícia.”

Periodistas a 1,5 metro da Seleção

Jornalistas no treino do Brasil em Campana. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Buenos Aires – Há exatamente uma década trabalhando para a Confederação Brasileira de Futebol, Rodrigo Paiva passou de assessor à diretor de comunicação da entidade.

Com ele, as entrevistas na Canarinha se transformaram eventos, com painéis dos inúmeros patrocinadores, horários pré-estabelecidos para as coletivas e número definido de perguntas. Tudo muito bem organizado, atendendo a todos.

Mas o que chama a atenção nesta série de treinos do Brasil em solo argentino para a Copa América é a proximidade dos jornalistas às atividades do elenco comandado por Mano Menezes. Nos primeiros dias existia até uma tenda, agora reservada a convidados.

No gramado em Cardales, uma distância de um 1,5 metro até o campo de jogo. É possívei ouvir todos os diálogos dos jogadores durante o treinamento.

Algo muito diferente da última “Era” no Brasil, com Dunga. Com estilo “militar”, Dunga isolou o time o máximo que pôde – nem Rodrigo Paiva, agora com uniforme da comissão técnica, o convenceu do contrário. A mudança teria ocorrido após uma interferência direta da CBF. A emissora de TV que detém os direitos do Mundial vibrou.

Politicagem à parte, agora é possível acompanhar de fato a Seleção…

Rodrigo Paiva, diretor de comunicação da CBF. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Geração playstation dos hermanos

 

Mateus e Tomás, argentinos no treino da Seleção Brasileira. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Buenos Aires – Alguns jogadores se tornam referências por um bom período para os torcedores. Sobretudo àqueles fãs mais distantes…

E o que dizer de dois hinchas “rivais” de 8 e 6 anos? Argentinos, os irmãos Charip, Mateus e Tomás, foram até o hotel onde a Seleção Brasileira está hospedada para tentar pegar alguns autógrafos.

Duas assinaturas eram essenciais para os pequenos, acompanhados da babá Isabel Ribeiro. Mas não havia muito o que fazer neste caso…

Mateus e Tomás saíram direto da escola, próxima ao hotel, em Cardales, para conhecer de perto Ronaldinho Gaúcho e Kaká.

Tive que “avisá-los” que os dois não estavam no time do Brasil nesta Copa América. Eles demoraram alguns segundos para acreditar.

Perguntei se gostavam de games de futebol. A resposta (“sí”) remeteu diretamente às capas dos jogos mais populares, Fifa Football e Pro Evolution Soccer (veja aqui).

A solução imediata da pequena dupla foi tentar falar com o goleiro Júlio César e com o zagueiro Lúcio. Não conseguiram, mas ganharam um aceno de outros jogadores, que passaram em uma van nos 300 metros que separam o campo e hotel.

O jeito deve ter sido voltar ao playstation…

Camisa 20 de Campana

Buenos Aires – Em Campana, acompanhando pela primeira vez o treinamento da Seleção Brasileira na Argentina, uma surpresa nesta terça-feira…

De fato, o momento foi bem atípico durante os 26 minutos de bola rolando em metade do campo, no treino do Brasil.

Eram 21 jogadores no gramado. Além dos goleiros, 10 atletas com a camiza cinza e nove com a vermelha. Titulares e reservas, respectivamente.

Prática para uma situação de jogo com um a mais em campo? Nada disso. O volante Sandro sentiu um desconforto muscular e acabou desfalcando a atividade.

Então, alguém teria que atuar como um “coringa”… Habilidoso, com uma visão de jogo fora do normal e muito técnico, o camisa 10 da Canarinha, Paulo Henrique Ganso, vestiu a camisa verde limão, além de um gorro para combater frio e o vento.

A regra era simples, em um jogo de toques rápidos.. Ganso só poderia jogar para o time com a posse de bola. E aí, no passe, ele comanda…

Caminho para o gol brasileño

Estrada para Campana, sede da Seleção Brasileira na Copa América 2011. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Buenos Aires – Em Campana, o quartel general da Seleção Brasileira, 60 quilômetros ao norte da capital federal. Lá, na luxuosa La Reserva Cardales, um time sempre pressionado. De vez em quando até mesmo quando vence, devido à atuação.

Desta vez, uma pressão embasada na falta de algo vital no futebol, o gol.

A Era Mano Menezes, com nove partidas na Seleção desde agosto de 2010, foram apenas 10 gols. Pior. Nos últimos 270 minutos, apenas um tento.

Inversamente proporcional, a defesa sofreu apenas dois gols – que resultaram em duas derrotas, é verdade, diante de Argentina e França.

Então, na entrevista coletiva desta terça-feira, na reapresentação da Canarinha após a estreia frustrante na Copa América, um atacante e um zagueiro.

Alexandre Pato e Thiago Silva, atacante e zagueiro do Milan, amigos e titulares também no Brasil. Enquanto Pato buscava o discurso de evolução para o sábado, contra o Paraguai, Thiago  justificava que ninguém desaprendeu, em clara defesa ao grupo.

“Após 2  anos no Milan, quanto o Pato balança a cabeça eu já sei pra onde a bola vai.”

O entrosamento nas palavras ficou evidente. Basta, agora, mostrar isso no campo.

Copa América 2011: coletiva do Brasil em Campana, com Alexandre Pato e Thiago Silva. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Congresso xeneize

Sala da presidência do boca Juniors. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Buenos Aires – São onze cadeiras confortáveis de cada lado na exclusiva sala da presidência. Na cabeceira, o lugar reservado para o presidente do Boca Juniors.

Jorge Amor Ameal, de 63 anos, assumiu a presidência do Boca Juniors em 5 de novembro de 2008. Ele era o vice-presidente do clube, quando o então mandatário, Pedro Pompilio, faleceu. Assim, tornou-se o 32º chefe do executivo do clube xeneize.

Há quem diga que Ameal acabou trazendo “azar” para La Bombonera, pois em sua gestão o time ganhou apenas o Torneio Apertura de 2008. Nenhum troféu internacional.

Esse jejum pesa bastante para a hinchada do Boca, que se acostumou com o apelido “Rey de Copas”, devido ao sucesso em solo estrangeiro. São nada menos que 18 títulos internacionais oficiais. Entre eles, três Mundiais.

Ao fundo da sala da presidência, o primeiro título mundial, em 1977. Taça sem moldura, para que todos os diretores do clube se lembrem da grandeza do Boca. Sempre.

América 6 – Invasão chilena vitoriosa

Copa América 2011: Chile 2x1 México. Foto: AFA/divulgação

Buenos Aires – Como era esperado, a fiel torcida chilena compareceu em peso nesta segunda-feira ao novo estádio Bicentenário, inaugurado em 16 de março deste ano.

Os 23.500 assentos foram tomados pelos torcedores, com maioria absoluta a favor da La Roja. A explicação é geográfica.

San Juan fica a 527 quilômetros de carro da capital do Chile, Santiago. Menos da metada da distância viária até Buenos Aires, de 1.216 km.

Na capital argentina, por sinal, a movimentação foi tímida nos bares com TV.

Encerrando a primeira rodada da competição, a torcida viu a partida com o maior número de gols. Nada do outro mundo. Foram apenas três tentos.

Para a alegria do povo chileno, uma merecida vitória por 2 x 1 sobre o remendado México, que dispensou oito jogadores pouco antes da estreia por indisciplina.

Se o Chile mantiver a sua disciplina, poderá sonhar em voltar à final da Copa América. Vice-campeão 4 vezes, a seleção não alcança a decisão desde 1987. Foi na Argentina…

Torcedores acompanhando Chile 2x1 México em Buenos Aires. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Hincha do Sport nas tribunas da Bombonera

Carta do Boca Juniors ao Sport pelo título da Copa do Brasil de 2008

Buenos Aires – Em 2008, quando conquistou a Copa do Brasil, o Sport recebeu os parabéns de vários clubes do país. Surpreendente mesmo foi a carta do Boca Juniors.

O clube argentino enviou um documento oficial de parabéns, através de Pablo Superno, então relações públicas do clube. Após conhecer o Recife e fazer amigos – vários deles diretores ou pessoas ligadas ao Rubro-negro -, Pablo passou a torcer pelo Sport.

Apaixonado pelo time xeneize, o agora diretor de vôlei e conselheiro do Boca mostrou as dependências do clube, organizado e moderno, apesar do estádio setentão.

Superno, de 41 anos, porém, diz que a paixão maior continua sendo o Boca, desde sempre. Ainda assim, ele entra na internet, direto do bairro de Barracas, só para saber como anda o Leão, na Série B… “Perdemos o hexa”, disse, em português.

Abaixo, um vídeo em português fluente, que mostra que a amizade no Leão foi forte.

América 5 – Celeste também escondeu o jogo

Copa América 2011: Uruguai 1x1 Peru. Foto: AFA/divulgação

Buenos Aires – Em San Juan, no início de uma rodada dupla pelo grupo C, mais um favorito não correspondeu à expectativa…

Antes da abertura da Copa América, os três campeões mundiais do continente eram apontados como “Argentina de Messi”, “Brasil de Neymar” e “Uruguai de Forlán”.

Equipes com uma “cara”, de qualidade. Porém, depois dos empates dos dois primeiros países contra Bolívia e Venezuela, respectivamente, a Celeste seguiu o caminho e também empatou com uma equipe tecnicamente inferior.

O empate em 1 x 1 com o Peru, nesta segunda, manteve o torneio sem brilho nos gramados, devido à economia dos atacantes.

Após os gols na primeira etapa, Diego Forlán, eleito como o melhor jogador do último Mundial, teve uma chance daquelas para virar o jogo.

Na frente da barra, cara a cara com o goleiro… Isolou. Chutou por cima.

Mas, assim como brasileiros e argentinos, os uruguaios ainda têm crédito na Copa América. O bom futebol pode, sem problemas, voltar na próxima rodada. É o limite.

Copa América 2011: Uruguai 1x1 Peru. Foto: Conmebol/divulgação

Não é a casa da Copa América. É a casa do futebol

Estádio La Bombonera, em Buenos Aires. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Buenos Aires – Na capital, apenas um estádio será utilizado na Copa América de 2011. Um estádio e um jogo. O Monumental de Nuñez, do River Plate, será o palco da final, em 24 de julho. No entanto, o campo mais visitado do país continua sendo a Bombonera.

Inaugurada em 1940, a “cancha” jamais recebeu um jogo da Copa América. E olhe que no período o país sediou a competição em 1946, 1959 e 1987. A aura criada em torno de uma edificação que parece brincar com as leis da física basta.

Mesmo com o intervalo na temporada argentina de futebol – aqui, o ritmo é o mesmo da Europa, começando no segundo semestre -, a casa do Boca Juniors, com capacidade para 57.503 pessoas, virou um ponto oficial do turismo argentino.

O principal caldeirão da América do Sul está sempre no catálogo das agências.

A prática turística no local foi iniciada no início da década passada, no embalo dos títulos internacionais do clube xeneize, com Libertadores e Mundiais. Porém, colaborou bastante a construção do museu do clube, o mais visitado da cidade.

Aproveitando a folga da Seleção Brasileira nesta segunda, o blog deu uma passada no bairro de La Boca. O espírito copeiro de lá faz falta à Seleção…

Estádio La Bombonera, em Buenos Aires. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco