O maior mistério sobre a preparação pernambucana para a Copa do Mundo de 2014 é, sem dúvida alguma, o custo final da Arena Pernambuco.
Por mais que o empreendimento tenha passado por um profundo processo de aceleração para antecipar a obra em oito meses, modificando vários aspectos do projeto, o gasto divulgado segue apontado para o valor original, de R$ 532 milhões. Trata-se de um orçamento com a base de maio de 2009, quando o complexo foi lançado. Na prática, o custo já é muito maior. Sob especulação.
Porém, finalmente o governo do estado apontou um prazo para revelar o cursto real. A tendência é que a engenharia financeira da parceria público-privada seja concluída no fim de junho, abrindo a caixa-preta sobre o orçamento absoluto. Comissões governistas já estão levando os (muitos) serviços extras.
A data foi estipulada no prazo de trinta dias após o início da operação oficial, agendada para 27 de maio, com o estádio sob tutela da Fifa visando a Copa das Confederações. Apenas com os reajustes regulares do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, IPCA, a arena irá sair por R$ 610 milhões.
Ainda sem o futuro dado, o valor da construção e reforma dos doze estádios do Mundial já está 51% maior que o previsto. De R$ 5,3 bilhões para R$ 8 bilhões. Como curiosidade, o gasto da obra em São Lourenço ficaria em torno de R$ 921 milhões com o mesmo percentual nacional. É para tanto? Saberemos em breve.
O elevado número de transmissões de ligas europeias na televisão brasileira escancara cada vez mais o estágio dos campeonatos estaduais acerca do interesse do público. Com raras exceções, os certames levam pouquíssimos torcedores aos jogos. Num estudo mais amplo, os dados assustam.
O borderô oficial dos 2.090 jogos das dezenove competições estaduais em 2012 somaram 6,8 milhões de torcedores, com média de 3.273. No ano passado, Pernambuco se destacou, com a maior média e o maior público absoluto.
Este ano, devido a uma série de fatores, o índice deve cair bastante, derrubando de vez os índices gerais, pois não houve uma mudança no perfil fora daqui. O último Pernambucano correspondeu a 18% do público total dos estaduais.
Dos 27 torneios, em oito não foi possível obter os dados junto às federações, mostrando a organização, com caráter semiamador em alguns. No caso, Acre, Amapá, Amazonas, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Roraima. e Tocantins. Apenas 14 campeonatos passaram de mil pessoas por jogo! Pífio.
Enquanto as federações lutam para não largar o osso, os torcedores optam por novos produtos do futebol. Como remodelar os torneios sem abrir mão da tradição, sem a extinção? Eis o desafio, da FPF à federação amapaense.
As três partidas no Recife entre sábado e segunda-feira reuniram trinta mil pessoas nos Aflitos, Ilha do Retiro e Arruda. Um índice mediano para as edições subsidiadas do Estadual. Não foram poucos os clarões nas arquibancadas. Alheio a isso, o Santa segue firme em primeiro na disputa das multidões.
Casa cheia mesmo segue como utopia no Campeonato Pernambucano. Até agora, a soma dos dois turnos levou 345.971 torcedores, com média de 5.241 pessoas, levemente maior que na rodada anterior. A mais baixa desde 2007.
Somente após 66 jogos a arrecadação bruta desta temporada conseguiu ultrapassar os dois milhões de reais. Em dados exatos, um montante de R$ 2.272.132. Parece muito? Para o futebol local, não é. O dado resulta no baixo índice de R$ 34.426. No ano passado essa média atingiu R$ 89.761.
Confira as cinco maiores médias de público do Pernambucano de 2013.
1º) Santa Cruz (3 jogos como mandante)
Total: 39.772
Média: 13.257
Contra intermediários (3) – T: 39.772 / M: 13.257
2º) Sport (3 jogos como mandante)
Total: 25.426
Média: 8.475
Contra intermediários (3) – T: 25.426 / M: 8.475
3º) Salgueiro (3 jogos como mandante)
Total: 24.198 17.710
Média: 8.066
4º) Náutico (7 jogos como mandante)
Total: 50.516
Média: 7.216
Contra intermediários (7) – T: 50.516 / M: 7.216
5º) Central (6 jogos como mandante)
Total: 40.627
Média: 6.771
Dados da FPF. Confira os dados do Campeonato das Mutidões de 2012 aqui.
Foram assinaladas três penalidades máximas na quinta rodada do Estadual.
Elton marcou de pênalti para o Náutico, estabelecendo um triplo empate na liderança do ranking, ao lado do Gavião e do Cangaceiro.
Confira a atualização dos rankings dos pênaltis e dos cartões vermelhos do Pernambucano 2013. Os dados são apenas do 2º turno, com os doze clubes.
Pênaltis a favor (15)
3 pênaltis – Porto, Náutico e Serra Talhada
2 pênaltis – Sport e Ypiranga
1 pênalti – Petrolina e Belo Jardim
Nenhum pênalti – Santa Cruz, Central, Chã Grande, Pesqueira e Salgueiro
Pênaltis cometidos
3 pênaltis – Ypiranga, Serra Talhada e Belo Jardim
2 pênaltis – Salgueiro e Petrolina
1 pênalti – Porto e Chã Grande
Nenhum pênalti – Sport, Náutico, Santa Cruz, Pesqueira, Central
Observações
Sport desperdiçou 1 penalidade
Porto perdeu 1 pênalti
Serra Talhada defendeu 1 cobrança
Salgueiro defendeu 1 cobrança
Pela primeira vez neste Estadual os três grandes clubes do Recife jogaram em casa. Seguindo à risca a nova determinação de segurança, um jogo por dia, com o roteiro incluindo sábado, domingo e segunda-feira.
Sem surpresas, o trio de ferro venceu, sem sofrer gols. Assim, Náutico, Sport e Santa consolidaram o G4, abrindo uma margem e deixando o óbvio mais uma vez, com apenas uma vaga aberta. Algum favorito no interior?
Foram 14 gols na quinta rodada da fase principal do #PE2013, com média de 2,33 por jogo. No geral são 170 tentos em 66 partidas, com índice de 2,57.
Na artilharia, Elton. Disparado. O atacante ainda não passou em branco no turno, anotando mais duas vezes. No total, doze gols em dez partidas.
Náutico 3 x 0 Belo Jardim – De novo, Elton e Rogério. Timbu abriu a rodada garantindo de cara a liderança, sem maiores problemas diante do Calango.
Sport 2 x 0 Porto – Jogo morno na Ilha, ainda em crise, time, torcida e presidente. Mesmo assim, um triunfo importante para elevar o Leão ao G4.
Salgueiro 1 x 2 Chã Grande – Virada incrível da Raposa nos minutos finais. Perdia até os 41 minutos do segundo tempo. Jaime e Jhulliam marcaram.
Ypiranga 2 x 1 Serra Talhada – De virada, com gols de Diogo e Danúbio, a Máquina virou o placar e se meteu n G4, surpreendendo, já na mesta do torneio.
Petrolina 1 x 0 Pesqueira – Gol solitário da Fera, no último lance da partida. Julinho mandou para as redes aos 47 do 2º tempo. Deixou o clube na briga.
Santa Cruz 2 x 0 Central – Coletivamente melhor em relação a outras partidas, o Santa acabou vencendo com dois gols de um nome da base: Maranhão.
O Santa segue na cola do rival alvirrubro em busca da liderança do Estadual. Com mais uma vitória na conta, a quarta, o bicampeão pernambucano chegou aos mesmos doze pontos do Timbu, consolidando o lugar no G4. Na incomum noite desta segunda, o Tricolor recebeu o Central no Mundão e venceu por 2 x 0.
Nada de Dênis Marques, em branco desta vez. Nem Caça-Rato, suspenso. DM9 e CR7 à parte, coube ao jovem meia Jefferson Maranhão definir o placar. Profissional há um quase dois anos, o baixinho de 19 ans e apenas 1,61m viveu provavelmente a sua melhor jornada com o uniforme tricolor.
Oriundo da base, o atleta da pequena Coelho Neto, no interior maranhense, marcou duas vezes no Arruda. Foi um gigante. O primeiro gol saiu aos 18, num belo passe de Luciano Sorriso, que tocou por cima, se aproveitando da linha burra da zaga alvinegra. Livre, o meia tocou com tranquilidade para festejar.
Aos 40, numa cobrança de falta com cara de cruzamento, contou de novo com a colaboração da zaga. A bola foi direto para as redes. No segundo tempo, Dênis Marques continuou insistindo bastante, mas parou no goleiro Rodrigão.
Já a Patativa deu sequência à má fase, oscilando em relação ao primeiro turno. Teve duas chances, com boas defesas de Tiago Cardoso. E só. A noite era mesmo de Jefferson, apenas quatro centímetros mais alto que Renatinho.
Não faz muito tempo e o discurso era quase unânime sobre o foco da violência no futebol. A bebida alcoólica seria o ponto de partida de tudo.
Há quatro anos, um movimento nacional resultou na proibição da venda e consumo de bebidas alcoólicas nos estádios nos principais centros.
Veto com leis estaduais e decisões das respectivas federações locais. Em Pernambuco a medida aconteceu em 24 de março de 2009, com o decreto oficializado na assinatura do governador sobre o projeto de lei nº 932/2009, de autoria de Alberto Feitosa, após a Lei Seca iniciada pelo Juizado do Torcedor.
O tempo passou e os números da violência não corresponderam à expectativa de redução com o veto à cerveja. Já a receita dos clubes diminuiu neste setor.
Os problemas, ainda vigentes, se mostraram bem mais complexos.
A proximidade da liberação da cerveja nos torneios oficiais da Fifa no país, em 2013 e 2014, só aumentou a pressão pela revogação das leis estaduais.
O Rio de Janeiro deu o primeiro passo, ainda que de forma adaptada, numa resolução da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj).
A venda começa a duas horas antes do jogo, sendo suspensa a quinze minutos do pontapé inicial. Retorna só no intervalo. Nada de venda após a partida.
Será este o caminho a ser seguido por Pernambuco? Aqui, vale lembrar, o ato está referendado como lei estadual. Trata-se de um processo mais trabalhoso.
Certamente, o ato carioca deve respingar no futebol local…
O londrino Elton John, de 66 anos, já vendeu mais de 450 milhões de discos em quatro décadas de carreira, consagrado como astro da música pop. Nada que mude a aura futebolística do cantor.
No Recife, a um oceano de distância da terra da Rainha, Elton sacudiu a produção local no domingo para conseguir assistir ao duelo entre Manchester United e Chelsea. O jogo válido pelas quartas de final da Copa da Inglaterra aconteceu pela manhã, em Old Trafford.
No seu hotel, de forma incrível, o jogo não foi exibido na televisão. Assim, antecipou a ida ao Chevrolet Hall. Horas antes do show, assistiu ao emocionante empate em 2 x 2, que provocou um replay no duelo, agora na casa dos Blues.
United e Chelsea à parte, Elton torce mesmo é pelo Watford, hoje na segunda divisão. E não é um torcedor qualquer. Ele já foi o dono do clube!
Assumiu o afundado time primeiro como presidente, em 1973. Três anos depois, com o Hornets na quarta divisão, virou o dono. Numa arrancada impressionante sob seu comando, o Watford alcançou a elite em 1983.
Na estreia na primeira divisão, há exatos trinta anos, veio o melhor resultado da história. Com 16 vitórias, 2 empates e 3 derrotas, o vice-campeonato inglês. Elton venderia o clube em 1987, mas sem abdicar da paixão.
Basta dizer que Sir Elton já realizou três shows no estádio do clube, o acanhado Vicarage Road. O primeiro em 1974, logo após assumir a presidência.
Mesmo com algumas rusgas, como a renúncia ao título de presidente honorário do Watford, o cavaleiro do império britânico fez mais dois shows, em 2005 e 2010, apenas para angariar recursos para o clube…
Geninho, Hélio dos Anjos, Paulo César Gusmão, Mazola Júnior, Vágner Mancini, Waldemar Lemos, Sérgio Guedes e Oswaldo Alvarez. Fora os interinos.
A lista de técnicos no Sport é extensa. A de insucessos é ainda maior. Salvo o acesso conquistado na bacia das almas, a vida rubro-negra tem sido difícil.
No âmbito estadual, perdeu a soberania nos últimos dois anos, mesmo com um orçamento muito superior ao dos rivais tradicionais.
No cenário nacional, uma coleção de frustrações, incluindo a perda do poder na Ilha do Retiro, outrora demolidor nessas campanhas.
Jogadores descompromissados, diretoria batendo cabeça, torcida em fúria. E os técnicos foram passando no Sport. Caindo um a um.
Ora pelo esquema tática travado, ora pela insistência em peças infrutíferas, ora pelo discurso afobado, trazendo para si uma pressão desnecessária. Etc. Etc.
Nesse embalo, a volta de Nelsinho Batista acabou se tornando no sonho de dias melhores. O campeão da Copa do Brasil de 2008 segue no Japão, sossegado.
Talvez consciente de que, neste momento, nem ele seja o nome certo.
A quantidade de nomes é tão grande que chega à repetição. Sérgio Guedes ganha agora outra chance após a frustrante passagem no XV de Piracicaba.
A sua última participação no Leão foi no jogo que culminou no rebaixamento leonino na temporada passada, nos Aflitos. Mesmo com poucos jogos e o histórico resultado final, o time evoluiu em suas mãos, por um momento.
Com mais calma (será mesmo?), Sérgio Guedes chega com o tom apaziguador no Leão. Com ele, algumas peças terão uma última chance. Sobretudo, Hugo.
Ao torcedor do Sport, a hora de recomeçar. De novo. Mais uma vez. Até quando? Caberá a Sérgio Guedes evitar a continuidade desta ciranda.