Esperança renovada no timbu. Faltou só o futebol

Copa do Nordeste 2014, 1ª rodada: Náutico x Guarany-CE. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

A partida na noite desta segunda encerrou a primeira rodada do Nordestão. Após um ano trágico, a torcida alvirrubra renovou as esperanças para 2014.

Foi em bom número à Arena Pernambuco, com 9.268 torcedores, todos eles no anel inferior, fazendo pressão. Vários deles chegaram atrasados, na contínua falha no acesso ao estádio em São Lourenço.

Dentro do moderno palco, a meta era apoiar a armada gaúcha montada por Lisca, na primeira partida oficial da nova gestão vermelha e branca. Porém, o recomeço alvirrubro foi bem tímido. Um futebolzinho com cara de 2013.

No primeiro tempo, pouquíssimas oportunidades no duelo contra o Guarany. O visitante parecia mais preocupado em garantir um empate, ainda mais levando em conta que o outro jogo do grupo D também terminou empatado.

A segunda etapa foi mais animada. O Timbu até abriu o placar com Renato, aos 9, mas Gideão falhou numa bola pra lá de defensável, cedendo o empate num tento de Zeca, quatro minutos depois, 1 x 1.

O time cearense se animou e teve várias chances chances para virar a partida, usando bem o lado direito da defesa pernambucana. Se impôs.

Entre as principais oportunidades da equipe de Sobral, uma bola no travessão aos 31 minutos e uma bola cara a cara aos 44.

Os lances fizeram a torcida timbu respirar fundo e lembrar do passado recente.

No apito final, um velho desabafo, com as primeiras vaias do novo ano…

Copa do Nordeste 2014, 1ª rodada: Náutico x Guarany-CE. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Prêmio Sima, a versão nordestina da artilharia do Prêmio Friedenreich

Prêmio Sima, para o maior artilheiro do futebol nordestin. Crédito: Esporte Interativo

Um prêmio exclusivo aos goleadores do nove estados nordestinos. O artilheiro máximo da temporada, vestindo o uniforme de algum time da região, receberá a partir de 2014 o Prêmio Sima. A premiação, instituída pelo canal Esporte Interativo, faz uma homenagem a Simão Teles Bacelar.

O centroavante piauiense atuou a carreira inteira no Nordeste, rodando em onze clubes. Ao todo, Sima marcou 550 gols entre as décadas de 1960 e 1980. Os tentos computados no novo ranking serão os dos estaduais da primeira divisão e das competições nacionais e internacionais, oficiais. A contagem é absoluta.

O prêmio é uma versão regional do troféu criado em 2008 pela Rede Globo, a emissora que detém os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro. O jogador com mais gols em um ano atuando no futebol nacional é contemplado com o Prêmio Arthur Friedenreich, numa homenagem ao atacante homônimo.

O paulistano chegou a ter 1.329 gols reconhecidos pela Fifa, entre 1909 e 1935, dos 17 aos 43 anos. Uma estatística acima até mesmo de Pelé. Porém, uma recontagem nos jornais O Estado de S. Paulo e Correio Paulistano, através do escritor Alexandre da Costa, reconduziu o número para 554.

Confira os nomes dos maiores artilheiros nordestinos nos últimos seis anos e as colocações na lista nacional. O prêmio regional não deve ser retroativo.

2008 – Júnior Amorim (CRB), 23 gols (16º)
2009 – Marcelo Nicácio (Fortaleza), 34 gols (2º)
2010 – Ciro (Sport), 31 gols (3º)
2011 – Kieza (Náutico), 27 gols (5º)
2012 – Lúcio Maranhão (ASA), 40 gols (3º)
2013 – Magno Alves (Ceará), 34 gols (2º)

Maiores artilheiros do Brasil

2008 – Keirrison (Coritiba), 41 gols
2009 – Diego Tardelli (Atlético-MG), 39 gols
2010 – Neymar (Santos) e Jonas (Grêmio), 42 gols
2011 – Leandro Damião (Internacional), 38 gols
2012 – Neymar (Santos), 43 gols
2013 – Hernane (Flamengo), 36 gols

Café da manhã com os presidentes. No cardápio, o futuro do futebol recifense

Café da manhã. Crédito: http://entremaeefilha.blogspot.com.br

Apesar da proximidade entre as agremiações, um encontro entre os presidentes dos grandes clubes do Recife é algo bastante raro.

Salvo exceções em reuniões na FPF, como na votação de um conselho arbitral – isso quando não mandam apenas os representantes -, os encontros ocorrem nos clássicos, e olhe lá. Mesmo com um camarote cedido à diretoria rival, nem sempre há uma troca de palavras.

Por isso, por mais simplória que a ideia seja, é um alento a informação sobre a costura de uma reunião entre os mandatários de Náutico, Glauber Vasconcelos, Santa Cruz, Antônio Luiz Neto, e Sport, João Humberto Martorelli.

Não há uma data definida ou mesmo o “sim” dos dirigentes, após a ideia lançada pelo gestor leonino. Sabe-se que seria um café da manhã na capital, informal.

No cardápio, uma variedade de assuntos pendentes sobre o futebol local, incluindo a crescente violência, negociações em bloco, calendário, infraestrutura, parcerias etc. Para o entendimento, é preciso mesmo conversar.

Esse diálogo, há muito em falta, pode se estender até o jantar…

Mensurando as torcidas brasileiras no embalo das pesquisas políticas

Institutos de pesquisa no Brasil: Datafolha, Vox Populi, Plural Pesquisa, Ibope, Maurício de Nassau e Sensus. Arte: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

O cenário é comum em ano eleitoral no Brasil, a cada dois anos. Até a véspera da votação são divulgadas, de norte a sul, pesquisas de intenção de voto.

Existem quase duas centenas de consultorias no ramo. Na Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, a Abep, estão cadastrados 174 institutos.

Acredite, esses mesmos levantamentos eleitorais têm uma relação direta com os estudos quantitativos sobre torcidas de clubes de futebol.

Foi o caso do Ibope, instituto mais famoso do país, que lançou uma pesquisa nacional de torcida pela última vez em 2010. Agora, em mais um ciclo presidencial, especula-se um novo grande levantamento de campo do Ibope. No último foram ouvidas 7.109 pessoas, em 141 cidades.

O custo de um estudo do tipo, dependendo do número de entrevistados – mudando, claro, a fidelidade na margem de erro -, pode ir de R$ 8 mil a mais de R$ 70 mil. De 400 pessoas a aproximadamente 10 mil entrevistados.

No campo político, os levantamentos são encomendados por jornais, emissoras de televisão e até pelos próprios partidos, com o objetivo de enxergar melhor o eleitorado, tanto nas disputas majoritárias – municipal, estadual e federal -, quanto nas proporcionais – vereador e deputado.

O público pesquisado é sempre a partir dos 16 anos. Não por acaso, não mesmo, é a idade mínima para tirar um título de eleitor no país.

Com questionários prontos, alguns institutos de pesquisa aproveitam a oportunidade para mensurar outras questões. E aí entra o futebol.

Cenário aplicado, por exemplo, em Caruaru, através da Plural Pesquisa em 2014. Outros municípios já estão na pauta, como Garanhuns e Petrolina.

Cidades, estados, país. Não é mera coincidência. Até porque a divulgação dos estudos costuma ter espaço na mídia e repercussão entre as massas, dando destaque aos nomes das empresas envolvidas.

Portanto, a situação já está encaminhada para um ano recheado de levantamentos sobre os times, inclusive de grande alcance. O cenário político está aberto. Para entender melhor o público, o futebol sai ganhando no embalo.

Confira as pesquisas já publicadas pelo blog aqui.

Mapeamento municipal de torcidas: Recife (Maurício de Nassau/2014)

Pesquisa de torcidas no Recife, em 2014, através do Instituto Maurício de Nassau, do portal Leia Já

Pelo segundo ano consecutivo, o Instituto Maurício de Nassau realiza um mapeamento de torcidas no Recife. Encomendada pelo portal Leia Já, a pesquisa foi feita nos mesmos moldes do levantamento anterior. Assim, em 2014, apenas moradores da capital pernambucana foram ouvidos, com 624 ao todo.

A ordem de preferência clubística se manteve – Sport, Santa Cruz e Náutico -, aumentando um pouco o percentual de torcedores de clubes de fora. No entanto, foi considerável o número de pessoas que não responderam a pesquisa. A influência para isso levanta a discussão. Deixaram de gostar de futebol? Resultados ruins? Falta de estrutura? Violência? Pois é, o contexto é amplo.

O blog mensurou os dados de 2014 e 2013 juntos à mais recente estimativa populacional do Recife, através do IBGE. Neles, a torcida do Tricolor aumentou em 33.889, enquanto as torcidas do Rubro-negro e do Alvirrubro diminuíram 62.701 e 43.506, respectivamente. Considerando a margem de erro, é possível enxergar empate técnico tanto entre Sport e Santa quanto entre Santa e Náutico.

Instituto Maurício de Nassau / Recife 2014
Período: 9 a 10 de janeiro de 2014
Público: 624
Margem de erro: 4,0%
População estimada (IBGE/2013): 1.599.513

1º) Sport – 28,4% (454.261)
2º) Santa Cruz – 21,2% (339.096)
3º) Náutico – 13,3% (212.735)

Outros times – 3,0% (47.985)
Sem clube – 26,0% (415.873)
Sem resposta – 8,2% (131.160)

Instituto Maurício de Nassau / Recife 2013
Período: 7 a 8 de fevereiro de 2013
Público: 624
Margem de erro: 4,0%
População estimada (IBGE/2013): 1.599.513

Sport – 32,32% (516.962)
Santa Cruz – 19,07% (305.207)
Náutico – 16,02% (256.241)

Outros times – 0,47% (7.517)
Sem clube – 32,1% (513.443)

Pesquisa de torcidas no Recife, em 2014, através do Instituto Maurício de Nassau, do portal Leia Já