O caminho necessário para a oficialização dos títulos regionais e nacionais

Estádio Luiz Lacerda, do Central, em Caruaru. Foto: www.centralsc.com.br

Os clubes pernambucanos conquistaram oito títulos de caráter regional, interregional ou nacional sem a chancela oficial da CBF. Glórias numa era quase em preto e branco, mas de importância histórica em cada time.

São cinco do Náutico, um do Sport, um do Santa Cruz e um do Central.

Foram torneios de repercussão em épocas sem tanta organização da CBF ou de sua precursora, a Confederação Brasileira de Desportos, a CBD. Os clubes consideram as conquistas em suas galerias. A última dessas conquistas foi há quase 30 anos e até hoje segue sem resposta quanto à oficialização.

E não há resposta porque jamais houve um pedido de fato…

Durante o lançamento do Nordestão de 2015, no Recife, o blog entrevistou Virgílio Elísio, o diretor de competições da confederação. Questionado se havia a chance de chancelar os títulos antigos – como a Segundona de 1986 do Central ou tri do Norte do Náutico -, Virgílio abriu o caminho…

“Lembro dessa história de 1986. Eu recomendo que eles (os clubes) preparem um processo bem instruído, com conteúdo e encaminhem. Eu por exemplo, como diretor de competições, me encarregaria de levar isso a um grupo técnico, onde nós tomaríamos a decisão se é ou válido esse reconhecimento.”

Foi o que fez Odir Cunha, autor do estudo sobre os campeões da Taça Brasil (1959-1968) e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1967-1970), que em 2010 foram oficialmente unificados ao Brasileirão. A pesquisa foi elaborada a pedido dos campeões Bahia, Santos, Palmeiras, Botafogo, Santos, Cruzeiro e Flu.

Central e Treze, que seriam campeões em conjunto da Segundona de 1986, dizem ter enviado atas à CBF. Virgílio nega ter recebido os documentos.

A situação se mantém em relação ao torneios nordestinos anteriores a 1994.

“Até aqui, ninguém manifestou.”

Por fim, se mostrou aberto ao processo.

“Estou dizendo que todos podem preparar o processo sobre os antigos campeões do Nordeste, mas não estou dizendo que todos os processos terão êxito. Esse reconhecimento é fruto de uma análise. Eu garanto que a gente vai fazer uma análise. Se vai reconhecer eu não sei”.

Eis os torneios vencidos pelos times do estado ainda sem a chancela.

O caminho está traçado. Agora, basta cada um fazer a sua parte…

Torneio dos Campeões do Norte-Nordeste
A premissa do torneio era uma ampliação da competição realizada na capital pernambucana em 1948. Quatro anos depois, o Norte foi incorporado. Campeão estadual em 1951, o Timbu entrou na semifinal do torneio, novamente realizado apenas no Recife.

1952 Náutico (8 participantes)

Copa Norte – A fase Norte-Nordeste da Taça Brasil
Agora unificada ao Brasileirão, a pioneira Taça Brasil surgiu em 1959 como a competição organizada pela CBD que indicaria o representante do país à Libertadores do ano seguinte. Com a precária estrutura de deslocamento de um país continental, o torneio de mata-mata foi regionalizado. Na fase Norte, que compreendia o Norte-Nordeste, o campeão tinha direito a vaga na semi ou na final nacional – sem definição prévia. Os vencedores do zonal celebravam as conquistas regionais, ainda que não fossem um torneio à parte.

1962 Sport (11 participantes)
1965 Náutico (11)
1966 Náutico (11)
1967 Náutico (10)

Copa dos Campeões do Norte
Apesar do nome, a copa reuniu os vencedores da fase Norte-Nordeste da Taça Brasil. Até 1966, apenas clubes nordestinos haviam vencido. Todos os times se enfrentaram em jogos ida e volta na Fonte Nova, PV, Aflitos e Ilha.

1966 Náutico (5 participantes)

Torneio Hexagonal Norte-Nordeste
Apesar das duas regiões envolvidas, foram incluídos apenas três estados, com dois pernambucanos, dois cearenses e dois paraenses em jogos de ida e volta.

1967 Santa Cruz (6 participantes)

Série B – Torneio Paralelo do Campeonato Brasileiro
De 1980 a 1985, a segunda divisão nacional foi chamada de Taça de Prata. Em 1986, foi rebatizada como “Torneio Paralelo”, paralelo ao Brasileirão de fato. Eram quatro grupos, vencidos por Central, Treze, Criciúma e Internacional de Limeira. Não houve um cruzamento entre os melhores e o quarteto subiu para a elite do mesmo ano – fato ocorrido nos anos anteriores.

1986 – Central, Treze, Cricíuma e Inter de Limeira (36 participantes)

Ao todo, 18 torneios envolvendo o Nordeste e o Norte-Nordeste, desde 1946, não têm a chancela oficial da CBF. Confira o levantamento aqui.

Classificação da Série A 2014 – 22ª rodada

Classificação da Série A 2014, na 22ª rodada. Crédito: Superesportes

O empate sem gols na Arena Pernambuco, com cerca de 15 mil pessoas, tirou o Sport do 7º lugar. O clube foi ultrapassado pelo Atlético Mineiro, que venceu o Goiás fora de casa. Com mais um jogo em casa, o Leão pode voltar à antiga posição já no domingo.

Na liderança, o Cruzeiro voltou a abrir sete pontos de vantagem sobre o vice-líder, após o tropeço do Coritiba. A vitória do Coxa, próximo adversário do Leão, tirou o clube do Z4, direto para o 15º lugar. A brusca mudança só mostra o equilíbrio lá “embaixo”.

A 23ª rodada do representante pernambucano
21/09 – Sport x Coritiba (16h00)

Jogos no estado pela elite: 6 vitórias rubro-negras, 4 empates e nenhuma derrota.

Os grupos do Nordestão 2015 e o novo caminho ao mata-mata

Zeca Brito e a Taça do Nordestão de 2015. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

O Recife foi palco de um evento bem organizado para o lançamento da Copa do Nordeste de 2015, com direito à apresentação da bola oficial, do novo troféu dourado e do mascote Zeca Brito. Claro, também foram sorteados os cinco grupos, numa transmissão ao vivo no canal Esporte Interativo.

Conforme informado anteriormente, Sport e Náutico foram cabeças de chave, junto a Bahia, Vitória e Ceará, através do ranking da CBF. Então, vamos aos grupos definidos e a uma breve análise do blog sobre os favoritos às vagas no mata-mata, a partir da tradição dos clubes envolvidos.

Em jogo, um título ainda mais valorizado pelo prêmio de R$ 3,185 milhões…

Grupo A – Vitória, América-RN, Confiança e Serrano
O grupo tem a presença de dois ex-campeões nordestinos, que inclusive disputaram a final de 1998, vencida pelo Mecão. O Leão baiano, tetra, é o favorito natural. Pela disparidade dos dois mais fortes para os demais, há chance de duas equipes avançarem.

Grupo B – Sport, Sampaio Corrêa, Coruripe e Socorrense
Sem dúvida, uma chave tranquila para o Leão da Ilha. Em busca do tetracampeonato, o Rubro-negro é favorito desde já à primeira colocação. Deve ter algum trabalho contra o Sampaio Corrêa, que o eliminou da Copa do Brasil de 2011.

Grupo C – Náutico, Salgueiro, Moto Club e Piauí
O Timbu terá mais uma vez um duelo estadual logo na primeira fase, desta vez contra o Carcará, em sua segunda participação regional. Outra curiosidade é a presença de times do Maranhão e do Piauí, as novidades desta edição.

Grupo D – Ceará, Fortaleza, Botafogo e River
É a chave mais equilibrada, com direito ao Clássico-Rei de Fortaleza. Tamanho equilíbrio, e consequentemente uma pontuação mais baixa no geral, deve complicar a ida do vice-líder às quartas de final. O Castelão deve registrar o maior público da etapa inicial.

Grupo E – Bahia, CRB, Campinense, Globo
Eliminado ainda na primeira fase nos últimos dois anos, agora o Bahia deve avançar. O tricolor da Boa Terra conquistou seu último título em 2002. Também é digno de nota o retorno do Campinense, o surpreendente campeão em 2013.

A tabela deverá ser divulgada em três semanas. No regulamento, serão cinco grupos de quatro times. Os cinco líderes e os três melhores segundos colocados avançam às quartas. No mata-mata a fórmula é a mesma da Copa do Brasil.

Nas quartas de final, a composição das chaves será a seguinte:

Melhor líder x Pior 2º lugar
2º melhor líder x 2º pior 2º lugar
3º melhor líder x 3º pior 2º lugar
4º melhor líder x 5º melhor líder

Já tem os seus favoritos às vagas na segunda fase do Nordestão? Comente.

Grupos do Nordestão de 2015. Imagem: Esporte Interativo/Twitter

Campeão nordestino de 2015 receberá R$ 3 milhões

José Maria Marin no lançamento do Nordestão 2015, no Recife. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Uma quebra de protocolo aumentou consideravelmente o prêmio para o campeão nordestino de 2015.

Durante o lançamento do Nordestão, no Recife, o presidente da CBF, José Maria Marin, interrompeu o apresentador André Henning, do Esporte Interativo, subiu ao palco e anunciou como “prova de contribuição ao Nordeste” um prêmio de R$ 1 milhão ao campeão. Verba à parte do que o ganhador já receberá através das cotas comerciais de participação do evento.

Portanto, o futuro campeão do futebol da região receberá mais de três milhões. Esse montante é, sem dúvida alguma, a maior premiação já ofertada num campeonato de futebol da região, estadual ou regional.

A cada fase, portanto, o futuro campeão receberá o seguinte:

Título: R$ 1,208 milhão + R$ 1 milhão da CBF
Semifinal: R$ 287 mil
Quartas de final: R$ 340 mil
Primeira fase: R$ 350 mil

Total para o campeão nordestino de 2015: R$ 3,185 milhões.

Que a CBF, entidade cada vez mais milionária, mantenha o prêmio extra em 2016, 2017…

Seleção nordestina é premiada com timing irregular

Seleção oficial da Copa do Nordeste 2014. Crédito: Esporte Interativo

A decisão da Copa do Nordeste de 2014, entre Ceará e Sport, no Castelão, aconteceu no dia 9 de abril. Somente agora, em 18 de setembro, haverá a premiação oficial da seleção dos melhores jogadores da competição.

Ou seja, 162 dias depois do troféu dourado ter sido erguido pelo Leão.

Nos campeonatos estaduais, incluindo o Pernambucano, a festa de entrega costuma ocorrer no dia seguinte à decisão ou no domingo seguinte.

No Nordestão, a cerimônia de premiação dos onze titulares (6 do Sport, 3 do Ceará, 1 do Santa Cruz e 1 do CSA) será realizada no Recife, paralela ao lançamento do regional de 2015. Que em 2015 a entrega seja mais rápida…

Podcast 45 minutos (61º) – Rodada ruim para o trio e novidades do regional

A 61ª edição do podcast 45 minutos traz um balanço rodada sem vitórias dos dos pernambucanos no Brasileiro das Séries A e B (um empate e duas derrotas). Além disso, as novidades apuradas na entrevista com o presidente da Liga do Nordeste, Alexi Portela, com receita, participações, bastidores…

A nova edição teve 1h14min de gravação. Estou na discussão com Celso Ishigami, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. A gravação ocorreu na redação do Diario de Pernambuco.

Ouça agora ou quando quiser!

Pontinho leonino em jogo duro de assistir

Série A 2014, 22ª rodada: Sport x Inter. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Um jogo de futebol envolvendo dois times entre os oito melhores colocados da Série A merecia um nível técnico melhor.

O empate em 0 x 0 entre Sport e Inter, na Arena Pernambuco, foi duro de assistir.

Foi uma partida de muita marcação, mas com uma maior posse de bola dos colorados, que chegaram a ter 57% de domínio.

Mesmo com Diego Souza enfim jogando boa parte do tempo, o técnico leonino, Eduardo Batista, não abriu mão do seu esquema. Precaução.

Talvez por ser refém de uma única forma de jogar – e que vem rendendo pontos, sendo justo -, o treinador tenha optado mais uma vez por peças de pouquíssimo futebol.

A vaia na primeira substituição da equipe, com a saída de Felipe Azevedo e a entrada de Érico Júnior, foi emblemática… Ninguém agradou ali.

No fim, Neto Baiano, completando 32 anos nesta quarta, ganhou nova chance. Aí, voltamos à questão do esquema tático, com o centroavante entrando no lugar de Diego Souza. Parece ser difícil encaixar os dois no mesmo time.

Sobre o Internacional, muita gritaria de Abel Braga na área técnica e catimba do D’Alessandro, que junto a Alex levou perigo no primeiro tempo.

Na segunda etapa, o maior objetivo parecia sobreviver acordado até o apito final.

Sem jogar bem – ofensivamente falando, diga-se -, o Leão somou um pontinho importante num resultado que não agradou, com vaias. Talvez lá na frente esse placar seja mais valorizado…

Série A 2014, 22ª rodada: Sport x Inter. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Auge do Nordestão: 2018

Copa do Nordeste

A Copa do Nordeste está garantida, sob contrato, até 2022. Esse é o acordo entre a CBF, a Liga do Nordeste e o canal Esporte Interativo.

O torneio voltou em 2013 e movimentou R$ 20 milhões. Em 2014, o dinheiro envolvido na competição chegou a R$ 23 milhões.

Em 2015 projeta-se um crescimento maior no faturamento, de R$ 29 milhões. Esses dados só reforçam a tese de que o regional vem evoluindo.

Quando seria o auge econômico do Nordestão?

Acredite, já existe essa previsão.

De acordo com o presidente da liga, Alexi Portela, o ponto alto será em 2018. Nesta edição, o torneio deverá alcançar uma média de público entre 20 e 25 mil pessoas. Seria, disparado, o torneio mais popular do país.

Nesta temporada, para comparar, o índice na copa foi de 8.286 espectadores.

Em relação à movimentação financeira, o valor passaria dos R$ 50 milhões.

Os números estão na mesa. Resta esperar e comparar lá no futuro…

Maranhão e Piauí serão avaliados por três temporadas no torneio nordestino

Federações do Maranhão e do Piauí

A entrada dos times do Maranhão e do Piauí era um pleito antigo para a Copa do Nordeste. Sobretudo pela óbvia localização geográfica.

Após muito tempo de articulação, os dois estados enfim foram admitidos para a disputa regional. A estreia será na edição de 2015, com os seguintes representantes: Sampaio Corrêa, Moto Club, River e Piauí.

No entanto, a oficialização dos quatro clubes tem alguns pontos polêmicos…

O principal deles é o tempo de duração da participação dos dois estados. A princípio, estarão presentes em 2015, 2016 e 2017. Ou seja, em um “estágio”.

Após esse triênio, a Liga do Nordeste avaliará o resultado técnico e econômico dos novos participantes – sobretudo o lado financeiro. Só depois, a confirmação.

Outro ponto em questão é a ausência de cota de premiação na fase de grupos, fato confirmado ao blog pelo presidente da liga, Alexi Portela.

Os outros 16 integrantes (originais) do Nordestão não aceitaram “repartir o bolo”. Ou seja, a cota de R$ 350 mil na primeira etapa foi mantida, justamente porque não foi dividida. Assim, os times maranhenses e piauienses só receberão cotas comerciais a partir da classificação às quartas de final.

Você concorda com a necessidade de avaliação dos novos participantes?

A evolução milionária nas cotas de premiação do Nordestão 2013-2015

Faturamento da Copa do Nordeste. Crédito: arte de Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

O aumento na premiação da Copa do Nordeste de 2015 será de 10,8% em relação à última edição. Ao blog, o presidente da Liga do Nordeste, Alexi Portela, informou que o percentual de aumento nas cotas aos clubes, baseado em patrocínios, deve ser de 15%, mas somente a partir das quartas de final. A partir disso, foi possível calcular o quanto valerá cada classificação.

O aumento absoluto é de R$ 1,08 milhão. Os direitos comerciais para o campeão, somando os valores de participação e premiação, saltaram de R$ 1,9 milhão para R$ 2.185.000. Um cheque de bom tamanho para o terceiro Nordestão organizado nesta retomada após o acordo com a CBF.

A diferença no valor está na distribuição das parcelas de participação na fase de grupos. O valor de R$ 350 mil foi mantido. Dos 20 clubes, somente os dois maranhenses e os dois piauienses ficam de fora. Sob contrato, os novos integrantes estão entrando numa período de testes, de três anos. Além disso, a liga já tinha um acordo de divisão na fase para os 16 integrantes originais.

O próximo Nordestão terá 74 jogos, em vez de 62, com transmissão ao vivo na Rede Globo, em sinal aberto, e no Esporte Interativo, na tevê paga.

Cotas absolutas para as campanhas na Copa do Nordeste:

2015*
Campeão – R$ 2,185 milhões
Vice – R$ 1,38 milhão
Semifinalista – R$ 977 mil
Quartas de final – R$ 690 mil
Primeira fase – R$ 350 mil

Total: R$ 11.080.000
* Estimativa do presidente da liga

2014
Campeão – R$ 1,9 milhão
Vice – R$ 1,2 milhão
Semifinalista – R$ 850 mil
Quartas de final – R$ 600 mil
Primeira fase – R$ 350 mil

Total: R$ 10.000.000

2013
Campeão – R$ 1,1 milhão
Participação – R$ 300 mil

Total: R$ 5.600.000