Em sete rodadas, o rubro-negro pernambucano jogou quatro vezes como mandante e três como visitante. O empate sem gols entre Sport e São Paulo resultou no 8º ponto na Ilha do Retiro, mantendo a estatística caseira neste Brasileirão – ao menos isso. Com isso, se manteve em 14º lugar, ainda dois pontos à frente do Z4. Na próxima rodada, um duelo de leões nordestinos. Num viés positivo para o Sport, em tese, o jogo será na Ilha.
Em relação à briga pela ponta, Corinthians e Grêmio já vêm desgarrando, com largadas excepcionais. No caso do tricolor gaúcho, apenas uma derrota. Justamente quando usou o time reserva. E o leão aproveitou a chance.
Resultados da 7ª rodada Sport 0 x 0 São Paulo Atlético-MG 0 x 1 Atlético-PR Vitória 2 x 2 Botafogo Atlético-GO 3 x 1 Avaí Flamengo 2 x 0 Ponte Preta Santos 1 x 0 Palmeiras Corinthians 1 x 0 Cruzeiro Chapecoense 2 x 1 Vasco Coritiba 0 x 0 Bahia Fluminense 0 x 2 Grêmio
Balanço da 7ª rodada 5V dos mandantes (11 GP), 3E e 2V dos visitantes (7 GP)
Agenda da 8ª rodada 17/06 (16h00) – Atlético-GO x Atlético-PR (Olímpico) 17/06 (19h00) – Vasco x Avaí (São Januário) 17/06 (21h00) – Santos x Ponte Preta (Pacaembu) 18/06 (11h00) – Coritiba x Corinthians (Couto Pereira) 18/06 (16h00) – Fluminense x Flamengo (Maracanã) 18/06 (16h00) – São Paulo x Atlético-MG (Morumbi) 18/06 (16h00) – Bahia x Palmeiras (Fonte Nova) 18/06 (16h00) – Chapecoense x Botafogo (Arena Condá) 18/06 (19h00) – Sport x Vitória (Ilha do Retiro) 19/06 (20h00) – Cruzeiro x Grêmio (Mineirão)
Histórico de Sport x Vitória no Recife, pelo Brasileiro (11 jogos): 6 vitórias do rubro-negro pernambucano, 4 empates e 1 derrota
O Estádio dos Aflitos completa um século de história em 2017. Trata-se de um ícone do futebol pernambucano, onde foram realizadas mais de 3 mil partidas, segundo dados do pesquisador Carlos Celso Cordeiro. E olhe que 41% dos jogos não teve o Náutico em campo, com os rivais presentes durante muito tempo. Abaixo, um resumo em cada década, com as transformações do local, de campo a estádio, da posse da antiga liga ao claro sinônimo de Náutico.
Desempenho do Náutico nos Aflitos 1.768 jogos* 1.138 vitórias (64,37%) 336 empates (19,00%) 294 derrotas (16,62%)
70,7% de aproveitamento
* Competições oficiais e amistosos
Os clubes que mais atuaram nos Aflitos 1.768 – Náutico 540 – Santa Cruz 412 – Sport
As 15 finais do Campeonato Pernambucano nos Aflitos 7 títulos – Náutico (1950, 1951, 1960, 1963, 1966, 1968 e 1974) 5 títulos – Sport (1917, 1949, 1953, 1955 e 1975) 3 títulos – Santa Cruz (1947, 1959, 1969)
Década de 1910 Em 1917, a Liga Sportiva Pernambucana, atual FPF, arrendou um terreno no bairro dos Aflitos, junto ao empresário Frederico Lundgren, com o objetivo de construir um campo de futebol. Estrutura simples, com a cancha murada e cercada por árvores. A entidade pretendia utilizá-lo nos jogos oficiais do campeonato estadual, com as 29 partidas daquela edição disputadas por lá. A primeira em 8 de abril, Sport 4 x 1 Paulista. Na decisão, um Clássico das Multidões (ainda sem esse apelido), com Sport 3 x 1 Santa. No ano seguinte à inauguração da cancha, a Liga desistiu do terreno e o Náutico prontamente assumiu os custos do arrendamento. Pagou 250 mil réis por quatro anos.
Década de 1920 O Náutico passou a ser o dono definitivo do campo em 1921, dando início às primeiras melhorias, incluindo a entrada da sede. A foto mais antiga data de 1926 (acima), ano do título do Torre, o único clube à parte do Trio de Ferro levantar a taça no local. Num torneio de pontos corridos com oito times, o “Madeira Rubra” sagrou-se campeão ganhando do Náutico na última rodada.
Década de 1930 De campo a estádio. Começando pela mudança da posição do campo, com as barras saindo do sentido leste/oeste para o norte/sul, mantido até hoje. Surgiram também os primeiros degraus da arquibancada, apenas três, com a reabertura do local, já com status de “estádio”, em 25 de junho de 1939. Na ocasião, goleada alvirrubra por 5 x 2 sobre o Sport. Gols de Wlson (2), Bermudes, Celso e Fernando Carvalheira.
Década de 1940 O estádio dos Aflitos ganhou um sistema de iluminação em 19 de junho de 1941. Curiosamente, em um jogo que não envolveu o Náutico, Great Western 2 x 2 Flamengo do Recife. Na época, começou também a construção das sociais e cadeiras, uma estrutura ainda existente. Um jogo marcante na década ocorreu em 1º de julho de 1945, com a maior goleada da história do futebol local, Náutico 21 x 3 Flamengo. Tará balançou as redes nove vezes.
Década de 1950 O formato clássico dos Aflitos até meados dos anos 1990 foi finalizado na década de 1950, com a conclusão das arquibancadas e do antigo placar, conhecido como “Balança mas não cai” – um símbolo do futebol pernambucano. Além disso, foram construídos os túneis de acesso ao vestiário e colocados os primeiros alambrados. Época marcada por títulos, com o bicampeonato nos Aflitos em 50/51. O tri viria em plena Ilha do Retiro, ganhando os dois turnos. Em 1953, o estádio ganharia o nome de “Eládio de Barros Carvalho”, presidente do clube em 14 oportunidades, a primeira em 1948, quando incentivou a obra.
Década de 1960 A década dourada do Náutico, com o hexacampeonato estadual, boas campanhas na Taça Brasil, chegando à final, e participação na Libertadores. Nos Aflitos, a principal alteração foi construção das cabines de imprensa centrais. De lá, o registro audiovisual do recorde de público. Na decisão de 1968, no hexa, foram 31.061 torcedores espremidos assistindo in loco ao gol de Ramos, Náutico 1 x 0 Sport. O Recife acompanhou ao vivo na televisão.
Década de 1970 Dez anos sem grandes transformações. Com a inauguração do Arruda, em 1972, e a ampliação da Ilha, pouco antes, o Náutico jogou várias de suas principais partidas, no Estadual e no Brasileiro, nos campos rivais. Apesar disso, um jogo em especial aconteceu nos Aflitos, em 11 de dezembro de 1974. Náutico 1 x 0 Santa, com o 15º título pernambucano do timbu evitando o hexa tricolor. Ou seja, lá no Eládio nascia o bordão “Hexa é Luxo”.
Década de 1980 O Arruda estava novamente em obras, agora para a construção do anel superior. Paralelamente a isso, a direção timbu apresentou o “plano de expansão” dos Aflitos, em 28 de novembro de 1981. O estádio contaria com novas gerais, fosso, camarotes, cabines de imprensa e um novo lance de arquibancada no lugar do velho placar. Com isso, dobraria a capacidade, chegando a 50 mil lugares. “Não faremos dos Aflitos o maior estádio, mas o mais aconchegante”, frisou o então mandatário, Hélio Dias de Assis. Lendo assim, até parecia algo pequeno, mas seria um dos maiores estádios particulares do país. A obra não saiu, com o clube usando parte do recurso obtido no Bandepe para a reforma do calçamento na sede. Já os Aflitos virou praticamente um campo de treino, com apenas 140 partidas em dez anos.
Década de 1990 A segunda grande ampliação foi iniciada em 1996, com o aumento das arquibancadas laterais e central, tendo como consequência a demolição do “Balança mais não cai”. Um trabalho coordenado por Raphael Gazzaneo, que, de forma paulatina, foi arrecadando recursos junto à torcida para a construção de pequenos módulos num primeiro momento. Não por acaso, a obra duraria sete anos! Já em 1997, no quadrangular final da Série B, o estádio recebeu 28 mil torcedores para Náutico 0 x 2 América Mineiro.
Década de 2010 Com a Copa do Mundo no Brasil, proliferaram projetos de arenas de norte a sul. Na capital pernambucana foram nada menos que seis, incluindo a Arena Pernambuco, a única erguida. O próprio Náutico chegou a apresentar dois projetos de arena, deixando de lado a ampliação imaginada em 1996. Em 2013, o clube assinou um contrato de 30 anos para atuar na arena em São Lourenço. Com isso, parou até a manutenção dos Aflitos. Três anos depois, a rescisão unilateral do acordo por parte da Odebrecht, com o clube iniciando mais uma reforma em sua verdadeira casa, desta vez para obter os laudos básicos exigidos pela CBF – no último jogo, um amistoso com o Decisão, em 2015. Sonhando com o recomeço da centenária história em 2018…